segunda-feira, 27 de julho de 2009

Predestinação à luz da história eclesiástica

Pr. Alcione Alves do Nascimento
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Desde o início, manifestaram-se diferenças básicas nas maneiras em que a fé cristã foi encarada no Ocidente e Oriente. Estas diferenças revelam-se claramente nos conflitos teológicos dos séculos quarto e quinto, quanto a questão da Salvação que envolve os dois fatores, o pecado e a graça, as controvérsias foram maiores nos séculos quarto a sexto, questão que contribuíram sensivelmente para a ruptura dentro da Igreja Ocidental do Século dezesseis.
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A questão não foi se Cristo salva o homem do pecado; Cristo redimiu o homem do pecado, mas qual a parte dos homens, agora, na apropriação desta salvação? Qual a natureza do pecado, e até que ponto ele influencia o homem? E, partindo de Deus, qual a natureza da graça? A salvação do homem é determinada, em última análise, pela graça divina? Ou por algo no homem? A História eclesiástica mostra como se pode confessar Cristo como único Salvador do pecado e, ao mesmo tempo, cair no moralismo, ainda hoje os teólogos preocupam-se muito com diversas questões teológicas, e falta-lhes ainda um conceito profundo a respeito do pecado e da graça. Pelágio, natural da Bretanha, um leigo muito capacitado e de gênio prático, sistematizou as opiniões que haviam sido pronunciadas a respeito do pecado e a graça, considerava-se a si mesmo totalmente ortodoxo, mas foi atacado por Agostinho, que o julgava herege. Pelágio, cuja maior preocupação não eram as doutrinas, mas a vida diária do Cristão, foi contestado por Agostinho, um dos maiores pensadores em toda história da Igreja. Os conceitos de pecado e da graça forma aprofundados por este expoente, quer foi bispo de Hipona no litoral africano. Para Pelágio, Adão era somente um mau exemplo; todo homem começa sua vida semelhante a Adão no Éden, sendo espiritualmente São, a salvação vai depender somente dele mesmo, ou seja não havendo herdado a natureza corrupta de Adão, a vontade tem que ser livre, o que demonstra que ele baseou-se na razão humana, ou seja na lógica: Deus só pode pedir o que o homem pode fazer. Pelágio fundamentou o seu pensamento que o batismo serviu para apagar todo e qualquer pecado anterior, comprometendo o cristão não incorrer em novos pecados, portanto, ensinou a possibilidade de viver uma vida isenta e pecados. Para Pelágio, a graça, significa não somente o perdão dos pecados, mas também os fatos do homem ser dotado da vontade livre racional, e de Deus o homem herdou a lei, portanto, o homem que é salvo por si mesmo.
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Mas, Agostinho contrapôs-se a Pelágio afirmando que o homem diante de Deus está morto. E, em virtude deste fato, a salvação só pode ser realização de Deus. Somente Deus é capaz de libertar o homem da sua escravidão do pecado que é um ato incidental da livre vontade. Adão, inicialmente, possuía uma vontade livre, inclinada para o bem; aceitando a assistência graciosa de Deus ele era capaz de preservar no bem, isto é podia não pecar, era livre, mas pecou, e como conseqüência deste triste fato, seus descendentes não nasceram não livres, tendo suas vontade corrompidas que se manifesta como um anseio por novos pecados. É Deus quem salva, não simplesmente torna a salvação possível, mas salva mesmo, renovando soberamente a vontade humana. É fácil compreender como Agostinho é conduzido a afirmar a predestinação divina, pois seria só assim que explicaria como um homem, espiritualmente morto, cuja vontade é escravizada pelo pecado, pode ser salvo.
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Mas entre Agostinho e Pelágio, surgiu um meio-termo, o semi-pelagianos, discordavam de Pelágio e de Agostinho ao afirmar que o homem, diante de Deus não está nem morto nem São, mas doente; a vontade, apesar de enfraquecida, continua livre. Para ser salvo, pois, o homem deve aceitar a graça que Deus lhe proporciona, assim a salvação é o resultado de uma cooperação entre Deus e o homem. Quem vai cooperar com Deus é conhecido de antemão, portanto a idéia de predestinação também foi aceita pelos semipelagianos.
