tag:blogger.com,1999:blog-20801666869198337452024-03-06T19:34:10.045-08:00Ideário arminiano.Ideário arminiano.
Abordagens sobre a teologia clássica de Jacó Armínio: suas similaridades, vertentes, ambivalências e divergências.Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.comBlogger107125tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-2782216177116486102014-07-04T23:24:00.001-07:002015-10-06T22:05:23.096-07:00Ponderações sobre a efetiva liberdade do homem e sua fixidez em um determinado estado.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnrJ-hxLFefHsvz748g7QwVod2ToJjYOBv4r_pBO2WB0cFyrcOzt-loEhXRfPODjnzXz2LGxdGW33_xfsTes4jYsUYmpxGY95FCMGCjLhB1VVe9bYDZ3yUcmarLfKmHWc1pTfTVlZXgxA/s1600/escolha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnrJ-hxLFefHsvz748g7QwVod2ToJjYOBv4r_pBO2WB0cFyrcOzt-loEhXRfPODjnzXz2LGxdGW33_xfsTes4jYsUYmpxGY95FCMGCjLhB1VVe9bYDZ3yUcmarLfKmHWc1pTfTVlZXgxA/s1600/escolha.jpg" width="320" /></a></div>
<h2 style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 27pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><span style="font-weight: normal;">PONDERAÇÕES
SOBRE A EFETIVA</span> <span style="font-weight: normal;">LIBERDADE DO HOMEM E SUA FIXIDEZ EM UM DETERMINADO ESTADO<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Nas diversas páginas virtuais, ou físicas, ligadas
a assuntos teológicos, testemunha-se certo zelo espiritual, assumido e
enfatizado por alguns companheiros de fé cristã, que rejeita a ênfase na
condição humana de ser livre, ou de ser de escolhas efetivas, explicitada
claramente nas Escrituras. Esse zelo, ou excesso de zelo, deixa de levar em
consideração que a liberdade relacionada à salvação, conta com o fato
primordial -, a graça de Deus, disposta a todos os homens, como destaca o
seguinte verso -: “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos
os homens”. (Tito 2:11). Também ignora, que a revelação direcionada à Igreja -:
“aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu
lhe der se fará nele uma fonte de água que salta para a vida eterna”. ( Jo
4.14) – não se restringe a igreja, pois ela, como evangelizadora, deve
estendê-la a toda a criatura. Essa revelação, já está a explicitar a liberdade
do homem, entre o aceitar e o rejeitar, realidade que se repete em forma de
convite: "E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem
sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. (Apocalipse 22:17).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br />
Pelo caráter de convite -, convite à salvação -, esse chamado se apresenta como
condicional, e, implicitamente, apresenta a possibilidade da salvação aberta a
quem desejar acolhê-lo. Relembrando que, como no verso anterior, apesar de o
último verso citado ser proveniente de uma epístola direcionada à Igreja, não
se deve esquecer que a missão designada a Ela (Igreja) é a evangelização,
portanto, a boa nova da água disponível a quem deseja beber deve ser propagada
a todo o mundo, consequentemente, esse convite não é restrito a um meio chamado
Igreja, sendo só ela livre para aceitá-lo ou rejeitá-lo, não, é estendido ao
mundo - que a igreja deve evangelizar -, para que a parcela que acolhê-lo se
faça integrante do corpo chamado Igreja. O convite não é feito restritamente à
Igreja, é feito ao mundo para que, os de suas fileiras, aceitando-o, se faça Igreja. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br />
Quanto à eternidade da Salvação, pode-se, amparado nas Escrituras, afirmar que
há a salvação consumada, aquela alcançada por aqueles que já receberam a coroa,
porém, há a salvação por se confirmar, essa salvação a ser confirmada é
caracterizada por todos que, regenerados, ainda labutam nessa existência, e
como tais, ainda esperam pelo selo final, o selo confirmatório, ou a coroa da
vida. Essa realidade pode ser percebida na exposição paulina abaixo: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;"><br />
“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas
estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,<br />
E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela
fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e
à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Para ver se de alguma maneira posso chegar à
ressurreição dentre os mortos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito;
mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja
alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, e avançando para as que estão diante de mim,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">(Fl 3.8-14).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Assim como salvação é parcial, enquanto não for
efetivada, enquanto não se configurar como salvação confirmada, a perdição
também. Da mesma maneira como o apóstolo prosseguia para alcançar o que ainda não havia
alcançado definitivamente, e não considerava que já havia alcançado o que
almejava, pode-se encarar o pecador, em sua condição de pecador, um ser
perdido, porém, embora rumando para a perdição, deve-se percebê-lo como alguém
com possibilidades de ser alvejado pela graça: "<span style="background: white;">Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e
Cristo te esclarecerá".</span> (Ef 5. 14)<span style="background: #FAFBFB;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Portanto, todo aquele que ainda caminha, que ainda
combate o bom combate, deve adotar o pensamento paulino de uma salvação ainda
por se consumar, como orientador, procurando manter seus passos ciosos na busca
da consumação da esperança escatológica que o incita a prosseguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; font-weight: normal;">Lailson Castanha<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</h2>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-51120902733300258152013-08-05T22:59:00.000-07:002014-01-31T19:54:10.059-08:00Considerações sobre o Livro "Teologia Arminiana: Mitos e Realidades" de Roger Olson<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6PkrzVePglp4-eJkuP99ihA_6GKHNxrALTWr1OTn5FarWU6UZIpGf6KpHn97E8yjxVkN3-4JSsnLaSYcpap_W2UW9ORlRTmpGudVKV86OfK_aq-Nx3gMj2LvFyS8dp3BZFqmyOJvq17I/s1600/Teologia+arminiana+mitos+e+realidades.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6PkrzVePglp4-eJkuP99ihA_6GKHNxrALTWr1OTn5FarWU6UZIpGf6KpHn97E8yjxVkN3-4JSsnLaSYcpap_W2UW9ORlRTmpGudVKV86OfK_aq-Nx3gMj2LvFyS8dp3BZFqmyOJvq17I/s320/Teologia+arminiana+mitos+e+realidades.jpg" height="320" width="219" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #333333;">CONSIDERAÇÕES SOBRE O LIVRO "TEOLOGIA ARMINIANA: MITOS E REALIDADES", DE ROGER OLSON</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Thiago Titillo<span style="color: black;">*</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Terminei
de ler hoje a obra "Teologia Arminiana: Mitos e Realidades"
(Editora Reflexão, 2013, 320 p.), do consagrado autor, Roger E.
Olson, que se tornou popular no Brasil após a publicação da sua
"História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradições e
reformas" (Editora Vida).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Tal
publicação é oportuna a fim de esclarecer o que verdadeiramente
ensina a teologia arminiana, tão comumente caricaturada por seus
oponentes calvinistas. O tom conciliatório de Olson ajuda a formar
um diálogo saudável.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Roger
Olson busca desconstruir 10 mitos comuns acerca do arminianismo
através da informação. Ei-los:</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">1)
A Teologia Arminiana é oposta à Teologia reformada-calvinista;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">2)
É possível mesclar calvinismo e arminianismo;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">3)
O arminianismo não é uma opção evangélica ortodoxa;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">4)
O arminianismo tem como princípio fundamental o livre-arbítrio;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">5)
O arminianismo nega a soberania de Deus;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">6)
O arminianismo é uma teologia antropocêntrica;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">7)
O arminianismo não é uma Teologia da Graça;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">8
) O arminianismo nega a predestinação;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">9)
O arminianismo nega a justificação pela graça através da fé
somente;</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">10)
Todos os arminianos creem na teoria governamental da expiação (Hugo
Grócio).</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #333333;"><br />O
primeiro mito é desconstruído à medida que é demonstrado que
Armínio era reformado em sua teologia, divergindo apenas da ideia de
que Deus predestinou a queda (o mal e o pecado) e elegeu
incondicionalmente uma parcela da humanidade para a salvação,
ignorando os demais. Armínio enfatizou a glória de Deus e usou a
Teologia da Aliança (ou Federal). Entre os pontos comuns entre a
teologia arminiana e calvinista, encontramos: </span>
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">1)
a depravação total; 2) a necessidade absoluta da graça; 3) a
providência divina (com a diferença de não ser exaustiva e não
ter relação positiva com o mal); 4) a inspiração das Escrituras;
5) a cristologia; 6) a Trindade; 7) a justificação; etc. Pode-se
afirmar que uma teologia que afirma tais pontos esteja em total
oposição ao calvinismo reformado? É claro que há pontos
irreconciliáveis, mas no geral, tais teologias não são opostas
(mesmo que não sejam complementares), pelo contrário, guardam
muitas semelhanças. Afirmar, como fazem a maioria dos apologistas
calvinistas que o arminianismo é uma heresia, e compará-lo ao
semipelagianismo é, no mínimo, desonestidade intelectual!</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
segundo mito nega a possibilidade de uma teologia "calminiana",
justamente por ser impossível afirmar uma regeneração monergista e
sinergista ao mesmo tempo. É verdade que tanto os arminianos quanto
os calvinistas ensinam a predestinação e o livre-arbítrio
(contrário ao conceito popular de que o calvinismo ensina a
predestinação e nega o livre-arbítrio, e o arminianismo ensina o
livre-arbítrio e nega a predestinação), mas interpretam estes dois
conceitos de maneira diferente. Os calvinistas ensinam a
predestinação absoluta juntamente com a ideia de livre-arbítrio
compatibilista (uma forma de coaduná-lo com o determinismo divino),
enquanto os arminianos ensinam a predestinação (no sentido de
eleição soteriológica) conforme a presciência divina juntamente
com a ideia de arbítrio liberto (pela graça preveniente),
tornando-se livre-arbítrio libertário (capacidade de escolha
contrária).</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
terceiro mito é também desvendado. Armínio jamais negou os pontos
basilares da fé cristã ortodoxa. Que alguns arminianos posteriores
tenham se descambado para o semipelagianismo (ou mesmo o
pelagianismo), como o remonstrante Limborch, e posteriormente, o
avivalista Finney, isso não se nega. Mas tais não representam o
arminianismo clássico lançado por Armínio, seguido por Episcópio,
recuperado por John Wesley e seguido pela maioria dos metodistas
posteriores. Igualmente injusta é a ideia de que o arminianismo
conduz ao deísmo e à teologia liberal. Se isso aconteceu com
arminianos, não se pode esquecer que Schleiemarcher, pai da teologia
liberal, era calvinista. Quanto à acusação de que Armínio fosse
sociniano quanto à sua cristologia, basta ler suas obras para ver
que ele estava de acordo com a definição da Calcedônia (451).</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Quanto
ao quarto mito, os próprios textos de Armínio dão conta de que o
princípio fundamental de sua teologia não é o livre-arbítrio
humano. Este é apenas uma consequência do fundamento de sua
teologia, a saber, o caráter justo e amável de Deus, que exige uma
resposta livre do ser humano a fim de que haja um relacionamento
genuíno entre criatura e Criador.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Sobre
o quinto mito, a teologia de Armínio não nega a soberania divina,
nega apenas que tal soberania seja exaustiva em relação a todos os
acontecimentos da história, incluindo o mal e a Queda (pecado), pois
desta forma Deus, inevitavelmente, seria autor do pecado. Ao
determinar criar seres livres, a possibilidade do mal torna-se real,
mas Deus não decreta o mal ativamente, de maneira que nesse caso o
decreto deve ser entendido apenas como permissivo. É claro que Deus
tem todo o poder para operar sua vontade antecedente (perfeita) em
toda sua criação, mas por valorizar um relacionamento genuíno com
sua criação, Ele não usa seu poder coercitivo. Um Imperador não
deve ser considerado soberano somente porque não determina
exaustivamente as decisões de seus súditos? Claro que toda analogia
é imperfeita. Mas pensemos noutra: imagine um navio com destino a um
determinado porto. As pessoas dentro do navio gozam de certa
liberdade, mas nada que possa impedir o navio de chegar ao seu
destino. Assim é a história governada por Deus: chegará ao seu
clímax final. Como diz Olson, Deus é soberano sobre sua soberania,
ou seja, Ele pode se limitar seu poder sem se tornar um "deus
menor". Nas palavras de Tozer, "um Deus soberano não teme
conceder liberdade à sua criação".</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Quanto
ao sexto mito, a verdade é que o arminianismo confessa a completa e
total depravação do homem, de maneira que sua liberdade para
escolher o bem espiritual está totalmente arruinada. A vontade
humana é totalmente escravizada pelo pecado. As acusações de
semipelagianismo (mera fraqueza que retém ainda algum poder na
vontade) é uma tremenda inverdade. Pode ser que tal acusação se
baseie na leitura de Limborch, desertor do arminianismo clássico.
Mas dificilmente os calvinistas que leram Limborch não teriam acesso
a Armínio. Tal acusação é mais provavelmente fruto de uma
campanha que busca distorcer deliberadamente o pensamento do teólogo
holandês, como já acontecia em sua época, quando Francisco Gomaro
tomou à frente no projeto de caluniá-lo! A verdade é que a
teologia arminiana não é otimista quanto ao homem, mas como o
próprio Olson diz, é uma teologia otimista em relação à graça.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Sétimo
mito: dizer que a Teologia Arminiana não é uma Teologia da Graça
só por não afirmar a graça irresistível é querer monopolizar o
significado de graça. Para Armínio (e os arminianos clássicos), a
salvação do homem depende necessariamente da graça de Deus. O
homem é incapaz de salvar-se sem o auxílio da graça. A graça
preveniente (graça que vem antes) é necessária para libertar a
vontade e capacitar o homem a responder à oferta salvífica do
Evangelho. Em certo sentido, o primeiro raiar dessa graça é
irresistível, pois todos a recebem (para alguns arminianos todos a
recebem automaticamente em função da expiação de Cristo - Wesley
-; para outros tal graça só é recebida na medida em que o pecador
tem contato com a Palavra proclamada, o que exclui aqueles que não
tiveram contato com o Evangelho - Episcópio, p. 216). Num segundo
momento essa graça torna-se resistível, pois com o livre-arbítrio
liberto, o homem pode aceitá-la pela fé (que é dom de Deus, logo
não se trata de uma obra meritória), ou rejeitá-la. Assim, em toda
a salvação, a glória é somente de Deus, pois mesmo o ato de
aceitar tal graça não se trata de uma aceitação ativa, mas
passiva, um simples deixar sem resistência à atuação de Deus.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Oitavo
mito: A teologia de Armínio e de seus seguidores não nega a
predestinação, embora a entende de forma diferente do calvinismo.
Isso também se aplica aos calvinistas: eles não negam o
livre-arbítrio (embora alguns se sintam desconfortáveis com o
termo), mas interpretam-no de forma diferente. Armínio, inclusive,
defendeu uma predestinação que mais honra mais a pessoa de Jesus
Cristo do que a predestinação calvinista. Na ordem dos decretos
conforme a teologia calvinista, o decreto primário de Deus (ordem
lógica, não cronológica) é salvar uns e condenar outros
(supralapsarianismo), ou: 1º) criar; 2º) permitir a Queda; 3º)
eleger uns, ignorar o restante (todavia, mesmo que a reprovação
seja vista apenas como “ignorar” – decreto de omissão -, isso
não diminui a dupla-predestinação, pois a eleição incondicional
exige uma reprovação incondicional). Para Armínio, o primeiro
decreto e mais importante decreto divino foi estabelecer Jesus Cristo
como salvador dos pecadores. Na ordem dos decretos conforme o
calvinismo “Jesus Cristo parece aparecer como um decreto posterior
ao decreto primário de Deus de salvar alguns e condenar outros”
(p. 237). O segundo decreto conforme Armínio é aquele que Deus
decretou receber em favor os que se arrependem e creem em Cristo.
Nada mais cristocêntrico. Quanto à eleição, Armínio entendeu-a
condicional à fé, sendo que Deus elegeu aqueles que Ele anteviu que
não rejeitariam sua graça (preveniente e cooperante). Negou a
predestinação para o pecado e o mal, mas não a predestinação.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Nono
mito: Àqueles que negam a Armínio a justificação pela graça
somente através da fé deveriam ler urgentemente suas obras. Ele não
apenas defende que a justificação se dá através da fé, mas
afirma com os demais reformadores que a justiça de Cristo é
imputada sobre o crente quando este confia em Jesus para a salvação.
Poucos arminianos creem que a própria fé é imputada como justiça
(a fé como base da justificação, e não a justiça de Cristo), de
maneira que a fé possa ser entendida como resposta humana e base
para a justificação, tornando a justificação fruto de obra humana
(aí sim, trata-se de um sério desvio teológico!). Mas desvios
ocorrem dentro do calvinismo, ou todos os calvinistas concordam em
suas doutrinas (supralapsários x infralapsários; 5 pontos x 4
pontos; etc.)? Há inclusives calvinistas, como o Sproul Jr. que
afirmam ser Deus o autor do pecado, enquanto muitos negam, embora tal
negação esbarre na lógica! Há ainda arminianos que creem que por
causa (instrumental, e não eficaz) da fé, o crente é considerado
justo (sem pecado), mas tal justiça não é a justiça de Cristo
imputada (tal concepção não deve ser vista como um sério desvio,
mas uma interpretação, talvez, equivocada). Contudo, Armínio e boa
parte dos seus seguidores defendem que a justiça de Cristo é
imputada ao crente pela fé em Jesus. Essa também é a opinião de
Olson, e a minha!</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #333333;">Décimo
mito: Todo arminiano aceita a teoria de Grócio sobre a expiação.
Armínio e Wesley não a defenderam. Pelo contrário, criam na
substituição penal. Trata-se de mais um embuste da campanha
difamatória!</span><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: #333333; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Apenas
um adendo: Preocupou-me a opinião do Olson, um teólogo conservador,
acerca do teísmo aberto. Ele pareceu flertar com essa teologia: "Eu
considero o teísmo aberto uma opção evangélica legítima e
arminiana, mesmo que eu AINDA não a tenha adotado como minha própria
perspectiva" (nota de rodapé 65, pp. 256-257). O advérbio de
tempo "ainda" causou-me estranheza. Na p. 258, ele diz:
"Por sentir o peso da crítica do teísmo aberto feita ao
arminianismo clássico, eu permaneço um arminiano clássico
esperando ajudar a aliviar o paradoxo da filosofia" (nota de
rodapé 67).</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: #333333;">Na
verdade, o "peso da crítica do teísmo aberto feita ao
arminianismo clássico" está longe de ser pesado! O argumento é
que se conhece exaustivamente o futuro (presciência; onisciência)
todas as ações livres que acontecerão, de fato, acontecerão da
forma como Deus viu, não podendo acontecer de forma contrária, o
que na perspectiva do teísmo aberto, faz com que tais decisões não
sejam livres. Mas será que essa lógica é irresistível? Não penso
assim. O fato de Deus conhecer infalivelmente que X fará A e não B,
não indica que Deus assim determinou, mas que Deus conheceu
eternamente a ação livre de X. Agostinho já havia refutado tal
ideia em seu diálogo com Evódio ("O livre-arbítrio"). Um
dos maiores filósofos cristãos da atualidade, Alvin Plantinga,
também não vê nenhuma contradição entre o livre-arbítrio
libertário e a onisciência absoluta de Deus.</span><span style="color: black;">
</span>
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">*Thiago Titillo </span></div>
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">-
Licenciado em Letras (Português-Literatura) pela Universidade
Estácio de Sá;</span><br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">-
Graduado em Teologia pelo Seminário Teológico Betel, Rio de
Janeiro;</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">-
Pós-Graduando (lato sensu) em Teologia Bíblica e
Sistemática-Pastoral pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">-
Professor de Português e Literatura (Ensino Médio) da rede estadual
de ensino (RJ);</span><span style="color: black;">
</span>
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">-
Professor de Teologia Sistemática, Teologia do Novo Testamento,
História da Igreja e Português da Faculdade de Teologia Wittenberg;</span>
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">-
Professor de Ensino Religioso (Ensino Fundamental II) do Colégio
Souza Marques.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">-
Pastor Batista (Convenção Batista Brasileira);</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">-
Diretor de Educação Religiosa da Primeira Igreja Batista em
Botafogo, Rio de Janeiro.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">______</span><br />
<span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">OLSON,
Roger E. </span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>Teologia
Arminiana: Mitos e Realidades</i></span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">;
</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">tradução
</span><span style="color: #333333; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Pr.Wellington
Carvalho Mariano</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">.
</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">São
Paulo: Editora Reflexão, 2013.</span><br />
<span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-27889970285766869702013-07-26T10:16:00.003-07:002013-07-26T22:55:06.962-07:00Exortação à vivência dos princípios auxiliadores para a confirmação da salvação, na carta aos Hebreus<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirxjqIyEYHI1HeRCoSJ8kPv_n90558AmmT_tsZnNltWjaxEkxpoSFzXZ0Mr7UFP-r5dGEbmVLYRTqkV410O3wiYL950sBcHxJgVe3ArAT_yIijTNu6LX9nDuQS2X1_S4RN4I5K2nkMDQQ/s1600/biblia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirxjqIyEYHI1HeRCoSJ8kPv_n90558AmmT_tsZnNltWjaxEkxpoSFzXZ0Mr7UFP-r5dGEbmVLYRTqkV410O3wiYL950sBcHxJgVe3ArAT_yIijTNu6LX9nDuQS2X1_S4RN4I5K2nkMDQQ/s320/biblia.jpg" width="216" /></a></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><b>Exortação
à vivência dos princípios auxiliadores para a confirmação da
salvação, na carta aos Hebreus </b></span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">O
livro de Hebreus é um dos livros intrigantes das Escrituras. É um
livro que
nos tira
de
nossa quietude intelectual,
do
conforto da fé irrefletida e nos leva ao campo inquietante da
reflexão. Por
exemplo, em
um de
seus
trechos mais conhecido, em sua definição de fé, o leitor é
tirado do
conforto das fáceis definições e
é
colocado
diante do desafio da reflexão:
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que se não vêem (Hb
11.1). Podemos perguntar: como é possível um firme fundamento
baseado na esperança, e, como é possível ser prova de coisas que
não se vêem? -
Se não se vêem
como prová-las? Porém, esse rico livro , não apenas nos tira do
conforto da fácil leitura, elimina o conforto da
fé
passiva, acomodada,
impossibilitando
o
leitor,
de
se
apegar, ou
a
continuar
se apegando a
ideia da graça barata. </span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Depois
de explanar sobre o ministério de Jesus, de anunciador da Palavra de
Deus e de sua grandeza , da firmeza e rigor que palavra anunciada
imprime sobre os seus transgressores - o autor coloca o leitor diante
de uma inquietante e exortativa indagação: Como escaparemos nós,
se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando
a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a
ouviram? (</span><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/2/3"><span style="color: black;">Hb
2.3</span></a><span style="color: black;">).
