Remonstrantes devem a sua denominação a um documento elaborado em 1610, a Remostrância , uma declaração em que 44 ministros expuseram os seus pontos de vista sobre como a crença na soberania de Deus pode ser conciliada com a responsabilidade humana e com o livre arbítrio. O principal contribuinte para o pensamento sobre esta questão, tinha sido Jacobus Arminius (1560-1609), e até hoje, no extrangeiro, o nome “arminianismo” é mais conhecido do que “remonstrantes”.
Após Arminius, os Remonstrantes fizeram uma forte declaração que visava reconhecer que o ser humano tem parte nas execuções das intenções de Deus para o homem. A majestade de Deus, não o impede de reconhecer as pessoas como seres responsáveis. Também defenderam a opinião, de que Cristo veio para toda a humanidade (expiação universal), e apelaram para a multiforme tolerância na Igreja. Neste caso, as tendências da Reforma que os remonstrantes representaram, deveram-se a Erasmus e ao Renascimento.
Durante a após o iluminismo, a Igreja Remonstrante permaneceu pequena, não até o século 19, em que ela sofreu notável crescimento, por causa de sua tradição de tolerância, e de abertura a novas ideias. A Igreja Remonstrante, foi receptiva a modernidade.
A modernidade aproximava a crença baseada na autoridade com a capacidade do arbítrio humano, na separação de Deus e do mundo, e da harmonia entre eles.
Procurou conciliar conhecimento científico e fé, passando a ser necessário, a critica bíblica e científica.
O crescimento no século 20, foi caracterizado por um novo sentimento de comunidade na igreja. Isto é percebido entre outras coisas, em mudanças litúrgica e na formação de uma nova declaração de princípios (1928), e de uma nova profissão de fé (1940). Além disso ouve um profundo senso de responsabilidade social. Pacifismo e a “questão social” proporcionaram debates calorosos.
Após a Segunda Guerra Mundial, além de questões de reestruturações internas, uma grande atenção foi dada para as questões globais, em parte devida ao movimento ecumênico. Em 1948, a Igreja Remonstrante tornou-se membro do Conselho Mundial de Igrejas. Para uma igreja que quer se manter a par de seu tempo, coisas como desenvolvimento de cooperação a nível internacional, diaconato, racismo, e a corrida armamentícia são questões que exigem atenção.
A Igreja Remonstrante
Organização.
A Igreja Remonstrante , embora pequena, é uma igreja nacional, com cerca de 8000 membros. Além dos membros da igreja, conta também com remonstrantes amigos – pessoas que mesmo não tendo assinado a declaração de princípios, querem participar regularmente na vida da congregação participando das responsabilidades dela.
Existem 46 congregações espalhada por todo o país (Holanda). Em princípio, cada congregação é independente, regida por um conselho da igreja. A maior parte dos trabalhos, são realizados por membros da congregação, que dedicam parte de seu tempo para promover a vida religiosa, na pastoral e no diaconato, na observância e na organização. A maioria das congregações tem mais de um ministro, masculino ou feminino, em tempo integral ou parcial. Algumas das congregações continuam a ostentar o título “Congregação Reformada Remonstrante”, relembrando assim o vínculo histórico com a original Igreja Reformada (Igreja Reformada da Holanda), da onde surgiu a Igreja Remonstrante.
Os representantes das congregações reúnem-se duas vezes por ano. Uma dessas reuniões é a Assembléia Geral Deliberativa, que trata de temas que requerem debates e decisões a nível nacional. Nos últimos anos, temas importantes tem tido uma tolerância positiva, a comunicação da fé e dos programas do Conselho Mundial de Igrejas. A outra reunião é a Assembléia Geral Administrativa, em que sejam tomadas as decisões relativas a Igreja Remonstrante como uma igreja nacional.
O orgão do corpo executivo, ainda ostenta o título de “Comite para Assuntos da Igreja Remonstrante”. Este órgão é constituido, principalmente, por membros das congregações. As regras que regem a organização e a vida da igreja, estão definidas em um estatuto da igreja. A Igreja Remonstrante publica um periódico “adRem adRem adRem”, que serve como um fórum para as diferentes opiniões e convicções religiosas dentro da Igreja Remonstrante.
A Igreja Remonstrante tem a sua própria instituição de formação de ministros, o Seminário remonstrante, que foi fundado em Amsterdã, em 1634, e desde 1873, tem se associado com a Faculdade Teológica Universidade de Leyden.
Para os variados aspectos da igreja e da vida social, há uma série de comissões e instituições que prestam serviços aos membros, a congregação, e a Igreja Remonstrante Nacional. Entre outras coisas, há comissões que mantém contatos com inter organismos da igreja, nos órgãos em que a Igreja Remonstrate participa, por exemplo, o holandês Iinterchusch AID ( assistência da igreja), e Serviço Para Refugiados, a Interchurch Piece (Igreja da Paz), do Conselho para radiofusão interchurch Para os Paises Baixos.
Nova Confissão da Igreja Remonstrante, 2006
Introdução
No que se refere ao seu consentimento para a declaração de princípios os Remonstrantes estão unidos. Esta curta declaração articula que a Igreja Remonstrante é uma comunidade de fé, que, enraizada no evangelho de Jesus Cristo e fiel ao seu princípio de liberdade e de tolerância, destina-se a adorar e servir Deus.
Paralelamente a esta declaração, os Remonstrantes, em certo momento de sua história (1621 e 1940) exprimiram sua fé compartilhada em uma declaração confessional. Para os remonstrantes é evidente que nenhuma confissão tem autoridade indiscutível.
O objetivo não pode ser diferente de "apontar o caminho e iluminar na prudência e no amor" (assim definidas no prefácio para a confissão de 1621, citado em 1940). Neste espírito e com essa intenção em mente a Convenção dos ministros remonstrantes elaborou a seguinte confissão em 2006.
Confissão 2006.
Somos conscientes e afirmamos
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Tradução: Lailson Castanha
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