Bispo Ildo Mello*
Li um interessante texto do Dr. Adrian Rogers a respeito do embate histórico entre arminianos e calvinistas. Ele começa afirmando que um cego precisa mais do que de luz para ser capaz de enxergar. E, que, quando jovem, costumava pensar que o seu papel como pregador era apenas o de ensinar o caminho da salvação para as pessoas. Mas logo percebeu que para uma pessoa cega a quantidade de luz é indiferente. Portanto, assim como é preciso mais do que luz para que um cego possa ver, assim também é necessário mais do que a pregação para que as pessoas possam ser salvas, pois somente o Espírito Santo pode convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. Por esta razão a igreja deve orar sem cessar em favor da conversão de almas, sabedora da dependência que temos da unção do Senhor para abrir os olhos dos cegos para a realidade do Evangelho de Cristo.
Ele arremata dizendo que o homem caído é cego espiritualmente e, portanto, carece de visão. Como ouvimos que não há quem busque a Deus, aprendemos das Escrituras que Deus toma a iniciativa de procurar o homem, que é exatamente os Evangelhos mostram Jesus fazendo quando o descreve buscando (Lucas 19:10),chamando (João12:32) e batendo a porta do coração do perdido (Apocalipse 3:20). Sendo assim, é o Espírito Santo quem convence o homem (João 16:8), dando pontadas no coração (At 26:14), compulgindo o coração (Atos 2:37), e promovendo a abertura do coração para que este possa ser capaz de responder positivamente ao Evangelho (Atos 16:14).
Esta é a iluminação da Graça Preveniente, que não deve ser confundida com a regeneração. Porque a Iluminação lida com o velho coração, enquanto a regeneração tem a ver com o novo coração. Em João 1:9 lemos que Jesus é verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina a todo homem. Paulo afirma que o Evangelho é a Luz através da qual o Espírito Santo abre os olhos dos homens (Romanos 10:17). Um homem é iluminado a fim de receber o Evangelho. Um homem é regenerado depois de ter sido selado em Cristo (Efésios 1:13). A regeneração se dá através do lavar renovador do Espírito Santo (Tito 3:5), momento em que nos tornamos "novas criaturas" em Cristo (2 Coríntios 5:17), nascidas de novo, com um "coração novo" e um "espírito novo" (Ezequiel 36:26). O calvinismo, ao contrário, ignora o claro ensino de Efésios 1:13, para ensinar erroneamente que os homens são previamente escolhidos por Deus para a salvação, de modo que o chamado e a graça sejam irresistíveis para o grupo dos predestinados. Assim, fica manifesta a clara diferença entre a graça preveniente do arminianismo e graça irresistível do calvinismo.
Questões:
O calvinismo ensina que antes de crer e ser salvo é preciso ser previamente escolhido e estar preliminarmente posicionado em Cristo. Seria, então, possível estar em Cristo antes de ser salvo? Bem, para o arminiano, a ordem dos eventos está claramente apresentada em Ef 1:13, que ensina que primeiro é preciso ouvir o Evangelho, que é uma condição para se poder crer, que, por sua vez, é uma condição para receber o selo regenerador do Espírito. A fé vem através de ouvir a Palavra do Evangelho (Rm 10:17). Assim, o arminiano quer saber como o calvinista pode ensinar ser possível alguém estar em Cristo antes mesmo de crer e ser selado pelo Espírito?
Rm 8.1 diz que não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus e sabemos também que os que não crêem estão debaixo da condenação (Jo 3.18). Sendo assim, seria contraditório afirmar que um incrédulo estaria em Cristo antes mesmo de sua conversão.
Se a graça fosse irresistível, como Saulo de Tarso teria sido capaz de recalcitrar contra os aguilhões? (Veja Atos 26:14). E se a graça fosse irresistível, como poderia ser possível a queda e a perdição de que cristãos verdadeiros que tiveram os seus olhos iluminados para verem e experimentarem o dom celestial de modo a terem se tornado participantes do Espírito Santo, e de terem também provado a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro (Hb 6.4-6)?
Santidade e perseverança são necessárias para evitar a remoção do candelabro (Ap 2.5), para garantir o acesso ao fruto da árvore da vida (Ap 2.7), receber a coroa (Ap 2.10), escapar da segunda morte (Ap 2.11) do juízo da espada (Ap 2.16), do risco de ser vomitado (Ap 3.16) e de ter seu nome riscado (Ap 3.5). E o que dizer também de textos como Hb 6.4-8; 10.26-31; 12.14-15; 1 Co 9:27; 2 Pe 1; 3.17-18 e Jo 15.6?
"Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém" (2 Pe 3.17 e 18).
No amor do Senhor,
Bispo Ildo Mello
*Bispo José Ildo Swartele de Mello
Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.
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Fontes:
http://www.metodistalivre.org.br/
http://imeldemirandopolis.blogspot.com/
http://www.escatologiacrista.blogspot.com/
Foto: Rev. José Ildo Swartele de Mello na cerimônia de consagração e instalação a primeiro Bispo Nacional da Igreja Metodista Livre em 2003.
Adorei seu blog!!!!!!!
ResponderExcluirPaula Nadler, Saúde.
ResponderExcluirObrigado pelo incentivo. Fique a vontade para postar suas opiniões, dicas e críticas.
Olá Lailson, tudo bem?
ResponderExcluirMeu nome é Farias Gundes, gostaria de te pedir um esclarecimento sobre graça preveniente.
Segundo a teologia arminiana a fé precede a regeneração que é diferente do calvinismo onde a regeneração precede a fé. Pois bem, se a fé precede a regeneração e a salvação como sabemos é pela fé, então por que a regeneração? Como pode um morto em delitos e pecados ter fé? O "livre-arbítrio" seria a chamada graça preveniente?
Desde já agradeço!
Companheiro Farias Gundes, saúde.
ResponderExcluirA Graça preveniente na soteriologia arminiana – é uma ação benevolente de Deus de extensão universal, e sendo acolhida pelo homem, o capacita a fazer bom uso de seu livre-arbítrio. Sem a ação da graça proveniente não seria possível ao homem optar pelo bem, pois, cego em seus pecados, não teria capacidade de percebê-lo. Portanto, livre-arbítrio não é o mesmo que graça proveniente, ele existe de maneira independente da graça, porém, só consegue operar o bem, só consegue praticar boas escolhas – a partir da ação desta graça, que em Cristo ilumina o caminho do entendimento humano, antes, totalmente escurecido pelas trevas do pecado.
Se a graça é resistível então não ore mais para Deus converter alguém, pois essa pessoa mesmo que seja eleita vai resistir!
ResponderExcluirQuando dizemos que a graça é irresistível dizemos que ela é aos escolhidos. Resistir obviamente nós resistimos, mas no momento certo Deus muda a inclinação do nosso coração e com isso não resistimos mais.
Agora dizer que a graça eficaz de Deus não é eficaz, é uma grande heresia! Se todos estão iluminados então a mensagem da cruz não deveria mais ser loucura a eles!
Se a graça não é eficaz, então não adianta orar pela conversão de alguém, você está pedindo a Deus uma coisa que não existe ou algo no qual você não crê . Agora se a graça é eficaz, pois ela é de Deus, então podemos orar tranquilos, sabendo que Deus vai alcançar os Seus.