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Uma espécie de semi-agostinianismo tornou-se doutrina oficial da Igreja. Orange deixou claro que, na salvação, e a graça que goza de primazia, graça que não simplesmente coopera, mas que toma a iniciativa, mas desde que a vontade humana não é morta, e sim, apenas enfraquecida, o homem pode resistir a graça, assim a graça irresistível ensina por Agostinho foi abandonada, segundo Orange é pelo batismo que o homem recebe a graça,, graça que o capacita para, em cooperação com Cristo, fazer tudo o que é necessário para a sua salvação. A Igreja oficializou uma doutrina que se situa entre agostinianismo e o semi-pelagianismo ou seja semi-agostinianismo que prevaleceu em toda a Igreja medieval. Esta linha teológica fora seguida por doutores como: Pedro Lombardo, Anselmo e Tomás de Aquino, e no Século dezesseis pelos reformadores.
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Em 1604 iniciou-se uma controvérsia entre dois professores na Universidade de Leyden, na Holanda: Jacó Arminius e Franz Gomarus. Arminius criticou o ensino de Gamarus a respeito da predestinação. Este último, como os calvinistas em geral, ensinava que a predestinação divina não leva em conta nada da parte do homem, mas é incondicional, enquanto que Arminius afirmava que a predestinação pressupõe a fé da parte do homem, ou seja a predestinação é condicional. Para tratar desse polêmico assunto foi convocado um Sínodo Nacional da Igreja Reformada, em Dort, no Sul da Holanda, que condenou a doutrina da predestinação condicional de Arminius.
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Todos são chamados à salvação. Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. E Eu, quando for levantado da terra, Todos atrairei a mim. Deus quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens. O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. e quem quiser, tome de graça da água da vida.
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Deus chama todos ao arrependimento. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados. E fé. crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa.
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Deus chama paulatinamente, cada vez mais fortemente através: da criação, da consciência, da Palavra, dos crentes, do Espírito Santo; as vezes pela Sua bondade, as vezes trazendo julgamento. Se o homem se endurecer durante o chamamento, Deus pode parar definitivamente de chamá-lo; se o homem atender a um nível de chamamento, Deus o levará a outros níveis superiores.
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Todos são habilitados para Salvação. Deus, ao chamar o homem para a salvação, o habilita a atender a benignidade de Deus que leva ao arrependimento. Porque Deus é o que opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade. É por isso que podemos pregar exortando a todos os pecadores a receberem Cristo, e o fazemos...
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O problema não é o homem poder ou não poder salvar-se, mas sim querer ou não querer salvar-se. Estamos perfeitamente de acordo, só com uma ressalva. Por que razão não quererão alguns a salvação? Na verdade, embora a frase seja bonita e constitua até um êxito retórico, nada acrescenta ao problema de fundo, pois o que a Bíblia ensina é que o homem não quer, nem na verdade pode querer seja o que for que agrade a Deus enquanto estiver na carne, isto é, escravizado pelo pecado. Além disso, não quer salvarse porque não compreende, nem pode compreender com a sua mente natural, as coisas de Deus, visto estas só se tornarem compreensíveis pelo Espírito Santo de Deus. Assim, só pela soberana intervenção do Espírito de Deus o pecador será convencido do seu pecado e, libertada a sua vontade, quererá também voltar-se para Deus em arrependimento e fé.
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Alcione Alves do Nascimento - Pastor da Igreja Assembléia de Deus. CGADB nº 36942

