sábado, 24 de janeiro de 2009

Quatro visões – sobre as passagens de advertências de “aos Hebreus”.


Este é o mais recente capítulo da célebre série “Quatro visões”, que freqüentemente vem debatendo as passagens de advertências em Hebreus. Das quatro posições, temos o arminianismo clássico, a wesleyana, a reformada clássica e a visão reformada moderada.O formato desta série permite que cada grupo tenha espaço para fazer o argumento a favor de sua posição, e cada um dos representantes inscritos tem a permissão de apresentar as suas observações em resposta a esse argumento.
Fiquei satisfeito com a escolha de um forte expositor para a posição clássica arminiana. Grant R. Osborne traz com base em sua perícia no campo da hermeneutica estabelece a sua exegese das passagens de advertências. Ele apresenta uma possibilidade real de um crente não agradar a Deus e apostatar na fé. Faz uma clara distinção entre dois tipos de apóstatas, aqueles que podem ser trazidos de volta a Cristo e aqueles que são irrecuperáveis.
Osborne vê a questão chave de todas as passagens como advertências, culminando em Hebreus 6.4-8. Ele acha fora do comum a afirmação de que muitos daqueles que são descritos como sendo iluminados, provando o dom celeste, participando do Espírito Santo, provando a bondade da Palavra de Deus e dos poderes do por vir, não serem genuínos crentes. Ele argumenta que, se a passagem fosse situada em Romanos capítulo oito, todos nós estaríamos saudando como a maior descrição de bênçãos cristã encontrada em toda a Bíblia.
O ponto de vista arminianismo wesleyano não é muito diferente do argumento conclusivo do arminianismo clássico. O principal ponto de divergência é na expressão de um maior e maior argumento no livro de Hebreus. Gareth l. Cocherill, discorda da visão do arminianismo clássico de que a ênfase do escritor de aos Hebreus está em contrastar a Antiga Aliança com a superioridade da Nova Aliança em Jesus Cristo, sugere a a certeza da punição para os apóstatas, não tanto o nível da gravidade dos castigos. Cockerell baseia-se fortemente nas ilustrações do Antigo Testamento nestas, nestas passagens, para provar, não existe nenhuma possibilidade de restauração para aquele que cairem da fé. A confusão das gerações e o exemplo de Esaú sugerem que os apóstatas não procuram restauração. Eu aprecio a sua insistência de que uma afirmação sobre a possibilidade de queda e afastamento da fé, não significa que os cristãos estão em constante esforço para “entrar” e “sair” da salvação, como tentativa de reforçar a sombria realidade dessas advertências.
A visão reformada clássica tenta abordar a questão através do estabelecimento de uma precoce compreensão exegética, como uma força condutora para interpretar as advertências. Isso se chama, “abordagem sintética”, aquilo em que interpretamos de acordo com os elementos comuns que podem ser encontrados em todos os temas da epístola.
Infelizmente o centro da discussão gira mais em torno da “garantia” dos fiéis do que as advertências a eles mesmos. Com esta abordagem, é desarmada de todas as advertências a sua gravidade verdadeira. Estando os crentes assegurados, as advertências não podem significar perda da salvação eterna.
Buinst M Fanning admite muita dificuldade em indicar qualquer consenso para a visão reformada, ou qualquer outra visão.
Surpreendentemente ele se desvia do que é talvez a visão reformada mais recorrida, admitindo que aqueles descritos em Hebreus seis são cristão genuínos. Esperaria-se que ele dissesse que estas advertências não são dirigidas aos fiéis, mas aos não crentes, aquém da salvação, que é bem mais próximo de um consenso para a posição reformada.
Sua opinião é de que os crentes irão perseverar porque eles são salvos, e que a terrível idéia da apostasia, não lhes acontecerá. A seguinte contradição está identificada justamente, como apenas uma outra forma de argumento hipotético. Talvez devêssemos destacar e ventilar esta declaração como um indicadosr de que tenha ocorrido uma mudança no pensamento reformado, se afastando da visão mais comum. O argumento exegético para o grego erudito gira em torno de um mandato de prisão, adiantando a uma interpretação de evidência, e evidência para inferência, em vez de de causa e efeito da compreensão dos contrapartes arminianos. Isto significa que passagens como Hebreus 3.6, “Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”, não são vistos como uma condição de salvação, mas que a perseverança na fé, até o fim, é a prova de que são participantes de Cristo. Ele afirma ser isto, a chave interpretativa para as passagens de advertências. O argumento mais forte em seu lado é a apelação à coerência dentro da epístola. Fanning vê a totalidade dos temas de Hebreus, como definindo o todo, o que é importante considerar, mas, infelizmente, seu compromisso com a doutrina da salvação incondicional, triunfa e direciona o seu curso exegético.