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Contraponto Calvinista às Questões do Bispo Ildo Mello [parte 1]
ResponderExcluir1. Seria possível estar em Cristo antes de ser salvo? (A Ordem da Salvação)
O calvinismo ensina que antes de crer e ser salvo é preciso ser previamente escolhido e estar preliminarmente posicionado em Cristo... O arminiano quer saber como o calvinista pode ensinar ser possível alguém estar em Cristo antes mesmo de crer e ser selado pelo Espírito?
Resposta Calvinista: A confusão surge ao misturar a ordem eterna com a ordem temporal da salvação (Ordo Salutis).
Ordem Eterna (Plano de Deus): Deus elege incondicionalmente um povo para estar "em Cristo" (Ef 1:4). O "estar em Cristo" neste sentido é um decreto soberano e eterno que antecede o tempo e a fé do indivíduo. É a certeza do plano de Deus.
Ordem Temporal (Experiência Humana): O calvinista concorda com Efésios 1:13: a fé (crer) e o selo (regeneração/justificação) ocorrem depois de ouvir a pregação.
O elo perdido: Para o calvinista, o elo que possibilita a fé é a Regeneração (Graça Irresistível), que acontece antes da fé. A ordem bíblica temporal para o indivíduo é: Ouvir a Palavra → Deus regenera (dá nova vida e vontade) → O indivíduo, agora liberto, crê. A fé, portanto, não é uma condição que o homem morto cumpre, mas um dom e um resultado da regeneração (Ef 2:8-9; Jo 6:44).
2. Seria contraditório afirmar que um incrédulo estaria em Cristo antes de sua conversão?
Rm 8.1 diz que não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus e sabemos também que os que não crêem estão debaixo da condenação (Jo 3.18). Sendo assim, seria contraditório afirmar que um incrédulo estaria em Cristo antes mesmo de sua conversão.
Resposta Calvinista: O "estar em Cristo" de Romanos 8:1 refere-se à união vital e salvífica do indivíduo justificado e regenerado. Neste sentido, o calvinista concorda: ninguém está salvificamente em Cristo sem a fé, pois a justificação só se aplica com o ato de crer.
A eleição e o posicionamento são em termos de propósito de Deus (o eleito virá a estar em Cristo). No momento em que o eleito ainda é incrédulo, ele está, sim, debaixo de condenação (Jo 3:18). É exatamente por isso que Deus precisa enviar a Graça Irresistível (o poder regenerador do Espírito Santo) para tirá-lo da condenação e levá-lo à fé e ao "estar em Cristo" de Romanos 8:1. A eleição garante o resultado, mas não isenta o incrédulo da condenação enquanto ele resiste à obra preparatória do Espírito.
3. Como Saulo de Tarso teria sido capaz de recalcitrar contra os aguilhões se a graça fosse irresistível?
Se a graça fosse irresistível, como Saulo de Tarso teria sido capaz de recalcitrar contra os aguilhões? (Veja Atos 26:14).
Resposta Calvinista: A Graça Irresistível não implica ausência de resistência preliminar ou de luta interior. Ela significa que, no momento do chamado eficaz de Deus (a vocação eficaz), o poder soberano de Deus vencerá qualquer resistência, transformando a vontade.
Os "aguilhões" que Saulo estava chutando (Atos 26:14) representam a graça preveniente comum (iluminação, convicção do pecado, testemunho de Estêvão). O calvinismo reconhece essa ação geral do Espírito que prepara o caminho, a qual pode ser resistida (como os Fariseus resistiram).
A Graça Irresistível é o momento em que Cristo aparece na estrada de Damasco: o chamado direto e soberano que o regenerou instantaneamente, subvertendo sua vontade de perseguidor para apóstolo. Neste ponto, Saulo não pôde (e não quis mais) resistir ao poder que o derrubou e o chamou.
[Parte 2]
ResponderExcluir4. Se a graça fosse irresistível, como seria possível a queda de cristãos verdadeiros?
E se a graça fosse irresistível, como poderia ser possível a queda e a perdição de que cristãos verdadeiros... (Hb 6.4-6; 1 Co 9:27; Jo 15.6, etc.)?
Resposta Calvinista: Esta questão toca no último ponto do TULIP: a Perseverança dos Santos. A doutrina calvinista afirma que o eleito, uma vez alvo da Graça Irresistível e regenerado, perseverará na fé até o fim, pois é guardado pelo poder de Deus (1 Pe 1:5; Jo 10:28-29).
Hebreus 6:4-6 e Textos de Advertência: O calvinista lê esses textos como advertências sérias destinadas a: a) Incentivar a perseverança: Se você é um verdadeiro crente, persevere! (Os avisos são meios de Deus para manter os eleitos no caminho). b) Expor a falsidade: Se alguém "cai" totalmente e permanentemente, isso revela que ele nunca foi verdadeiramente regenerado ou eleito, embora tenha "experimentado" a obra da igreja, dons e a pregação. Eles são como o solo pedregoso da Parábola do Semeador (Mt 13:20-21).
A Santidade e a Perseverança: O calvinismo não nega que Santidade e perseverança são necessárias (Ap 2.5; 2 Pe 3.17-18). Pelo contrário, a Graça Irresistível é a garantia de que o eleito, sendo regenerado, será capacitado pelo Espírito a lutar e perseverar nessas disciplinas (Filipenses 2:12-13: "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar").
O Calvinismo, portanto, vê a Graça Irresistível como a manifestação máxima do amor e da soberania de Deus, que garante o resultado da salvação de um povo escolhido, removendo o mérito da fé do homem e colocando a glória inteiramente em Deus.
O Sinergismo Arminiano e a Acusação de Roubo da Glória de Deus
ResponderExcluirPrefácio do Contraponto
A aplicação da metáfora do "roubo a Deus" (Malaquias 3:8-10) à doutrina de Jacobus Arminius, o sinergismo, é uma poderosa figura de linguagem utilizada pela teologia monergista (Calvinista). O monergismo afirma que a salvação é inteiramente obra de Deus (a única energia ou esforço), do início ao fim.
O sinergismo (duas energias ou esforços), por outro lado, defende que a salvação é o resultado da cooperação entre a Graça de Deus (iniciativa e capacitação) e a Vontade Humana (decisão de crer).
Sob a ótica reformada, ao atribuir à vontade humana a capacidade final de "aceitar" ou "rejeitar" a Graça Preveniente, o sinergismo estaria, metaforicamente, roubando a Deus uma porção vital que lhe é devida: a glória pela eficácia da salvação.
O texto está revisado e com precisão ortográfica e gramatical garantida.
Resumo da Aplicação (O Roubo de Malaquias 3)
A acusação calvinista (monergista) é que o sinergismo Arminiano "rouba a Deus" em duas "dádivas" principais que deveriam ser integralmente devolvidas em glória:
O Dízimo da Graça (A Eficácia da Salvação): Ao tornar a salvação condicional à decisão final do homem, o sinergismo "rouba" a Deus a garantia de que Sua obra salvífica (a morte de Cristo e a Graça) não pode falhar. A glória é dividida: Deus provê 90%, mas o 10% crucial (o "sim" decisivo) vem do homem, concedendo ao pecador a glória pela consumação da fé.