Filósofo e teólogo
Bacharel em Teologia pelo IBEL - Intituto Bíblico Eduardo Lane - Seminário Presbiteriano de Patrocínio Minas Gerais e pela FAETEL - Faculdade Teológica Logos; Bacharel em Filosofia com Licenciatura Plena em Sociologia, Psicologia e História pela PUC/PR; Especialização em Filosofia ( Pensamento de Fucoult ) e Antropologia da Revelação pela PUC/PR; Especialização em Administração pela Academia Policial do Guatupê em Convênio com a Universidade Federal do Paraná e Inglês pela WISDOM; Bacharel em Direito pela Faculdades Integradas Santa Cruz
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10 comentários:

  1. Caro Pastor,

    Agostinho foi bíblico ao afirmar que o homem esta morto: Efésios 2:1 – “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vosso delitos e pecados”.

    Romanos capítulo 9 nos demonstra como Deus age na eleição dos santos.


    Cláudio Nishikawara
    claudio.pn@uol.com.br

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  2. Companheiro Claudio, saúde.

    A questão levantada pelo Pr. Alcione, não se desenvolve no problema se o homem está morto ou não, a questão levantada é se os pecadores são predestinados a maneira como acreditava Agostinho ou se tinham alguma participação no acolhimento da graça. Será que só um grupo de irresistivelmente eleitos são chamados para a salvação, ou todos os homens. A partir da questão abordada pelo pastor, podemos levantar a seguinte questão: como a idéia da morte é concebida nas Escrituras? Será a morte tratada literalmente, significando a total incapacidade de o homem responder a graça, ou será essa morte, incapacidade de o homem por si só buscar e desejar o bem? Será que só serão salvos os homens que forem atraídos por uma graça irresistível, ou que, mesmo tendo o seu livre arbítrio, podendo acolher ou rejeitar o chamado de Cristo, serão salvos aqueces que crerem nEle e pela fé se submeterem ao seu senhorio?
    Cremos “Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.” (Rm 11:32). Por isso, acreditamos que todos os que estão mortos são chamados para a vida, sendo essa morte não literal, não significando incapacitado de o homem responder ao chamado de seu Criador, e nem privação de rejeitar o dom que lhe é oferecido. Cremos que a graça de Deus é direcionada a todo o homem, sendo salvo apenas quem recebê-la.

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  3. Caro Lailson,

    Morto é morto, nada escolhe, nada sente, como já mencionei é só ler Romanos 9.
    Só de existirmos todos já é misericórdia, sem a Graça comum seríamos como demônios.
    Leia também João 6, Jesus enfatiza várias vezes "Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer".
    O que as pessoas não querem aceitar é que ninguém tem mérito algum, toda boa ação, todo o bom pensamento, toda a ciência, arte e estética vem de DEUS.
    Cláudio Nishikawara
    claudio.pn@uol.com.br

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  4. Companheiro Claudio, saúde.

    Você acerta quando citando João 6 afirma que “Todo aquele que o Pai me dá virá a mim”(Jo 6.37). Porém você esquece que as Escrituras Jesus afirma: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.” (Jo 12.32). A vontade do pai, é que essas pessoas atraídas, creiam em seu filho. Em relação elas, Jesus afirma: “Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna”.(Jo 6.40a) . Em outras palavras, só será dado ao filho- pelo pai, aqueles que crerem no Filho que pelo Pai foi enviado. Quem não crer, não será dado, - será condenado.

    O texto não nos leva a idéia da impossibilidade de o homem aceitar ou não a Cristo, ele nos leva a perceber que só podemos nos achegar ao filho, pelos meios que o Pai estabeleceu, a saber – “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10:9 )
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    “Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.(Ml 2. 2)

    Usando o termo “morto” literalmente, ou seja, pessoas não salvas que jamais terão oportunidade de acatar ou rejeitar a graça de Deus, alguns textos ou idéias bíblicas perderiam o seu sentido. Por exemplo;

    Se a morte é literal, no molde em que você se esforça em afirmar, por que uma pessoa, que sempre esteve literalmente morta será julgada – qual é o sentido de tal coisa?

    “Não entrarão no meu repouso.
    Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, “(Hb 4. 5,6)

    Se fossem literalmente mortos, por que receberam a pregação? Se não tivessam a possibilidade de guardar a lei, por que então foram rejeitadas tendo por agravante a desobediência?

    Se a morte é literal, por que pessoas são chamados? Tem sentido uma pessoa sem nenhuma condição de responder positivamente a um chamado, ser chamada por Deus?

