sábado, 24 de janeiro de 2009

O problema dos termos e a inadequação do sistema calvinista.

Todo termo tem que ter necessáriamente relação com outro termo, em outras palavras, ele não pode ter sentido sem alguma relação. Por exemplo, o termo água é relacionado positivamente a uma uma composição quimica e física, negativamente a coisas que não são água. De forma geral, positivamente, está ligado as coisas que contém e se aproxima de água, e negativamente está ligado a coisas que não possui e se distanciam da substância água. Água é água, não pode ser água e não ser água sob o mesmo aspecto, não pode ser uma substância que possui o poder de molhar e de ter em si a impossibilidade de molhar, sob o mesmo aspecto.
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A relação entre os termos pode ser de aproximação ou distanciamento, ligação ou separação, necessidade ou acidente, enfim, mesmo sendo mútiplas as possibilidades de relação entre os termos, é também verdadeira a assertiva de que as relações são necessárias.
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Trato o termo necessidade como o fundamento de uma substância ser aquilo que é, e a impossibilidade de não ser a sua própria essência, ou seja, uma contradição ou esvaziamento do termo.
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Entrando na problemática, calvino-arminiana, percebemos que, mesmo existindo grandes divergências entre estes dois sistemas teológicos, alguns termos são comumente usados pelos dois sistemas pelo fato de terem como fundamento doutrinário a mesma base: a Bíblia Sagrada.
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O fato estranho dessa questão, é que os termos naturalmente nos levam a uma relação, e quando comumente usados, nos levam a caminhos específicos. Sendo esses termos, que nos levam a caminhos próprios, adotados por algum sistema de idéias, naturalmente esse sistema deverá aceitar os caminhos que os termos naturalmente usados o conduzirão, e, não é possível, numa análise lógica, um sistema de idéias rejeitar, ou, não aceitar os caminhos lógicos que os termos comumente usados os direcionam. Rejeitar esses caminhos indica uma contradição no sistema. E é justamente nesta questão que percebemos a falta de unidade lógica no sistema calvinista.
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Uma das coisas que melhor exemplifica essa falta de unidade lógica está na adoção e aceitação de termos ligados a Deus, como: juiz, galardoador, justo, e, na rejeição e retirada de termos ligados ao homem, como: cooperação humana, escolha humana ou livre-arbítrio.
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Vemos que o termos juiz está relacionado com justiça, que está relacionado com equidade, que está relacionado com imparcalidade, que se relaciona com verdade. Por outro lado imparcialidade se relaciona com justiça comum, com igualdade de condições, que se relaciona com julgamento justo. O juiz julgará, julgamento se relaciona com o julgado, que se relaciona com obediência ou desobediência, que se relaciona com potencialidades intrísecas constituinte de quem é julgado, que se relaciona com reais possibilidades, que se relaciona com juizo pessoal ou capacidade de escolha, que se relaciona com livre-arbítrio. O termo julgamento não pode se desassociar do termo capacidade de opção - porque o que julga, julga alguém que poderia fazer aquilo que não fez, ou não fazer aquilo que fez. O termo eleição, aparentemente corrobora a doutrina calvinista, mas observando os termos formalmente veremos que não é verdadeira a afirmação.O termo eleição está relacionado positivamente ao termo aprovação, e negativamente com o termo desaprovação. Aprovação, relaciona-se com agradabilidade, agradabilidade relaciona-se com adequação ao gosto de quem escolheu. Desaprovação relaciona-se com o termo rejeição, que se relaciona com desagradabilidade, que se relaciona com desadequação ao gosto de quem rejeitou. Adequação e desadequação estão sujeitas aos termos: aprovador e desaprovador respectivamente ou simplismente juiz; lembrando-se que juiz intimamente está relacionado a lei, juiz não nega a lei, ele aplica a lei.
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Portanto, são eleitos os que precientemente o juiz sabia que se adequariam a lei constituinte do próprio caráter desse juiz, que não podendo negar-se a sí mesmo, quer que todos se adequem a sua lei, ademais, só elege aos que a sua lei se adequarem. Para um arminiano, os termos que acima foram expostos indicam que existe por parte de Deus, uma justiça consequente, e para os calvinistas...?
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Observando cuidadosamente, podemos constatar que a relação entre o sistema calvinista e os termos citados, é de inadequação.
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Lailson Castanha

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