A Oferta da Soberania (A Eleição Incondicional): O sinergismo "rouba" a Deus a glória de escolher Seus eleitos com base unicamente em Sua vontade, substituindo-a por uma eleição baseada na presciência (Deus escolhe aqueles que Ele sabe que irão crer). Isso rouba de Deus a glória de ser o Autor e Consumador da fé (Hebreus 12:2), pois o mérito da escolha final reside no homem.
A Contextualização Teológica e o Comentário do Roubo
ResponderExcluirContextualização: A Centralidade da Glória de Deus
A teologia reformada (Calvinismo) está alicerçada no princípio do Soli Deo Gloria (Glória Somente a Deus). Para os reformadores, se o homem caído tem qualquer capacidade inerente de "decidir" ou "cooperar" para a sua salvação, então o mérito, por menor que seja, não pertence inteiramente a Deus, e a glória é, portanto, diminuída ou dividida.
O livro de Malaquias (3:8-10) trata de Israel falhando em honrar a Deus com os dízimos e as ofertas, simbolizando uma falha em reconhecer a soberania e a provisão de Deus em todas as áreas da vida.
O "Roubo" Aplicado ao Sinergismo Arminiano
A metáfora do roubo de Malaquias é aplicada ao sinergismo da seguinte forma:
1. O Roubo do Dízimo: A Eficácia da Graça (A Graça Irresistível)
O monergista pergunta: Se o homem está morto em delitos e pecados (Efésios 2:1), ele pode, mesmo com a "luz" da Graça Preveniente, decidir por Cristo?
A Posição Monergista: A depravação total significa que o homem caído é incapaz de dar o "sim" salvífico por conta própria. A Graça de Deus não apenas ilumina (Graça Preveniente), mas deve regenerar (Graça Irresistível) o coração, dando-lhe vida e transformando a vontade para que ele queira crer. A salvação é 100% de Deus.
A Crítica do Roubo: Ao dizer que a salvação requer a cooperação do homem ("A Graça de Deus + Meu Ato de Vontade"), o sinergismo está, metaforicamente, retendo o "dízimo" final que deveria ser dado integralmente à Graça de Deus. O homem coloca sua vontade (o "sim" decisivo) como a condição final para que a Graça seja eficaz, roubando assim a Deus a glória de ser o único Agente que transforma o "não" do coração morto em um "sim" sincero.
2. O Roubo da Oferta: A Soberania na Eleição (O Presciência vs. o Decreto)
Em Malaquias, a oferta é a entrega de algo além do dízimo, um ato voluntário de reconhecimento da superioridade de Deus. A soberania de Deus é a Sua "oferta" na salvação.
A Posição Sinergista (Arminiana): A Eleição é baseada na presciência de Deus (Deus escolhe aqueles que Ele previu que iriam crer).
A Crítica do Roubo: Isso rouba a soberania de Deus sobre a origem da fé. Se Deus escolhe com base no que o homem fará, a verdadeira causa meritória da eleição é a fé que o homem produz. Deus é reduzido a um observador que reage à escolha humana, e não a um Rei que soberanamente a decreta. O mérito da "boa escolha" (a fé) é, então, concedido ao pecador, e não ao Eleitor, roubando a Deus a glória de ter iniciado e garantido a fé.
Conclusão: A Honra Devida (Malaquias 3:10)
Para o Calvinista, a teologia deve ser como o cumprimento de Malaquias 3:10: trazer todos os "dízimos" (a eficácia da Graça) e "ofertas" (a soberania da Eleição) para a casa do tesouro, de modo que haja alimento (Glória) na casa de Deus.
A doutrina sinergista, por esse prisma, deixa a porta aberta para que o homem se orgulhe de sua capacidade de escolher ou cooperar, roubando a Deus a glória que é Soli Deo Gloria — A Ele, e somente a Ele, toda a glória pela salvação que é inteiramente Dele.
O Sinergismo Arminiano e o Roubo da Autoridade: Uma Aplicação de Gênesis 3
Prefácio do Contraponto
A narrativa de Gênesis 3 é o registro bíblico de como o pecado entrou na criação, caracterizado essencialmente como um ato de independência e de usurpação da autoridade divina. A serpente seduziu a humanidade a tomar uma decisão baseada em seu próprio discernimento (comer do fruto para "ser como Deus"), rejeitando o mandato e a advertência de seu Criador.
Para a teologia monergista (Calvinista), o sinergismo (a cooperação humana na salvação) ecoa perigosamente esse padrão de Gênesis 3. O roubo da glória de Deus não é visto apenas como uma falha em dar o dízimo da eficácia (Malaquias 3), mas sim como um roubo da autoridade soberana de Deus para iniciar, determinar e concluir a salvação por Si mesmo, sem a interferência decisiva da vontade humana.
Resumo da Aplicação (O Padrão de Gênesis 3)
O contraponto calvinista argumenta que o sinergismo reproduz o erro central de Gênesis 3 ao elevar a vontade humana (o "eu decido") a um nível de autonomia que só Deus deveria possuir. Ao afirmar que o homem, mesmo depois da Queda (Gênesis 3), ainda retém uma capacidade não-caída de "escolher" ou "cooperar" para a fé (a Graça Preveniente sendo resistível), o sinergismo:
Rouba a Dependência Total: O homem não clama: "Deus, salva-me, pois sou totalmente incapaz (Gênesis 3:7,10)", mas sim: "Deus, eu cooperarei com Tua Graça."
Rouba a Autoridade Determinativa: A salvação depende da decisão humana, e não do decreto divino (Gênesis 3:17), fazendo do homem o agente final do seu destino eterno.
A Contextualização Teológica e o Comentário do Roubo em Gênesis 3
ResponderExcluirContextualização: O Coração da Queda
O pecado em Gênesis 3 não foi apenas comer um fruto; foi uma troca de autoridade. Adão e Eva duvidaram da palavra de Deus, desobedeceram Seu mandato e buscaram autonomia para definir o bem e o mal. A Depravação Total (doutrina central calvinista) ensina que, após a Queda, todas as faculdades humanas (incluindo a vontade) foram corrompidas e se tornaram escravas da natureza pecaminosa, resultando em uma incapacidade inata de buscar ou escolher a Deus (Romanos 3:10-12).
O "Roubo" Aplicado ao Sinergismo sob a Ótica de Gênesis 3
A teologia monergista utiliza a narrativa da Queda para demonstrar por que a salvação deve ser 100% monergista para ser e para realmente resgatar o homem do seu estado decaído.
1. O Roubo da Autoridade: "Sereis como Deus" (Gênesis 3:5)
A tentação fatal em Gênesis 3 foi a promessa de autonomia e divindade: “...sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:5).
O Erro Arminiano (Visão Calvinista): O sinergismo concede ao homem caído a soberania final sobre sua salvação. A Graça Preveniente é dada a todos, mas a salvação só se concretiza se o indivíduo exercer sua "vontade livre" para aceitá-la. Isso significa que a diferença entre o salvo e o perdido não está no poder ou na determinação de Deus, mas na qualidade superior da vontade de um em relação ao outro.
A Acusação de Roubo: Ao tornar a decisão final o fator determinante da salvação, o sinergismo rouba a Deus a Sua autoridade determinativa e a concede ao homem. O homem não é totalmente dependente; ele tem uma porção da soberania sobre seu destino. Ele se torna o juiz da eficácia da Graça, mantendo um resquício da autonomia prometida em Gênesis 3:5.
