domingo, 25 de janeiro de 2009

Um crente pode apostatar da fé.

A Bíblia nos indica que um crente pode perder a salvação. Os versículos nela contidos que apresentam a possibilidade de salvação ou não salvação, quando acompanhados de conectivo condicional "se", nos dá idéia de possibilidades inversas. Da Antiga a Nova aliança, várias promessas de Deus estão acompanhadas com o tal conectivo condicional. Quando afirmamos qualquer assertiva usando conectivo condicional como o conectivo “se”, estamos indicando que existe uma outra possibilidade para o sujeito de nossa proposição. Indicamos que, “se” ele fizer uma escolha chegará há um resultado, mas, “se” ele fizer uma outra escolha obterá outro resultado. Isto é muito lógico! Vamos usar um exemplo do Velho Testamento.
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"Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos. (...) então entenderás o temor do senhor e acharás o conhecimento de Deus." (Pv.2.1-5)
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Sujeito: filho
Conectivo condicional: se, então ( relação entre conseqüente-consequência).
Proposição antecedente: se aceitar as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos.
Proposição conseqüente: então entenderás o temor do senhor e acharás o conhecimento de Deus.
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Podemos observar que a condição proposta na proposição antecedente, levará o sujeito a uma determinada situação, ao passo que o sujeito não seguindo a proposta condicionada da proposição antecedente, a proposição conseqüente será outra.Vejamos novamente uma promessa de Deus ligada com um conectivo condicional:
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"O Senhor está convosco, enquanto vós estais com Ele; se o buscardes Ele se deixará achar; porém se o deixardes, ele vos deixará." (2Cr.15.2)
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No Novo Testamento, a situação não é diferente. Lemos em Lucas 13.24, Jesus afirmando: “esforçai-vos por entrar pela porta estreita”. O apóstolo Pedro reforça a assertiva de Jesus reafirmando aos crentes destinatário de sua carta, que a entrado no Reino Eterno seria amplamente suprida se os irmãos procurassem com diligência cada vez maior, confirmar a eleição, e, somente procedendo assim é que eles não tropeçariam (2Pe.1.10,11), caso contrário..., pela falta de diligência tropeçariam e não confirmariam a eleição. Pedro também cita falsos mestres que chegariam ao ponto de negarem “o Soberano Senhor que os resgatou”. São pessoas que se extraviariam, abandonariam o reto caminho. Sobre eles, o apóstolo reafirma que, “depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixaram enredar de novo e são vencidos (...)” (2Pe.2.1-22).
Se formos honestos conosco mesmo, admitiremos que o texto é claro a respeito da possibilidade da perda da salvação.Mas para não ficarmos na dúvida, vamos a mais alguns exemplos.
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O apóstolo Paulo, através de uma epistola, relembrou aos irmãos de Corinto a história da queda de seus antepassados. Esta queda se sucedeu no deserto, por causa da falta de fé do povo hebreu, mesmo tendo eles testemunhado as maravilhas de Deus. Depois de relembrá-los, o apóstolo diz que aquelas coisas foram escritas “para nos servir de aviso”.
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- Servem-nos de aviso por quê, para quê?
– Não podemos entender que esses avisos são nos dado, para que não caiamos no mesmo erro da geração de Moisés?
– E se somos avisados, não é porque corremos o mesmo risco daquele povo, ou seja, a exemplo do povo hebreu, mesmo sendo participante do povo de Deus podemos fracassar?
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O apóstolo finda a sua admoestação com a seguinte exortação: ”Quem hoje se sente seguro na sua posição, acautele-se para amanhã não cair” (1Co.10.1-12). Podemos aproximar a referida admoestação da epistola aos Corintios, com a seguinte advertência do escritor de aos Hebreus quando relembrava o mesmo exemplo da fracassada trajetória do povo hebreu no deserto. Vejamos o que ele afirmou:
"Vemos pois que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb.3.19). Um pouco mais adiante, se referindo ao mesmo exemplo, advertiu:
"Esforcemo-nos, pois, por entrar no descanso, afim de que ninguém caia segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb.4.11).
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Em relação a advertência de Paulo e a do escritor de aos Hebreus, o que devemos fazer para não cairmos no mesmo erro do povo hebreu que caiu no deserto?
Paulo ensina que devemos nos acautelar, devemos nos prevenir de uma possível queda, e, o escritor de aos Hebreus adverte-nos que devemos nos esforçar para entrar no descanso.
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Portanto, a cautela e o esforço, são uma das condições para que não caiamos da fé e não endureçamos os nossos corações. Caso contrário o crente apostatará da fé e perderá a salvação. Se existem as condições e as advertências para as observamos, é porque existe a possibilidade do crente perder a salvação caso não as leve em conta. O exemplo dado por Paulo e o escritor de aos Hebreus em relação ao fracasso do povo israelita em não alcançar a Terra Prometida, servem como exemplos para o crente de hoje. Ou seja, ele pode fracassar e não chegar a Canaã Celestial.
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"Porque nós temos tornado participantes de Cristo, se, de fato guardarmos firmes, até ao fim, a confiança que, desde o princípio tivemos.” (Hb.3.14)
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Lailson Castanha
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*Escrito como resposta a pergunta "um crente pode perder a salvação?" no forum do site arminianismo.com
http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=2&t=37&start=105