Continuando sua exortação </span><span style="color: black;">o
escritor da epístola</span><span style="color: black;">,
relembra </span><span style="color: black;">aos
destinatários,</span><span style="color: black;">
os ricos meios usados </span><span style="color: black;">por
Deus </span><span style="color: black;">para
</span><span style="color: black;">confirmar
e testificar a</span><span style="color: black;">
salvação. </span><span style="color: black;">Narra
o privilegio vivenciado pel</span><span style="color: black;">a
igreja</span><span style="color: black;">
que teve Cristo como anunciador das Boas Novas, e, além de anunciador, um sofredor
–</span><span style="color: black;">
</span><span style="color: black;">que
fez de seu sofrimento, o meio para</span><span style="color: black;">
livrar o homem da escravidão do pecado. Após a exposição de
tantos detalhes, o escritor, apresenta outra exortação - considerai
a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão (</span><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/3/1"><span style="color: black;">Hb
3.1</span></a><span style="color: black;">)
</span><span style="color: black;">-
“o qual é fiel ao que o constituiu” (</span><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/3/2"><span style="color: black;">Hb
3.2</span></a><span style="color: black;">).
Essa admoestação coloca o leitor diante de um imperativo: considerai a
Jesus Cristo. </span><span style="color: black;">P</span><span style="color: black;">ode-se
afirmar que qualquer crente tanto os que apóstolo pretendeu enviar a carta, como os leitores posteriores, que se depararam com essa asseveração foram levados a atentarem ao exemplo de fidelidade de
Cristo, que só manterá </span><span style="color: black;">como
sua casa “se tão somente</span></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">”</span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"> </span></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">conservar</span><span style="color: black;">em</span><span style="color: black;"> </span></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">“</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”. (</span><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/3/6" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: x-large;"><span style="color: black;">Hb
3.6</span></a><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">).
Perceba que aqui entra um condicional </span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">
“</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">se”,
</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">ou
seja, só serão considerados casa de Cristo se conservarem-se
firmes, confiante e esperançosos, e, até o fim. </span><br />
<span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">Apesar de as
exortações </span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">já
</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">se
tornarem </span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">duras,
elas </span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">não
</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">se
encerram nessa frase, pelo contrário, o escritor se preocupa em
prolong</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">á-la</span><span style="color: black; font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">:</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Portanto,
como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,<br />Não
endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da
tentação no deserto. (<a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/3/7-8">Hb
3.7-8</a>)</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Depois
de relembrar os erros dos judeus de outrora, que tentaram a Deus com a dureza de seus corações.
Citando os Salmos 95.7, o
escritor reforça a advertência: </span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Vede,
irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e
infiel, para se apartar do Deus vivo.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Antes,
exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se
chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do
pecado;</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Porque
nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o
princípio da nossa confiança até ao fim. (Hb 3.12-14)</span><br />
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Nesse momento, a preocupação da epístola, é alertar para o perigo
de os crentes, a semelhança dos antigos, se endurecerem pelo engano
do pecado, perdendo a firmeza e o princípio da confiança que
adquiriram. P</span></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">odemos
notar intensidade da preocupação que vivencia o escritor sobre a
real possibilidade da perda da salvação dos crentes que receberão
sua carta, na
repetição de
sua exortação:</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Enquanto
se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos
corações, como na provocação. (Hb 3.15) –</span><span style="color: black;">
e continua su</span><span style="color: black;">a
reflexão exortativa com a seguinte argumentação: E vemos que não
puderam entrar por causa da sua incredulidade. (Hb 3.19)</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">E
não para:</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Temamos,
pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso,
pareça que algum de vós fica para trás. (Hb 4.1)</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mantendo
a sua linha argumentativa, afirma:</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo
oportuno. (Hb 4.16)</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">A
ênfase em destaque –</span><span style="color: black;">
chegar com confiança ao trono da Graça -, </span><span style="color: black;">
depois de tantas exortações, não deveria ser diferente, pois,
</span><span style="color: black;">segundo
o próprio escritor, </span><span style="color: black;">nos
tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o
princípio da nossa confiança. </span><span style="color: black;">Pode-se
afirmar, que chegar com confiança é um dos fatores que possibilitam
o crente a alcançar misericórdia e achar graça para ser ajudado em
tempo oportuno; relembrando que – os crentes só se mantém como
cas</span><span style="color: black;">a
</span><span style="color: black;">de
Cristo “se tão somente” conservarem “firme a confiança e a
glória da esperança até ao fim”. (Hb 3.6)</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">É
</span><span style="color: black;">tão
</span><span style="color: black;">fundamental</span><span style="color: black;">,
para os que almejam a confirmação da salvação, </span><span style="color: black;">se
fixarem na</span><span style="color: black;">
fidelidade, </span><span style="color: black;">n</span><span style="color: black;">a
confiança - </span><span style="color: black;">
</span><span style="color: black;">n</span><span style="color: black;">a
manutenção do apego a promessa e da fé, </span><span style="color: black;">que
escritor faz questão de revelar que</span><span style="color: black;">
o abandono desses exercícios espirituais </span><span style="color: black;">impossibilitará
outra renovação para arrependimento. (Hb 6.4-6) Em outro momento afirma: Mas o justo viverá pela fé; E,
se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. (Hb 10.38) E não é a toa que essa cart</span><span style="color: black;">a
</span><span style="color: black;">faz
um elogio a fé e aos </span><span style="color: black;">Heróis</span><span style="color: black;">
da fé, que, embora viveram distantes da promessa, </span><span style="color: black;">não
abriram mão de sua fé</span><span style="color: black;">.
</span><span style="color: black;">Também,
n</span><span style="color: black;">ão
é sem propósito </span><span style="color: black;">que
na epístola, esses exercícios espirituais são exaltados,</span><span style="color: black;">
pois, se a carta enfatiza o apego a promessa, a esperança, a
fidelidade </span><span style="color: black;">e</span><span style="color: black;">
a confiança como condições para tornar os crentes participantes de
Cristo, falar da fé é fundamental, pois:</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">“a
fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das
coisas que se não vêem”. (Hb
11.1).</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">A
fé é
o
fundamento da Esperança, e é através dela que a esperança nas
promessas se transforma em convicção.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">“Ora,
sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador
dos que o buscam”. (Hb 11.6) </span><span style="color: black;">Portanto,
é necessário que os crentes zelem por sua fé, pois, “o justo
viverá pela fé; E, se ele recuar,” Deus “não tem prazer nele”. (Hb 13.38)</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Enfim,
falamos que o livro de aos Hebreus nos tira da comodidade intelectual
e espiritual, seus textos exigem de nós um pouco mais de reflexão,
exige a reobservação de nossos conceitos e ideias há muito tempo
enraizadas em nosso intelecto, como, e por exemplo, a questão da
nulidade do homem em relação a sua salvação. </span>
</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Muitos
defendem a passividade do homem em relação a sua salvação,
defendem, se valendo da interpretação soteriológica monergista das Escrituras, que cabe apenas a Deus qualquer medida em favor da salvação
do homem, e por consequência, o homem nada faz de positivo. Os
engenheiros desse sistema soteriológico, preocupados em
eliminar o que, entendem, seria, um possível mérito humano </span><span style="color: black;">-</span><span style="color: black;">,
a possibilidade de o homem responder a alguns </span><span style="color: black;">estímulos</span><span style="color: black;">
de Deus </span><span style="color: black;">-</span><span style="color: black;">,
apresentam um ser esvaziado que age de acordo e com os comandos
absolutos de seu criador, </span><span style="color: black;">sem
nenhuma resposta que não seja, a própria resposta de Deus dominante
no homem – o que seria um solilóquio. Ávidos por defender o
sistema monergista, preferem ignorar a riqueza das exortações, como
as registradas na epístola aos Hebreus, que revela ao crente que é
necessário que ele aja em favor da salvação, que há que se tomar atitudes em
prol da efetivação da salvação, que necessitam cooperarem com os meios da graça, enfim, que não há salvação monergista, já que a salvação é uma
dádiva de Deus, que exige do homem zelo e esforço para mantê-la. </span>
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="color: black;">Nega</span><span style="color: black;">r</span><span style="color: black;">
</span><span style="color: black;">que
homem,</span><span style="color: black;">
</span><span style="color: black;">com
o auxílio da graça, </span><span style="color: black;">participa
e deve participar ativamente na efetivação de </span><span style="color: black;">sua
salvação, </span><span style="color: black;">é
negar as instruções da epístola aos Hebreus, e variados textos
bíblicos que exortam os crentes a </span><span style="color: black;">confirmarem
sua vocação, perseverarem </span><span style="color: black;">na
doutrina </span><span style="color: black;">e</span><span style="color: black;">
preservarem a sua fé </span><span style="color: black;">além
de desconsiderar a exposição bíblica sobre responsabilidade do
homem em relação a sua salvação</span><span style="color: black;">. Portanto, cabe a nós, fazermos uma leitura mais atenta das Escrituras, a fim de desfazermos esses equívocos interpretativos que tendem a anunciar, implicitamente, um evangelho que não exige do cristão os esforços que tanto solicitou aos crentes judeus que estavam sob o seu cuidado, o zeloso escritor da epístola aos Hebreus. </span><span style="color: #111617;"></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #111617; font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Lailson
Castanha</span></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-27858652019901232782013-05-13T20:33:00.003-07:002013-05-13T20:41:49.674-07:00O SENTIDO DA LIBERDADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg39BIE6oXAg35aHZyEL2GF9hTMasQl8G5MZL4FMWoCFPwJILSFa35CtlAvx3TpUPCy0zFUFAa3hDg7y18f_EpNj7mj3MFtxHFqoy5AI8JI76Ky7sMCp55ahM7HNBwSBuni1AYi9Yyd0d0/s1600/Mounier.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg39BIE6oXAg35aHZyEL2GF9hTMasQl8G5MZL4FMWoCFPwJILSFa35CtlAvx3TpUPCy0zFUFAa3hDg7y18f_EpNj7mj3MFtxHFqoy5AI8JI76Ky7sMCp55ahM7HNBwSBuni1AYi9Yyd0d0/s1600/Mounier.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large; text-align: justify;">O SENTIDO DA LIBERDADE</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Emmanuel Mounier</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Nunca será tarde demais para pensar sobre o sentido da liberdade.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Conheceis de certo a velhíssima história de Adão e Eva.
Mesmo se não acreditais nisso, tomai a substância dela. O seu sentido é que
Deus teria muito bem podido criar um ser maravilhoso, todo ele montado como um
belo autômato. Mas, sendo Deus Liberdade ao mesmo tempo que Sabedoria, um ser
feito à sua imagem não devia apenas ser constituído de forma a causar admiração
às crianças, mas poder escolher livremente ser ou não ser essa maravilha. A
árvore perigosa fora tomada como teste dessa opção era, diz a Escritura, a árvore da Ciência do
Bem e do Mal: traz, sem dúvida, esse nome a fim de indicar que a mesma seiva
alimenta a um tempo o Bem e o Mal, que é temerário demais querer assimilar um
ou outro, sumariamente, a qualquer uma das civilizações da história. E essa árvore,
final de contas, crescia em uma espécie de Paraíso. Não é, portanto,
amaldiçoada a procura do saber e do poder. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Eram estes de certo proibidos até que o homem, no seu
crescimento livre, amadurecesse bastante para deles não fazer uso mortal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Ele não soube esperar, segundo a narração sagrada: a sua
impaciência teve um desfecho infeliz. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">______</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">MOUNIER, Emmanuel. <i>Sombras de medo sobre o século XX</i>;
tradução de Salústio de Figueiredo. Rio de Janeiro: AGIR, 1958.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b>Foto: </b>Emmanuel Mounier (1905 - 1950), filósofo personalista francês.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-40279048308822129352013-03-09T06:44:00.000-08:002013-05-13T20:39:26.168-07:00A simples história da salvação.<br />
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">A simples história da salvação.</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #222222;">Dr.<span class="apple-converted-space"> </span></span><em><span style="background-color: white; font-style: normal;">Kevin Mannoia</span></em><span class="apple-converted-space"><span style="background-color: white; color: #222222;"> </span></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/67RtxDtpz2M?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;">"O mesmo amor que nos criou, agora, é a motivação de nos buscar (...)".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">"Salvação não começa com o nosso pecado. Salvação começa na criação das nossas vidas na imagem de Deus".(</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Dr.<span class="apple-converted-space"> </span></span><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: white; font-style: normal;">Kevin Mannoia</span></em><span class="apple-converted-space" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;"> )</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="apple-converted-space" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; color: #222222;">______</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span class="apple-converted-space"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">Reflexão transmitida pelo </span></span><span style="background-color: white; color: #222222;">Dr.<span class="apple-converted-space"> </span></span><em><span style="background-color: white; font-style: normal;">Kevin Mannoia</span></em><span class="apple-converted-space"><span style="background-color: white; color: #222222;"> por ocasião do l</span></span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">ançamento do Livro Vida Magistral e Encontro Especial da Fraternidade Wesleyana de Santidade para pastores e líderes, ocorrido na </span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;"> </span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">Igreja Metodista Wesleyana de Vila Nivi</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">.</span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se deseja conhecer o trabalho do Rev. <em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Times, serif; font-style: normal;">Kevin Mannoia acesse: <a href="http://www.kevinmannoia.com/">http://www.kevinmannoia.com/</a><o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Times, serif; font-style: normal;"><br /></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Times, serif; font-style: normal;">Se deseja conhecer a Igreja
Metodista Livre do Brasil acesse:<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.metodistalivre.org.br/Artigos/artigos.painel.asp?tp=153">http://www.metodistalivre.org.br/Artigos/artigos.painel.asp?tp=153</a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-11503296747982836132013-01-09T10:28:00.000-08:002013-01-22T19:04:12.231-08:00Considerações sobre a graça preveniente.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltDYJfKZFlJ5fa2QdKnv73nz8KIj-mWTStfTZ9z6z9PBIceXfGthmKpT7Hzi7Y6wPYVQscdOozYms3mXwYj0Pm797c4v_3Xnv22hFpJ3gREHpZ2WxYPRIS4VW4wnEysagCLmWAEx4vrA/s1600/Caminho+preparado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltDYJfKZFlJ5fa2QdKnv73nz8KIj-mWTStfTZ9z6z9PBIceXfGthmKpT7Hzi7Y6wPYVQscdOozYms3mXwYj0Pm797c4v_3Xnv22hFpJ3gREHpZ2WxYPRIS4VW4wnEysagCLmWAEx4vrA/s1600/Caminho+preparado.jpg" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-large;">Considerações
sobre a graça preveniente.</span><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">À Fabrício Zamboni</span><span style="background-color: white;">, que me desafiou a refletir
sobre o tema.</span><span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">O
conceito Graça, em sua maneira simples, é adotado por todas as teologias
consideradas cristãs, no sentido clássico do cristianismo. Grosso modo, graça,
é a ação benevolente de Deus, que permite ao homem se interessar, buscar e ter
acesso às realidades que estão acima de sua natureza caída. Esse ato benévolo é
o ato que o capacita a se movimentar em direção a Deus e a sua vontade; sem a
graça, jamais o homem conheceria a Deus, e por consequência, jamais se
interessaria em ser agradável a Ele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Apesar
da unidade entre as linhas teológicas em relação ao conceito geral da graça,
algumas distinções, que buscaram ampliar o entendimento da graça, não
alcançaram a mesma unidade que o conceito genérico alcançou. Se a ideia genérica
da graça é uma ideia unânime entre as teologias cristãs, o conceito extensivo,
graça <span style="background: white;">preveniente</span>, não goza a mesma
concordância. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Admitida
desde Agostinho, citada explicitamente por Anselmo e Tomás de Aquino, e
abordada enfaticamente por Jacobus Arminius e John Wesley e harmonicamente, o
conceito graça <span style="background: white;">preveniente</span> não nutre
integralmente a mesma interpretação entre os calvinistas. Não adotado
explicitamente por essa vertente teológica, a chamada graça preveniente, entre
os calvinistas, é admitida apenas como ato benévolo de Deus direcionado em
favor dos eleitos. Pode ser considerada preveniente, como o próprio termo
indica, apenas, pelo fato de existir em favor do homem, antes de qualquer ação
deste, engendrando nele o desejo de praticar o bem, de romper com sua natureza
caída, enfim, de ser a agradável a Deus. Esse desejo elevado só é manifesto no
homem, pela vontade direta de Deus, infundindo nesse homem, seu eleito, um
desejo irresistível e eficaz. A graça de Deus, segundo o calvinismo é sempre diretamente
eficaz, ou seja, se Deus deseja que alguns homens cheguem ao conhecimento da
verdade, e através dela sejam salvos, por consequência, esses, de fato serão
salvos, pois serão alcançados por Deus, antes de qualquer particular ato ou
desejo humano, levando-os a crer e se arrependerem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Entre
as teologias arminiana e wesleyana há maior harmonia interpretativa. Falando
sobre a graça, Jacobus Arminius se apropria do termo “prévio” já usado por
Anselmo e Tomás, indicando certa nuança da graça geral, ele afirma: “<span style="background: white;">Essa graça precede, acompanha e segue; excita,
assiste, opera para que queiramos o bem, e colabora para que não queiramos em
vão. Depois continua: Essa graça dá início a salvação, é o que promove,
aperfeiçoa e consuma.<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[1]</span><!--[endif]--></span></a> Em outro Momento, Arminius
afirma: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-indent: 0cm;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mas,
que a especial concorrência ou assistência da graça, que é também chamado de
graça "cooperante e de acompanhante" não difere em espécie, nem em
eficácia dessa graça excitante, que é chamado de preveniente e operante, mas é
a continuação da mesma graça. É denominada "cooperante" ou
"concomitante", só por conta da concomitância da vontade humana, que
a graça operante e preveniente aliciou da vontade do homem. Esta concomitância
não é negada a quem a graça excitante é aplicada, a menos que o homem ofereça
resistência à graça excitante”.<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[2]</span></span></a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Diferentemente do ideário calvinista, segundo Arminius, a
graça de Deus é direcionada a humanidade, não se restringe ao seleto grupo dos
eleitos, como ensina o apóstolo João: “Ele é propiciação pelos nossos
pecados, e não somente pelos nossos, mas também, pelos de todo o mundo. (1 João
2:2) <i><o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Apesar de a graça ser
direcionada a todo o mundo, nem todos o homens se salvarão. Essa realidade evidencia,
segundo a teologia arminiana, que a graça pode ser resistida, ou seja, ela não
é irresistível como afirmam os calvinistas, e essa informação pode ser percebida
nas Escrituras, na carta aos Hebreus, na seguinte exortação: “Portanto,
convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para
que em tempo algum nos desviemos delas.<span class="apple-converted-space"> </span>(</span>Hb
2.1), continuada indagativamente: Como escaparemos nós, se não
atentarmos para uma tão grande salvação ...? (Hb 2.3)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Tanto
no sistema arminiano, como no wesleyano, a graça apresenta-se como manifestação
benevolente de Deus, configurando-se como possibilidade de qualquer homem ser
salvo, bastando, acolhê-la. Em seu estágio inicial, apresenta-se como
preveniente, pois atua em favor a humanidade, antes de qualquer ação particular
de qualquer homem, por isso, ela é preveniente. O homem conhece noções de
moralidade, mesmo tentando silenciá-la, ele escuta o clamor da consciência, e
com isso pode refletir sobre seus atos; isso ocorre por influência da graça, e
esse resquício do bem que podemos perceber em qualquer criatura não envolvida integralmente
pela graça, já testemunha a sua ação preveniente. Sobre isso, afirma Wesley: “Nenhum
homem vivo está inteiramente destituído daquilo que é vulgarmente chamado
consciência natural, embora esta não seja natural, e sim mais propriamente
chamada graça salvadora”.<span class="apple-converted-space"> </span><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[3]</span><!--[endif]--></span></a><span class="apple-converted-space"> Portanto, a graça salvadora, ou prévia, demonstra
a ação de Deus em favor de todo o homem. Se “t</span>oda a boa dádiva e todo o
dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes” como afirma Tiago, em sua epístola, </span>
não podemos negar que todo o homem, que, sabemos, alcança boas dádivas, inclusive
a verdade, pois toda verdade reside em Deus, é alcançado, por certa medida da
graça de Deus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Defendendo assistência da graça em favor de todos os homens,
continua Wesley: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-indent: 0cm;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Todos
têm, mais cedo ou mais tarde, bons desejos embora a maioria deles os afugente
antes que lancem raízes profundas ou produzam qualquer fruto considerável.