2. O Roubo da Dependência: O Encobrimento da Nudez (Gênesis 3:7)
Após a Queda, Adão e Eva tentaram cobrir sua própria nudez com folhas de figueira (Gênesis 3:7), um símbolo da tentativa humana de auto-redenção ou de cooperação na justiça.
O Erro Arminiano (Visão Calvinista): O sinergismo ensina que, embora a Graça Preveniente seja divina (a "roupa" de Deus), o ato de vestir essa graça exige um ato não-caído da vontade humana.
A Acusação de Roubo: Isso rouba de Deus a glória de prover toda a vestimenta (a justificação e a fé) do pecador. O homem, por si só, não pode sequer querer a salvação de forma correta, pois a própria vontade está corrompida. Se o homem deve "cooperar" para o novo nascimento, ele está costurando sua própria folha de figueira em sua salvação. O Calvinismo insiste que, como em Gênesis 3:21 (onde Deus provê a vestimenta de pele), Deus deve providenciar tanto a Graça quanto a vontade de aceitá-la (a Graça Irresistível), garantindo assim a total dependência do homem.
Conclusão: A Promessa da Semente (Gênesis 3:15)
O Calvinista argumenta que a salvação prometida em Gênesis 3:15 (a vitória da "semente da mulher" sobre a serpente) é uma obra de monergismo divino. A vitória de Cristo é a única força capaz de reverter a desobediência e a corrupção da Queda.
O sinergismo, ao insistir que a vontade humana decaída tem o poder final de aceitar ou rejeitar a salvação, falha em reconhecer a profundidade da ruína de Gênesis 3 e, consequentemente, rouba de Deus a honra de ser o único libertador da escravidão do pecado e da morte.
A Crítica Sinergista: Aplicando Davi e Moisés ao Debate da Graça
ResponderExcluir1. Davi e a Arca: O Roubo do Método (2 Samuel 6)
Davi, com zelo, decidiu trazer a Arca de volta a Jerusalém. Em vez de usar os levitas para carregá-la pelos varais, como a Lei ordenava (o Método de Deus), ele a colocou em um carro novo, seguindo o costume pagão filisteu (o Método Humano). Quando Uzá tocou na Arca para firmá-la, ele foi fulminado.
A Lição Monergista: A boa intenção (zelo por Deus) não justifica a desobediência ao método de Deus. Uzá, agindo com boa intenção humana ("ajudar" a Deus), invadiu uma esfera que era reservada (tocar na santidade de Deus). O resultado foi o juízo, não a glória.
Aplicação ao Sinergismo: O sinergismo afirma que a vontade humana decaída (a "carne") deve carregar a Arca da salvação, cooperando com o Espírito de Deus. O monergismo responde: isso é o mesmo que Davi usar o carro de bois!
O Método de Deus (Monergismo) é a Graça Irresistível: a soberana regeneração que cria a fé no coração morto, garantindo que a Arca da Salvação seja movida unicamente pelo poder e método de Deus (os varais, ou seja, o Espírito Santo).
O Método Humano (Sinergismo) é a cooperação da vontade: o homem assume uma parte da tarefa, "tocando" ou "firmando" a Graça de Deus. Ao fazer isso, o sinergismo rouba a glória do método de Deus, misturando o divino com o humano e arriscando o "juízo" de ter uma fé que não é inteiramente obra do Espírito.
2. Moisés e o Egípcio: O Roubo do Tempo (Êxodo 2)
Moisés viu a opressão de um hebreu e tentou resolver o problema do seu povo com sua própria força e no seu próprio tempo (aos 40 anos), matando o egípcio e escondendo o corpo na areia. Ele tentou libertar Israel com um ato de zelo pessoal antes que Deus o chamasse e o capacitasse.
A Lição Monergista: O zelo de Moisés era real (ele queria a libertação), mas ele não estava no tempo de Deus e não usou a capacitação de Deus. O resultado foi o fracasso e a fuga para o deserto (40 anos de exílio). A verdadeira libertação veio 40 anos depois, quando Deus soberanamente o chamou através da sarça ardente e lhe deu poder (Êxodo 3).
Aplicação ao Sinergismo: O sinergismo afirma que o homem está sempre pronto para a fé, desde que Deus dê a Graça Preveniente (a chance, ou o "gatilho").
O Tempo de Deus (Monergismo) é a Vocação Eficaz (Graça Irresistível): Deus escolhe o Seu tempo para o nascimento espiritual. Como no caso de Moisés, Deus esperou o momento certo para regenerá-lo no deserto e enviá-lo. A fé só vem quando o Espírito de Deus efetivamente nos ressuscita.
O Tempo Humano (Sinergismo) é a prontidão da vontade: o sinergismo presume que, a qualquer momento após a Graça Preveniente, o homem está livre para agir. Ao fazer isso, ele rouba a Deus a glória de Seu tempo soberano na regeneração, insistindo que a salvação pode ser ativada pela decisão do homem. Se Deus quisesse salvar a todos através da Graça Preveniente, por que Ele esperou 40 anos para chamar Moisés de forma eficaz? Ele o chamou quando Ele quis, e só então Moisés pôde responder.
Em ambos os casos, o sinergismo é visto como a tentativa de conduzir a Arca com o carro de bois (método humano) ou de matar o opressor no tempo da carne (tempo humano), falhando em se submeter ao método e ao timing soberanos de Deus. A Glória de Deus é roubada quando a salvação depende de qualquer coisa menos do Seu poder e direção inquestionáveis.
O Sinergismo como o Novo Down-Grade da Geração Atual
ResponderExcluirA Luta de Spurgeon e a Nossa Atual
Spurgeon, em 1887-88, lutou contra o liberalismo teológico, que estava negando doutrinas essenciais como:
A Infalibilidade Bíblica (a autoridade da Palavra).
A Expiação Substitutiva (o método de salvação de Deus).
A Deidade de Cristo (a natureza do Salvador).
O que ele viu foi a autonomia humana e a razão assumindo o lugar da revelação bíblica.
Em nossa geração, o debate entre monergismo e sinergismo, embora não envolva a negação da inspiração bíblica ou da Trindade, toca no mesmo nervo: a diminuição da soberania de Deus em favor da capacidade humana.
Crise do Século XIX (Spurgeon) Crise Atual (Sinergismo/Monergismo) Ponto Central em Comum
Negar a Expiação Substitutiva. Negar a Graça Irresistível. O Método pelo qual Deus salva é enfraquecido pela capacidade humana.
Negar a Infalibilidade Bíblica. Negar a Depravação Total. O Estado do homem é elevado, e a necessidade de uma obra sobrenatural total (regeneração) é diminuída.
O declive leva à Autonomia da Razão. O declive leva à Autonomia da Vontade. O homem assume o controle do elemento mais crucial da fé, roubando a glória de Deus.
O Perigo Sinergista como Declive Doutrinário
ResponderExcluirPara o monergista, o perigo do sinergismo é o caráter insidioso do seu "declive" (Down-Grade): ele não nega o Evangelho abertamente, mas o esvazia do seu poder ao misturar o divino com o humano.