A visão reformada moderada também surpreende-nos com a afirmação de que as pessoas tratadas nestas advertências são, verdadeiramente, cristãos genuínos. Em uma interessante abordagem, Randall C. Gleasson, mostra a sua acuidade teológica, investigando os exemplos do Antigo Testamento utilizados em aos Hebreus, num nível mais profundo. Ele vê a Bíblia como parte de um contexto maior em que deva ser analisado as passagens de advertências.
Uma vêz que estamos a lidar com verdadeiros crentes, estas graves advertências e as suas conseqüências, é aceita como aplicáveis e não apenas hipotéticas. No entanto, Gleason nega que as punições infligidas seja condenação eterna, mas apenas, perdas terrenas. Ele examina os mesmos exemplos do Antigo Testamento, utilizados mais eficazmente por Cockrell, em sua posição wesleyana, e examina a totalidade dos eventos para chegar a esta conclusão. Um exemplo é a geração do êxodo em Kades. A eles foram negadas a entrada na Terra Prometida. Enquanto que muitos param na passagem de aos Hebreus e traçam um paralelo com a entrada no céu, Gleason não para aí, ele observa que, de acordo com o Antigo Testamento, o povo lamentava profundamente” e que admitiam os seus pecados e a incapacidade de entrar na Terra Prometida. A sua incapacidade para se arrependerem não é visto como uma indicação de que Deus estava indisposto a perdoá-los, tanto que afirmou a Moisés: conforme a tua palavra eu lhe perdoarei ( Nm.14.22). Gleason exemplifica, após o mesmo exemplo do evento do Antigo Testamento, que, o que as pessoas usam para demonstrar a perdição eterna só pode ser mostrado que resultaram somente em punições temporais.
Observando o conjunto deste trabalho, vi uma coisa que me deixou estranhamente chocado. Este livro resulta de uma série de obras, que se dirigem a doutrinas específicas, ou seja, quatro exposições sobre a segurança eterna, cinco exposições sobre a santificação, etc. A idéia foi boa, como acontece com a maior parte destas doutrinas, apenas quatro ou cinco posições se reafirmavam como realmente existentes. Mas estranhamente fizeram um exame em que se transformou o livro inteiro do Novo Testamento, que era uma tarefa difícil em sí mesma. Não teria que procurar muito para achar sem muita dificuldade pelo menos quatro posições dentro do debate quanto a posição wesleyana isolada. Devido a isso, muito das posições dominantes foram excluidas do trabalho, o que nos deixa perguntando se eles pretendiam ver muitas destas diferentes opiniões debatidas neste formato.
Isso me conduziu a algumas coisas que me deixaram preocupado.
Primeiramete fiquei triste ao ver que o único a inquirir sobre Wesley e sua opinião, não era wesleyano nem arminiano, mas o escritor reformado moderado. Ele observa, que muitos wesleyanos podem diferir da visão wesleyana de Cockerell’s, de que uma queda da apostasia é irrecuperável. Quanto a algumas críticas mais moderada da visão wesleyana, de que é impossível que se arrependam, como crucificarar o filho de Deus novamente. Sinto que as réplicas foram generalizadas e inadequadas, ignorando a força do tempo presente.
Em segundo lugar, fiquei bastante incomodado no decurso do debate de Osbourne, o arminiano clássico. Abre mão não só da guerra, mas luta apelando à ignorância.
Após fazer a exegese mais fina de todo o livro, ele afirma que ambos os lados podem fazer argumentos muito fortes para as sua posições e que ele tinha se tornado arrogante em algums de suas posições. Ele cita com aprovação um escritor que afirma: “Quando chegarmos ao céu, espero que deus me diga. Eu nunca pretendi dar uma resposta final”. A única coisa que me deixa com ele é que, devo ouvir outra pessoa, porque ele não tem confiança na sua própria exegese. Enquanto alguns devem estar impressionado com essa humildade, eu prefiria que ele ficasse fora da luta, já que não tem convicções sobre as sua próprias conclusões.
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Jeff Paton
Articulista da revista "The Arminian Magazine"
Pesquisador de escritos teológicos, principalmente wesleyanos e clássicos metodistas.
http://www.fwponline.cc/v25n2/review%20four.html
Tradução: Lailson Castanha

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