domingo, 24 de janeiro de 2010

Sobre os decretos de Deus, que dizem respeito à salvação dos homens PECADORES, segundo seu próprio sentido

Jacobus Arminius.
15. SOBRE OS DECRETOS DE DEUS, QUE DIZEM RESPEITO A SALVAÇÃO DE HOMENS PECADORES, SEGUNDO SEU PRÓPRIO SENTIDO.
.1. O primeiro decreto sobre a salvação dos pecadores, como aquele pelo qual Deus resolve nomear seu Filho Jesus Cristo como Salvador, Mediador, Redentor, sumo sacerdote, também aquele que pode expiar os pecados, e, pelo mérito de sua própria obediência pode recuperar os perdidos a salvação, e dispensá-los pela sua eficácia.
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2. O segundo decreto é aquele pelo qual Deus resolve receber em favor aqueles que se arrependem e creem, e, para salvar em Cristo, por causa de Cristo e por Cristo, os que perseveram, mas para deixar debaixo do pecado e da ira aqueles que são impenitentes e incrédulos, e condená-los como estrangeiros de Cristo.
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3. O terceiro decreto é aquele pelo qual Deus resolve para administrar esses meios de arrependimento e fé, são necessárias, suficientes e eficazes. E essa administração é direcionada de acordo com a sabedoria de Deus, por que ele sabe o que é adequado, pelo qual ele sabe aquilo que é adequado, ou seja, se convém a misericórdia ou a severidade; mas também segundo a sua justiça, por qual ele está preparado para acompanhar e executar [os direcionamentos] de sua sabedoria
.4. Destes, segue um QUARTO DECRETO, a respeito da salvação de pessoas específicas, e na condenação de outras. Este descansa ou depende da presciência e previsão de Deus, por que ele sabe quem creria com a ajuda da graça preveniente ou anterior, e perseveraria pelo auxílio da graça posterior ou seguinte, e quem não iria crer e perseverar.
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5. Disto, Deus diz que "sabe quem são seus", e o número daqueles que serão salvos, e daqueles que serão condenados, é certo e fixo, e o quod e o qui, [a substância e as partes de
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.quem ele é composto,] ou, como a expressão das escolas, materialmente e formalmente.
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6. O segundo decreto [descrito no § 2] é a predestinação para a salvação, que é o fundamento do cristianismo, salvação e da certeza da salvação, é também a matéria e a substância da doutrina ensinada pelos apóstolos.
.7. Mas essa predestinação, pela qual Deus teria decretado salvar criaturas e as pessoas em particular para revestir-los com fé, não é o fundamento do cristianismo, da salvação, nem da certeza da salvação.

Tradução: Lailson Castanha

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ARMINIUS, Jacobus. Works of Arminius Vl 2_15. On The Decrees Of God Which Concern The Salvation Of Sinful Men, According To His Own Sense
http://wesley.nnu.edu/arminianism/arminius/v.htm#11. OF THE FALL OF ADAM
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sábado, 23 de janeiro de 2010

DA QUEDA DE ADÃO

Jacobus Arminius
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11. DA QUEDA DE ADÃO
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1. Adão era capaz de continuar na bondade e de abster-se de pecar, e isso em realidade e em referência à questão, e não apenas pela potencialidade impedida de ser posta em ação, por conta de algum decreto anterior de Deus, ou melhor, não sendo possível conduzir a um ato pelo decreto anterior.
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2. Adão pecou livremente e voluntariamente, sem qualquer necessidade, interna ou externa.
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3. Adão não caiu por meio do decreto de Deus, nem por ser ordenado a cair nem por deserção, mas pela mera permissão de Deus, que não é colocada em subordinação a predestinação quer à salvação ou a morte, mas que pertence a providência, como se distingue até agora, em oposição a predestinação.
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4. Adão não caiu, necessariamente, quer no que diz respeito a um decreto, nomeação, deserção, ou permissão, a partir do qual é evidente que tipo de julgamento deve ser formado sobre as expressões das seguintes descrições:
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5. "Confesso, certamente, que pela vontade de Deus todos os filhos de Adão cairam nesta condição miserável em que estão confinados e presos." (Calvin's Institute, lib. 3, cap. 23.)
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6. "Eles negam, em palavras expressas, a existência deste fato - que foi decretado por Deus que Adão devesse perecer por sua própria deserção".
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7. "Deus sabia de antemão o que resultaria ao homem, ele tornou-se, assim, foi ordenado pelo seu decreto."
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8. "Deus não só previu a queda do primeiro homem, mas por sua própria vontade, ordenou ele."
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Obs: Neste comentário, sobre a queda de Adão, Jacobus Arminius traça sua assertiva levando em consideração seu distanciamento da teologia calvinista, por isso, ao final de suas considerações, destacando algumas afirmativas contrárias ao seu pensamento (quatro últimas citações), intentando mostrá-las como inadequadas. A primeira, afirmação citada é de Calvino.
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Tradução: Lailson Castanha
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ARMINIUS, Jacobus. Works of Arminius, Vl 2.
http://wesley.nnu.edu/arminianism/arminius/v.htm#11. OF THE FALL OF ADAM
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