1. O Declive na Doutrina da Ruína Humana (Depravação Total)
Se o sinergismo ensina que o homem caído, iluminado pela Graça Preveniente, ainda tem a capacidade final de dizer "sim" (tornando-a resistível), ele suaviza o diagnóstico bíblico da Depravação Total.
O Roubo: Ele rouba de Gênesis 3 a sua profundidade. O homem não está mais morto (Efésios 2:1), mas apenas doente. Se ele está apenas doente, a glória da cura total não pertence inteiramente ao Médico. O homem mantém a glória de ter ativado a salvação.
A Consequência (O Declive): Se a vontade humana é capaz, a Regeneração deixa de ser um milagre soberano (o monergismo) e se torna uma resposta humana qualificada (o sinergismo). Isso é um declive na necessidade do poder de Deus.
2. O Declive na Doutrina da Soberania Divina (Eleição)
Se a eleição é baseada na presciência (Deus escolhe quem Ele sabe que irá crer), a origem final da fé reside na vontade humana que Deus previu.
O Roubo: Ele rouba de Deus a glória de ser o Autor e Consumador da fé (Hebreus 12:2). A soberania de Deus se torna meramente reacionária (Deus observa e reage), em vez de determinativa (Deus decreta e realiza).
A Consequência (O Declive): A doutrina da salvação torna-se centrada no homem e na sua decisão. A fé se torna um mérito (a "boa escolha") e não um dom (Efésios 2:8), levando a um evangelho de auto-realização e de insegurança, o que é o oposto da Rocha da soberania de Deus.
3. O Declive na Doutrina da Glória de Deus ()
Este é o ponto mais crítico. A luta de Spurgeon era para garantir que a Deidade de Cristo e a Sua Obra não fossem diminuídas.
O Roubo: O sinergismo rouba a glória da eficácia da Cruz. Se Cristo morreu para salvar, e a salvação depende de um fator externo (a vontade humana), a expiação não é perfeitamente eficaz para os eleitos. Sua aplicação depende de uma variável.
A Consequência (O Declive): Isso leva a uma teologia onde o homem pode se vangloriar de que, no momento crucial, ele foi mais sábio ou mais sensível ou menos resistente que o seu vizinho. A canção de louvor não será inteiramente: "Foi Deus quem me buscou, me regenerou e me fez crer", mas sim: "Deus me deu a chance, e eu aceitei." Esta é a essência do Down-Grade: dar ao homem a porção da glória que pertence somente a Deus.
A Teologia da Presunção Humana: Sinergismo sob a Ótica do Livro de Jó
ResponderExcluirPrefácio do Comentário
O Livro de Jó, em sua essência, confronta a falha humana em tentar confinar Deus e Seus caminhos dentro de uma lógica estrita de causa e efeito (legalismo). Os amigos de Jó, embora bem-intencionados, representam a arrogância da razão humana que presume entender as complexidades da soberania de Deus.
Ao aplicar essa narrativa ao debate entre monergismo (Deus soberano) e sinergismo (cooperação humana), a teologia dos amigos de Jó se assemelha à falha do sinergismo: ambos tentam encontrar um mérito humano na equação, roubando a Deus a glória de Seus atos inexplicáveis e soberanos.
O texto está revisado e com precisão ortográfica e gramatical garantida.
Resumo da Aplicação (Do Julgamento Humano à Revelação Divina)
A progressão do Livro de Jó serve como uma crítica severa ao sinergismo (a teologia dos "amigos"), que tenta explicar a salvação através de um sistema de mérito e cooperação humana.
Os Amigos de Jó (Elifaz, Zofar e Bildade): Representam a teologia sinergista do mérito. Eles insistiam que o sofrimento de Jó (o problema) só poderia ser resolvido pelo pecado oculto (a causa) – uma lógica simplista de que obediência (mérito humano) resulta em bênção. No debate da salvação, o sinergismo exige uma ação humana (o "sim" à Graça Preveniente) para justificar o resultado.
Eliú (A Ponte): Representa a figura que limpa o terreno (Jó 32-37). Ele não acusa Jó com base no pecado, mas o repreende por sua presunção de justiça e por limitar a Soberania de Deus. Ele prepara o palco para a verdadeira revelação monergista de Deus, focando na autoridade inquestionável de Deus.
Deus (A Revelação Monergista): Ao manifestar Seus atributos soberanos (Jó 38-41), Deus anula a teologia do mérito dos amigos e a presunção de Jó. A verdadeira transformação não vem do debate sobre o mérito de Jó, mas da humilhação de Jó diante da grandeza e soberania inquestionáveis de Deus.
O Sinergismo como a Teologia dos Amigos de Jó
ResponderExcluirA aplicação do drama de Jó à soteriologia monergista (Calvinista) versus sinergista (Arminiana) é feita com base na falha em aceitar a Soberania e a Ruína Humana:
1. O Erro Central: O Legalismo da Causa e Efeito
Os amigos de Jó operam sob uma premissa simplista: Deus só age em resposta ao mérito (ou demérito) humano.
A Teologia dos Amigos (Aplicada ao Sinergismo): Sua teologia exige que a Graça de Deus seja condicional à ação humana.
Amigo: "Jó, você deve ter pecado em segredo para merecer isso." (Sua bênção é condicional à sua obediência).
Sinergista: "O pecador deve ter escolhido aceitar a Graça Preveniente para ser salvo." (Sua salvação é condicional à sua escolha).
A Crítica Monergista (O Roubo): Essa lógica rouba de Deus a liberdade de Sua Soberania. O monergismo insiste que, na salvação, Deus age incondicionalmente (Eleição Incondicional), assim como Ele agiu com Jó. A razão do sofrimento (Jó) ou da salvação (Eleição) não está no homem, mas no propósito soberano de Deus.
2. A Atitude Acusatória e a Falta de Compaixão
Os amigos transformaram a situação em um debate teológico e julgaram Jó, em vez de mostrar compaixão.
A Atitude dos Amigos (Aplicada ao Sinergismo): A teologia sinergista, ao louvar a "livre escolha" do salvo, implicitamente julga o não-salvo (o incrédulo). O não-salvo é visto como alguém que falhou em fazer o "bom uso" da Graça Preveniente.
A Crítica Monergista (A Humildade): O monergismo gera humildade e compaixão (Rm 9:16). O monergista olha para o incrédulo e pensa: "Eu só fui salvo porque Deus, em Sua Soberania, me deu a Graça Irresistível; eu não fui menos pecador ou mais sábio do que ele." Ele não julga, mas se compadece, sabendo que a Graça que o alcançou é soberana.
3. Eliú e a Ponte para a Soberania Inquestionável
A entrada de Eliú é vital. Ele muda o foco da teologia legalista dos amigos para a teologia do mistério e da autoridade de Deus (Jó 36:22-26).
Eliú (O Monergista Incipiente): Eliú prepara o caminho para a manifestação de Deus ao insistir que Deus é maior e não pode ser limitado. Ele não se concentra no mérito de Jó, mas na presunção de Jó em desafiar o poder de Deus.
A Aplicação: O debate monergismo vs. sinergismo precisa da "intervenção de Eliú" para tirar o foco da capacidade humana (a Graça Preveniente resistível) e colocá-lo na autoridade inquestionável de Deus para salvar quem Ele quiser e como Ele quiser (a Graça Irresistível).