Todos os homens têm um certo grau da luz que mais cedo ou mais tarde, mais ou
menos, ilumina a todos que vêm ao mundo. E os homens, ao menos que pertençam ao
pequeno grupo de consciência endurecida, sentem-se mais ou menos mal quando
agem contra a luz da sua consciência. De maneira que nenhum homem peca porque
não possua a graça, mas porque não faz uso da graça que possui.<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title="">[4]</a></span><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><!--[endif]--></a></span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-indent: 0cm;">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span class="MsoFootnoteReference"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Além de ser defendido pela tradição cristã, o conceito de
graça preveniente, pode ser percebido nas Escrituras. Entendendo com clareza a
ideia implícita no termo graça preveniente, pode-se encontrar sua evidência em
muitos textos bíblicos. Vamos a alguns exemplos:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span class="apple-converted-space" style="background-color: white;">“</span><span style="background-color: white;">Mas,
pergunta agora às alimárias, e cada uma delas te ensinará; e às aves dos céus,
e elas te farão saber;<span class="apple-converted-space"> </span></span></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Ou fala com a terra, e ela
te ensinará; até os peixes do mar te contarão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white;">Quem não entende, por todas
estas coisas, que a mão do SENHOR fez isto?</span></span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: large;">” </span></span><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white;"> </span>(<span style="background-color: white;">Jó 12.7-9</span>)</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">“E a luz resplandece nas trevas, e as trevas
não a compreenderam (...).<span class="apple-converted-space"> </span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white;"><span style="text-align: start;">Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o
homem que vem ao mundo.<span class="apple-converted-space"> </span></span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white;"><span style="text-align: start;">Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o
mundo não o conheceu.<span class="apple-converted-space"> </span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade
da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (João 1.5</span> -13)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”. (Jo. 3. 16</span>)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">“E
se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim,
não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”. (Jo 12. 47)<span style="background: white;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância,
anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; (At 17:30</span>)<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: large;">“Pois do céu é revelada a
ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade
em injustiça.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: large;">Porquanto, o que de Deus se
pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; font-family: 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: large;">Pois os seus atributos
invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a
criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles
são inescusáveis(...)”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">(<span style="background: white;">Rm 1.18</span>
– 20</span>)</span><o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span class="apple-converted-space"><span style="background-color: white;"> </span>“</span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Porque
todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a
lei pecaram, pela lei serão julgados.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Porque os que ouvem a lei não são justos diante
de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Porque, quando os gentios, que não têm lei,
fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos
são lei;<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Os quais mostram a obra da lei escrita em seus
corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos,
quer acusando-os, quer defendendo-os;<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-size: large;">No dia em que Deus há de julgar os segredos dos
homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”. </span></span><span style="font-size: large;">(<span style="background-color: white;">Rm 2.12-16</span>)</span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: small;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que
Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores(...)”.<span class="apple-converted-space"> </span>(Tm 1.15)<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação
a todos os homens(...),<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e
piamente,<span class="apple-converted-space"> </span></span>”. (Tt. 2. 11,
12)<span style="background: white;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto,
descendo do Pai das luzes</span> (...)”. (Tg 1. 7)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">O qual, na verdade, em outro tempo foi
conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos
tempos por amor de vós;</span><span style="background: white;"><span style="text-align: start;">(1 Pe1.:20</span>)</span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">“Ele é propiciação pelos nossos pecados, e não somente
pelos nossos, mas também, pelos de todo o mundo. (1 João 2.2)<i><o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">(o Cordeiro) que foi morto desde a fundação do
mundo.<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="background: white;"><span style="text-align: start;">(Ap13.:8</span>)</span><em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><o:p></o:p></span></em></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;"><br /></span></em></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;">Os versículos citados retratam a
ação de Deus em direção a todos os homens, independentemente de sua prévia postura, ação ou futura resposta,
ou de estarem inseridos em um grupo de eleitos. Revelam que a graça é uma doação de Deus, vivenciada em Cristo, antes da
fundação do mundo. (Ap. 13. 8; 1Pe.1. 18-21). Refletindo sobre eles,</span></em></span><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;"> podemos identificar, o que a teologia, com Anselmo de Cantuária,
Tomás de Aquino, Jacobus Arminus e John Wesley chama de graça preveniente -, uma manifestação
benevolente e universal de Deus em favor do ser humano, que nem sempre se
efetiva como salvação, porém, se apresenta como possibilidade de qualquer homem
ser salvo, pelo fato de Cristo se apresentar como “</span></em><span style="background-color: white; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem”; </span><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;"> de Deus ter amado o mundo (Jo
3.16); de saber que Cristo veio</span></em><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">, “não para julgar o mundo, mas para
salvar o mundo”</span><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="background: white; font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic;"> </span></em><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">(Jo 12. 47</span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">),
“</span><span style="background-color: white; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os
pecadores(...)”.<span class="apple-converted-space"> </span>(Tm 1.15)</span><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic;">; e que Cristo é a
propriciação, não somente pelo pecado dos eleitos, mas pelos pecados de todo
mundo </span>(1 João 2.2)</em><em style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-style: normal; mso-bidi-font-style: italic;">”.</span></em></span></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;">Com essa realidade em mente,
podemos perceber, que o homem, mesmo preso no pecado pode se mover para o bem, porque
conta com a assistência da graça, oferecida para salvar os pecadores. Essa
percepção, corroborada pelas Escrituras, estabelece como legítimo, o conceito
graça preveniente defendido pela teologia arminiana e wesleyana, tradicionalmente
difundido pela teologia cristã. </span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"> </span><o:p></o:p></span></span></em></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div>
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b>______</b></span></span></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><b>Citações</b></span></span></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title="">[1]</a></span><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><!--[endif]--></a></span> <span style="background-color: white;">ARMINIUS,
Jacobus. WORKS OF ARMINIUS VL 2. An Open Letter to Hippolytus a Collibus - 4.
GRACE AND FREE WILL.</span></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif;"><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[2]</span><!--[endif]--></span></a> <span style="background-color: white;">Ibdem</span></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif;"><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[3]</span><!--[endif]--></span></a> <span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">BURTNER, R.W. e CHILES, R.E., compiladores.<span class="apple-converted-space"> </span></span><em>Coletânea de Teologia de John Wesley.</em><em><span style="background-color: white; font-style: normal;"> 2ed.</span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"> </span></em><em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-style: normal;">Rio </span><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">de Janeiro: Instituto Metodista Bennett, 1995. 2ed.</span></em><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="color: black; font-family: Times, Times New Roman, serif;"><a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/gra%C3%A7a%20preveniente%20de%20acordo%20com%20o%20arminianismo%20cl%C3%A1ssico%20ou%20wesleyano.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference">[4]</span><!--[endif]--></span></a> <span style="background-color: white;">Ibdem</span></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
</div>
<div class="MsoNormal">
<strong><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></strong></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><strong><span style="background-color: white;">Referências</span></strong><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">ARMINIUS, Jacobus. WORKS OF ARMINIUS VL 2.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="background-color: white;">BURTNER, R.W. e CHILES, R.E., compiladores.<span class="apple-converted-space"> </span></span><em>Coletânea de Teologia de John Wesley. </em><em><span style="font-style: normal;">2ed .Rio de Janeiro: Instituto Metodista Bennett, 1995.</span></em><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">L. GONZÁLEZ, Justo. Breve dicionário de teologia / Justo Gonzalez; tradução Silvana Perrella Brito. São Paulo: Hagnos, 2005<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;">J. GRENZ, Stanley. </span><i>Dicionário de Teologia</i>. Stanley Grenz, David Guretzki e Cherit Fee Nordling; traduzido por Josué Ribeiro. 5 ed. São Paulo: Vida, 2005.</span><br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">ANSELMO, da Cantuária. Livre-arbítrio e predestinação. Uma concordância entre presciência e graça divina. Sobre a concordância da presciência, da predestinação e da graça divina com o livre-arbítrio. Tradução de Daniel da Costa. São Paulo: Fonte editorial, 2006. </span></div>
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-90337192381371765342012-10-13T12:24:00.002-07:002012-10-13T12:32:10.309-07:00O conceito de Brunner sobre a eleição não soa armínio-wesleyano?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFu6-Ne-9hHn8-Z-XW_hEVatg_JGQEEXSwJOlt1cEqooVBNYsXkR-KBlqekmsw5e95jX2QwTu6IA5vdywPQFfzHFNQ4csYi4lrWvBlY8i0ugUitFbKccjq5SzLH20pcR3Z8PRmGmfS3Wc/s1600/brunner8.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" nea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFu6-Ne-9hHn8-Z-XW_hEVatg_JGQEEXSwJOlt1cEqooVBNYsXkR-KBlqekmsw5e95jX2QwTu6IA5vdywPQFfzHFNQ4csYi4lrWvBlY8i0ugUitFbKccjq5SzLH20pcR3Z8PRmGmfS3Wc/s1600/brunner8.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><strong>O conceito de Brunner sobre a eleição não soa armínio-wesleyano?</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times; font-size: large;">(apontamento do Bispo Ildo Mello)</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Ele diz:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">É Seu livre propósito que coloca-nos pecadores, por meio da fé, na realidade do Filho do Seu Amor, como é Seu propósito enviar-nos Seu Filho, revelar-nos a nós e partilhar a Si mesmo conosco (...). Em si mesmo, o Filho significa Eleição. Onde o Filho está há eleição. Mas onde o Filho não está não há eleição. Mas o Filho só está presente onde há fé, por isso no Novo Testamento os eleitos e apenas eles são aqueles que crêem. Por esta causa só a fé é decisão na qual o prêmio é a salvação ou a ruína. Não é uma decisão falsa onde tudo já foi decidido de antemão. As conseqüências podem ser sérias, se a fim de escapar da doutrina da dupla predestinação tomarmos o caminho errado e acabarmos no Universalismo [1]. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /><span style="font-size: large;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Alguém de fato lê na Bíblia como um todo, como também em Paulo, muito acerca daqueles a quem Deus rejeita ou rejeitou (por ex. Rm 11.15), mas nunca sobre aqueles aos quais Ele rejeitou desde a eternidade. Alguém encontra que Deus endurece os homens (Rm 9.18),mas nunca que Ele os predestinou desde a eternidade para a dureza do coração. Está escrito na Epístola aos Romanos que Deus tem o direito de fazer com sua criatura o que desejar – e se desejar, pode também fazer vasos de ira (Rm 9.22), mas não diz que Ele predestinou homens desde a eternidade para serem vasos de ira e os tenha criado como tais. Pelo contrário, é precisamente aqueles a quem Paulo descreve no nono capítulo como vasos de ira (9.22) de quem ele diz, no décimo primeiro capítulo que já estão salvos(11.23ss) (...) por um lado, ninguém se aproxima tão intimamente do pensamento de um “duplo decreto da predestinação, um para a salvação e outro para a perdição” como o nono capítulo da Epístola aos Romanos. Por outro lado, ninguém se aproxima mais da doutrina da salvação universal como o final do capítulo onze. (...). Se perguntarmos a razão disso, então estes são justamente os capítulos que nos fornecem uma resposta: apenas o fiel pode saber a respeito da eleição. A fé, porém, embora sendo dom de Deus é requerida de nossa parte. Nós também devemos crer (1 Co 16.13; Cl 2.7; Ef 6.16), A Palavra de Cristo está sendo proclamada em todas as nações, com a exigência da obediência (Rm 15.18). O que mais importa é a decisão da fé (Rm 11.20) [2].</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;">______</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><strong>[1] BRUNNER Emil. Dogmática I, p. 412.<br />[2] BRUNNER Emil. Romanos, p.257-258.</strong></span><br />
<span style="font-family: Times;"><strong>Fonte:</strong> <a href="http://escatologiacrista.blogspot.com.br/2012/10/uma-consideracao-sobre-doutrina-da.html">http://escatologiacrista.blogspot.com.br/2012/10/uma-consideracao-sobre-doutrina-da.html</a></span><br />
<span style="color: white; font-family: Times;">.</span></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-78694421117559756712012-07-21T06:57:00.003-07:002012-07-21T07:00:35.209-07:00A dialética teológica e a teologia da inversão de valores<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj355Z0kPFRNtyRnHJWjl-JDjPJfaHoPnTBhdaL1I1sIW4GMNWfOLP00VniXqJ87RiizmZPd1fr4E3tmasEAXUplCPfB7nZ_Qculdqjl2wMy82ORe4ohTKkHJ_DfIG1E445GOs19zJwtBw/s1600/justa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" hda="true" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj355Z0kPFRNtyRnHJWjl-JDjPJfaHoPnTBhdaL1I1sIW4GMNWfOLP00VniXqJ87RiizmZPd1fr4E3tmasEAXUplCPfB7nZ_Qculdqjl2wMy82ORe4ohTKkHJ_DfIG1E445GOs19zJwtBw/s320/justa.jpg" width="320" /></span></a><span style="font-size: large;">A DIALÉTICA TEOLÓGICA E A TEOLOGIA DA INVERSÃO DE VALORES</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Introdução</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No extenso percurso histórico, desde o início dos registros das manifestações humanas, vários movimentos culturais e intelectuais foram se transformando. Como havia ditado o grande filosofo sistemático Hegel, dialeticamente os movimentos foram se transformando como síntese do choque entre velhas e novas ideias. Ao longo da história puderam-se testemunhar mudanças no modo de vida social. Fazendo uma comparação investigativa, facilmente se observará que os contornos culturais de hoje são diversos, e na maioria dos casos, muito diferente do que os de outrora. Se a dialética traça os rumos arquitetados por Hegel, nem sempre a nova arquitetura é feita de novos elementos, pois no choque entre o velho e o novo, muita coisa dantes usadas, ou, muitos elementos e ideias até então dispensados podem novamente vir a tona. Portanto, a síntese entre tese e antítese, entre o velho e o novo, poderá, com novas formas e variações, reaproveitar muita coisa ou ideia, tida como antiquada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A filosofia e a teologia não fogem desse movimento que observamos. Em muitas obras que versam sobre essas manifestações intelectuais leem-se registros das mudanças na ordem das ideias – mudanças essas, que vez por outra, reafirmam o que remotamente fora rejeitado. Detendo-se na Teologia, pode-se perceber sem muito esforço essa realidade dialética, e é sobre aspectos dessa realidade dialética na teologia que timidamente passaremos a abordar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>1. Aspectos de uma dialética teológica.</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Comentar sobre aspectos de uma dialética teologia é ter a princípio um leque de possibilidades, coisa que por sua extensão, impossibilitaria nossa pretensão de desenvolver um simples e específico comentário. Por isso, para realizar nossa pretensão, a saber, de construir, não um exaustivo comentário, mas uma abordagem parcial e simples - buscamos desenvolver um comentário que, mesmo beirando o superficial, não se configure como supérfluo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Tendo assumida a hipótese da dialética teológica, podemos apresentar superficialmente algumas manifestações que entendemos se configurar como matéria prima da perpetuação dessa dialética. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Teologia Cristã tem nos Escritos Bíblicos a fonte de sua movimentação dialética, porém, apesar da fonte comum, os movimentos teológicos cristão são destoantes. Por exemplo, os evangelhos e os escritos do apóstolo Paulo que tem servido como inspiração para uma série de sistemas, direcionam os aderentes de cada sistema a conclusões opostas. Se voltarmos nossa atenção apenas para os sistemas soteriológicos perceberemos que essa hipótese ganha ainda mais força. Nessa investigação, apontamos para o fato de que as mesmas fontes e ideias usadas para legitimar um sistema, são usadas para legitimar outro destoante. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Na Soteriologia Católica, temos como fundamento os Pais da Igreja, principalmente a fonte agostiniana, que avançando, gera a vertente tomista – apresentando-se em outra forma, que por sua vez ganha outra curso no afluente molinista, continuando nos contemporâneos, em vários modos, a movimentar o curso dialético das ideias. Já a Soteriologia Protestante tem como fonte os já citados católicos, canalizados em Lutero e Calvino, que engendra o afluente Arminius que, por sua vez, gera o afluente Wesley e demais, em diversidade de conteúdos, interpretações e ênfases. Porém tanto na primeira como na segunda, o lençol de água é as Escrituras. É importante ressaltarmos que os sistemas que citamos não seguem uma ordem estrita, tal como apresentamos, ademais, a grande maioria de nomes ou sistemas foram omitidos, o que pretendemos em nossa apresentação, é apenas mostrar que existe uma dialética teológica.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Através de um grande número de sistemas várias ideias foram discutidas. Temas como: soberania de Deus, eleição e predestinação (absoluta e inflexível ou, restrita e flexível); conhecimento de Deus (positivo, sempre diretamente atuante, passivo ou impassivo; ou circunstancialmente atuante etc.); livre-arbítrio humano (como coisa irreal, ou, existente apenas antes da queda; enfraquecido depois da queda – mais, ainda existente; só possível com a intervenção da graça preveniente; etc.) foram dialeticamente ganhando novos contornos, passando de uma rigidez ideologia à flexibilidade, ou inversamente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Como prevíamos nossa intenção nesse simples comentário não é tratar com profundidade os principais aspectos da dialética teológica, o que demandaria maior trabalho, e, por consequência, exigir-nos-ia mais tempo de dedicação, coisa que atualmente indispomos, além de fugir de nosso campo de intenções. Pretendemos abordar apenas um aspecto marginal dessa dialética. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Apesar de entender que quando se fala em dialética teológica o assunto predominante deva ser as construções e reformas propriamente teológicas, agarrar-nos-emos a outra questão, a saber, a inversão de valores - realizada com o intuito de manter firme algumas construções teológicas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>2. A teologia da inversão de valores e as mudanças de ênfases.</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se até agora nossa tarefa foi a de destacar que de tempos em tempos ocorreram várias transformações nas teorias teológicas, doravante, passaremos a destacar uma questão específica, ou seja, a inversão de valores, principalmente em relação aos valores morais e potenciais atribuídos a Deus, assumida por algumas vertentes teológicas – e em seus defensores, tendo como fim, como já apontamos, manter intacta a consistência e coerência teórica da vertente teológica que defendem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>2.1 O enfraquecimento de valores morais em prol da perpetuação de alguns sistemas teológicos.</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Para se configurar como uma genuína Teologia Cristã, independentemente do caminhar dialético, algumas ideias devem ser assumidas como inamovíveis. Umas dessas ideias basilares se referem ao caráter reto, santo, justo e amoroso de Deus, fonte de todos os bons valores, de toda boa dádiva e de todo o dom perfeito</span><span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">(Tg 1.17). Portando, cristãmente crer em Deus, entre outras coisas, é crer que nEle residem, sem sombra nem variação, esses valores ideais. Apesar de verbalizada e confessada por todas as teologias cristãs, na engenhosidade de suas teorias, a palavra verbalizada e assumida sobre os valores que nos referimos não encontra assentamento em alguns sistemas teológicos.</span><span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Percebe-se o afloramento do calvinismo no Brasil. O que dantes era uma teologia quase que confinada a redutos específicos, hoje, sua influência se estende até mesmo em ambientes que tinha no arminianismo o seu principal afluente teológico. Na Internet, além da divulgação produzida por já tradicionais figuras e veículos calvinistas, essa nova camada também ostenta ferozmente sua teologia recém-absorvida através de sites, blogs pessoais ou institucionais, como também, atacando páginas que divulgam outras teologias, principalmente a Teologia Arminiana.</span><span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Independentemente do grau de profundidade que esses seminovatos calvinistas têm em relação à teologia que abraçaram, ou de outra teologia contrária que ferozmente atacam, percebe-se em suas posturas uma ousadia que por pouco alcança as raias do delírio, reforçando práticas de figuras já institucionalmente situadas e estabelecidas. Na ânsia de proteger a pseudológica de seu sistema teológico, não se constrangem a diminuir o que é de mais valorado nas Escrituras, a saber, o caráter reto, santo e justo de Deus, passando a construir, ou mesmo, perpetuar com mais explicitude, a teologia de inversão de valores.