“Não sois das minhas ovelhas” (Jo 10. 26) – uma interpretação arminiana.

A Bíblia é enfática na ressalva de que ninguém pode ir até Cristo, se o Pai não o enviar. Mas é clara também, no fato de que, apenas serão salvos os que crerem e se submeterem a Cristo. Quanto ao número das pessoas que irão até Cristo, declarado nas suas palavras, “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim”(Jo 6.37), as Escrituras afirmam: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.” (Jo 12.32). Sobre a vontade do Pai, em relação a essas pessoas, Jesus afirma: “Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna”.(Jo 6.40a)
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Sobre essa questão, vários pesquisadores das Escrituras, teólogos, e debatedores livres, afirmam que o fato de Jesus afirmar: “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas,” indica que existem pessoas que, por serem rejeitadas por Deus, foram, por conseguinte, impedidas de crer.
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Segundo eles, a ordem estabelecida seria:
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Deus rejeita, por isso impede as pessoas de crer.
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Quando Jesus afirma: “Mas vós não credes, porque NÃO SOIS DAS MINHAS OVELHAS”,(Jo 10.26) com isso afirmava, que a prova que os tais não eram participantes de seu rebanho, era a ausência de fé, não a impossibilidade dada por Deus de que cressem, tanto que, por não crerem, foram censurados por Cristo. Se Eles não fizessem parte das ovelhas, como parte de um plano específico de Deus, os tais não seriam censurados. Não se pode ignorar que estas palavras foram direcionadas à grupos de judeus que já tinham anteriormente desprezado a Jesus, chegando, até mesmo a afirmarem: "Tem demônio, e está fora de si; por que o ouvis?"(Jo 10.20). Esses Judeus tentavam Jesus, com toda sorte de provocações e não criam em suas obras, ademais, rejeitaram a Cristo acusando-o de proferir blasfêmias: “Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10.33).
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As Escrituras não afirmam que os tais judeus já foram rejeitados de antemão, pelo contrário, sobre os judeus as Escrituras afirmam: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam(...)” (Jo 1.11). Isso deixa bem claro, que os judeus citados por Cristo, não estavam entre as suas ovelhas porque, anteriormente eles mesmos (os judeus incrédulos) já o tinham rejeitado, e não porque Cristo precedentemente os rejeitou . Muitos textos sacros evidenciam o fato de que, o próprio Deus encerra os insubordinados na desobediência e endurece ainda mais os já antes duros de coração, que não acolhem o amor da verdade para serem salvos, enviando a “operação do erro, para darem crédito à mentira; afim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade, antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça”.(2 Ts 2.10,11); Reflitamos também no texto seguinte de Rm 1.28: “E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm” .
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O grupo descrito por Jesus como "não pertencente as suas ovelhas” ao contrário da idéia de ser um grupo absolutamente rejeitado, fazem parte daqueles judeus descritos por João, aqueles a quem Jesus viera, filhos da mesma Jerusalém que “que mata os profetas, e apedreja os lhe foram enviados!”, sobre a qual Jesus expressou o conhecido lamento: “quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” seguido do severo juízo: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor” (MT .23 37-39).
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Com essa interpretação, rejeitamos a proposição anteriormente destacada, proposta pelos grupos contrários ao arminianismo, entendendo que não está em harmonia com as Escrituras.