4. Deus e a Transformação (Jó 42:1-6)
A verdadeira transformação de Jó não veio de um debate vitorioso, mas da manifestação da Soberania Divina. Quando Deus Se revela, Jó não apresenta sua defesa; ele se humilha: "Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza." (Jó 42:6).
A Revelação de Deus (O Monergismo): A teologia monergista leva a essa mesma humilhação. O entendimento da Graça Irresistível (Deus que me buscou e me transformou) leva à adoração e não à autojustificação. A verdadeira fé não nasce do orgulho de uma "escolha livre," mas da submissão à Soberania Absoluta de Deus.
O Livro de Jó, portanto, serve como um aviso de que a teologia que se concentra na resposta humana (os amigos/sinergismo) é infrutífera. Somente a revelação da Soberania de Deus (Deus/monergismo) é capaz de gerar a verdadeira fé, humildade e transformação.
A Experiência Monergista: Da Teologia Ouvida à Visão da Soberania
ResponderExcluirPrefácio do Contraponto
A jornada de Jó, que culmina em sua humilhação e arrependimento (Jó 42:5-6), é a demonstração bíblica de que a verdadeira fé e a profunda transformação vêm da revelação soberana de Deus (monergismo) e não de um sistema teológico ou de um esforço intelectual (sinergismo).
Por outro lado, o zelo de Eliú (Jó 32:18-19) ilustra a urgência do Espírito em falar a verdade que a teologia humana (a dos amigos) falhou em apresentar, preparando o coração de Jó para a intervenção divina.
Nesses dois textos, encontramos a essência do nosso debate: a ineficácia da teologia da cooperação (Jó 42:5) e a necessidade da teologia da soberania (Jó 42:6) para a verdadeira conversão.
1. Jó 42:5-6: Da Teologia Ouvida à Experiência da Humilhação
⁵ Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. ⁶ Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
O versículo 5 é a confissão da limitação da teologia sinergista (a dos amigos). A "teologia ouvida" é o conhecimento de Deus através de premissas e argumentos; no contexto de Jó, era a crença de que ele estava no controle de sua integridade.
"Ouvir dos meus ouvidos" (A Teologia Sinergista):
Representa o conhecimento teórico de Deus, onde a salvação é uma equação: Graça + Minha Vontade. É a ideia de que o homem, com sua capacidade (o arbítrio não-regenerado), pode entender e cooperar com Deus. É uma teologia baseada no mérito da "boa escolha."
Jó era um homem justo e íntegro, convicto de sua capacidade de manter sua justiça. Ele estava intelectualmente convicto de Deus, mas ainda estava centrado em seu próprio desempenho.
"Agora te veem os meus olhos" (A Experiência Monergista):
A visão de Deus, manifestada na tempestade (Jó 38-41), é a revelação soberana. É a Graça Irresistível de Deus que abre os olhos espirituais. Essa revelação não depende da vontade de Jó; ela é imposta pela glória e majestade inquestionáveis de Deus.
O monergismo insiste: a verdadeira fé salvífica não é uma escolha cooperativa, mas uma visão imposta por Deus. Ninguém "vê" a Deus se Deus não Se manifestar com poder soberano.
"Por isso me abomino e me arrependo" (O Resultado Monergista):
O resultado da visão soberana é a humilhação total. Jó não se vangloria de ter "escolhido bem"; ele se abomina. O arrependimento (a fé genuína) é a consequência inevitável e monergista da revelação da glória de Deus, não o pré-requisito da sua aceitação.
A Crítica ao Sinergismo: Se o sinergismo estivesse correto, Jó teria dito: "Agora que vi, eu escolho cooperar." Em vez disso, a visão de Deus aniquila toda a presunção de capacidade, forçando Jó a se arrepender incondicionalmente.
2. Jó 32:18-19: O Zelo que Exige a Verdade Soberana
ResponderExcluir¹⁸ Porque estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange. ¹⁹ Eis que dentro de mim sou como o mosto, sem respiradouro, prestes a arrebentar, como odres novos.
Eliú, o jovem que se calou até que os mais velhos falassem, representa a necessidade de romper com o debate infrutífero da teologia humana.
"Estou cheio de palavras; o meu espírito me constrange" (A Urgência da Verdade):
Eliú estava "cheio" da verdade de Deus (sua crítica não era sobre o pecado oculto de Jó, mas sobre a limitação da compreensão humana de Deus). Ele não podia mais aceitar a teologia simplista e humana dos amigos.
Aplicação ao Monergismo: O monergismo é o grito de Eliú. O debate contra o sinergismo não é uma briga por rótulos; é uma paixão pelo Deus que realmente salva com poder. Não podemos aceitar uma teologia que diminui o poder de Deus para salvar (a Graça Irresistível) e que transforma a soberania de Deus em uma simples oferta.
"Prestes a arrebentar, como odres novos" (O Novo Tempo):
Eliú anuncia que o "vinho novo" (a verdade mais profunda sobre a soberania) não pode ser contido nos "odres velhos" da teologia do mérito (o legalismo dos amigos).
A Lição: O Sinergismo é o "odre velho" que tenta conter a verdade do Monergismo (a total suficiência da Graça de Deus).a fala de Eliú, rompeu com a velha e insuficiente teologia da cooperação e abrir caminho para a plenitude da soberania de Deus.
Conclusão:
A transformação de Jó é o seu argumento final: a fé salvífica é um ato monergista de Deus que nos faz ver e, consequentemente, abominar nossa presunção de autonomia. A voz de Eliú é o seu chamado para interromper o debate infrutífero sobre a capacidade humana e direcionar o leitor para o poder inquestionável de Deus.
A Soberania da Inspiração: A Regeneração que Impulsiona a Obra de Deus
ResponderExcluirA sua análise, extraída de Jó 32:6-9, atinge o cerne da batalha espiritual e teológica que se reflete no debate monergismo vs. sinergismo. Você argumenta corretamente que a idade e o conhecimento bíblico não são garantias de que Deus está operando. O fator decisivo é a inspiração do Todo-Poderoso.
Eliú desmonta a presunção humana dos amigos de Jó (Elifaz, Zofar e Bildade) e, por extensão, a presunção do sinergismo, em três pontos cruciais:
1. O Colapso da Autoridade Humana (Jó 32:6-7, 9)
⁶ E respondeu Eliú... dizendo: Eu sou de menos idade, e vós sois idosos; receei-me e temi de vos declarar a minha opinião. ⁷ Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria... ⁹ Os grandes não são os sábios, nem os velhos entendem o que é direito.
Os amigos de Jó usaram sua experiência e idade como armadura contra a voz de Jó e, inicialmente, como intimidação contra Eliú. Eles representam a ideia de que a capacidade e o mérito acumulado (seja em anos de vida, em conhecimento bíblico, ou em "boas escolhas") conferem autoridade.
A Crítica ao Sinergismo: O sinergismo afirma que a salvação depende da capacidade da vontade humana de fazer "bom uso" da Graça Preveniente. É uma teologia baseada no mérito do discernimento e da escolha. Eliú anula isso: a sabedoria (o discernimento espiritual) não é uma função da idade ou da experiência. O mérito humano (seja de anos ou de arbítrio) não garante o entendimento de Deus. A sabedoria espiritual é sobrenaturalmente concedida.