</span><span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O que vem a ser a teologia da inversão de valores? - Não é outra coisa, que uma teologia que diminui a importância dos valores morais, com o fim de supervalorizar o poder, por eles titulado como, soberania. É uma teologia que muda a ênfase das Escrituras, do amor, caráter, santidade, e justiça para o poder ou soberania. Na tentativa de garantir uma sobriedade teológica - até mesmo à ênfase evangélica do Novo tentamento é manipulada. Enquanto que a Bíblia registra a preocupação de Cristo em favorecer a humanidade, através de um tão grande amor por todos, que o levou a uma morte vil, os inversores, procuram direcionar esse favor gracioso Deus em prol da humanidade, diminuindo a extensão de sua doação benévola - apenas a um grupo ao qual chamam de eleitos. Se, se afirmava que o preço que pagou Cristo foi o caríssimo preço do pecado do mundo inteiro, a teologia da inversão de valores, apresentando a expiação de Cristo como preparada só para o grupo dos eleitos, com isso torna menor a extensão do sacrifício de Cristo do que é apresentado pelas Escrituras. Vejamos como as Escrituras nos apresenta a extensão do sacrifício e favor de Cristo:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. </em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3. 16, 17)</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá a vida” (Rm 5.18.) </em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 1.32)</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo todos morreram.” (2Co 5.14) .</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /><em></em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-size: large;">Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens... </span><span style="font-size: large;">(Tt 2.11)</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. (1 João 2. 2).</em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É muito claro nas Escrituras que o sacrifício e favor de Cristo e de extensão Universal, porém, os inversores diminuem consideravelmente essa dimensão. </span><span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se a ênfase evangélica através da teologia de inversão de valores ganha novos realces, a moralidade também. Nesses contornos teológicos algumas expressões axiológicas passam a ser tratadas como quimeras. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quando falamos na integridade de Deus, apontando que o homem, com o seu livre-arbítrio é realmente culpado por seu pecado -, assumindo o ousado sistema teológico inversivo, toda a retidão de Deus, apresentado nas escrituras como julgador de cada um segundo as suas obras, é desprezada, pois implicitamente ou em casos até explicitamente, afirmam que próprio Deus impediu que esses homens fizessem o bem. Deus já havia, indicam, escolhido positivamente os que seriam salvos e os que seriam condenados. Sobre esse pressuposto, Jacobus Arminius já advertia que afirmar que Deus estabeleceu positivamente os atos dos réprobos, é torná-lo autor do pecado:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Embora o pecado não possa ser cometido por ninguém exceto por uma criação racional, e, por isso, deixa de ser um pecado, por esta mesma circunstância, se sua causa for atribuída a Deus; no entanto, parece possível, por quatro argumentos, fixar essa acusação sobre o nossos teólogos. ’Segue-se de sua doutrina de que Deus é o autor do pecado’".</em> (Jacobus Arminius. Works of Arminius VlI).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">John Wesley problematiza a questão da incoerência em julgar alguém incapaz de fazer o que fez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><em>“Se o homem é capaz de escolher entre o bem e o mal, ele se torna um objeto próprio da justiça de Deus que o absolve ou o condena, que o recompensa ou pune. Mas se ele não é, não se torna objeto daquela. Uma simples máquina não capaz de ser absolvida nem condenada.”</em> E continua,<em> “(...)A justiça não pode punir uma pedra por cair ao chão, nem, no nosso plano, um homem por cair no pecado, ele não pode senti-la mais do que a pedra, se ele está, de antemão, condenado... Será este homem sentenciado a ir para o fogo eterno preparado para o diabo e os seus anjos por não fazer o que ele nunca foi capaz de evitar?”</em> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Defender que positivamente Deus estabeleceu os réprobos, é de alguma forma, além de torná-lo autor do pecado, apontar um traço de injustiça e de não retidão no caráter de Deus. Com muita propriedade o Rev. Amos Binney afirma: “Se o castigo é justo, é porque o castigado podia ter obrado de outro modo.” Portanto, segue-se que se o castigado não poderia ter obrado de outro modo, o castigo é injusto e injusto é o castigador. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Invertendo os valores tão zelosamente defendidos nas Escrituras, a teologia da inversão de valores, abandona a defesa do caráter reto de Deus, colocando nele um caráter obscuro – que faz dele, um julgador que não leva em consideração nenhuma ação humana, e pior ainda, que faz com que a maioria dos homens seja intrinsecamente impedida de desejar qualquer bem, qualquer salvação, oferecendo caprichosamente seu favor apenas a um grupo, tão pecador quanto o reprovado, independentemente de qualquer resposta humana. Ou seja, prática da acepção de pessoas que as Escrituras afirmam não existir em Deus, a teologia da inversão de valores assume como natural ação de um Deus soberano. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Defendendo, também, que algumas práticas pecaminosas foram incitadas por Deus independentemente do caráter já corrupto de alguns homens, a teologia da inversão de valores faz de Deus um corruptor de homens, coisa explicitamente rejeitada nas Escrituras, principalmente como lemos na clara assertiva de Tiago: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. (Tg 1.13). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se apropriando de textos de linguagem antropomórficas, os famigerados reversores teológicos fazem de Deus um ser imoral, que além de tentar alguém a práticas pecaminosas, o pune. É muito clara à percepção de quem se envolve em controvérsias soteriológias com defensores da teologia da inversão de valores o desprezo pelos conceitos morais que a Bíblia ciosa da reputação divina apresenta como traços do caráter divino. Diante dessa questão, a resposta a algumas indagações se fazem pertinentes, a saber:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Qual é a grande ênfase das Escrituras, o amor e a justiça de Deus, associada ao seu reto caráter -, ou uma soberania que julga a cada um de acordo com obras estabelecidas pelo próprio soberano?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O que as Escrituras mais explicitamente falam sobre Deus, sobre o seu amor pelo mundo, sua santidade, sua retidão e integridade, sua JUSTIÇA, - ou sobre sua soberania absoluta que impede intrinsecamente a possibilidade de salvação a muitos, ao passo, que intrinsecamente tem garantida a salvação a alguns, independente de suas ações? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O que mais as Escrituras exortam, a prática do autoexame, a necessidade de vigilância por conta da possibilidade do naufrágio da fé e para não receber em vão a graça de Deus, a necessidade do arrependimento -, ou o conforto de um grupo estabelecido de eleitos por conta da impossibilidade de que caiam da fé?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><strong>Conclusão.</strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nessas poucas linhas, fizemos alguns apontamentos direcionados a praticas de defensores de uma vertente, que na ânsia de garantir seu principal pressuposto teológico, a saber, a soberania absoluta de Deus, cometem excessos que terminam por descaracterizar o Ente que visa defender. Apontamos para o problema vivenciado pelos defensores, por nós chamados, da teologia da inversão de valores, destacando que alguns valores que são colocados em alta estima nas Escrituras, por destacar a santidade de Deus -, na vertente teológica inversora, e nas mentes que assumem essa inversão, são relegados, na ânsia de valorizarem uma pretensa soberania absoluta, em detrimento a ética bíblica que direciona a Deus valores morais que não se harmonizam com o modelo de soberania absoluta que defendem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É certo que a soberania divina é um fato bíblico. É certo também, em acordo com essa soberania, que nada ocorre sem a Divina Providência, até mesmo o livre-arbítrio do homem é manifestação da providência de Deus. Como também, é certo que não podemos omitir em qualquer manifestação intelectual essa realidade, e isso, implicitamente nos faz defender que a ocorrência de tudo está ligada a essa soberania e providência de Deus. Porém, o que não pode ser defendido, sob pena de apresentar Deus como um ser imoral, injusto e odioso, é inferir que essa soberania e providência de Deus que possibilita a ocorrência de todas as coisas, é a feitora positiva, intencional de todos os males do mundo, incluindo o pecado particular de cada ser, como inferem muitos calvinistas aqui tratados como inversores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Teologizar sem reparar os caminhos que nossas inferências estão a nos levar é correr o risco de fazer teologia irresponsável e agressiva e de defender ideias e práticas contrárias aos atributos e valores que a Bíblica direciona para Deus.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Lailson Castanha</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">______</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Referências bibliográficas.</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
AGOSTINHO, Santo. O Livre-arbítrio. 2ed. São Paulo: Paulus, 1997. </div>
<div style="text-align: justify;">
ARMINIUS, Jacobus. Works of Arminius VlI.PDF</div>
<div style="text-align: justify;">
BINNEY, Amos. Compendio de Teologia. Campinas: Editora Nazarena.</div>
<div style="text-align: justify;">
LANE, Tony. Pensamento Cristão (Volume I); traduzido por Elizeu Pereira. 4ed. São Paulo: Abba Press, 2007.</div>
<div style="text-align: justify;">
LANE, Tony. Pensamento Cristão (Volume II); traduzido por Elizeu Pereira. 4ed. São Paulo: Abba Press, 2007.</div>
<div style="text-align: justify;">
OLSON, Roger. A história da Teologia Cristã – 2000 anos de tradição e reformas; tradução Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2001.</div>
<div style="text-align: justify;">
BURTNER, R.W. e CHILES, R.E., compiladores. Coletânea de Teologia de John Wesley; 2ed. Rio de Janeiro: Instituto Metodista Bennett, 1995.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-48366462858520881992012-07-16T02:45:00.001-07:002013-01-12T08:12:55.838-08:00SOBRE O ARREPENDIMENTO PELO QUAL OS HOMENS RESPONDEM A VOCAÇÃO DIVINA<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj8ZPw1eCftu40J6_QoEloAbNG64QvzUMy8k7DFXAYhe_cCWsiHVCnZQxOgG1qPZU1TCMYpZt8Gl9BriiAaLXBkLvbIthyphenhyphencttdB8Z_L7q_LnB9dKA-pnTNPyiVNqYt-X8j4LTxnVZoKJU/s1600/Jacobus+Arminius.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ca="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj8ZPw1eCftu40J6_QoEloAbNG64QvzUMy8k7DFXAYhe_cCWsiHVCnZQxOgG1qPZU1TCMYpZt8Gl9BriiAaLXBkLvbIthyphenhyphencttdB8Z_L7q_LnB9dKA-pnTNPyiVNqYt-X8j4LTxnVZoKJU/s320/Jacobus+Arminius.jpg" width="241" /></a></div>
<span style="font-size: large;">DISPUTA XLIII </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">SOBRE O ARREPENDIMENTO PELO QUAL OS HOMENS RESPONDEM A VOCAÇÃO DIVINA</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Jacobus Arminius</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Como, em matéria de salvação, aprouve a Deus tratar com o homem pelo método de um pacto, ou seja, por uma estipulação, ou uma exigência e uma promessa, e como ainda considera a vocação de uma participação na aliança; é instituído, em ambas as partes e em separado, que o homem pode cumprir a requisição ou ordem de Deus, pelo qual ele pode obter [o cumprimento] de sua promessa. Mas esta é a relação mútua entre os dois - a promessa é equivalente a um argumento, empregado por Deus, que ele pode obter junto ao homem o que ele exige, e o cumprimento da demanda, por outro lado, é a condição, sem o qual o homem não pode obter o que foi prometido por Deus, e através do [do desempenho] qual ele certamente obtém a promessa. II. Por isso, é evidente que o primeiro lugar que acolhe esta vocação é a fé, pela qual o homem crê que, se ele está em conformidade com a exigência legal, ele irá desfrutar da promessa, mas que se ele não cumpri-la, não será colocado em posse das coisas prometidas, ou melhor, que os males contrários serão infligidos a ele, de acordo com a natureza da aliança divina, em que não há nenhuma promessa, sem uma punição oposta a ela. Esta fé é o fundamento sobre o qual repousa a obediência que deve ser rendida a Deus, e é, portanto, o fundamento da religião. III. Mas os teólogos geralmente colocam três partes nesta obediência. A primeira é o arrependimento, pois é o chamado de pecadores para a justiça. A segunda é a fé em Cristo e em Deus através de Cristo, pois, vocação é feita por meio do evangelho, que é a palavra da fé. A terceira é a observância dos mandamentos de Deus, em que consiste a santidade de vida, para qual os crentes são chamados, e sem a qual ninguém verá a Deus. IV. O arrependimento é o pesar ou tristeza por conta dos pecados conhecidos e reconhecidos, a dívida da morte contraída pelo pecado, e por conta da escravidão do pecado, com o desejo de ser libertado. Por isso, é evidente, que as três coisas concorrem em penitência - a primeira como um antecedente, a segunda como uma consequência, e a terceira como corretamente e mais plenamente compreendendo sua natureza. V. O que equivale a um antecedente é o conhecimento ou reconhecimento do pecado. Este consiste de um conhecimento duplo: (1.) Um conhecimento geral pela qual se sabe o que é o pecado universal e de acordo com a prescrição da lei. (2). Um conhecimento particular, pelo qual se reconhece que o pecado havia sido cometido, tanto a partir de uma lembrança das más ações cometidas e do bem omitido e da análise deles de acordo com a lei. Este reconhecimento tem, unido com ele, a consciência de um duplo demérito, da condenação ou morte, e da escravidão do pecado, "porque o salário do pecado é a morte," e "ele que comete pecado é escravo do pecado. “Este reconhecimento é interno e feito na mente, ou é externo, e recebe a denominação de “confissão.” VI. O que intimamente compreende a natureza do arrependimento é, o pesar por conta do pecado cometido, e de seu demérito, que é muito mais profundo, como o reconhecimento do pecado é mais claro, e mais abundante. Também é produzido a partir deste reconhecimento, por meio de um temor duplo de punição:. (1). Um temor não só de corpo e punição temporal, mas também daquilo que é espiritual e eterno. (2). O temor de Deus, pelo qual os homens temem o julgamento desse bom e reto ser, a quem ofenderam por seus pecados. Este temor pode ser corretamente chamado de "inicial", e acreditamos que há alguma esperança a ele anexada. VII. O que se segue como consequência, é o desejo de libertação do pecado, isto é, a partir da condenação do pecado e do seu domínio, qual desejo é tanto mais intenso, por quanto maior é o reconhecimento de miséria e tristeza por causa do pecado. VIII. A causa desse arrependimento é Deus por sua palavra e Espírito em Cristo. Pois é um arrependimento que tende a não se desesperar, mas para a salvação, mas tal não pode ser, exceto com relação a Cristo, em quem, só, o pecador pode obter livramento da condenação e do domínio do pecado. Mas a palavra que ele usa no início é a palavra da lei, mas não sob a condição jurídica peculiar à lei, mas sob o que está anexa a pregação do Evangelho, do qual a primeira palavra é que a salvação é declarada a penitentes. O Espírito de Deus pode, não impropriamente, ser denominado "o Espírito de Cristo", assim como é mediador, e exorta primeiro o homem pela palavra da lei, e, em seguida, revela-lhe a graça do evangelho. A ligação da palavra da lei e do evangelho, que é, assim, habilmente feita, remove toda a autossegurança, e proíbe o desespero, que são as duas pragas da religião e das almas. IX. Nós não reconhecemos a satisfação que os papistas fazem ser a terceira parte de arrependimento, ainda não negamos que o homem que é um verdadeiro penitente procurará dar satisfação a seu próximo contra quem ele confessa que pecou, e a igreja que ele feriu pela sua ofensa. Mas a satisfação, de forma alguma, pode ser prestada a Deus, por parte do homem, pelo arrependimento, tristeza, a contrição, a esmola, ou pela recepção voluntária e imposição de punições. Se tal curso foi prescrito por Deus, as consciências dos homens devem necessariamente ser atormentadas com a angústia contínua de um inferno ameaçador, não menos do que se nenhuma promessa de graça tinha sido feita para os pecadores. Mas Deus considera esse arrependimento, que já descrevemos, sendo ele verdadeiro, digno de uma libertação graciosa do pecado e da miséria; e tem a fé como consequência, sobre o qual iremos tratar na disputa subsequente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">COROLÁRIO: Arrependimento não é um sacramento, seja com relação a si próprio, ou em relação aos seus símbolos externos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tradução: Lailson Castanha</div>
<div style="text-align: justify;">
______</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Works of Arminius Vol. 2<br />
<br /></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-88579808185495550462012-07-16T02:39:00.000-07:002012-07-17T18:49:51.567-07:00SOBRE A FÉ EM DEUS E CRISTO<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiELaB4Mnrs9Oh7e6aZraLOwdWC0exW_ZJONpqgGrb69ujTqBpy7J-8YHolWI8po9Z_pbX0AFFy-ibn-0pNpB6_BOiYAZPaSFkfl4BqjlZ6NzAniMWYB92Fpy3r1Hkt8UI28JE0AxUYWfg/s1600/Jacobus+Arminius.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img $ca="true" border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiELaB4Mnrs9Oh7e6aZraLOwdWC0exW_ZJONpqgGrb69ujTqBpy7J-8YHolWI8po9Z_pbX0AFFy-ibn-0pNpB6_BOiYAZPaSFkfl4BqjlZ6NzAniMWYB92Fpy3r1Hkt8UI28JE0AxUYWfg/s320/Jacobus+Arminius.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: large;">DISPUTA XLIV </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">SOBRE A FÉ EM DEUS E CRISTO</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: large;">Jacobus Arminius</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na disputa anterior, temos tratado na primeira parte da obediência que se rendeu à vocação de Deus. A segunda parte segue agora, que é chamado de "obediência da fé". II. Fé, em geral, é o acolhimento dado à verdade e fé divina é a que é dada a verdade revelada por Deus. A base sobre a qual repousa a fé divina é dupla - uma externa e de fora ou além da mente - a outra interna e na mente. (1.) O fundamento externo da fé é a veracidade de Deus, que faz a declaração, e que nada pode declarar que é falso. (2.) A base interna da fé é dupla - tanto a ideia geral por que sabemos que Deus é verdadeiro - e do conhecimento pela qual sabemos que é a palavra de Deus. Fé é também dupla, de acordo com o modo de revelação, sendo legal e evangélica, da qual esta última está sob nossa consideração presente, e se inclina a Deus e a Cristo. III. A fé evangélica é um assentimento da mente, produzida pelo Espírito Santo, por meio do evangelho, nos pecadores, que, através da lei, conhecem e reconhecem seus pecados, e são penitentes por conta deles, por que eles não estão apenas totalmente convencidos dentro de si que Jesus Cristo foi constituído por Deus, o autor da salvação àqueles que lhe obedecem, e que ele é seu próprio salvador se eles crerem nele, e pelo qual também acreditam nele como tal, e através dele em Deus como o Pai benevolente nele, para a salvação dos crentes e para a glória de Cristo e de Deus. IV. O objeto da fé não é apenas o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, mas também o próprio Cristo constituído por Deus, o autor da salvação para aqueles que lhe obedecem. V. A forma é o consentimento que é dado a um objeto dessa descrição, que o parecer favorável não é adquirido por um curso de raciocínio a partir de princípios conhecidos por natureza, mas é um assentimento infundido acima da ordem da natureza, que, no entanto, é confirmado aumentando os exercícios diários de oração e mortificação da carne, e pela prática de boas obras. O conhecimento é antecedente à fé, porque o Filho de Deus é contemplado antes de um pecador crer nele. Mas confiar ou confiança é consequente a ela, pois, por meio da fé, a confiança é colocada em Cristo, e através dele em Deus. VI. O autor da fé é o Espírito Santo, a quem o Filho envia do Pai, como seu advogado e suplente, que pode reger sua causa no mundo e contra ele. O instrumento é o evangelho, ou a palavra da fé, contendo o significado a respeito de Deus e de Cristo que o Espírito apresenta ao entendimento, obrando uma persuasão. VII. O sujeito no qual reside, é a mente, não só como ela reconhece esse objeto sendo verdadeiro, mas também sendo bom, qual a palavra do evangelho declara. Portanto, pertence, não só a compreensão teórica, mas igualmente ao dos afetos, que é prático. VIII. O sujeito ao qual [é dirigido], ou o objeto sobre o qual [é ocupado], é o homem pecador, reconhecendo seus pecados, e penitente por causa deles. Pois que esta fé é necessária para a salvação de quem crê, mas é desnecessária para quem não é pecador, e, portanto, ninguém, exceto um pecador, pode conhecer ou reconhecer a Cristo por seu salvador, pois ele é o salvador dos pecadores. O fim, o que pretendemos para o nosso próprio benefício, é a salvação em sua natureza. Mas o fim principal é a glória de Deus através de Jesus Cristo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">COROLÁRIO: "Foi a fé dos patriarcas nas alianças da promessa, a mesma que a nossa, sob o Novo Testamento, no que diz respeito a essência?" Nós respondemos afirmativamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tradução: Lailson Castanha</div>
______<br />
Works of Arminius Vol. 2<br />
<br />Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-69831995273721580522012-05-24T12:43:00.000-07:002012-05-25T23:38:22.850-07:00O servo e o soberano<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK4W0GniqItHF3-VnPBee6r692usZdaQ-c_YHh5X7AY01tMI7VRhpOVrWcMc-7dSji1bVzQP1HcLXiVaKuGLwukeywiBbtr8ziO53y7MGjFYY7gGVaEw8-lxf70XVljfMI10Lcdbf-nXE/s1600/Servo+e+o+soberano.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" qba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgK4W0GniqItHF3-VnPBee6r692usZdaQ-c_YHh5X7AY01tMI7VRhpOVrWcMc-7dSji1bVzQP1HcLXiVaKuGLwukeywiBbtr8ziO53y7MGjFYY7gGVaEw8-lxf70XVljfMI10Lcdbf-nXE/s320/Servo+e+o+soberano.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-size: x-large;">O servo e o soberano</span></strong><br />
<br />
<em>Josué Oliveira Gomes*</em><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Matutando comigo mesmo sobre a questão de servir a Deus, me lembrei que sou também um filho dele. Mas, como seria isso? Sou filho ou sou servo? Sou um servo que é filho ou um filho que serve? Sei lá! Uma coisa penso ser verdade. Não creio que me seja exigido uma obediência cega, ainda que leve em conta minha ignorância e sua soberania. Creio na soberania de Deus, mas não o vejo como os soberanos antigos (ou modernos), déspotas inatingíveis e inalcançáveis. Quando leio a bíblia percebo que Deus, consegue abdicar de sua soberania com o firme propósito de se colocar ao nível dos seres humanos, aliás, ele se rebaixa ainda mais e lava os pés de quem ama. E, a quem ele se recusa amar? Quando descubro isso como verdade libertadora, me vejo na condição de filho amado que se dispõe a servir. Não como um servo encabrestado. Apesar da preferência ou única condição (cabresto) de tantos, Deus não parece desejar ser servido à base da imposição ou à custa de cabresto. Deus não nos chama para sermos soldadinhos bem arrumadinhos que sabem do dever de obediência. Foi Jesus quem ensinou que deveríamos chamá-lo Abba, também disse que o Pai, melhor do que nós, sabe como tratar seus filhos. O que me faz obediente (quando o sou) não é o poder de sua soberania, mas o seu terno e doce amor que liberta. Falando nisso, não quero ser reconhecido como um servo de Deus como se isso fosse uma imposição de um soberano intocável, assentado em um trono esperando receber todo louvor e toda honra e toda glória. Prefiro ser percebido por aquele a quem posso chamar Abba-Pai e, percebendo-o como tal, me sentir livre para servi-lo. Vocês lembram do escravo de orelha furada amostrado no Pentateuco? Tal escravo tem em suas mãos a alforria que lhe garante a liberdade, o ser dono de seu nariz, cuidar de sua vida se lixando pro que acontece ou não na casa e ambiência de seu senhor. Mas, digamos que o sentimento e consciência do escravo fosse de que agora que conhece o valor da liberdade, se vê livre para poder servir. Ali estão as pessoas que fazem parte de sua história. Ali estão as pessoas caras de suas relações. Ficar em casa não seria ficar escravo, mas se ver livre para servir, o que equivale a amar. O amor exige por si esforço. A consciência do amor libera disposição para se doar. Foi isso que aconteceu (creio) no coração e cabeça de Jesus em relação ao Pai. E é isso que deve refletir em nossas relações com o Pai e com os outros. Então pega a sovela e fura a orelha, pois isso é sinal da voluntariedade e do despojamento de todas as individualidades. Também é sinal de não aceitar o comodismo da auto-suficiência. Pois quando sou livre para servir, a isso me proponho ou não. Feliz é aquele que se vê livre e, por ser livre serve. E, servindo, se parece mais com o Filho de Deus que não se aproveitando da glória do ser filho, serviu em amor até o fim, o que foi isso que o identificou como verdadeiro filho digno de toda honra.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">*Josué Oliveira Gomes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Pastor na Igreja Betesda em Maceió.</span><br />