Jacobus Arminius, falando sobre o decreto de Deus, afirma:

"O segundo preciso e absoluto decreto de Deus, é aquele em que ele decretou receber em generosidade aqueles que se arrependem e crêem, e, Cristo, pelo seu nome e por Ele, garante a salvação de tais que se arrependem e perseveram fielmente até fim; mas para deixar em pecado, e sob a ira, todos as pessoas impenitentes e incrédulas, e aos maldizentes como estrangeiros de Cristo."(1)
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Corroborando a assertiva de Arminius, propomos o enunciado seguinte, por entender que é mais harmônico com a totalidade dos ensinos bíblicos, a saber:
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Deus rejeita a todos quantos não dão crédito à verdade, impedindo que, posteriormente, creiam.
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“Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.(Ml 2. 2)
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Lailson Castanha.
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(1) ARMINIUS, Jacobus. The Works Of James Arminius V1.
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sábado, 9 de janeiro de 2010

"Duplex amor Dei" na teologia de Jacobus Arminius.

Dr. William den Boer, professor de História da Igreja e História dos Dogmas, na Universidade Apeldoorn em sua fecunda pesquisa direcionada a teologia arminiana, ressalta um conceito arminianio anuviado por outros temas que permeiam o debate em torno da teologia de Jacobus Arminius, principalmente a questão do livre arbítrio. O conceito é o mesmo termo que deu o título para um de seus livros, a saber: Duplex Amor Dei, ou, amor duplo de Deus
Apesar de reformado, Dr Willian den Boer, procura desmistificar algumas ideias equivocadas sobre Arminius e sua teologia. De Boer destaca que a teologia arminiana é pouco estudada e consequentemente mal compreendida.
Em sua citada obra, ele defende, que e a preocupação central da teologia arminiana é destacar a justiça de Deus, apesar de ressaltar, que este tema não se desassocia de outros, estão todos interligados; o destaque ao livre arbítrio humano na teologia arminiana, surge como consequência a centralidade da justiça de Deus. Além de destacar a justiça de Deus, Armínius destaca que a escolha do pecado é do homem em sua completa liberdade para escolher, e, portanto, o mesmo é inteiramente responsável pelo pecado e suas consequências. Deus criou o homem com livre arbítrio, que se manteve após a queda. Percebe-se a justiça de Deus em sua permissão ao exercício da liberdade de escolha do homem. Este homem, em seu livre arbítrio, é inteiramente responsável por todo o pecado, e assim sendo, Deus não pode nunca ser o seu autor. O livre-arbítrio é essencial ao ser humano. Deus criou o homem com a capacidade de exercer escolhas e o trata de forma justa (entendendo por justiça como dar a alguém o lhe é devido). Sem liberdade real do homem, Deus seria o autor de tudo, inclusive o pecado e o mal.
Após a queda de Adão, Deus chama toda a raça humana para a participação numa Nova Aliança. Ele oferece a salvação para todas as pessoas, tendo sua justiça, fundamentada no sacrifício substitutivo de Cristo. Segundo Arminius, Deus em sua graça previniente, disponibiliza todos os meios necessários para que o homem, em sua liberdade, receba a salvação, sendo que o homem a recebe somente através da fé em Cristo, por intermédio da sua graça". Willian den Boer ressalta que na teologia de Jacobus Arminius, “Deus toma a iniciativa para a Nova Aliança. Ele vê no sacrifício vicário de Cristo a satisfação de Sua justiça, é Cristo que dá os meios da graça. O homem possui a livre vontade, e continuamente depende da graça Deus”. Arminius enfatiza que o homem é sempre responsável pela sua descrença, e a sua recusa em aceitar a oferta da graça de Deus, nesta ênfase desfaz-se da tese calvinista da predestinação absoluta. Predestinação incondicional em última análise, significa que as pessoas não têm nenhuma responsabilidade e que Deus seria a causa da incredulidade e do pecado. Crença e descrença seria uma necessidade, atribuída por Deus ".