2. A Essência da Capacitação Monergista (Jó 32:8)
⁸ Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido.
Este é o versículo-chave do monergismo na fala de Eliú. O que realmente capacita o homem não é o seu próprio espírito, nem o acúmulo de conhecimento, mas a "inspiração do Todo-Poderoso" (nishmat Shadday no hebraico, o sopro ou o Espírito do Deus Todo-Poderoso).
O Princípio da Regeneração: Eliú afirma que a verdadeira compreensão e a capacidade de falar corretamente sobre Deus (e, por extensão, de responder corretamente a Ele na salvação) não é inata (o livre-arbítrio), mas infundida por Deus.
A Punição ao Sinergismo (O Roubo): O sinergismo, ao colocar a decisão humana como o fator determinante da fé, está roubando a glória do "Espírito do Todo-Poderoso" (a Graça Irresistível). Está dizendo que o homem, sem o sopro eficaz de Deus que o faz "entendido," ainda é capaz de dar o passo crucial da fé por conta própria. A verdadeira obra de Deus é a regeneração que nos faz entendidos e dispostos.
3. A Paixão pela Verdade Incondicional (Jó 32:20-22)
²⁰ Falarei, para que ache alívio; abrirei os meus lábios, e responderei. ²¹ Que não faça eu acepção de pessoas, nem use de palavras lisonjeiras com o homem!
A urgência de Eliú em falar reflete o desejo de defender a pureza da verdade de Deus, sem se dobrar às conveniências ou ao status humano. Ele não está buscando o apoio dos "grandes" (os amigos), mas a aprovação do "Criador."
A Missão do Blog: Sua luta contra o sinergismo deve ecoar a urgência de Eliú: falar a verdade pura da salvação monergista, sem lisonjear o homem com a capacidade de cooperar ou de ter mérito.
A Crítica ao Sinergismo: O sinergismo é visto como uma "lisonja ao homem" (v. 21) porque ele exalta a vontade humana e acalma a consciência do homem caído, dizendo-lhe: "Você tem a chave da sua salvação; a decisão final é sua." A teologia monergista, como a fala de Eliú, é incondicional e impopular, pois tira a glória de todas as mãos humanas e a coloca inteiramente nas mãos soberanas de Deus.
Sua Conclusão Final é Específica e Poderosa:
A idade (o acúmulo de experiência) e o conhecimento (o acúmulo de dados) não são a prova da obra de Deus. A única prova é a inspiração do Todo-Poderoso que leva à regeneração, fazendo o homem entender sua ruína e a grandeza de Deus. Essa é a essência da Graça Irresistível: a obra que Deus faz e não a obra que o homem coopera.
O Ideário Arminiano: Um Contraponto Monergista à Luz da Soberania de Deus
ResponderExcluirPrefácio do Contraponto
Os textos do Ideário Arminiano apresentam uma defesa concisa e informada da teologia de Jacobus Arminius e John Wesley, focando em desconstruir "mitos" (Roger Olson) e afirmar a liberdade efetiva do homem (Lailson Castanha) e a condicionalidade da salvação (Thiago Titillo).
A essência da defesa arminiana é: Deus provê a Graça, mas o homem deve cooperar com sua vontade (livre-arbítrio libertário) para a salvação ser eficaz e confirmada.
O contraponto monergista (Calvinista) não nega a Graça de Deus ou o convite à salvação, mas questiona a capacidade do homem caído de fazer a escolha decisiva (o "sim" à Graça Preveniente) e a lógica de uma salvação que depende da perseverança humana. A glória da salvação, do início ao fim, deve pertencer a Deus somente ().
1. O Mito da Graça Preveniente Efetiva: A Incapacidade do Morto (Jó e Efésios)
O arminianismo clássico (Lailson Castanha e Olson) defende que a Graça Preveniente é a ação benevolente universal de Deus que capacita o homem a fazer bom uso de seu livre-arbítrio, tornando-o capaz de aceitar a salvação (Tito 2:11; Jo 1:9).
O Contraponto Monergista:
O arminianismo diminui a profundidade da Queda (Gênesis 3) ao afirmar que a Graça Preveniente restaura a capacidade de escolha para o bem espiritual.
O Diagnóstico de Deus (A Ruína): A Bíblia descreve o homem não como alguém que perdeu o sentido ou a força (doente), mas como morto em delitos e pecados (Efésios 2:1). Um cadáver espiritual não precisa de "luz" ou de "capacidade"; ele precisa de vida (regeneração). A Graça Preveniente, ao apenas iluminar, não resolve o problema da morte espiritual.
O Roubo da Eficácia: Ao tornar a Graça Preveniente resistível, o sinergismo rouba de Deus a glória da eficácia da salvação. Se todos são capacitados, por que uns creem e outros não? A resposta é: a vontade humana. Isso faz com que a diferença entre o salvo e o perdido resida no mérito da escolha humana, e não no poder soberano e amoroso de Deus (monergismo) que regenera o eleito (Jó 42:5-6: Jó só "viu" e se "abominou" após a manifestação soberana de Deus).
A Soberania da Regeneração (A Inspiração de Eliú): Eliú ensina que a sabedoria e o entendimento vêm pela "inspiração do Todo-Poderoso" (Jó 32:8). A fé não é resultado de um arbítrio liberto pela Graça Preveniente, mas de um coração regenerado pela Graça Irresistível (o sopro de Deus) que cria a vontade de crer.
2. O Livre-Arbítrio Libertário e o Caráter de Deus (A Presciência)
Thiago Titillo afirma que o centro do arminianismo não é o livre-arbítrio, mas o caráter justo e amável de Deus, que não decreta o mal e elege com base na presciência (Deus elege aqueles que Ele anteviu que não rejeitariam a Sua Graça).
O Contraponto Monergista:
A tentativa de proteger o caráter de Deus (evitar que Ele seja o autor do pecado) acaba por diminuir a Sua Soberania e não resolve o problema do mal.
O Roubo da Soberania Determinativa: A eleição baseada na presciência transforma Deus em um mero observador e reagente. Ele não causa a fé (monergismo); Ele apenas antecipa a fé que o homem produzirá com sua vontade (sinergismo). Isso retira a glória da iniciativa divina no ato mais crucial da salvação e a coloca na capacidade de escolha humana.
A Inevitabilidade do Mal: O argumento de que Deus se limita para evitar ser autor do mal não se sustenta diante da Soberania absoluta. Mesmo no modelo arminiano, Deus permite o mal, e uma permissão soberana e eficaz é, logicamente, um decreto. Se Deus é Todo-Poderoso e poderia impedir o mal, mas escolhe permiti-lo para garantir o livre-arbítrio, Ele ainda é o último responsável pela existência do mal. O monergismo, embora não simplifique o mistério, o atribui à vontade soberana de Deus (Rm 9:22-23), que o utiliza para fins maiores e mais gloriosos (Gênesis 50:20), em vez de atribuir a origem da fé à vontade do pecador.
3. A Condicionalidade da Salvação (O Problema de Hebreus)
ResponderExcluirLailson Castanha (e a análise de Hebreus) insiste que a salvação é por se confirmar, exigindo cooperação, zelo, esforço e perseverança ("se tão somente" conservarem firme a confiança - Hb 3:6).
