Ideário arminiano. Abordagens sobre a teologia clássica de Jacó Armínio: suas similaridades, vertentes, ambivalências e divergências.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Uma breve história sobre Armínio, e o arminianismo.

Jacob Harmensen, (1560-1609) que transliterou seu nome para o latim transformando-se em , Jacobus Armínius, em português – Jacó Armínio, também é conhecido nos paises de língua portuguesa, pela versão inglesa de seu nome – James ou Jacob Arminius.
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Nascido em na cidade Holandesa de Oudewater, numa ambiência totalmente calvinista, estudou em Leyden, na Universidade Marburg (1575-1581), na Basiléia (1582-1583), e em Genebra na Suíça (1584-1586).
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Nem sempre Armínio nutria as idéias que hoje são conhecidas como arminianismo, era ele, um adepto do calvinismo, sendo inclusive, influenciado por Teodoro de Beza o sucessor de Calvino.
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A controvérsia se deu, não por uma sublevação direta de Armínio, pelo contrário, a princípio o teólogo de Leiden preparou-se, por escolha de um sínodo local, a defender e teologia reformada, professada pela Igreja Holandesa, que vinha sendo atacada pelo teólogo Dirck Koornhet tendo como alvo principal de seus ataques, a doutrina da predestinação absoluta.
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No afã de responder com propriedade as assertivas de Koornhet, Armínio se lançou a pesquisas tendo como fonte de pesquisa, além das Escrituras, as obras teológicas dos Pais da Igreja. Todo esta empresa, produziu um efeito contrário, ou seja, Jacó Arminio terminou sua pesquisa corroborando as teses de Dirck Koornhet .
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O problema não terminou por aí, alias, absorver as idéias contrarias a teologia dominante, foi apenas o início. Exercendo o ofício pastoral (1588-1603), e nas atividades de professor em Leydem, a partir de 1603, suas questões começaram a ser publicamente divulgadas. Nas publicações de suas idéias e no conseqüente choque com a ala reformada mais radical, principalmente na figura de Franciscus Gomarus, que fora seu professor, que antojou o antiarminianismo, começou na vida de Arminio, uma intensa e enfadonha perseguição teológica e intelectual.
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Uns dos pontos centrais da divergência de Arminio e Gomarus, era na doutrina da predestinação, que segundo o primeiro, Deus conhecia de antemão aqueles que recepcionariam a graça de Deus, em Cristo Jesus, já Gomarus defendia que Deus só levava em conta sua absoluta vontade, predestinando assim aqueles que, por única e inquestionável vontade, decidiu eleger. Em 1607, essas diferenças foram transformadas em protestos por parte dos calvinistas, tendo o sínodo holandês convocado Armínio e Gomarus a exporem suas divergências – outra conferência foi agendada em 1609, sem nenhum avanço, sendo que neste mesmo ano, Arminio morreu de tuberculose.
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A morte de Jacó Armínio, não esfriou a controvérsia, sendo o seu ideário defendido, principalmente por Johannes Uitenbogaard e Simon Episcopius.
Em 1910 a controvérsia desencadeou em um sínodo, conhecido como Sínodo de Dort. A primeira reunião do sínodo foi relizada no dia 13 de Novembro de 1618 e a finda, a 154ª deu-se no dia 9 de Maio de 1619
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Como já dito, ambiência teológica da Holanda era calvinista, sendo que até seu príncipe regente, Mauricio de Nassau, numa medida política, destituiu e imprimiu uma vil intolerância contra vários ministros arminianos, que, além de serem acusados de hereges, perderam suas propriedades e foram exilados. É importante lembrar também que a intolerância da Igreja Reformada Holandesa, sob o manto do estado holandês, também produziu morte, pois, Van Oldenbarnevelt foi executado. Hugo Grocio, um dos maiores juristas da história, foi condenado a prisão perpétua, mas, graças ao auxílio de sua esposa, conseguiu escapar escondido em um baú, aparentemente cheio de livros.
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O calvinismo foi beneficiado pelo estado holandês, porque, estando a Holanda em guerra com a católica Espanha, acreditava Maurício Nassau que o sentimento calvinismo era mais eficaz para impedir que seus patrícios fossem influenciados pelo catolicismo da Espanha.
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Com a morte de Maurício de Nassau, e a conseqüente perda de poder dos calvinistas, os arminianos conquistaram liberdade de expressão, e isso ocasionou na fundação de igrejas e do Seminário Remonstrante, existente na Holanda até hoje.
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Lailson Castanha.

5 comentários:

  1. Gostei do seu blog! Extremamente istrutivo, inspirador e edificante!
    Lailson, como arminiano, você sabe (de cabeça, não precisa dar-se ao trabalho de se pesquisar, pois eu já fiz isso) quais editoras evangélicas publicam livros com conteúdo arminiano? Sei que a CPAD e a Actual Edições são arminianas, e a Fiel e a Vida Nova, calvinistas. Se você souber de algumas editoras arminianas para me indicar, será de grande valia para mim!

    Grato pela atenção,

    Pedro Manzoni.

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    1. A Editora reflexão https://www.editorareflexao.com.br/

      A editora que mais publica sobre a teologia arminiana , com varias livros , tantos internacionais como nacional.

      Erviton Miyazake

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  2. Companheiro Pedro Manzoni, saúde.

    Fico feliz em saber que o blog “Ideário Arminiano” tem te edificado. Nosso intuito é servir, auxiliando aos companheiros de ideias teológicas, no que for possível, a conhecer um pouco mais dessa vertente teológica, tão criticada, apesar de tão pouco conhecida..
    Quanto às editoras arminianas, conheço poucas. Confessionais somente três, a saber:

    Editeo: http://www.livrariaediteorio.com.br/
    CNP: http://ecommerce.aplicativo.net/casanazarena/produtos.aspx?uid=pEl6FWPQYS%2bPZY13A%2fe8rgMDcNggUdvR
    Editora Cedro: http://www.livrosteologicos.com.br/editora-cedro/livros?limit=60

    A CPAD apesar de pertencer a Assembléia de Deus, não publica apenas livros de tendências arminianas, publica também literatura de cunho calvinista.

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  3. Sou "calvinista por convicção, já estive por muito tempo do outro lado, confesso que para melhor entender o arminianismo fui a fundo nas escrituras e também obras de autores como o recebimento Roger Ilson, mais fui cada vez mais convencido sobre as doutrinas da graça pela otica calvinista, o que Admiro hoje é a tolerância que temos em conviver como irmãos em Cristo, o que não houve nos séculos passados, faltou amor que e cumprimento de todas as coisas, PARABÉNS Pelo blog.

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    1. *Rev Roger olson, a quem me referi anteriormente. Grato pela compreensão?

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Como Jacobus Arminius acredito que: "As Escrituras são a regra de toda a verdade divina, de si, em si, e por si mesmas.[...] Nenhum escrito composto por Homens, seja um, alguns ou muitos indivìduos à exceção das Sagradas Escrituras[...] está isento de um exame a ser instituído pelas Escrituras. É tirania, papismo, controlar a mente dos homens com escritos humanos e impedir que sejam legitimamente examinados, seja qual for o pretexto adotado para a tal conduta tirânica." (Jacobus Arminius) - Contato: lailsoncastanha@yahoo.com.br

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