Sobre os problemas que as pessoas vêm nas possibilidades escolhas do homem caído, De Boer afirma: "Mas Armínio salientou que a escolha do homem, realmente, nunca pode ser uma boa opção sem a graça de Deus.”, isso indica que o homem não tem mérito em sua boa escolha, ela sempre está atrelada a ação da graça de Deus. Normalmente os calvinistas sempre usam o termo "arminiano" em suas críticas aos evangélicos. Eles dão demasiada ênfase sobre "a escolha pessoal a Jesus, sem a ação da graça de Deus . "Isso não é o que Arminius tinha em mente", explica a diferença Den Boer, "Deus está sempre ativamente a encorajar as pessoas a escolher, sem a graça de Deus, seu o incentivo não estaria lá. Mas não há compulsão irressitivel de Deus, Deus, desta forma faz justiça à liberdade essencial do ser humano. Mas o homem não é um indivíduo autônomo que opta por Deus, o homem sem a graça não escolhe próprio bem ". Antes da queda, o homem percebia o bem com clareza, por que Deus, o Sumo Bem, não havia se afastado do homem, após a queda, o homem afetado, só escolhe o bem, com o auxílio da graça. Depois da queda, apesar de continuar com o seu livre arbítrio, ela jamais pode fazer uma escolha virtuosa pois só visualiza e conhecer o que é mal. Por isso, que só faz bom uso do seu livre arbítrio a partir da graça, que mostra a opção virtuosa ao homem.
O teólogo Holandes, também ressalta acertadamente que Armínius não era pelagiano como afirmam os calvinistas, destacando que Arminius considerava a nossa salvação depende da graça de Deus.
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Em seu livro “Duplex Amor Dei. Características contextuais da teologia de Jacobus Arminius (1559-1609)”, Den Boer indica que Arminius acreditava que a doutrina da predestinação de Calvino, Beza e seus seguidores, assim como Gomarus, faz significar que Deus é o autor do pecado. É perceptível que a consequência final da doutrina da predestinação defendida no calvinismo é que Deus é o autor do pecado. Mas ao invés de pensar sobre isso, é dito que isto é entendido devido à estreiteza de nossas mentes. Arminius não aceitou essa justificativa. Sobre isto, citando apenas um exemplo, ele comentou que poderia ser declarado que Deus criou os homens à perdição, coisa que acreditava ser uma idéia contrário à justiça de Deus. Para evitar esse sentimento contraditório, Arminius destaca a justiça de Deus. A justiça de Deus se refletiu no seu amor duplo (duplex amor Dei "). O amor primário de Deus pela ação da sua justiça, demostrando ódio ao pecado e o secundário, em sua relação graciosa com a criatura humana. No conceito de duplo amor, Arminius segundo De Boer, se afasta da Teologia Reformada, na questão da relação entre o conhecimento de Deus e sua vontade. Na questão se o conhecimento de Deus existe antes da vontade de Deus, ou vice-versa, os Teólogos reformados ensinam que a vontade de Deus “é” antes de seu conhecimento. Em primeiro lugar, Deus quer o que os pecadores fazem, então ele sabe quem ele quer bem-aventurados. A Criação de Deus e a predestinação são dominadas por sua vontade livre e soberana. Claro que falamos aqui de uma forma humana, sabendo que o conhecimento de Deus está posicionado na eternidade e entendendo a complexidade desse assunto. Teologicamente falando, esse juízo é feito como organização ao pensamento.
Atrás da análise do amor de Deus está a questão da relação entre a essência de Deus e seus atributos. Deus e Seus atributos de perfeição são idênticos, mas em nossa compreensão, os vemos como propriedades diferentes. A distinção entre os atributos de Deus é uma distinção virtual – não real em si .
Os atributos de Deus não são os sentimentos de Deus. Justiça, bondade, amor e graça, são atributos de sua plenitude. O amor de Deus (Amor ") é a determinação de seu amor eterno, decretando que homem seja eleito para a salvação, pela graça de Cristo através da fé.
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Deve-se considerar a manifestação do amor de Deus de duas formas, ou seja, um duplo amor de Deus: o primeiro deles é o amor à justiça [ou justiça], pelo qual Deus mostra o seu ódio ao pecado. O segundo é um amor pela criatura, é um amor pelo homem, segundo a expressão do apóstolo aos Hebreus: "Porque o que vem a Deus deve cer que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam "(Hb 11:6).
Den Boer assim define o duplo amor: Arminius identifica o duplo amor de Deus como fundamento da religião em geral, e da religião cristã, em particular. A primeira e mais importante é o amor pela justiça, o segundo e subordinado amor, é para a humanidade. O último é subordinado, porque há uma coisa que o limita: o amor de Deus pela justiça. Em outras palavras, Deus pode amar uma única pessoa, quando sua justiça foi satisfeita com relação a essa pessoa.”
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Lailson Castanha.....
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Foto: Dr. William den Boer, professor de História da Igreja e História dos Dogmas, na Universidade Apeldoorn
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domingo, 3 de janeiro de 2010

Cristianismo desencarnado.