    As escrituras afirmam que muitos são chamados, mas poucos os escolhidos.
    Se você lembrar-se da Grande Ceia, perceberá que os rejeitados foram chamados, porém, preferiram se ater a seus próprios interesses, por isso foram rejeitados. Vejamos:

    24 "Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia." (Lc 14.23, 24)

    Se todos já estão literalmente mortos, porque então a afirmação:

    "A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.”(Ez 18.20)

    Já não está morto, porque então a impiedade do ímpio cairá sobre ele? Porque juízo futuro sobre um literalmente morto, que como tal, impossibilitado de agir positivamente?

    Todos pecaram, todos estãva mortos em seus delitos e pecados, por isso a graça foi estendidada a todos – a fim de que todos pudessem responder positivamente ao chamado de Deus.

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  5. “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,” (Tt 2.11)

    “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
    Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” (Jo. 1. 11, 12)

    Companheiro, apesar de você não perceber, as bases da teoria arminiana não dá méritos ao homem. Cremos que somos salvos pela graça, sem ela, o homem perdido jamais poderia se aproximar de seu salvador que purifica aqueles que o receber. Cremos que tudo que temos provém de Deus. Porém tabém cremos que podemos endurecer os nossos corações, resistindo o Espirito Santo, como fizeram aqueles que caíram no deserto, usado por Paulo e pelo escritor de Aos Hebreus como exemplos de um comportamente negativo, e como advertência, para que não sigamos o mesmo exemplo, e não venhamos a cair não alcançado aquilo que nos estava proposto.
    Se acatamos o convencimento do Espírito, crendo que Cristo é o nosso único e suficiente Salvado, não temos méritos por aceitar. Todo o merito é Cristo, que venceu a morte por por toda a humanidade, exigindo de mim, apenas que aceite o convencimento de seus Espírito, exigindo apenas que não resitamos ao seu chamado e não endureçamos o nosso coração.
    Se crermos seremos salvos, se não crermos seremos condenado.

    Aquele que moralmente está morto, não deve endurecer o coração quando for visitado pelo Espírito, pois “a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. (João 3:19).

    O sentido de morte é a morte moral. Ninguém é puro perante Deus, moralmente todos estão mortos, todos são pecadores. Esses agentes moralmente mortos - são todos visitados por Cristo, através de Sua graça, que os possibilita a praticar escolhas – e os julga pelas escolhas que cada agente fará.

    Para sua reflexão:

    E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
    Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
    Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
    Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
    Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
    E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
    Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
    Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
    (...)O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos
    Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.
    (Jo. 3.14-36).

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  6. Prezado Lailson,

    Existe um erro "clássico" quando a maioria das pessoas examinam as escrituras, se a pessoa não analisar qual eram os contextos, cultura e para quem foi escrito o texto, perde a verdade do texto, a essência da mensagem. Por exemplo, para quem Paulo escrevia a carta ao Romanos? Crentes ou descrentes? é óbvio que era para a Igreja em Roma, ou seja os crentes, então isto explica a sua citação de Romanos 10:9, mas é inegável as citações de Romanos 9 e João 6.
    Agora medite, quem era Abrão (Abraão)? Conhecia a DEUS? quanto ele buscou a DEUS? não foi eleição?
    Quem era era Saulo de Tarso (Paulo)? não foi eleição?
    Fui 38 anos arminiano, muitas coisas de contradiziam, não eram coerentes, por exemplo: ou sou salvo pela graça para que eu não me glorie ou sou sou salvo porque aceitei Jesus e pago o preço? Viver uma vida de santidade é inerente de quem entende a extensão da queda do homem e assim entende a extensão da Graça de DEUS. Diante de tão grande ofensa houve tão grande amor e redenção, face a isto a pessoa não teria coragem de magoar "de propósito" quem lhe deu tamanho amor, principalmente em sua presença.
    Sei que tudo isto choca a quem é arminiano, eu também fiquei chocado até entender a teologia reformada (As bases da reforma protestante) e isto demorou.
    Muito respeitosamente que mostrar que baseado no arminianismo, o pentecostalismo e o neo-pentecostalismo tem trazido em pleno século XXI as bases do catolicismo medieval da méritocracia, da busca (ou compra) do favor de DEUS. Não percebem que fazem o seguinte: "se fiz algo bom, logo DEUS tem a obrigação de me abençoar", buscam de uma forma mesmo inconsciente fazer e DEUS seu devedor.
    É muito importante saber que DEUS não está numa arquibancada torcendo por nós, para que façamos a sua vontade. Ele REINA NO SEU TRONO DE GLÓRIA, não existe nem um átomo no universo que esteja fora de seu controle.
    Por favor, não se aborreça comigo, sei que você ama a DEUS e busca divulgar aquilo que entende como verdade absoluta, eu também já fiz isto, aliás continuo a fazer, todavia com uma base teológica bem firme e coerente.