<span style="font-size: large;">______</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Fonte:</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://reavendoavida.blogspot.com.br/">http://reavendoavida.blogspot.com.br/</a><br />
<br /></div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-39720443044876689942012-02-13T05:13:00.000-08:002012-05-25T21:30:52.499-07:00ASPECTOS DA VONTADE DE DEUS.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKFd5LqsM7aKCCbFpwzNdMOKgjCEuGbVlszU_w3wETF5qeLjAaD0PR2jYXNz18YA_Z2DRWhYs9oitVTqEc5M3UiQeSx2skUp7S4OB89SUXO3yc5suNZaf3PMWyWEfS0Z8r390YLPRkHu0/s1600/Cristo+Bizantino.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5708611601529226786" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKFd5LqsM7aKCCbFpwzNdMOKgjCEuGbVlszU_w3wETF5qeLjAaD0PR2jYXNz18YA_Z2DRWhYs9oitVTqEc5M3UiQeSx2skUp7S4OB89SUXO3yc5suNZaf3PMWyWEfS0Z8r390YLPRkHu0/s320/Cristo+Bizantino.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 242px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></a><span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">ASPECTOS DA VONTADE DE DEUS.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Introdução.</span></strong><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Lendo as Escrituras, em alguns momentos, nos deparamos com passagens que não se mostram claras a nossa percepção. Na tentativa de elucidá-las, recorremos a manuais teológicos e comentaristas, principalmente, aqueles ligados a tradição teológica que mais nos aproximamos ou com que mais simpatizamos. Porém, nos manuais em que pesquisamos, nem sempre alcançamos êxito em elucidar a questão em que nos deparamos. Por vezes as ideias apresentadas não satisfazem o nosso desejo de ter o problema solucionado. Diante de tal situação, podemos ser incitados a tomar algumas atitudes. A saber:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">1. Resignar-nos diante do problema não procurando solucioná-lo.<br />2. Buscar esclarecimento em outros manuais e comentaristas, mesmo naqueles que desafiam o sistema teológico que abraçamos.<br />3. Buscar nas próprias páginas das Escrituras uma explicação à questão levantada.<br />4. Buscar compreensão ao texto através de outros textos bíblicos e com o reforço de manuais teológicos e comentários bíblicos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A adoção da primeira opção leva o leitor a se assemelhar a alguém que engole um alimento sem saboreá-lo. Ou seja, deixa de sentir o prazer de uma leitura compreendida. Ler um texto, e abandoná-lo sem a devida compreensão não é um gesto coerente de quem busca conhecimento. As demais atitudes mostram que o leitor tem interesse pelo conhecimento ao buscar alternativas a fim de sanar o problema que se levantou.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As vezes alcançamos soluções a problemas bíblicos nas próprias páginas das Escrituras, porém, existem momentos em que sentimos a necessidade de nos valer de auxílios interpretativos para conseguirmos compreender um texto que não se mostra claro a nossa razão. Não são somente textos que se mostram obscuros a nossa mente, por vezes, alguns termos fazem nossa mente trabalhar quase que infecundamente em busca de compreensão para problemas que a adoção do termo engendra. Por exemplo, os termos abordados nas Escrituras como: eleição, predestinação, escolha, justiça, equidade, acepção de pessoas, etc. Sobre eles os diversos sistemas teológicos e filosóficos muitas vezes apontam para soluções irreconciliáveis e distantes uma das outras. Problemas ainda maiores encontraremos se pensarmos na interpretação de algum texto bíblico usando termos não literalmente bíblicos, como: livre-arbítrio, graça irresistível, graça preveniente, etc. Lendo os manuais, ou obras de grandes pensadores e comentaristas, encontramos informações interessantes sobre os termos ainda obscuros. Por exemplo, o termo graça preveniente pode ser encontrado em Anselmo da Cantuária, Tomás de Aquino, Jacobus Arminius e John Wesley. A abordagem de termos já desenvolvida pelos grandes pensadores e comentarias pode contribuir para a nossa compreensão e nos auxiliar na interpretação de textos que só farão sentido somente com a adoção de alguns conceitos extra-bíblicos, porém, implicitamente bíblicos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar da grande ajuda dos manuais e comentaristas bíblicos para uma maior compreensão das Escrituras e auxílio para a resolução de problemas encontrados em leituras bíblicas, muitas vezes conseguimos encontrar nas próprias páginas sacras soluções para os problemas que podem surgir a partir da leitura das Escrituras. Assumindo essa possibilidade, faz-se necessário, buscar a compreensão do texto, tendo em vista a visão panorâmica das Escrituras, ou interpretando cada passagem levando-se em consideração a coerência com os demais temas bíblicos. Com isso, nenhuma passagem deve ser interpretada isoladamente. Deve-se levar em consideração o macroambiente bíblico.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Por agora, faremos um esforço para compreender algumas questões de ordem soteriológica surgidas a partir do exame bíblico, buscando respostas nas próprias páginas das Escrituras.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>1. A questão da graça, eleição e da irresistibilidade da graça.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A questão da eleição e da livre escolha do homem tem conturbado ao longo de séculos os debates teológicos. Apesar de as disputas em torno a temas soteriológicos serem mais brandas na hodiernidade, se comparado com as disputas travadas na ambiência medieval e também renascentista ou mesmo na era das luzes, elas ainda são intensas. Percebe-se com muita clareza a intensidade e atualidade desses temas na grande variedade de publicações editoriais e nos diversos sítios teológicos na Internet.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Quando se fala em eleição, alguns sistemas teológicos procuram definir esse termo se apropriando do termo soberania divina. Com isso, tencionam conceituá-lo como uma escolha direta e definitiva de Deus, e que, por conseqüência, não leva em conta a ação humana. Além disso, por conta de ser a eleição, uma escolha soberana Deus, é sempre certo, pensam, que o eleito a receberá sem restrições e jamais fará resistência a ela. Ao comentarmos sobre eleição, não podemos ignorar outro vocábulo importante: a graça. Da mesma forma que a eleição é uma escolha soberana e absoluta de Deus a finalidade última de sua graça, acredita-se, será absolutamente concretizada. Sendo a graça uma manifestação do favor de Deus aos homens tendo por fim último a redenção e salvação eterna, segundo essa linha de pensamento, fica evidente o fato de que, aqueles que não alcançaram ou não alcançarão a salvação, jamais foram alvo do gracioso favor de Deus, pois, se Deus tencionasse salvá-los, logo, sendo soberano, seu desejo se concretizaria.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Como qualquer afirmação, essa asserção deve passar por uma investigação. Sendo a boa investigação construída a partir de indagações, iniciaremos nossa averiguação com algumas perguntas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Será que os conceitos graça e eleição estão sempre implicados nas Escrituras ao exercício de uma soberania absoluta que elimina qualquer possibilidade de ações contrárias a vontade de Deus?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em absoluto, as Escrituram negam que a vontade de Deus pode ser resistida, ou é possível encontrar indícios bíblicos que apontam para o fato de que Deus, em muitos casos, permite que sua vontade seja resistida?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Comentávamos a pouco sobre a possibilidade de removermos problemas que se levantam a partir da leitura de textos bíblicos, ou de termos, usando as próprias páginas bíblicas para elucidá-los. Por exemplo, podemos compreender as advertências que faz o apóstolo Paulo e o escritor da carta aos Hebreus, orientando os destinatários de suas epístolas a perceberem e compreenderem a necessidade de se manterem vigilantes na caminhada espiritual, lendo o êxodo israelita do Egito à Canaã. O apóstolo Paulo e o escritor da epístola aos Hebreus ensinam o leitor bíblico a usar alguns textos do Testamento Antigo como figuras, ou sombras ou como exemplos de coisas que poderiam nos ocorrer (1Co 10.11); (Hb 3.11). Tanto o apóstolo Paulo, no capítulo 10 da epístola aos Coríntios, tanto o remetente da epistola aos Hebreus, nos capítulos 3 e 4, usam o fracasso do povo de Israel no deserto e a falta de êxito da maioria que saiu do Egito na tentativa de entrar na Terra Prometida, como exemplo e advertência aos destinatários de suas epístolas. Assim adverte o escritor da epístola aos Hebreus:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><em>“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.<br />Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;<br />Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.<br />Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.<br />Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés.<br />Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?<br />E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?<br />E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.”</em> (Hb 3.12 – 19)</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">E continua:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><em>“Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás.<br />Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.<br />(...)Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.”</em> (Hb 4.1, 2 e 11)</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Esta passagem bíblica ajuda-nos na elucidação dos conceitos bíblicos eleição e graça. Percebemos ao ler as advertências que o escritor não leva em consideração a possibilidade de uma graça e eleição absolutas. Ele se vale dos exemplos do passado, justamente por não se apegar a ideia de eleição pessoal pré-determinada e graça irresistível. A advertência do rementente pressupõe, a exemplo dos israelitas, a possibilidade de um não alcance da promessa por conta dos contados entre os escolhidos. Pode-se, sem forçar o texto, substituir Israel (que aqui é usado como figura) pela Igreja. Pode-se comparar o seu exemplo e as suas possibilidades com as da Igreja. Cada membro da comunidade de Israel é um tipo, um arquétipo de cada membro da comunidade da Igreja. Assim, como a cada israelita foi-lhes prometida a Terra de Canaã, a cada membro da Igreja, é prometido o acesso à Jerusalém Celestial. Assim como individualmente muitos israelitas não alcançaram a promessa, sendo que Israel a alçançou, mesmo a Igreja alçançando a promessa, muitos que estão contados entre o resgatados não a alçançarão. (2Pe 2.2).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Nas advertências dadas tanto por Paulo, como pelo remetende da espítola direcionada aos Hebreus, percebe-se uma preocupação em poupar os crentes do extravio. Essa preocupação, destaca a possibilidade de crentes se perderem e apesar disso, não existe o desejo por parte dos apóstolos de que se percam. Se os apóstolos eram homens inspirados por Deus, logo, podemos pensar que o desejo que deixaram explícito, implícito em seus cuidados, de que aqueles que poderiam cair, não caíssem, também era o desejo do Senhor. E, se o era o desejo de Deus, que os crentes não caíssem, fica evidente através da advertência dos apóstolos, de que crentes os quais Deus não deseja que caiam, cairão. Logo podemos pensar, com base bíblica, que nem toda vontade de Deus é estabelecida. É sobre essa questão que por agora abordaremos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>2. Vontade absoluta e vontade flexível de Deus.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">É consenso entre boa parte de grupos cristãos o juízo sobre soberania de Deus. Apesar de o pensamento a respeito da soberania ser aceito por boa parte dos cristãos, a conceitualização ou noção dessa ideia não é tão homogênia. Enquanto boa parte dos cristãos implicam soberania divina em total e absoluto domínio sobre todos os eventos, outra parte não envolve o conceito de soberania de Deus na ideia de domínio absoluto.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar de alguns textos parecerem corroborar a tese de que um Deus soberano tem sua vontade cumprida sobre todos os aspectos, a visão holística das Escrituras não atesta esse pressuposto. Podemos perceber nas Escrituras aspectos distintos da vontade de Deus, a saber:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Vontade absoluta, vontade última ou vontade definitiva. Podemos tratá-la também como vontade estrita; ou com qualquer termo que denota determinação rigorosa e irremovível.<br />Vontade flexível, vontade condicional ou vontade não absoluta. Podemos tratá-la também com qualquer termo que denota condições; (p.ex.: liberdade sob condições, ou salvo se; uma vez que, conquanto que...)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A afirmação de Jó nenhum dos seus planos podem ser frustrados (Jó 42.2) está relacionada ao aspecto absoluto, estrito, exato da vontade de Deus. Ele fala sobre a vontade última de Deus que não sofre interferências nem mesmo do próprio Deus. Quando Moisés afirma que Deus prometeu uma terra ao povo de Israel e o apóstolo Pedro afirma que a Igreja é a nação Eleita - relacionamos o desejo de Deus em dar a Terra Prometida a Israel e de eleger a Igreja como seu povo Santo a vontade definitiva de Deus, ou seja, é um desejo definitivo e isso significa dizer que nada mudará esse seu desejo e, por conseguinte, ele se realizará. Porém, o desejo de Deus, de que, exatamente, todos sejam salvos, tanto a totalidade de Israel, quanto da igreja está relacionado a vontade flexível de Deus, não sendo apresentado como vontade rigorosa. Quando lemos “Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram” (Mateus 23.37) percebemos claramente a vontade flexível de Deus. Deus gostaria que seu povo acolhesse seu desejo, porém, permitiu que o povo exercesse seu livre arbítrio para não acolher a sua vontade.<br />A vontade Flexível de Deus ainda pode ser percebida nas seguintes passagens:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1.11).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?"(Is 5.4).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada como vide estranha?” (Jeremias 2:21).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais.” (At 7.51)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Percebe-se nas passagens bíblicas citadas que apesar do desejo de Deus e de seu empenho em torná-lo concreto, sua vontade não foi realizada. Ele deseja, porém, não fez de seu desejo um imperativo categórico.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>2. 1. Visão holística da vontade flexível de Deus nas Escrituras.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Interpretando cada passagem bíblica levando em consideração a integralidade holística das Escrituras, com muita clareza perceberemos a realidade de um Deus que em muitas situações manifesta vontades flexíveis, vontades que em muitas situações podem ser resistidas pelo homem.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O Antigo Testamento ilustra-nos com muitos fatos e detalhes a relação flexível entre Deus e Israel. Narra-nos as calamidades e os castigos sofridos pelo povo israelita por conta dos seus constantes e intencionais desvios do propósito de Deus. Conta-nos também, a trajetória de profetas humilhados pelo povo, que insistia em rejeitar a mensagem de Deus, e a consequente punição de Deus contra aqueles que o resistiam e o desobedeciam. Diante disso, podemos questionar: se Deus punia aqueles que lhes desobedecia, sua vontade pode ser considerada flexível? Se pensarmos por vontade flexível como a aceitação passiva e resignada a toda e qualquer manifestação contrária, a afirmação faz sentido. Porém, se entendermos o termo vontade flexível, como permissão a resistibilidade da vontade, a objeção não se mantém.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar do desejo de Deus, muitas de suas orientações não foram acolhidas. A própria aproximação de Deus com o povo de Israel, firmada por uma aliança, deixa-nos bem claro a realidade da vontade flexível de Deus, pois o próprio conceito de aliança evidencia a possibilidade de desacato, ou seja, a possibilidade da quebra do pacto ou da aliança, como bem esclarece Dr. Vic Reasoner em seu artigo <em>An arminian covenant theology</em> (Uma teologia arminiana do pacto). (1)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Como já destacamos, não é necessário maiores esforços para perceber nas Escrituras a vontade flexível de Deus. Por tão explícita, dispensa-nos do trabalho de rigorosas e diretas citações textuais, bastando-nos lembrar que conceitos como prêmio, ameaça, punição, quando pronunciados na relação Deus e homem só fazem sentido diante da vontade flexível, pois, se toda vontade de Deus fosse vontade absoluta, logo seu desejo seria por si só, concretude, dispensando prêmios, ameaças e punições, que pressupõem, respectivamente, obediência e desobediência voluntária.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em poucas palavras tentamos esclarecer a realidade da vontade flexível de Deus, mostrando biblicamente que há desejos de Deus que não são integralmente realizados, porém, não podemos nos dar por satisfeitos deixando de tratar biblicamente o também bíblico, conceito de vontade absoluta de Deus. Doravante, é sobre essa questão que iremos abordar.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>2.2. Visão holística da vontade absoluta de Deus nas Escrituras.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Se as Escrituras atestam como fato de que é possível que algumas vontades de Deus não se realizem, o que significa dizer, que existe uma disposição em Deus em permitir que algumas de suas vontades sejam resistidas, ou seja, que existe o que tratamos como vontade flexível de Deus, isso não significa, ou melhor, está longe de significar que em Deus não existe vontade absoluta, ou em outras palavras, vontade definitiva ou rigorosa. Sim, as Escrituras também apontam para a realidade de uma vontade absoluta de Deus, uma vontade que pelo seu caráter não poderá deixar de se realizar.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Nas Escrituras vemos em várias passagens o fato de Deus firmou uma aliança com alguns homens ou povos. Por exemplo, a partir de Abraão, através de uma aliança, Deus estabeleceu um pacto com os patriarcas estabelecendo que suas sementes seriam abençoadas entre todas as nações da terra. À Abraão, Deus prometera que ele sereia pai de nações, e em Isaque, seu filho estabeleceria uma aliança perpétua para a sua descendência e depois dele (Gn 17:19). Reafirmando o pacto, através de um anjo disse o Senhor a Abraão:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;<br />E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz. (Gn 22. 17,18)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Podemos observar, que o pacto entre Deus e Abrão, só foi efetivamente firmado porque ele se comportou da maneira em que Deus desejava, ou seja, Abraão obedeceu sua voz. A partir daí, a aliança finalmente é firmada. A partir da obediência do patriarca, ficou estabelecido que através de sua descendência todas as nações da terra seriam benditas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Quando Deus refaz a promessa a Isaque, filho de Abraão, de que ele teria uma numerosa descendência que iria possuir terras, e que através dela, os demais povos seriam abençoadas, ele coloca como lembrete que a benesse que ele herdará é uma confirmação de seu juramento à Abraão, porquanto, disse Deus: “Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis.” (Gn 26.5)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Quando observamos a aliança, passamos a conhecer seus termos, regras estabelecidas das quais os patriarcas e sua descendência deveriam seguir. A aliança deveria ser guardada, deveria ser observada, como bem podemos observar:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti. (Gn 17.10)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Continuando a odisséia patriarcal, chegamos a Jacó, que se tornaria Israel. Mais uma vez Deus relembra de sua aliança, agora destacando que essa promessa está ligada a aliança estabelecida com Abraão e Isaque.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos;<br />E te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque, e à tua descendência depois de ti darei a terra. (Gn 35. 11,12).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em um dado momento, já sob a liderança de Moises, Deus propõe o extermínio do povo para fazer de Moises uma grande nação. Diante dessa proposta, o Israelita que viveu no Egito afirma:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente. (Êx 32.13)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Por mais que Deus partisse do zero, fazendo de Moisés pai de uma grande nação (Ex 32.10), não estaria quebrando sua aliança com os patriarcas, pois Moisés, filho de Anrão, tinha por raiz Levi, portanto filho de Israel. Porém, independente disso, lutando pela continuidade dos filhos de Israel ele evoca a aliança de Deus estabelecida com os patriarcas Abraão, Isaque e Israel.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Por que recorremos à odisséia patriarcal de Israel num tópico que visa demonstrar biblicamente a realidade da vontade absoluta de Deus?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Na evocação de Moises à Aliança Patriarcal – percebe-se claramente a vontade absoluta de Deus que jamais será desfeita. Recorrendo a Aliança, Moisés tinha essa ideia como pressuposto. Ou seja, se Deus prometeu firmando sua promessa através de uma aliança, essa promessa será cumprida. Como vontade absoluta de Deus vê nesse pacto, que um povo deveria ser estabelecido sendo o abençoador de todas as nações. A culminância da aliança já está cumprida em Jesus Cristo, filho de Judá, luz para a revelação aos gentios e para a glória do teu povo de Israel.(Lc 2. 32).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Sem nenhuma dúvida – a vontade de Deus estabelecida como promessas jamais será desfeita. Esse é um dos traços da vontade absoluta que podemos compreender. O que Deus prometeu será; Sua palavra de é irrevogável.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>3.0 Harmonizando os conceitos.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar do uso de termos complexos que tentam teorizar a vontade de Deus, não existe em Deus uma desarmonia de sentimentos. Não há em Deus um aspecto que se separa do todo. Tudo em Deus está em harmonia com seu caráter amoroso, justo, reto e santo. Nada em Deus é dissociado, Ele não pode negar-se a si mesmo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Os conceitos abordados servem apenas para entendermos que apesar de que nem tudo está rigidamente estabelecido nada está fora do controle de Deus. Com isso queremos dizer, que até a desobediência a sua vontade ocorre por sua permissão, instaurada por uma vontade prévia de estabelecer com sua criação um relacionamento verdadeiro baseado no amor, que dispensa o domínio sobre a vontade do outro.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Não existe choque de vontades. A vontade absoluta de Deus será e sempre será, e a sua vontade flexível ocorrerá sob certas condições que Ele mesmo absolutamente desejou. Por exemplo, desejou que todos se salvassem, porém, absolutamente desejou que só se salvariam pela fé, em Cristo Jesus.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Pode parecer contradição o fato de que alguns de Israel não herdarem a Terra prometida, ou seja, não receberem as bênçãos da posse de terras, prometido aos patriarcas a nação que sairia de suas sementes. Porém não é uma contradição, vemos aqui a dualidade harmônica da vontade de Deus. Percebemos que sua vontade absoluta foi estabelecida, ou seja, uma nação, da semente dos patriarcas herdou Canaã. Porém, apesar da vontade absoluta, vemos a restrição, em todos participariam individualmente da alegria da posse da Terra. Apesar do desejo de salvar o povo (Ex 6.8), cada indivíduo a exemplo dos patriarcas deveria observar a aliança para não violá-la. Os que violaram não herdaram. Apesar da vontade de Deus de que entrassem - essa vontade não era absoluta, seria concretizada pelos mesmos termos que Deus estabeleceu ao patriarca Abraão, ou seja, a obediência (Gn 26.06).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O mesmo ocorre com a Igreja. Deus estabeleceu que a Igreja, a nação santa, a raça eleita, alcançaria a Jerusalém celestial. Esse estabelecimento é a vontade absoluta de Deus, porém, isso não significa que todos que participam dela, alcançarão, mesmo sendo vontade de Deus. Essa vontade é uma vontade flexível para que seja realizada integralmente, faz-se necessário que as partes cumpram os termos estabelecidos. (Ap 2.5; 3.20).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Conclusão.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Antes de concluir nossa linha argumentativa, não podemos deixar de explicitar nosso limite em relação ao conhecimento. Tudo o que falamos são conjecturas, talvez desenvolvidas como fruto da influenciem da cultura ocidental, que após os gregos, a tudo tenta sistematizar. Somos filhos dessa herança. Porém, não podemos fazer dessa sistematização uma verdade absoluta. Não devemos de forma alguma nos arrogar alcançadores da realidade, pois como Paulo - percebemos que “agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. “(1 Co 13.12).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em sintonia com o apóstolo, apesar de, como filhos culturais da Grécia, conjecturarmos e especularmos sabemos que tudo o que conceituamos enquanto não for realmente esclarecido, está no campo apenas hipóteses e sob essa realidade nos mantemos humildes, sabendo que nosso entendimento e a adoção dele não é fundamental para a vivência de uma vida cristã autentica. Mas, mesmo diante dispensabilidade de nossa visão, por outro lado, não devemos negar a satisfação de nossas dúvidas e de nossa carência pelo conhecimento. Crendo que Deu dará a cada um segundo as suas obras, entendo que se fartará de respostas aquele que muito pergunta sobre Deus e sua realidade tendo como norte as Escrituras e como impulso a mente, sempre sintonizada com o Espírito Santo, que gradualmente nos levará ao fundamento da verdade.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém. (2 Pedro 3:18)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Lailson Castanha</span><br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">_</span><span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">_____<br /><span style="font-size: 78%;">(1) </span></span><a href="http://teologiaarminiana.blogspot.com/2009/01/uma-teologia-arminiana-do-pacto.html"><span style="font-family: times new roman; font-size: 78%;">http://teologiaarminiana.blogspot.com/2009/01/uma-teologia-arminiana-do-pacto.html</span></a><span style="font-family: times new roman; font-size: 78%;"> </span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 78%;"><strong>Gravura</strong>: Cristo Bizantino, mosaico do século XII, na catedral de Palermo, originário da catedral de Cefalu.</span><br />