O que se conhece por cristianismo hoje, quase nada tem haver com a fé em Cristo e no seu sacrifício na Cruz como fator preponderante para nossa reconciliação e recomeço, nada tem a ver com amor e justiça. Hoje cristianismo em suas diversas vertentes é uma religião desencarnada de sua matéria principal. Vemos nas igrejas apenas a idéia de cristianismo, mas não conseguimos enxergar essa idéia encarnada.
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A essência Cristã é Cristo, ele é visto no meio da cristandade pelos seus valores, e quando esses valores são adotados e exercitados de forma real, quando isso acontece, quando a matéria principal, que é a doutrina de Cristo está encarnada, não mais haverá representação, mas através da vivência desses valores haverá a demonstração de vida cristã, e todos os que estão a ver, verão um cristianismo autêntico de uma fé encarnada, demonstrada nas ações e nos valores da cristandade. Cristo, através do cristianismo encarnado será entendido, por que seus valores serão expostos na vivência de cada um que tem no cristianismo sua identidade existencial. Mas o que vemos hoje nos círculos cristãos, não é a mensagem cristã encarnada, em cada vertente vemos uma encarnação ou uma idéia dominante, tomando lugar da mensagem evangélica, incorporada nas manifestações e preocupações de cada seguimento cristão representado. Em alguns seguimentos, egoísmo incorporado numa teologia de um deus prestador de serviços, é que domina a liturgia. Em outros vemos a teologia, apesar de não intrínseca, não essencial, dominando a preocupação dos clérigos dessa representação cristã, o domínio é tão forte que muitas vezes o excesso de zelo pela teologia que encarnam, os fazem esquecer de enfatizar o amor, a mais importante manifestação do cristianismo. É o dogma teológico ganhando mais corpo do que os preceitos de Cristo é a ostentação teológica em maior apreço do que o cristianismo encarnado. E por outro lado também é real na maioria das comunidades cristãs, a despreocupação com o ensino cristão é o cristianismo sem o uso dos dons para o serviço do Reino de Deus, sem o ensino sem a exortação, é o cristianismo sem a responsabilidade com as vidas. É o cristianismo sem discípulos, desencarnado. A situação é tão horrenda, que lideres que defendem uma linha teológica expõe uma crise aberta recentemente na comunidade do outro, que defende um outro pensamento. A vitória da teologia para o primeiro grupo foi mais importante do que guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz. A teologia encarnou-se, colocando a unidade cristã apenas como uma mensagem. Corpo mesmo, vivência, apenas ao dogma teológico.
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Só com o cristianismo encarnado seremos diligentes em guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz, porque o amor cristão, o amor de Cristo encarnado, tem poder de nos unir mesmo em nossas diferenças filosóficas e teóricas. É necessário que os cristãos busquem com toda alma viver esse amor, para que Cristo e não a teologia seja glorificada.
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Apesar de naturalmente nos identificarmos com um sistema teológico ou filosófico, por termos uma pessoalidade e nela uma tendência que nos diferencia do raciocínio do outro ser, temos em comum a uniformidade das principais doutrinas do cristianismo e nelas devemos nos apegar, para não nos distanciarmos do amor e da convivência harmoniosa com os domésticos na fé.
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Patrística, agostianismo, tomismo, calvinismo, arminianismo, teologia relacional, apesar de serem importantes como sistemas de identidade filosófica-teológica, nada são se comparado com a importância da encarnação da mensagem de Cristo na vida dos cristão.
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"Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos". ( 1Jo.3 16.)
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(1)_"Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, (2)_com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor (3)_esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; (4)_há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação". (Ef.4.1-4)
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Lailson Castanha
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Gravura: H. Bosch (1450 - 1516)
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