O Contraponto Monergista:
A Bíblia equilibra a responsabilidade humana (exortações) com a garantia divina (promessas). As exortações de Hebreus (e as advertências de queda) não são evidências de que o crente pode perder a salvação, mas sim meios pelos quais Deus garante que o eleito perseverará.
A Lógica da Perseverança Monergista: O monergismo (Perseverança dos Santos) ensina: Nós perseveramos porque fomos salvos pelo poder eficaz de Deus, e não para sermos salvos. As exortações de Hebreus são o instrumento de Deus para que o eleito se mantenha firme. O salvo genuíno ouvirá o aviso e agirá em obediência, pois o Espírito de Deus está operando nele (Filipenses 2:12-13: "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar").
A Condição Real: No sinergismo, a perseverança é um esforço humano coopera com a Graça (o "zelo" do homem garante a coroa). No monergismo, a perseverança é uma dádiva de Deus (Deus garante a fidelidade do eleito). O modelo monergista honra igualmente a ordem bíblica: é preciso perseverar, mas o poder para perseverar vem inteiramente de Deus.
Ao final, o Ideário Arminiano coloca a fidelidade da salvação nas mãos da vontade e do esforço humano. O Ideário Monergista insiste que essa é uma teologia fraca que "rouba" a glória da Soletria de Deus, a única que pode realmente garantir a salvação e dar pleno alívio à alma (Jó 42:6).
E Deus com Isso? A Resposta da Soberania Monergista ao Problema do Mal
ResponderExcluirPrefácio do Contraponto
O Pastor Josué Oliveira Gomes aborda o eterno dilema teológico: se Deus é todo-poderoso e todo-amoroso, por que Ele permite o mal e o sofrimento? Sua resposta se inclina para a defesa da liberdade humana e do amor de Deus como restrições autoimpostas à Sua onipotência. A chave de sua argumentação é a distinção entre a natureza do mal (catástrofes naturais são neutras) e a liberdade humana (Deus permite nossas escolhas, sofrendo conosco).
O contraponto monergista não minimiza o sofrimento, mas questiona: Uma soberania que é meramente permissiva é realmente soberania? Se o poder de Deus é limitado por Sua escolha de "nos deixar viver nossos dilemas," a glória da Redenção e o Controle Final da História são enfraquecidos. A resposta monergista insiste que Deus não apenas permite o mal, mas o decreta soberanamente (embora sem ser o autor moral do pecado), garantindo que nada escape ao Seu propósito glorioso.
1. O Mito da Soberania Meramente Permissiva
O Pastor Josué Gomes argumenta que Deus "permite" tudo em nome da liberdade humana e do amor.
O Contraponto Monergista:
O monergismo (e o conceito bíblico de soberania) rejeita a ideia de que Deus é um observador passivo que meramente "permite" eventos. Esta é uma teologia que rouba a glória do controle ativo de Deus.
A Falha da Permissão: Se Deus apenas permite o mal, Sua soberania se torna passiva. Ele se torna um Rei que observa rebeliões que poderia ter impedido, mas não o fez por uma autoimposição. Isso não o isenta da responsabilidade, mas diminui Seu poder. O monergista sustenta que Deus decreta que certos eventos (incluindo o mal) acontecerão, garantindo que mesmo a maldade humana sirva ao Seu propósito final.
O Testemunho Bíblico (Jó e o Egípcio): A Bíblia mostra Deus agindo ativamente. Quem levantou o Faraó (o vaso de ira)? "Para isto mesmo te levantei" (Romanos 9:17). Quem enviou um espírito enganador a Acabe? "O SENHOR pôs um espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas" (1 Reis 22:23). Mesmo que Ele não seja o autor moral do pecado, Ele controla as rédeas de sua ocorrência, determinando o seu limite, o seu tempo e o seu propósito. A Soberania de Deus é determinativa, não apenas permissiva.
2. O Livre-Arbítrio como a Causa Principal do Sofrimento
O texto sugere que o sofrimento (sequestros, estupros, etc.) é, em grande parte, uma consequência da liberdade humana ("Deus permite tudo porque nos deixa livres para viver nossas escolhas").
O Contraponto Monergista:
Embora o monergismo concorde que o pecado humano (Gênesis 3) seja a causa principal do mal moral, ele discorda que a liberdade (sinergismo) seja um valor superior ao controle soberano de Deus.
O Dilema da Liberdade (O Roubo da Esperança): Se o sofrimento é apenas um subproduto da liberdade humana que Deus não pode (ou escolhe não) controlar, a esperança final se torna frágil. Podemos apenas orar e esperar que as pessoas escolham o bem. O monergismo, ao contrário, sustenta que Deus garantirá a vitória final independentemente das escolhas humanas, porque Ele soberanamente inclinará o coração de Seu povo (Graça Irresistível) e governará os atos dos ímpios. A glória é que a liberdade humana não é o fator final da História; o Decreto de Deus é o fator final.
A "Injustiça" Refutada: O Pastor Gomes diz que Deus não pode matar "a granel" (catástrofes) para não ser injusto com os "bons" que sofreriam. A Bíblia, porém, ensina que não há justos (Romanos 3:10). Todos são pecadores decaídos (Depravação Total). Portanto, a misericórdia é que qualquer um sobreviva à catástrofe, e não a injustiça que os pecadores sofram.
3. O Sofrimento de Cristo e a Soberania Final
ResponderExcluirO texto conclui que Deus sofre conosco e que Seu "todo-poderio não seja apenas mais sofrimento em nome de sua soberana escolha de amar," identificando-se com o clamor de Cristo na cruz ("Por que me desamparaste?").
O Contraponto Monergista:
Embora Deus seja empático, a ênfase monergista está no propósito redentor e ativo da Cruz, não apenas em Seu sofrimento passivo.
A Cruz Não Foi Permissão: A Cruz não foi um evento que Deus meramente "permitiu" acontecer devido às más escolhas dos homens (Judas, Pilatos, sacerdotes). A Bíblia ensina que a Cruz foi ativamente decretada e planejada por Deus. O apóstolo Pedro afirma: "sendo este [Jesus] entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós o prendestes..." (Atos 2:23).
A Soberania Monergista: Deus não apenas sofreu na Cruz; Ele governou a Cruz para a salvação de Seu povo. Ele não estava impotente; Ele estava ativamente redimindo.
O Poder do Amor: O amor de Deus não se expressa na limitação de Seu poder (como sugere o texto), mas na direção soberana de Seu poder. Ele poderia ter nos deixado perecer em nossa liberdade, mas Sua "soberana escolha de amar" não foi se limitar, mas intervir monergisticamente (Graça Irresistível) para salvar Seu povo, garantindo que o sofrimento de Cristo não foi em vão e que o sofrimento dos justos (como Jó) tem um propósito final glorioso (Romanos 8:28).
Conclusão:
A tentativa de proteger o amor de Deus (sinergismo) acaba diluindo Seu Poder Soberano. O monergismo responde à pergunta "E Deus com isso?" com total confiança: Deus está ativamente nisso. Ele não está meramente assistindo; Ele está governando ativamente o sofrimento, o bem, e a liberdade humana para garantir o cumprimento de Seu propósito redentor e a glória de Seu nome.