</div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-34798687820204469402012-01-16T13:31:00.000-08:002012-05-25T21:33:34.692-07:00Os planos de Deus podem ser frustrados?<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-LwTW86Hx0OblWWuVtIzmpidmoL3jm3VQtNdCpeTJUxpJ89ERmvBLNwMQ8YHg-aP0K8pWvwamgUqF5QX99BoRKR9cm9sTlXiykHBn2_2wjBrgvjnvJBjxf1yx5IF4DK-3KbK0PtUvaDY/s1600/M%25C3%25A1rcio+Rosa.jpeg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699599854268129954" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-LwTW86Hx0OblWWuVtIzmpidmoL3jm3VQtNdCpeTJUxpJ89ERmvBLNwMQ8YHg-aP0K8pWvwamgUqF5QX99BoRKR9cm9sTlXiykHBn2_2wjBrgvjnvJBjxf1yx5IF4DK-3KbK0PtUvaDY/s200/M%25C3%25A1rcio+Rosa.jpeg" style="cursor: hand; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></a> <strong><span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">Os planos de Deus podem ser frustrados?</span></strong><br />
<br />
<em><span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Márcio Rosa da Silva*</span></em><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Será que é possível frustrar algum plano de Deus? Será que é possível Deus desejar algo para alguém e isso não acontecer? Será que os planos de Deus podem ser frustrados? A resposta é sim. A Bíblia está cheia de relatos de algo que Deus desejou para alguém, mas aquilo acabou não acontecendo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Alguém pode objetar perguntando׃ Mas Deus não tem todo o poder? É evidente que sim, mas a vontade de Deus não se impõe pela força e sim pelo amor.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Uma vez, Jesus contemplou Jerusalém e disse: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram” (Mateus 23.37). Ora, esse texto deixa bem claro que o Senhor quis algo para os seus filhos, mas eles não quiseram. Frustraram os planos de Deus para eles naquele momento.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Ou acreditamos que Deus realmente nos dá liberdade, inclusive de rejeitá-lo, ou de fato não há liberdade alguma e somos marionetes, sem nenhum poder de decisão.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">O que vejo na Bíblia é um Deus amoroso, sempre tomando a iniciativa, sempre nos cercando, mas sempre esperando, nunca se impondo. Quando nos voltamos para ele, a esperança de Deus se concretiza, quando o rejeitamos, sua esperança fica frustrada.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Por isso que a figura do pai do filho pródigo é tão importante para mostrar o caráter de Deus. Que libera o filho rebelde, mas está sempre esperando sua volta, e quando ele volta, o recebe com festa.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Assim é Deus, ele espera ser amado por quem ele é, não porque ele nos obriga. Se ele nos obrigasse a amá-lo esse amor não teria valor algum, porque amor sem liberdade não é amor. Amor com base na força e na ameaça não é amor. Amor com base no medo não é amor, porque no amor não há medo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">Pensemos juntos: será que é plano de Deus que um jovem destrua sua própria vida nas drogas? Que uma jovem venda seu corpo, se prostituindo pelas ruas? Será que Deus determinou que um criminoso estuprasse e matasse uma criança inocente? Isso era plano de Deus? Claro que não!</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large; text-align: left;">O plano de Deus, o desejo de Deus é que toda pessoa o conheça e desfrute do seu amor. O plano de Deus é que a paz e a justiça sejam estabelecidas na Terra. O chamado de Deus é que queiramos ser participantes de seus planos, para que estes não restem frustrados.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="text-align: left;">Por mais que haja pessoas que frustrem os planos de Deus, agindo muito diferente daquilo que ele espera e deseja, creio que sempre haverá pessoas que compartilharão dos sonhos de Deus e serão parceiros dele no estabelecimento de seu Reino. Espero estar fazendo parte desse grupo de pessoas</span><span style="text-align: left;">.</span></span></span><br />
<br />
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;">*Márcio Rosa da Silva:</span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;">Casado com Viviane.</span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;">Pastor na Igreja Betesda da cidade de Boa Vista, Estado de Roraima.</span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;">Formado em Direito.</span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;">Membro do Ministério Público do Estado e professor de Direito em Boa Vista.</span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-family: times new roman; text-align: left;">Gerecia o Blog Inquietações de um aprendiz no endereço: </span><a href="http://marciorosa.wordpress.com/" style="text-align: left;"><span style="font-family: times new roman;"></span></a><a href="http://marciorosa.wordpress.com/">http://marciorosa.wordpress.com/</a></div>
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<div align="justify">
<span style="font-family: times new roman;"><strong>Foto:</strong> Marcio Rosa da Silva.</span><br />
<span style="font-family: times new roman;">______</span></div>
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 85%;"><strong>Fonte: </strong>ht</span><a href="http://marciorosa.wordpress.com/2009/03/21/os-planos-de-deus-podem-ser-frustrados/#comment-667"><span style="font-size: 85%;">tp://marciorosa.wordpress.com/2009/03/21/os-planos-de-deus-podem-ser-frustrados/#comment-667</span></a></span><br />Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-4058882433129319212011-12-29T15:32:00.000-08:002012-05-25T21:42:42.589-07:00A DIVERSIDADE DA SOTERIOLOGIA ARMINIANA.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0lGd8O1tq91VXbZqOkonl0rDgXv9dyNdIyAFAU23o984CC2YxZplxomIE7T5y-VjAzsq48rw8LkByMo3KR3Tcu45Lf8gjpLRVkNvzH-xIkU3U_mzPwxsowEJnj7yeU5dKWmCOHyGlfqc/s1600/THE+WORKS+-+JAMES+ARMINIUS%252C+D.D.%252C.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5691698026496300450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0lGd8O1tq91VXbZqOkonl0rDgXv9dyNdIyAFAU23o984CC2YxZplxomIE7T5y-VjAzsq48rw8LkByMo3KR3Tcu45Lf8gjpLRVkNvzH-xIkU3U_mzPwxsowEJnj7yeU5dKWmCOHyGlfqc/s320/THE+WORKS+-+JAMES+ARMINIUS%252C+D.D.%252C.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 320px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 189px;" /></a> <span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">A DIVERSIDADE DA SOTERIOLOGIA ARMINIANA.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">THOMAS GRANTHAM, JOHN GOODWIN, E, JACOBUS ARMINIUS</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">De J. Matthew Pinson</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Introdução</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Thomas Grantham, o mais ilustre Batista Geral inglês da segunda metade do século dezessete, é o representante por excelência da Teologia Arminiana Batista, combinando a soteriologia clássica arminiana com uma uma visão distintamente Batista da igreja e Estado.(1) Dizer, no entanto, que Grantham ou a soteriologia Batista Geral era arminiana, exigiu muita análise não porque diferia muito da soteriologia do próprio Arminius, mas por causa da forma que a teologia arminiana tomou, no início do século XVII e nos séculos que se seguiram. Um estudo da soteriologia de Grantham serve não só para nos permitir entender as nuances dessa corrente única da teologia Batista Arminiana, mas também ajuda-nos a compreender a diversidade do Arminianismo (ou, como alguns dizem, “Arminianismos”) como um fenômeno teológico. Estudar o Arminianismo de Grantham, no contexto de toda a teologia arminiana anterior a ele seria uma tarefa difícil. Mas para examiná-lo no contexto de um representativo arminiano inglês no meio século que precedeu Grantham, serviria pelo menos a dois propósitos: descobriria não somente a posição intermediária original de Grantham entre o Calvinismo ortodoxo e o que veio ser conhecido como o Arminianismo desde a época de Arminius, mas também, serviria como um ponto de partida para o exame do Arminianismo doutrinal no século dezessete e seguintes. Este estudo será composto por uma exposição da soteriologia de Grantham com referência principalmente à John Goodwin (morto em 1665), o arminiano independente, e Jacobus Arminius (morto em 1609), o primeiro arminiano.(2)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Thomas Grantham: um Esboço Histórico</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Thomas Grantham nasceu em 1634 em Halton, perto de Spilsby, em Lincolnshire oriental, filho de agricultor e alfaiate.(3) Grantham ganhava a vida, como seu pai, como alfaiate e agricultor. Grantham lembrou que o "Senhor operou fé e arrependimento" em seu coração quando ele tinha cerca de catorze ou quinze anos de idade, e aos dezenove anos (1653), juntou-se a uma pequena Igreja Batista Geral em Boston, Lincolnshire, sendo batizado por imersão, como era costume dos Batistas Gerais desde aproximadamente 1640. Três anos depois, em 1656, Grantham foi escolhido como pastor, que o implicou na pregação em sua própria cidade, bem como nas aldeias vizinhas. Esta atividade trouxe a perseguição sobre Grantham e outros.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em 1660, após a restauração da monarquia, Grantham e um irmão, Joseph Wright, apresentou um apelo à tolerância ao rei Charles II. Este fundamento incluía uma declaração de lealdade Batista Geral à coroa, assim como uma confissão de fé, que mais tarde ficou conhecida como a Confissão Standard, 1660. (Grantham posteriormente reeditou com anotações seu <em>Christianismus Primitivus</em>). A coroa não foi receptiva, e muitos líderes Batistas Gerais logo se viram aprisionados. O próprio Grantham esteve dentro e fora da prisão durante os anos 1660, que ocasionou o seu tratado, <em>The Prisoner Against the Prelate (1662)</em> - (o Prisioneiro contra o Prelado).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em 1666 ele foi eleito um mensageiro “pelo consentimento de muitas congregações, e ordenado, pelos que estavam no mesmo ofício antes [dele],” em essência um pregador itinerante que recomendaria e ajudaria nos negócios de igrejas locais.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Grantham, em seguida, começou a estabelecer-se como um autor, debatedor, e panfletário. Ele rebateu católicos romanos, conformistas, Quakers, Presbiterianos, e os Batistas Particulares, e ganhou uma reputação como como um orador capaz e articulado para os Batistas Gerais. Sua obra mais monumental foi <em>Christianismus Primitivus</em>, ou, a antiga religião cristã, publicado em 1678, da qual o historiador da igreja Adam Taylor disse: ". A partir da aprovação universal que recebeu, [ele] pode ser considerado quase que um documento público" Neste trabalho em maciço, Grantham apontou a restauração do cristianismo primitivo, que segundo ele havia sido abusado e negligenciado durante séculos. Como outras obras de Grantham, <em>Christianismus Primitivus</em> é o produto de um teólogo bem lido que citou numerosos autores contemporâneos, mas que se baseou principalmente na Bíblia e nos primeiros pais cristãos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O trabalho de Grantham como autor, mensageiro, e plantador de igrejas fizeram dele o líder mais importante da Batista Geral na segunda metade do século XVII, e, igualmente, ganhou o respeito de muitos, fora da comunidade Batista Geral. Morreu janeiro no dia 17 de Janeiro de 1692. Grantham seria enterrado na jarda da catedral do St. Stephen em Norwich. Após rumores de que o corpo seria desenterrado, John Connould, o vigário de St. Stephen, que com Grantham havia debatido e se tornardo amigo, sepultou o corpo de Grantham “antes do West Doors, no Middle Aisle” do edifício. Connould conduziu o serviço de enterro. Uma placa na capela do Batista Geral em Norwich contém a seguinte inscrição:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>Quando no fechamento do livro ele [Connould] adicionou<br />Este dia um grande homem caiu em nosso Israel:<br />Após a sua discussão epistolar em sessenta cartas, terminadas<br />Aquele Vigário muito erudito conservou,<br />A mais alta estima e amizade por ele enquanto vivo,<br />E foi por seu próprio desejo enterrado por ele, Maio MDCCVIII.</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>A Forma da Teologia de Grantham</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Teologia de Grantham pode ser exatamente descrita como arminiana porque era quase idêntica à soteriologia de Jacobus Arminius. Mas Grantham não gostava do rótulo "arminiano", assim como ele não gostava do título de "anabatista", não porque ele era antipático a qualquer uma destas posições doutrinais, mas por causa de as conotações negativas ligadas a esses nomes. Enquanto "anabatista" evocava imagens de revolucionários desvairados em Munster, "arminiano" invocava noções de semi-pelagianismo (se não pelagianismo definitivo), obras de justiça, sinergismo, romanismo, o racionalismo, e mesmo socinianismo. Grantham lamentou ter sido acusado de pregar "Arminianismo, a vida e a alma do papado,contudo, em outro lugar em uma polêmica contra as "Doutrinas perigosas e ímpias da maneira de Calvino", ele afirmou a pureza "da doutrina dos chamados arminianos, concernente aos atos pecaminosos dos homens ".(4)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Gantham havia lido calvinistas contemporâneos e muitos teólogos arminianos, incluindo John Goodwin, mas sua soteriologia Batista Geral foi a única entre os pensadores de sua época. Grantham diferia dos calvinistas em sua doutrina da eleição, a extensão da expiação, a resistibilidade da graça e da perseverança dos santos. Sobre estes assuntos, ele concordou com seus companheiros arminianos. No entanto, ele diferia substancialmente com os seus homólogos arminiano sobre as doutrinas do pecado e da depravação, incapacidade humana, a natureza da expiação e da justificação mediante a fé e a perseverança dos santos. Grantham estridentemente evitou um semi-pelagianismo que tira o foco da graça soberana de Deus colocando-o como mérito próprio da humanidade. Daí ele diferia da teologia reformada tradicional em sua visão da predestinação e da resistibilidade de graça, mas não em sua compreensão de como a redenção é realizada por Deus em Cristo e aplicada ao crente.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Uma comparação entre Grantham e o Calvinismo e as suas diferenças com o Arminianismo de seus dias desafia as classificações artificiais, geralmente atribuídas a posições soteriológicas protestantes e dá uma visão sobre as complexidades do pensamento soteriológico no período da pós-reforma. Consequentemente, eles se move para além do debate simplista "calvinismo-arminianismo" tantas vezes discutidos em estudos da teologia histórica.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>John Goodwin: Um esboço histórico</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A particuliaridade da soteriologia Grantham se torna mais evidente quando comparada com a do mais conhecido inglês arminiano, John Goodwin. Embora Grantham e Goodwin fossem ambos conhecidos como arminianos, eles se distanciavam em muitas questões. Grantham foi mais radical do que Goodwin em matéria de eclesiologia, porém Goodwin se moveu muito mais da ortodoxia calvinista do que fez Grantham. Goodwin foi o principal defensor do que tem sido referido como o "Novo Arminianismo" ou "Arminianismo Radical" que se enraizou durante a época de Cromwell. Embora alguns estudiosos têm assumido que a soteriologia Goodwin exerceu grande influência sobre outros sectários arminianos, como os Batistas Gerais, uma comparação do pensamento de Grantham e Goodwin demonstra a imprecisão deste pressuposto.(5)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Goodwin foi educado no <em>Queens 'College</em>, Cambridge, e tinha em 1633 tornado-se vigário de St. Stephen, Coleman Street, Londres. Por esta altura, Goodwin tornou-se independente, sob a influência de John Cotton, e do seu púlpito de Santo Estêvão, Goodwin proclamou seu evangelho de inconformismo combinado com o Arminianismo. Precisamente quando anti-calvinismo abraçado por Goodwin tornou-se uma questão de debate, seu magistral <em>Imputatio Fidei (1642)</em> traiu a compreensão de expiação e justificação movendo-se em grande distância da ortodoxia reformada e até além de próprio Arminius - sendo muito semelhante ao de Hugo Grotius. Se Goodwin não era um arminiano pleno quando escreveu <em>Imputatio Fidei</em>, ele certamente foi tratado assim pelos calvinistas mais estridentes do período. Na verdade, Thomas Edwards, em seu <em>Gangraena (1646)</em>, descreveu Goodwin como "um sectário monstruoso, um composto de socinianismo, Arminianismo, antinomianismo, indepedência, papado e de ceticismo." De qualquer forma, Goodwin delineou um anti-calvinismo totalmente desenvolvido - na sua obra 1651, <em>Redemption Redeemed</em>.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Goodwin é mais conhecido como um polemista, em matéria não só teológica e eclesial, mas também política. Como disse o historiador Edmund Calamy, Goodwin "era um homem só, foi contra todos, e tinha todos contra ele". (6) A posição eclesiológica de Goodwin foi radical o suficiente para resultar na expulsão de seu ambiente em maio 1645 por se recusar à administrar o batismo de crianças indiscriminadamente (embora tenha continuado a servir uma congregação que se reunia na Coleman Street). Seus pontos de vistas políticos foram talvez ainda mais radicais. Estes pareceres foram refletidos em obras como <em>Anti-Cavalierisme (1642)</em> e <em>Ossorianum (1643)</em>, que atacou o direito divino dos reis. Ele era um defensor rigoroso de Cromwell, e aplaudiu Pride’s Purge na obra <em>Right and Might Well Met</em>, em 1648. Por causa de sua afiliação política, Goodwin foi preso em junho de 1660, mas logo foi indenizado. Goodwin continuou a sua atividade como pregador vibrante e escritor prolífico até sua morte em 1665.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: large;"><strong>Grantam sobre o pecado original, depravação e a incapacidade humana</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A visão de Grantham sobre o pecado original e a depravação era a que tinha sido articulada pelos mestres reformadores, bem como por Arminius. Arminius tinha dito (ao contrário da crença popular) que todo ser humano "já existia em Adão, e [foi] por [Adão] envolvido em pecado e culpa" e que "todo este pecado [original]. . . não é peculiar aos nossos primeiros pais, mas é comum a toda a raça e de toda a sua posteridade, que, no momento em que este pecado foi cometido, estavam em seus lombos, e que desde então, desce com eles pelo modo natural de propagação ". (7) Esta é essencialmente a visão de Grantham sobre o pecado original. Grantham acreditava que toda a humanidade pecou em Adão, e que o pecado de Adão foi atribuído a toda a raça humana. Ele articulou:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">que o pecado da humanidade ou é original ou real (existente). O primeiro há de vir sobre todos, mesmo o estado muito infantil humanidade estão sob ele, dos quais verdadeiramente diz em Rm. 5.(v.14) Eles não pecaram à semelhança da transgressão de Adão. A Morte ainda reinante sobre eles, prova a transgressão de Adão à ser sobre eles. Esta é a raiz do pecado, chamado de pecado do Mundo, João 1,29, do qual ninguém está livre .... Podemos também dizer, Nosso Pai pecou, e nós carregamos sua iniquidade .(8)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Assim, o pecado original consiste na transgressão de Adão sendo imputada a toda a humanidade, o resultado final é que nenhum ser humano é livre da "raiz" do pecado e culpa de Adão. Em outro lugar, respondendo a quem disse que sua doutrina da salvação infantil era uma negação do pecado original, Grantham, declarou: "Eu não nego o pecado original, pois eu sei que há de vir à toda posteridade de Adão, e que a morte passa sobre eles, porque todos pecaram nele ".(9)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Não só a humanidade é culpada do pecado original em si, mas o pecado original, para Grantham, é a raiz que faz a humanidade totalmente depravada e morta no pecado e, portanto, incapaz do desejo de realizar as coisas de Deus sem o auxílio divino. Na seção sobre a depravação em <em>Christianismus Primitivus</em>, Grantham diz:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>"Nem é conveniente atenuar ou diminuir este pecado [original], quer na sua natureza, ou na punição que traz com ela; Ele que é, de fato filum certissimum, ou fio condutor de todas outras iniquidades da humanidade levando-a a ser corrupta, e, sem a misericórdia da intervenção de um Salvador, totalmente privada da glória de Deus. E, portanto, encontramos Davi, quando reclamava de seu estado pecaminoso, olha de volta para sua corrupção original, Sl. 51.5. Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. Sabendo (como se diz) não pode vir uma coisa pura de uma coisa imunda." (10)</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O pecado original é a raiz ou o fio de todos os outros pecados e traz a corrupção e depravação sobre a alma humana, certamente, a privação da glória de Deus, e, finalmente, exceto na intervenção da misericórdia do Salvador, a morte eterna. O resultado do pecado original, para Grantham é uma depravação, que é total e completa. O ser humano é depravado, desgraçado, e totalmente corrupto, incapaz de se subordinar à vontade de Deus. "A vontade do homem", diz Grantham, está corrompida e, como tal, é feita a regra de suas ações." Grantham ardentemente discordou com a doutrina de que a razão humana não é caída. Embora Deus deseja que a vontade humana deva estar sujeita à razão e à lei de Deus, "os homens são movidos pelo impulso de seus desejos, sem levar em conta a vontade de Deus, ou princípios racionais, como regulado pela Vontade de Deus."(11) Embora as doutrinas Grantham do pecado original e da depravação resultante da humanidade são, basicamente, reformadas e em concordância essencial com Arminius, elas diferem radicalmente do Arminianismo Inglês de sua época, bem como do Arminianismo mais tardio, o que revela uma notável saída, da "Teologia Reformada Arminiana" de Armínius.