    DEUS lhe abençoe!

    Cláudio Nishikawara
    claudio.pn@uol.com.br

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  7. Companheiro Cláudio , saúde.

    A pergunta que você perguntou é por demais pertinentes. Vamos problematizá-la.
    Você indaga:
    “Sou salvo pela graça para que eu não me glorie ou sou salvo porque aceitei Jesus e pago o preço?

    - Você é salvo pela graça de Cristo, foi ele que pagou o preço, porém a graça de Deus não te força a escolher a Deus, pelo contrário, ela te convoca a fazer sua decisão: As escrituras claramente afirmam:

    “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
    Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16. 15, 16)

    - Você é salvo pela graça, porém essa graça não te isenta de responsabilidades.
    O apóstolo Paulo mesmo orientava as igrejas das quais cuidava e lutar para não perder o que elas já tinham alcançado.
    Em um conhecido trecho das Escrituras o apóstolo fala em esforço, em luta contra o seu próprio corpo, para não perder o que ele já havia alcançado. Vejamos:

    “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.
    Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.
    Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar.
    Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1Co 9.24-27)

    Em relação aos judaizantes, o mesmo apóstolo afirma:

    Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
    E depois complementa:

    Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?
    Esta persuasão não vem daquele que vos chamou.
    Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.
    Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
    Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros.
    (...)Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. (Galatas 5).
    Aqui o apóstolo convoca essas pessoas a uma mudança de postura. Em relação não podemos deixar de perceber que o homem deve cooperar com a graça, sem essa cooperação, ele perde o que havia conqistado.
    Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão. 2 João 1:8
    Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. 1 Timóteo 1:19
    Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos. Deuteronômio 4:9
    “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.” (Ap 2.5)
    “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Ap 3.11)
    Saulo foi eleito para uma missão específica, ser o apóstolo dos gentios. Mas ele mesmo, afirmara que esmurrava o seu corpo e o reduzia a servidão, a fim de não ser desqualificado.

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  8. O apóstolo ao final de sua carreira afirmou: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé, deixando-nos o exemplo de uma postura correta – combateu o bom combate e guardou a fé. Ele em momento anterior apresenta as condições de as pessoas se manterem reconciliadas. Deixemos o próprio apóstolo falar:

    Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,
    E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.
    A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou
    No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,
    Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. (Cl 1.18 – 23)

    Perceba que a condição para a confirmação da salvação que só é possível, estando-nos reconciliados com Deus, é clara: permanecermos fundados e firmes na fé, e não nos movermosda esperança do evangelho que tendes ouvido.
    Creio que esses versos respondem a indagação de um arminiano confuso.

    Sabemos que todo pensamento teórico pode ser deturpado, pode ser mal interretado - arminianismo não escapa desse problema. O calvinismo também não.

    Conversando com um companheiro de uma das mais antiga denominação não tradicional no Brasil, por exemplo, escutei-o afirmar mais ou menos dessa forma:

    “hoje estou fora da igreja, mas sei que quando Deus escolhe não tem jeito – ele me laça. Sei que vai chegar a minha ora, quando deus me laçar.”

    Veja que nas Escrituras Jesus bate a porta esperando que seja aberta, pede para quae não endurecemos o coração (a exemplo dos antigos hebreus). Para Salomão afirmou nos seguines termos:

    E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o SENHOR todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos; se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre. 1 Crônicas 28:9

    Deus convoca o homem a atitude pessoal. Meu companheiro não levava isso em consideração. Não levou em consideração a parábola da figueira estéril que ensina que Cristo espera a resposta de quem ele investe, e nem semmpre a pessoa investida responde com frutos.