6 comentários:

  1. Lailson, um crente que cometeu apostasia pode voltar á Cristo?

    Como você me explica este versículo:

    Porque é impossível para aqueles que já foram iluminados uma vez, e experimentaram o dom celestial, e foram feitos participantes do Espírito Santo, E experimentaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo futuro; E vierem a cair, outra vez renová-los para conversão; assim novamente crucificando o Filho de Deus para si mesmos, e o expondo à vergonha pública. Porque a terra que embebe a chuva, que frequentemente vem sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem também é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas produzindo espinhos e abrolhos, é reprovável, e perto está da maldição, cujo fim é ser queimada. Mas quanto a vós, amados, confiamos melhores coisas, relacionadas à salvação, ainda que estamos falando assim. (Hebreus 6:4-9)


    - Fellipe

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  2. Irmão Lailson, essa impossibilidade dos israelitas serem renovados para a salvação tem alguma coisa ligada ao pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo (pecado sem perdão)?


    vlw!

    - Fellipe

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  3. Companheiro Fellipe, saúde.

    Segundo as Escrituras, a exemplo desse verso que você destaca um crente que cometeu apostasia é impossibilitado de voltar á Cristo. Pois apostatar é o mesmo que desdenhar o tão caro sacrifício de Cristo.
    Na carta aos Hebreus, seu escritor afirma que os Israelitas não entraram no descanso por causa da desobediência, e depois, o remetente orienta os destinatários da seguinte forma:

    "Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo;
    antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
    porque nos temos tornado participantes de Cristo, se é que guardamos firme até o fim a nossa confiança inicial;
    enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação;
    pois quais os que, tendo-a ouvido, o provocaram? Não foram, porventura, todos os que saíram do Egito por meio de Moisés?
    E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura contra os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?
    E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes?
    E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade."
    (Hb 3. 12 - 19)

    No verso 14, o escritor atrela a condição da participação em Cristo com "o guardar firme até o fim a nossa confiança inicial" - e depois exemplifica a tragédia dos israelitas, como consequência da apostasia. Isso revela que o apostata, a exemplo dos israelitas que caíram no deserto, por usufruir as bênçãos e depois menosprezá-las, perdem a possibilidade de serem renovados.

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  4. Companheiro Felipe, saúde.

    Postei novamente a resposta que eu lhe havia direcionado, pois percebi que havia um erro. Na postagem original eu coloquei um "NÃO" onde não havia. Eu escrevi que - a exemplo desse verso que você destaca um crente que cometeu apostasia não é impossibilitado de voltar á Cristo – quando deveria ter escrito que um crente que cometeu apostasia "É" impossibilitado de voltar á Cristo.

    Quanto a nova questão que você levanta, a saber, se “essa impossibilidade dos israelitas serem renovados para a salvação tem alguma coisa ligada ao pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo (pecado sem perdão)?” – o que o escritor de aos Hebreus deixa-nos explicito é que a causa da impossibilidade da renovação da fé, tanto de israelitas quanto gentios que apostatam, se dá no fato de que renovar a fé de um apóstata seria semelhante ao ato de “de novo crucificar o Filho de Deus, e o expor ao vitupério. A reprovação se dá no fato de o apóstata não valorizar o investimento da graça por intermédio do Espírito Santo. Se dá no fato de o apostada desconsiderar a obra redentora de Cristo.
    Outro texto do mesmo escritor pode nos ajudar a elucidar a questão:

    Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados
    De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?
    (Hebreus 10:26 – 29)

    Aqui fica claro que o motivo da impossibilidade do perdão se dá no fato de o apostata profanar o ato redentor de Cristo, ou seja, banalizá-lo e também, por ofender o Espírito da graça.

    Se o texto em si não torna explícita a possibilidade que você levanta, creio que podemos assumir essa ideia como uma das implicações para tal castigo, porém, não como a única.

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  5. Acho que os calvinistas nunca leram o livro de Hebreus. Muito obrigado, seus textos são bastante elucidativos.

    - Fellipe

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  6. Companheiro Fellipe, saúde.

    O problema dos sistemas de ideias que se tornam DOGMAS eclesiásticos, é que, por mais que o sujeito que o adota veja algo de contraditório, por implicar em afronta ao dogma doutrinário, preferem ignorar o que conheceu, para não ferir o dogma adotado. As maiorias dos calvinistas estão presos neste problema.

    Muito obrigado pelo incentivo.

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