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Goodwin sobre o Pecado Original, depravação e a incapacidade humana</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Goodwin não deriva tanto da costa Reformada como alguns arminianos antes e depois dele (na verdade, sua teologia era bastante conservadora comparada a de alguns arminianos do século XVII), mas ele, no entanto, partiu do pensamento reformado na sua compreensão sobre a imputação do pecado de Adão. Em seu <em>Imputatio Fidei</em>, Goodwin afirmou inequivocamente que o "pecado de Adão, em nenhum lugar nas Escrituras, é dito ser imputado à sua posteridade. (12) Ele continua, "as Escrituras, onde quer que fala de pecado Adão, e a relação dele com sua posteridade, abstém-se totalmente do termo imputação, ou qualquer outra palavra ou frase nesta argumentação de significação semelhante.” (13) Apesar de Goodwin não negar que a posteridade de Adão estava em Adão quando ele cometeu o seu pecado, ele esclarece que "pecado de Adão, se relaciona ou tem referência a sua posteridade, em matéria de poluição e corrupção". (14)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>O que é confirmado da carne (corrompida e enfraquecida pelo pecado) é (pelo curso da natureza, para a qual o próprio Deus justamente consentiu) carne, uma criação ou coisa da mesma natureza pecaminosa e fraca e na condição dela .... O Apóstolo em Rm. 5.19. expressamente afirma, que pela desobediência de um só (o que significa Adão) muitos foram feitos pecadores: não pela imputação do ato de seu pecado à eles. . . mas se corrompendo e contaminando-se a si próprio, em virtude da qual, todos que são nascidos de uma forma de dissidência natural e propagação, devem necessariamente ser pecadores. (15)</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: large;">A teoria Goodwin sobre o pecado original é única em sua alegação de que, embora a humanidade pecou em Adão, não tinha, como Grantham declarou: "carregado sua iniquidade." A razão para essa interpretação parece ser a preocupação de Goodwin para criar uma disjunção entre o método da formação de alguém pecador e o método do ser redimido: "Embora a justificação e salvação veio ao mundo por Cristo o segundo Adão, à condenação e à morte veio pelo primeiro Adão, ainda existem muitas considerações e circunstâncias diferentes, entre o ir e trazer a salvação por um e de condenação pelo outro ". (16) Goodwin gasta uma grande quantidade de tempo em detalhes, mas o resultado final de sua doutrina do pecado é algo menor do que a depravação total de que trataram os reformadores. Embora as diferenças entre Grantham e as doutrinas Goodwin sobre o pecado original e depravação pode parecer sutis, os contrastes entre os dois sobre a natureza da redenção-expiação e justificação são gritantes.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Grantham sobre a Expiação e Justificação</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Desnecessário será dizer que Grantham e Goodwin, como arminianos, detiveram-se com paixão a uma expiação geral; esse tema ressoa durante todo o trabalho de ambos. No entanto, as diferenças cruciais surgem com relação à natureza da expiação e, consequentemente, a natureza da justificação. Grantham novamente se alinha com os reformadores e com Arminius. Como os reformistas e com Arminius acreditava que Deus deve punir o pecado com a morte eterna, a menos que alguém satisfizesse a exigência da total retidão. Deus é retratado como um juiz que deve sentenciar indivíduos à morte eterna, se não atender suas exigências justas. Na típica maneira reformada, Arminius emprega a analogia de "um juiz que faz uma estimativa em sua própria mente da ação e do autor da mesma, e de acordo com essa estimativa forma um juízo e pronuncia a sentença". (17) A sentença proferida ao pecador que não pode cumprir as exigências da justiça de Deus é a morte eterna. No entanto, uma vez que ninguém tem essa justiça, deve ser originária de outra pessoa. Ela só pode vir de Cristo, que sofre a penalidade do pecado na cruz, pagando "o preço da redenção dos pecados pelo sofrimento e a punição devida a eles". (18) Para Armínio, essa ênfase na justiça não milita contra a misericórdia de Deus, como alguns arminianos mais tarde defenderam. Deus nunca teve que oferecer Cristo para a redenção da humanidade, em primeiro lugar. Se Deus não tivesse feito uma forma de satisfação para a sua justiça (pela misericórdia), logo, diz Armínio, a humanidade teria sido verdadeiramente julgada de acordo com "estimativas severas e rígidas" de Deus. (19) Este ponto de vista tem sido chamado de teoria satisfação penal da expiação, e foi exatamente os sentimentos Grantham.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">No <em>St. Paul’s Catechism</em>, Grantham, em uma discussão sobre a justificação, explica a natureza da expiação para esclarecer por que a justiça de Cristo deve ser imputada ao indivíduo para que este seja salvo. Seu raciocínio é quase idêntico ao de Armínius: "Deus, tendo feito uma lei justa, ela deve ser cumprida; e ninguém foi capaz de fazer isso, mas Cristo, a fez cumpri-la em nosso favor. Hb. 10.5, 6, 7, 8, 9, 10; Sl. 4.5, 6, 7. e assim a justiça da lei se cumpre no Filho de Deus, porque crendo, a justiça de Cristo é feita deles. Rm. 10.3, 4. Fl 3.9 ". (20) Grantham ensinou que, uma vez que ninguém poderia satisfazer a Deus a exigência da justiça absoluta, a única maneira de indivíduos serem liberados da penalidade do pecado e justificados diante de Deus, foi por Deus, para proporcionar uma justiça pela qual as pessoas poderiam ser salvas. "A justiça de Deus gritou contra nós do pecado cometido, e o pecado deve ser removido pelo o Sangue de Cristo, Ele revela os nossos pecados, isto é, o castigo dos nossos pecados, no seu corpo, sobre o madeiro, I Pd. 2.24 ". (21)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Teoria de Grantham da expiação é resumida no título da Seção V no livro dois, capítulo três do <em>Christianismus Primitivus</em>, que diz: "Segundo a Vontade de Deus e sua Sabedoria Eterna, Cristo fez, no lugar e lugar da humanidade, cumprir essa Lei, pela qual o mundo inteiro ficou culpado diante de Deus”.(22) Nesta seção, explica Grantham, “quão profundamente a humanidade estava em dívida para com o Deus Justo do Céu e da Terra, e como ela era incapaz de pagar essa conta; e como consequentemente, ela deveu inevitavelmente passar pelo descontentamento eterno de Deus, com a maldição de sua Justa Lei". [23] A humanidade está sujeita ao julgamento severo e a ira de Deus, diz Grantham, por causa da" queda brusca "da lei de Deus. No entanto, Deus em sua sabedoria tem "concebido ampliar sua misericórdia em Cristo, como o único médico para curar a doença da Humanidade", provendo um curativo comensurável com a ferida, da qual ninguém pode gritar e dizer: Estou perdido, estou ferido com a ferida inevitável da humanidade: E não há bálsamo para mim, o médico fez o curativo tão limitado, que milhares e dez milhares, não podem ser curados por ele, ou melhor, ele tem determinado a nos ver perecer sem remédio. Ai! não há ninguém para nos salvar, nem podemos ficar sãos por inteiro no Mundo; nós nascemos para ser destruídos, e devemos ser destruídos. Para acabar com a horrível (e certamente mais justa) queixa. . . somos convidados a contemplar o Cordeiro de Deus.(24)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Para Grantham, Cristo, o Cordeiro de Deus, é a única pessoa que pode "pagar o preço ou a dívida” do pecado que homens e mulheres têm para com Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Grantham sustentou que há dois aspectos da expiação, obediência passiva e ativa. Obediência passiva refere-se a submissão de Cristo à ira de Deus pelos pecados da humanidade, satisfação da pena para o pecado, enquanto obediência ativa refere-se a satisfação de Cristo da justiça de Deus no cumprimento das normas da justa lei de Deus. Cristo obedece a Deus, o Pai, passivamente através da sua morte na cruz para satisfazer a pena para a violação da lei de Deus. Cristo obedece a Deus, o Pai ativamente, cumprindo a lei justa em uma vida sem pecado. Grantham observou que "verdadeiramente, ele nasceu sob a Lei, e assim ficou obrigado a manter a Lei, mas por nossa causa é que foi assim nascido, e, consequentemente, tudo o que ele fez nessa qualidade [obediência ativa], foi em nossa causa também, assim como seus sofrimentos [obediência passiva]: Para as transgressões cometidas contra a Lei, ele foi crucificado em nosso lugar. (25) A Teoria de satisfação da expiação penal de Grantham resultou em uma visão da satisfação da justificação penal. Esta doutrina da justificação, como a dos reformadores, mantida, como Lutero asseverou que o crente é justificado pela graça, mediante a fé, na justiça imputada de Jesus Cristo. Esta foi a doutrina da justificação de Arminius, ou seja, que a justiça de Cristo é “feita a nossa pela imputação graciosa". (26)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Grantham explica no Catecismo de São Paulo que há dois tipos de justiça, uma "imputativa," e outra “prática”. A primeira, diz ele, "é chamada a Justiça de Deus, (Mt. 6.33) ou justiça de Deus (Rom. 10.3). . . . É uma justiça para nós sem a lei .... É a justiça de Cristo, que é o Senhor, nossa Justiça (Is. 45,24, 25). Cristo feito de Deus para nós justiça, (ICor.1.30).(27) Esta" justiça imputativa "deve ser claramente distinguida de" justiça prática": Embora seja verdade, que a justiça prática realizada pelo Povo de Deus, é graciosa, sim, e um ornamento necessário. . . No entanto, além disso digo, que não é tão imediatamente significada. . . como justiça imputativa, porque a Justiça não mencionada, é dita ser concedida aos santos (enquanto Justiça prática é adquirido por diligência) "(28) a justiça prática, por Grantham, está associada com a santificação, e, portanto, é de natureza progressiva, mas justiça imputativa é a justiça que salva os crentes. Uma vez que os homens e mulheres não podem por suas próprias obras de justiça se salvarem, eles só podem ser salvos pela justiça de Deus em Cristo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Que Deus imputa justiça aos homens sem as obras, é tão evidente, que nunca pode ser negado. O que assim é imputado, não é atuado por nós, mas expressamente reconhecido como uma questão de dom gratuito, ou Graça, e de ninguém pode ser esta Justiça, senão de Cristo, porque de nenhuma outra maneira pode a retidão de Deus ser feita nossa.... não há nenhum justo, nem um sequer. Exceto, assim sendo, apegados a justiça de Cristo, não há nenhuma justiça a ser imputada aos pecadores. (29)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Teoria Grantham da obediência ativa e passiva como aspectos essenciais da expiação é levada diretamente para ligar-se a sua doutrina da justificação: "Agora, se somente a justiça passiva de Cristo, ou se também sua justiça ativa, é imputada aos pecadores, é duvidoso para alguns, mas de minha parte eu as considero ambas... A Justiça de Cristo inteiramente, ativa e passiva, crendo, é contado como o nossa ". (30)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Outro elemento-chave na doutrina de Grantham da justificação é a identificação com Cristo. Grantham pregava que o indivíduo que exerce a fé salvadora é colocada em união com Cristo, e é, portanto, identificado com Cristo. Nesta identificação, a obediência ativa de Cristo torna-se a obediência ativa do crente, e a morte de Cristo, o pagamento da pena para o pecado, torna-se a morte do crente. Por sua vez, o pecado do crente torna-se Cristo. Como Grantham explica: "Cristo foi feito pecado por nós apenas por imputação, pois ele não tinha pecado, e como ele foi feito pecado, por isso estamos feitos justiça de Deus nele, o que deve acontecer pela imputação livre de sua justiça por nós "(31) Assim, para Grantham, a justificação é concluída pela justiça imputada de Jesus Cristo, apreendida por meio da fé; a justiça de Cristo é a base da justificação, e a fé é a condição. Contra os romanistas por um lado e muitos arminianos, por outro, a marca de Grantham foi <em>sola fide</em>. Não por nossas obras, mas pela imputação graciosa de Deus da justiça de Cristo que é feita nossa pela fé. (32)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Goodwin sobre a Expiação e Justificação</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As Doutrinas Goodwin de expiação e justificação diferem amplamente de Grantham. Goodwin carrega a influência da teoria do governamental de Hugo Grotius de expiação, que sustentava que Deus poderia livremente perdoar os pecadores sem qualquer satisfação da violação da lei divina, porque tal perdão estava dentro do critério de Deus como governador ou soberano. (33) Assim, o sacrifício de Cristo é aceito por Deus como governador ou soberano, e não como juiz. A morte de Cristo, nessa visão, é um símbolo da pena que o pecado pode causar. Deus usa esse símbolo como uma dissuasão. A pena para o pecado é, assim, deixada de lado ao invés de paga. Portanto, sobre a fé, o crente é perdoado como governador deseja perdoar um criminoso culpado, e todos os pecados passados são esquecidos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Goodwin articulou tal visão da expiação e justificação no seu <em>Imputatio Fidei</em>, um livro de mais se quatrocentas páginas cujo único propósito era refutar a doutrina de que a justiça de Cristo é imputada ao crente da sua aceitação eterna com Deus. O repúdio de Goodwin a teoria satisfação penal da expiação é explícito. Ele argumenta: "A sentença ou maldição da lei, não foi devidamente executada em Cristo na sua morte, mas, a morte de Cristo foi um motivo ou consideração para Deus, quanto a dispensar a sua Lei, e para deixar cair ou suspender a execução da pena ou maldição por ela ameaçados ". (34) Considerando que toda a explicação de Grantham para <em>Cur Deus Homo</em> é atender às demandas da" justa lei de Deus ", a razão de Goodwin para a vinda de Cristo foi para que Deus pudesse dispensar a sua lei. Não até que Deus dispensasse a sua lei, disse Goodwin, ele poderia perdoar homens e mulheres e perdoar os seus pecados: “Mas Deus em dispensar e abster os transgressores (que de acordo com o teor da Lei deveria ter punido) manifestamente dispensa com a Lei, e acaso não a executa.” (35) </span><span style="font-family: times new roman;">Não era absolutamente necessário, de acordo com Goodwin, Cristo morrer na cruz para perdoar os pecadores, mas foi o método que Deus escolheu em seu governo. Goodwin explica: Nem Deus exige a morte e os sofrimentos de Cristo como um ônus para dispensar a sua Lei para aqueles que creem, mais (se tanto) de uma forma de satisfação para a sua justiça, do que à sua sabedoria. Já que Deus (também), poderia com tanta justiça, como sabedoria (se não muito mais) passar pela transgressão da sua lei, sem consideração ou satisfação. Para ele, que tem a autoridade e o poder legítimo, seja em impor uma lei, ou não, no caso de ele impor, um tanto concerne do ponto da sabedoria e discrição em não ver a sua lei desprezada e espezinhada, sem satisfação, seguido em ponto de justiça.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A morte de Cristo era para Goodwin, portanto, uma exposição de justiça pública, não uma satisfação penal, como mantida em Grantham.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Goodwin a doutrina da justificação está enraizada em sua doutrina da expiação. Visto que o Deus pode, e, em seu governo, anulou a pena para o pecado, uma vez que não necessariamente deva ser sofrida -, Deus pode perdoar livremente homens e mulheres, e a imputação da justiça de Cristo não é necessária. Nem é desejável; imputar a justiça de Cristo ao crente seria admitir que Deus não anulou a lei, depois de tudo. Assim Goodwin conclui que a justificação consiste primariamente no perdão ou remissão dos pecados (a <em>nonimputation</em> dos pecados<em> -</em> não imputação dos pecados). (37) Goodwin afirmou que "as Escrituras constantemente fala do ato de Deus de justificar um pecador, não de tal ato pelo qual ele deseja fazê-lo ou declará-lo legalmente justo, ou declará-lo não ofensor da lei, e com isso, justificá-lo, mas de tal ato, no qual ele livremente o perdoa de tudo o que ele fez contra a Lei, e absolve-o de todas as culpas e o castigo devido pela Lei”. (38)</span><span style="font-family: times new roman; font-size: large;"></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Consequentemente, para Goodwin seria errôneo afirmar que a justiça de Cristo é imputada ao crente, pois isso seria admitir que absolvição gratuita de Deus ou perdão do pecador não é suficiente. Assim Goodwin gasta toda a primeira parte de seu livro argumentando contra a imputação da justiça de Cristo para o crente. Não é a sua justiça, que é creditada ou imputada ao crente, mas a fé é contada como justiça. (39) A ênfase de Goodwin, em última análise, é sobre a liberdade de Deus em dispensar a lei e livremente dar o perdão ou perdoar o pecador.<br />As doutrinas da expiação e da justificação são as disparidades mais evidentes entre os modelos de arminianismo de Grantham de Goodwin. A diferença mais prática é que, para Grantham, a salvação consiste totalmente na justiça de Cristo, enquanto que para Goodwin, parece depender mais sobre a fé do indivíduo. Esta distinção tem consequências dramáticas para as doutrinas da santificação e da perseverança dos Santos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Gratham, sobre a Perseverança e apostasia.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Na Teologia da Reforma e Pós-Reforma, nossa visão da perseverança, ou resistência na fé, foi condicionada à outras doutrinas. A Teologia Reformada tinha tradicionalmente ensinado que, porque a graça é irresistível, o eleito ou o indivíduo predestinado necessariamente perseverará na fé, ao passo que a teologia arminiana postula que Deus havia concedido a humanidade a liberdade de resistir à graça. (40) É compreensível, então, porque uma teoria arminiana da resistibilidade da graça resultaria em sua resistibilidade contínua após a conversão. A doutrina de Grantham da perseverança dos santos, foi consequência de suas doutrinas da resistibilidade da graça e da justificação.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Como a graça de Deus é resistível, ensinou Grantham, ela deve necessariamente continuar assim ao longo da vida. (41) No entanto, não se pode compreender o seu entendimento de perseverança fora do contexto de sua doutrina da justificação. O ensino de que o crente é justificado somente pela justiça de Cristo, apreendida pela fé, exigiu uma visão de perseverança consistente com o princípio <em>sola fide</em>: Não se pode cair da graça por causa da falta de ser justo ou fazer obras de justiça, porque o crente esteve justificado diante de Deus baseado unicamente na justiça de Cristo ao invés de seus próprios méritos. Enquanto a fé salvadora esteja intacta, o crente permanece justificado devido a justiça de Cristo. A ênfase de Grantham na perseverança firmou-se na fé e, portanto, em Cristo. Enquanto se mantiver na fé, permanecerá em Cristo ". " cai da graça somente destruindo o estado de fé (42) O ensino de Grantham não pode ser visto como semi-pelagianismo em que o crente mantém a salvação pelas obras de justiça que ele executa. Em vez disso, apenas quando o crente se torna novamente um incrédulo é que ele cai da graça salvífica de Deus, os crente são, como a Confissão Standard, 1660 reitera, "guardados pelo poder de Deus por meio da fé para a salvação" (1 Pedro 1.5). O cair da graça é para Grantham um caso muito mais grave do que simplesmente cometer pecado ou se desviar de Deus. Isso equivale a uma reversão da <em>ordo salutis</em>: depois de se renunciar a fé em Cristo não é mais um participante em Cristo e, portanto, perde os benefícios da salvação. Assim, com referência ao quarto e sexto capítulos de Hebreus, ele descreve o cair da graça como o estado em que "Os homens destruíram o estado de fé (em relação a si próprios) pisando o Filho de Deus; tratando o sangue da aliança com a qual eles foram santificados como algo profano e, portanto, [feito], a despeito de o Espírito da Graça ".(43)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Grantham também viu a apostasia ou cair da graça como “um estado irrevogável” da qual o apóstata nunca pode voltar. (44) Aqueles que estiveram uma vez em Cristo, mas que resistiram e rejeitaram a graça do Deus e caíram da graça são, diz Grantham, “Árvores duas vezes mortas, arrancadas pelas Raízes: e consequentemente não capazes de dar frutos no Vinhedo de Deus para sempre.” Assim Grantham rejeitou a doutrina que alguns chamaram “regeneração repetida,” que considera que, se os crentes pecarem o bastante eles perderão a sua salvação, e devem arrepender-se para recuperá-lo. Ao contrário, Grantham afirma que aqueles que cometeram tal apostasia “não podem, (como notas de Crisóstomo sobre esse ponto) serem duas vezes feitos Cristãos; havendo apenas um sacrifício do pecado, nada mais restando para tais.” (45)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Goodwin, a Perseverança e Apostasia</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A visão de Goodwin da perseverança dos santos diferencia-se substancialmente da de Grantham. Embora haja um consenso fundamental sobre a possibilidade da apostasia de um crente, a discordância significante existe em como um crente pode cair da graça e na revogabilidade ou na irrevogabilidade da apostasia. Considerando que a ênfase de Grantham está na permanência na fé, a ênfase de Goodwin está na permanência em boas obras. Assim a impenitência é a causa da queda de um crente da graça e não o naufrágio da fé. Em um abrangente tratamento de Davi como um exemplo de um crente que caiu da graça, Goodwin diz: “os nossos próprios adversários... geralmente reconhecem que ele tem o interior de um homem realmente piedoso e regenerado, antes da culpa de dois pecados enormes a ele referido. Ele ainda afirma: “A questão é, se ele continua assim, verdadeiramente piedoso, sob a culpa dos referidos pecados, a saber, a partir do momento da perpetração deles, até o momento do seu arrependimento: eles afirmam, eu nego”. (46) Davi, diz Goodwin, "durante impenitência acima referida, foi eliminado de todo o seu direito de introduzir a nova Jerusalém." (47) Goodwin não é claro sobre quantos ou que tipo de pecados podem levar a queda de graça, mas ele deixa claro que pecados particularmente condenáveis causarão apostasia. Em seus comentários sobre Ezequiel, 18,24 ele declara: "O texto diz: na sua transgressão (no singular) que se rebelou deve ele ser manchado; o que implica, que qualquer um pecado, dos tipos de pecados que a Escritura chama, abominações, enquanto sem arrependimento, o leva da vida até a morte, lança-o no estado e condição de um incrédulo. "(48)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">É claro, do tratamento de Goodwin a Davi, que ele acreditava que a apostasia foi um Estado remediável. Ainda em seus comentários sobre Hebreus 6 ele é ainda mais explícito, dizendo que declaração do autor bíblico que é impossível para aquele que caiu ser renovado novamente para arrependimento "não foi asseverado por ele com vistas ao estado ou condição de crentes comuns... como se ele pretendesse encerrá-los sob a pesada condenação de tal impossibilidade, mas com vistas apenas à condição mais deplorável de outros crentes."(49) Para Goodwin, a maioria dos casos de apostasia são remediáveis.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As diferenças entre Grantham e Goodwin sobre a doutrina da perseverança resultam de outros elementos em seus sistemas doutrinais que tocam a natureza da justificação, a sua relação com a santificação e a relação resultante de fé e obras na vida cristã. Ao passo que a abordagem de Goodwin à doutrina arminiana é uma reversão completa do sistema Calvinista, o arminianismo de Grantham mantém elementos soteriológicos reformados importantes, mais notavelmente a fórmula <em>sola fide</em>.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Conclusão</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A essência da disparidade entre Grantham e Goodwin estava em suas respectivas compreensões da gravidade do pecado e da natureza da justiça divina. Grantham via o pecado como uma violação tão flagrante da santidade divina que Deus, por justiça, deve puni-lo. Goodwin, ao contrário, acreditava que a lei de Deus (justiça divina) "pode ser flexibilizada sem contradição com a natureza divina". (50) Goodwin cordialmente concordaria com a afirmação de Grotius, de que "a lei não é uma coisa interna em Deus, ou a própria vontade de Deus, mas um certo efeito de Sua vontade. Mas é mais certo que os efeitos da vontade divina são mutáveis ". (51) É por isso que, como afirmou Goodwin, Deus poderia" dispensar a sua Lei "em perdoar os pecadores. Grantham não daria ouvido a nada disso. Para Grantham, a lei de Deus é um resultado da natureza divina, e não simplesmente um efeito da vontade divina. Para Grantham, a santidade de Deus exige a intolerância ao pecado. Natureza santa de Deus desvia o pecado como duas cargas magnéticas positivas se repelem. Consequentemente, a ira divina não é uma raiva caprichosa do pecado, tanto quanto é o resultado necessário da natureza de Deus. Devido a isso, a justiça divina deve ser satisfeita. A exigência da justiça de Deus absoluta não pode ser satisfeita pela humanidade, é por isso que as pessoas devem ser submetidas, como Grantham colocou, "a maldição de sua justa lei." Por isto, manteve Grantham, é que a morte de Cristo e a justiça devem ser imputadas aos crentes. A vida sem pecado e a morte sacrificial de Cristo são as únicas coisas que satisfará a justiça ou a natureza santa de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Essas divergências sobre a gravidade do pecado e a natureza da justiça divina, por sua vez fizeram Grantham e Goodwin caír em diferentes lados do debate soteriológico. Para Goodwin, Deus dispensa a Santa Lei e perdoa os pecadores; para Grantham, Deus não pode abolir sua Santa Lei, deste modo nos pecadores deve ser imputada a justiça de Cristo através da fé para serem salvos. Assim, Grantham sustentou que esta retidão permanece uma possessão do crente contanto que ele ou ela permaneçam em Cristo pela fé, enquanto que Goodwin salientou a necessidade de penitência para perseverar na salvação, como se o crente devesse continuar a ser perdoado mais que uma vez.