    6 E passou a narrar esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, e não o achou.
    7 Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente?
    8 Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe deite estrume;
    9 e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, cortá-la-ás.
    A questão que o arminianismo destaca – não é a abrigarão de Deus para com aquele que pratica as obras, mas a benevolência de Deus para aquele que responde humildemente ao seu chamado ao seu chamado.
    Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
    Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;(Jo 1.11, 12).

    Como você acertadamente indica que Paulo escreve para os crentes, porém a mesma lógica serve para todos – pois Deus não faz acepção de pessoas e deseja que a mensagem seja proclamada a todosos homens .

    Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Atos 17:30

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  9. Bom dia Laison!

    Desculpe-me a demora de resposta, pois faz tempo que não leio estes site, mas vamos lá: Meu irmão não sabemos como e quando os eleitos serão tocados por DEUS, nem mesmo quem eles são, por isto a importância de pregarmos a palavra, foi JESUS quem nos deu esta missão.
    Outro detalhe a salvação é pontual, mas a santificação é processual, sendo assim a importância de ensinamentos doutrinários, por isto Paulo se esmerava para ensinar a palavra aos gentios, com tantos hábitos e culturas diferentes. Os cristãos na época eram chamados de hereges, pois não adoravam aos outros "deuses" e eram acusados de toda desgraça que ocorria em meio aos romanos, que era interpretada como ira desses "deuses".
    Deixe-me explicar uma coisa, salvação é uma coisa, galardão é outra. Perder comunhão e o respeito de alguns irmãos é uma coisa, salvação é outra...

    Percebo que você é uma pessoa inteligente, pois então permita-se ser ensinado pela verdade dos fatos, pois Cristo já te despertou, leia, estude, o conhecimento é algo maravilhoso, caminhe mais uma milha.

    Então meu irmão, não quero mais incomoda-lo com Doutrina Reformada (oriunda da reforma protestante), pois confesso que quando eu era arminiano (e eu nem sabia que eu era, só sabia que não era calvinista) também não gostaria de ouvir (aqui "ler") tais posições doutrinárias.

    Como já disse anteriormente, por favor não se aborreça comigo, pois afinal passaremos a eternidade juntos, rsrs.

    Este é meu último Post neste site.

    Um grande abraço!!

    Cláudio Nishikawara
    claudio.pn@uol.com.br

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  10. Saúde, companheiro Claudio.

    De maneira alguma sinto-me incomodado em deparar-me com pensamentos diferentes dos meus. Sei que nossas idéias só são bem construídas quando formadas a partir de intensos diálogos. Por isso a importância de escutar outras posições.
    Realmente preciso continuar caminhando, não posso me bastar no pouco que sei, seu conselho é pertinente, devo caminhar mais uma milha, sem vaidade no caminho do saber. Seguindo os conselhos do escritor de Aos Hebreus , que assim nos ensina:

    “Fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado
    Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor
    Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.”(Hb 12.13-15)

    Falando sobre o assunto que nos aproximou, mesmo que de maneira controversa, biblicamente não podemos separar a perda do galardão de perda da salvação, já que os salvos receberão o seu galardão. Sabe-se que cada um será recompensado segundo a sua obras, “A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; (...) Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;” (Rm 2.6-10), leia também 1 Co 3.14; Pv 11.18;

    O apóstolo Paulo também afirma a igreja: “recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.”(Cl 3.24). Portanto só não receberá galardão aqueles que não serviram a Deus, e esses, serão apartados de Cristo.(Mt 25.41-45)

    Outrossim, não podemos desvincular perda de comunhão com queda da fé que, consequentemente, leva a perda da salvação, pois, está escrito, “o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.”(Hb 10.38). Perder a comunhão é a consequência da queda da fé, da apostasia. É impossível não estar em comunhão com a Igreja e estar em comunhão com Cristo.

    Veja o que o apóstolo João afirma:

    O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. (1 Jo 1.3)

    Claudio, não podemos colocar os presupostos ideológico que adotamos no mesmo patamar da “verdade”. Nós conjecturamos, e devemos fazer esse exercício com humildade. A verdade está em Deus, aquele que “agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.”( 1 Coríntios 13:12 ).

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