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As categorias tradicionais do Calvinismo e do Arminianismo em que os historiadores e os teólogos recorrem normalmente são um pouco imprecisas e enganosas. Calvinistas e Arminianos têm sido predispostos a compreender o Arminianismo como ainda mais semi-pelagiano do que o da versão de Goodwin. Contudo, Grantham e os Batistas Gerais desafiaram esta classificação, esforçando-se, em vez disso, para uma via media, que estavam certos, foi a via da Bíblia e das Igrejas Primitivas.</span><br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;">______<br /><strong>Notas Finais</strong></span></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(1) Os Batistas Gerais ingleses são os antepassados dos que agora são conhecidos como Batistas Livres. Os primeiros Batistas Livres na América do Sul foram influenciados pelo Christianismus Primitivus de Grantham e sua confissão de fé era a Confissão Standard, de 1660, que Grantham entregou ao Rei Charles II em 1660 e que ele reimprimiu com anotações em Christianismus Primitivus.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(2) A finalidade deste ensaio não é discutir os cinco pontos do Calvinismo ou os cinco artigos da Remonstrância, mas sim, apontar as divergências que podem e ocorrem dentro do Arminianismo. Presume-se, para a finalidade deste ensaio, que todo o arminiano discorde com pelo menos os últimos quatro dos cinco pontos do calvinismo: eleição incondicional, expiação particular, graça irresistível, e a perseverança incondicional dos santos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(3) As informações biográficas nos próximos três parágrafos são tiradas de Samuel Edward Hester, “Advancing Christianity to Its Primitive Excellency: The Quest of Thomas Grantham, Early English General Baptist (1634-1692)” (Th.D. diss., New Orleans Baptist Theological Seminary, 1977), 9-32.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(4) Thomas Grantham, A Dialogue Between the Baptist and the Presbyterian (London, 1691), 27; The Infants Advocate (London, 1688), 2.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(5) Cf. Ellen More, “John Goodwin and the Origins of the New Arminianism,” The Journal of British Studies 22 (Fall 1982): 52.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(6) Dictionary of National Biography, s.v.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(7) Jacobus Arminius, The Works of James Arminius, 3 vols, trans. James Nichols and William Nichols (Grand Rapids, Mich.: Baker, 1986), 2:12, 156.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(8) Thomas Grantham, Christianismus Primitivus, or The Ancient Christian Religion (London, 1678), book II, 7677. Grantham aqui ecoa os sentimentos de seu antepassado Batista Geral, Thomas Helwys, que disse na declaração de fé do Povo Inglês remanescente em Amesterdão (1611): "Através da desobediência[Adão], todos os homens pecaram (Romanos 5,12-19). Seu pecado foi imputado a todos, e assim também a morte passou a todos os homens "(artigo 2). Este documento foi reimpresso em J.Mateus Pinson, A Free Will Baptist Handbook: Heritage, Beliefs, and Ministries (Nashville: Randall House, 1998), 123-131.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(9) Thomas Grantham, The Controversie about Infants Church Membership and Baptism, Epitomized in Two Treatises (London, 1680), 14.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(10) Ibid., 78.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(11) Ibid., 76.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: times new roman;">(12) John Goodwin, Imputatio Fidei. Or A Treatise of Justification (London, 1642), Part II, </span><span style="font-family: times new roman;">13. É interessante notar que JohnWesley mais tarde reeditou e escreveu um prefácio para este trabalho e foi muito influenciado pela teologia de Goodwin.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(13) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(14) Ibid., 15.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(15) Ibid., 15-16.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(16) Ibid., 16.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(17) Arminius, 2:256.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(18) Ibid., 1:419.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(19) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(20) Thomas Grantham, St. Paul’s Catechism: Or, A Brief Explication of the Six Principles of the Christian Religion, as recorded Heb. 6.1,2 (London, 1687), 28.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(21) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(22) Grantham, Christianismus Primitivus, book II, 62.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(23) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(24) Ibid., 63.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(25) Ibid., 68.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(26) Arminius, 2:256-57, 406.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(27) Grantham, St. Paul’s Catechism, 28.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(28) Grantham, Christianismus Primitivus, book II, chapter 3, 68.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(29) Ibid., 67.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(30) Ibid., 67-68.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(31) Ibid., 68.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(32) Embora os eruditos tenham mantido historicamente esta compreensão de expiação e justificação como sendo domínio do calvinismo estrito, ortodoxo, Grantham e as Batistas Gerais seguiram tal visão.<br />Mesmo Richard Baxter, que foi descrito como “um calvinista moderado” rejeitou a teoria da satisfação penal da indenização e a doutrina de justificação pela justiça imputada de Cristo através da fé. Revisionistas como R. T. O Kendall e Alan C. Clifford argumentam que Calvino e Lutero, ao contrário da opinião geral, não aprovaram a teoria de satisfação penal da indenização e a sua doutrina da justificação. Ironicamente, esta era também a visão de John Goodwin.<br />R. T. Kendall, Calvin and English Calvinism to 1649(Oxford: Clarendon, 1979); Alan C. Clifford,<br />Atonement and Justification: English Evangelical Theology 1640-1790: An Evaluation (Oxford: </span><span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">Clarendon, 1990).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">33) Grotius também influenciou Richard Baxter e John Tillotson com sua visão governamental da expiação.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(34) Goodwin, Imputatio Fidei, part II, 33.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(35) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(36) Ibid., 34-35.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(37) Ibid., 177.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(38) Ibid., part 1, 3.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(39) Ibid., 14. Os inimigos de Arminius de uma só vez o acusaram de ensinar que ”se a justiça de Cristo não for imputada a nós como justiça, porém, o acreditar (ou o ato de crer) nos justifica". Works, 02:42. Arminius respondeu que ele nunca disse que o ato de fé justifica uma pessoa. Ele sustentou que a justiça de Cristo é imputada ao crente e que nossa fé é imputada como justiça. Ele acreditava que ambas as visões tiverm lugar em São Paulo:"Eu digo que reconheço," A justiça de Cristo é imputada a nós, "porque eu penso que a mesma coisa que está contida nas seguintes palavras do Apóstolo:" Deus fez de Cristo pecado por nós, para que pudesse ser feita a justiça de Deus nele. '. . . Diz-se terceiro verso [de Romanos 4], "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. '. . . portanto, os irmãos não me repreendam, mas, o apóstolo. "Ibid., 43-45.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(40) Todos os arminianos concordaram com a doutrina da resistibilidade da graça.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(41) Thomas Grantham, A Dialogue Between the Baptist and the Presbyterian, 19-20.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(45) Grantham, Christianismus Primitivus, book II, chapter 2, 155.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(43) Ibid.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(44) Ibid., 154.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(45) Ibid., 155.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(45) Ibid., 155.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(46) Goodwin, ‘Apolutrwsiz ‘’Apolutrwsewz or Redemption Redeemed (London, 1651), 345.<br />É digno de nota que em uma carta a Walter Sellon, John Wesley escreveu: "Estou feliz por você ter empreendido 'Redemption Redeemed.' Mas você de modo algum, deve esquecer a resposta do Dr. Owen: senão você deixará um subterfúgio para todos os calvinistas entrarem.Subterfúgios do doutor você deve necessariamente cortar em pedaços. "</span><br />
<br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 85%;">(47) Ibid., 347.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(48) Ibid., 348.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(49) Ibid., 288.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(50) Henry C. Sheldon, History of Christian Doctrine (New York: Harper and Brothers, 1897), 2:142. This statement is made with reference to Grotius’s theory of atonement.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(51) Quoted in Sheldon, 142.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">Please cite this paper as follows: (Por favor, cite este artigo da seguinte forma)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(J. Matthew Pinson, “The Diversity of Arminian Soteriology: Thomas Grantham, John Goodwin, and Jacobus Arminius,” paper presented at the national meeting of the American Society of Church History, Florida State University, Tallahassee, Florida, Spring 1998.) Copyright © 1998, J. Matthew Pinson. All rights reserved.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(J. Mateus Pinson, “A diversidade da soteriologia arminiana: Thomas Grantham, John Goodwin, e<br />Jacobus Arminius”, trabalho apresentado na reunião nacional da Sociedade Americana da História da Igreja, Florida State University, Tallahassee, Flórida, Primavera de 1998.)<br />Copyright © 1998, Matthew J. Pinson. Todos os direitos reservados.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;"><strong>Fonte:</strong></span><a href="http://evangelicalarminians.org/files/The%20Diversity%20of%20Arminian%20Soteriology%20(Pinson)_1.pdf"><span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">http://evangelicalarminians.org/files/The%20Diversity%20of%20Arminian%20Soteriology%20(Pinson)_1.pdf</span></a><span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;"><br /><strong>Tradução:</strong> Lailson Castanha</span><br />
</div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-4461709595637102612011-12-13T18:18:00.000-08:002012-05-25T22:44:36.788-07:00Explorando A Teologia de John Wesley<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5eiXDX_F7jW0NvP7k5IcA_r8viISUnrMSrFv3fHGqI3Y42cApcLkNKIJZREjAVp_CWaiWcGaEFLYGTUqko8sMj6priVx2DzjyIEFZ9khfaBsCQ1o9dCVRpyMbfyiyjftA2ZDqvURHn28/s1600/John+Wesley.jpg"><span style="font-size: 130%;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5685803068292487090" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5eiXDX_F7jW0NvP7k5IcA_r8viISUnrMSrFv3fHGqI3Y42cApcLkNKIJZREjAVp_CWaiWcGaEFLYGTUqko8sMj6priVx2DzjyIEFZ9khfaBsCQ1o9dCVRpyMbfyiyjftA2ZDqvURHn28/s320/John+Wesley.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 320px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 270px;" /></span></a><span style="font-size: 130%;"> <strong>Explorando A Teologia de John Wesley*</strong></span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-size: 130%;"><strong>A Humanidade e o Pecado</strong></span></div>
<br />
<div align="justify">
<em><span style="font-size: large;">“[O ser humano] não é meramente matéria, um punhado de terra, uma porção de barro, sem qualquer sentido ou entendimento, mas um espírito tal como o seu Criador, um ser dotado não só de sentimento e conhecimento, mas também de um livre arbítrio que se manifesta em vários afetos. E a coroar todo o resto,está o fato de que ele foi dotado de liberdade, da capacidade de dirigir os seus afetos e ações, a capacidade de determinar por si próprio se escolherá o bem ou o mal.<br />(Sermão, “A Queda do Homem,” Works, 2:400-401)</span></em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Humanidade</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Na base do conceito que Wesley tinha da humanidade — também conhecido como a doutrina da antropologia teológica — está a ideia de que os seres humanos são relacionais. Foram criados para se relacionarem. Foram criados pelo amor e para amar.<br />De acordo com Mildred Bangs Wynkoop, a própria definição da imagem de Deus—<em>imago Dei</em> — é esta capacidade de amar.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Outras tradições têm definido a imagem de forma diferente. Uma interpretação da imagem no período da Igreja Primitiva — interpretação considerada herética —propunha que a imagem era na realidade uma aparência física de Deus. Parece haver muitas imagens antropomorfizadas nas Escrituras. Mas por final a ortodoxia determinou que essas devem ser interpretadas metaforicamente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Vários intérpretes Ocidentais da imagem defenderam que ela está presente na nossa capacidade de refletir. Esta é a posição de muitos teólogos clássicos, incluindo o grande teólogo Católico Tomás de Aquino (d. 1275). Uma outra interpretação é de que o ser humano leva a semelhança de Deus no seu relacionamento com o resto da criação. Assim como Deus se encontra numa posição hierárquica em relação à humanidade, assim também a humanidade se situa numa posição hierárquica em relação à terra. Ainda uma outra interpretação da imagem é a da liberdade humana. Deus nos criou livres e com a capacidade de escolha.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley estava ciente dessas várias interpretações, mas, segundo Wynkoop e outros, ele abraça fortemente a ideia da imagem como amor. H. Ray Dunning comentou sobre os relacionamentos definitivos designados para a humanidade: nós fomos criados para amar a Deus, amar ao próximo, e cultivar um amor adequado por nós mesmos e pelo mundo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Há ocasiões nos escritos de Wesley em que ele distingue a imagem natural da imagem moral na humanidade, as quais são paralelas aos atributos naturais e moral de Deus. “Isto é, a Imagem natural de Deus na humanidade refere-se àquelas características ou faculdades próprias dos seres humanos, enquanto que a Imagem moral de Deus se refere ao ‘caráter’ de santidade e amor designados por Deus para a humanidade.” Esta posição é parecida com a distinção que a teologia Oriental faz entre a imagem e semelhança de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um elemento central na compreensão do conceito de Wesley da humanidade e salvação é o fato de que depois da Queda, a imagem permanece. Fica distorcida, mas não obliterada. E, portanto para Wesley, a salvação — no sentido lato que inclui também a santificação — é o processo de restauração e renovação da imagem de Deus em nós. Esta noção de que a imagem permanece mesmo depois da Queda levou alguns intérpretes de Wesley a falar duma doutrina de deprivação total, em vez de depravação total.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Com a queda, ficamos deprivados do nosso relacionamento original com Deus, e assim sendo os nossos outros relacionamentos também ficam distorcidos, mas a capacidade de amar e a esperança de renovação permanecem. Além disso, a graça preveniente é oferecida para compensar pelos efeitos da Queda. A forte doutrina Calvinista da depravação total, por outro lado, é menos otimista. Com a Queda, ficamos totalmente depravados, sem Deus no mundo, e corruptos sem possibilidade de reparo nesta vida. Estas noções bem diferentes da Queda e da <em>imago Dei</em> produziram doutrinas de salvação também diferentes em Wesley e Calvino.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O princípio supremo da teologia de Wesley é o fato de que Deus é amor. Ele reitera a todo o custo o amor de Deus. Pelo contrário, pode-se dizer que, se pressionado, o Calvinista teria que defender a soberania de Deus como a principal característica dEle. Este postulado básico, do amor ou do poder, viria a definir toda a visão teológica de Wesley e de Calvino, apontando a cada um deles numa direção diferente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley fala de certos estados humanos, o natural, o legal e o evangélico. O estado natural é simplesmente um estado hipotético subsequente à Queda. Trata-se do estado em que Deus criou Adão e Eva. Só Jesus, o Cristo, nasceu num estado natural livre do pecado original. O estado legal, para Wesley, refere-se à nossa condição perante Deus anterior à experiência do novo nascimento. Vivemos sob a lei, e se deixarmos que a lei cumpra a sua função, ela nos conduzirá ao ponto de reconhecermos a nossa necessidade de salvação. A graça preveniente ajuda-nos a despertar para essa necessidade. O estado evangélico, então, é subsequente ao novo nascimento em Cristo; não estamos sob a lei mas sob a graça. Este novo nascimento dá início ao processo de renovação da imagem de Deus em nós.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Pecado</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que foi que aconteceu quando Adão e Eva pecaram? E como é que o pecado original nos afeta a nós?<br />Comecemos a nossa investigação com uma discussão da essência do pecado original.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enquanto que a maior parte dos intérpretes de Wesley tem seguido a interpretação tradicional — Agostinha — do pecado original como sendo o orgulho, uma nova interpretação foi oferecida pela Dra. Leclerc, publicada na obra Singleness of Heart: Gender, Sin, and Holiness in Historical Perspective. Segundo esta análise, embora o termo orgulho fosse usado frequentemente por Wesley, nunca foi tratado como paradigma dominante do pecado original.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O mais direto sermão de Wesley sobre este assunto — “O Pecado Original” (1854)—revela esta falta de predominância do termo orgulho. Aqui, é a idolatria que é nitidamente tida como a principal definição do pecado original, seguida de “orgulho,” “egoísmo,” e “amor do mundo.” Diz Wesley, “todo o orgulho é idolatria”; assim como o “amor do mundo.” Por outras palavras, existem duas formas de pecado original: desordenado amor-próprio — orgulho — e desordenado amor pelo próximo, referida aqui como o “amor do mundo”; explica Wesley: “O que é que nos é mais natural do que buscar felicidade na criatura, em vez do Criador?”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley escreveu também um sermão intitulado “A Idolatria Espiritual,” já no final da sua vida. Vale à pena citar uma passagem:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sem dúvida é desejo de Deus que nos amemos uns aos outros. É Seu desejo que amemos os nossos parentes e irmãos em Cristo com um amor peculiar; e especialmente aqueles a quem Ele conferiu significado particular nas nossas almas. A esses devemos amar “fervorosamente;”, mas sempre com “um coração puro.” Mas não é isso “impossível ao homem,” de manter a força de afeto, sem, contudo manchar em nenhuma maneira a alma, mantendo-a com pureza total? Não estou sugerindo apenas pureza em relação à cobiça. Sei que isso é possível. Sei que uma pessoa pode nutrir inefável afeto por uma outra sem qualquer desejo desta natureza. Mas será que isso é isento de idolatria? Será que isso não constitui amar a criatura mais do que o Criador? Não é colocar o homem ou a mulher no lugar de Deus? Entregar-lhes o seu coração? Que isso seja ponderado seriamente, mesmo por aqueles a quem Deus ajuntou; por maridos e mulheres, pais e filhos. Sem dúvida que estes devem amar-se ternamente uns aos outros: têm o dever de fazê-lo. Mas não têm nem a obrigação nem a permissão de se amar uns aos outros de maneira idólatra. E, entretanto, quão frequentemente isso acontece! Quão frequentemente não é o marido, a esposa, o filho colocado no lugar de Deus? Quantos não são os que, embora sendo considerados bons Cristãos, colocam o seu afeto num ou no outro, não deixando nenhum lugar para Deus! Procuram a sua felicidade na criatura e não no Criador. Podiam até dizer-se um ao outro, “para mim tu és o meu senhor e o alvo dos meus desejos.” Isto é, “nada mais desejo do que tu! É por ti que eu almejo! Todo o meu desejo é para ti, para a lembrança do teu nome.” Pois bem, se isso não é idolatria, então eu não o que poderia ser.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley cria firmemente que o que Adão e Eva fizeram no jardim tinha efeitos duradouros para o resto da humanidade. Mesmo assim, é interessante notar que ele não se deteu com a questão da forma como esses efeitos foram transmitidos, mas com o fato de que foram transmitidos. O que lhe interessa é a questão da culpa associada com o pecado original.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A teologia Ocidental afirma que o estado de pecado original, a corrupção da humanidade no seio da qual nós nascemos faz-nos culpáveis perante Deus, mesmo que nós nada tenhamos feito individual e voluntariamente para isso merecer. A culpa é herdada, assim como a corrupção. Wesley, por outro lado, defende que o pecado original não traz culpa, mas sim uma predisposição para o pecado. O que nos torna culpados são os pecados que nós cometemos da nossa própria vontade. Wesley é muito cuidadoso em distinguir “pecado nato” de pecados reais. Daí a definição clássica de pecado citada frequentemente pelos Wesleyanos: “O pecado é a transgressão voluntária de uma conhecida lei de Deus.”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Alguns mantêm que no que concerne ao pecado Wesley assumiu uma via media entre Agostinho e Pelágio. Assim, ele foi categorizado como sendo “semi-Pelágico.”<br />Agostinho e Pelágio foram contemporâneos no século três e na primeira parte do século quatro. Pelágio defendeu que o ser humano não só não herdou culpa de Adão, como também não herdou qualquer corrupção. Assim sendo, cada pessoa encara a mesma escolha que encararam Adão e Eva no jardim. No seu ver, nós nascemos com liberdade natural.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Agostinho, por outro lado, defendeu uma forte doutrina de pecado original, depravação total, e culpa herdada.<br />O debate viu o seu desfecho com a determinação por parte do Cristianismo ortodoxo de que Pelágio era herético.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley rejeitou Pelágio — embora tivesse mostrado alguma simpatia por ele. Mas nem por isso ele se alinhou com a doutrina de Agostinho. A via media surge na forma da doutrina Wesleyana da graça preveniente. A graça que Deus estende a todo o ser humano que vem ao mundo confere a esse indivíduo liberdade graciosa.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Enquanto que a tendência para o pecado é de fato herdada, a graça é oferecida para que o ato de pecado permaneça como uma escolha pela qual somos responsáveis. A rejeição de Wesley da culpa herdada preserva a justiça de Deus. Ao mesmo tempo, evita que Wesley seja forçado a defender a predestinação.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A doutrina do pecado em Agostinho era tão forte que só um ato pré-determinado e irresistível por parte de Deus nos poderia salvar. Wesley evitou esta conclusão lógica ao afirmar a universalidade da graça preveniente.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Pecado Original</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sobre o pecado original, Wesley escreve: </span><em><span style="font-size: large;">“Se, portanto, retirarmos esta base, que [a humanidade] é por natureza louca e pecaminosa... o sistema Cristão desmorona de imediato.”<br />(“A Doutrina do Pecado Original” Works, 9:194)</span></em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Caminho da Salvação, parte 1</span></strong><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Introdução</span></strong><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Caminho da Salvação</span></strong><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">“E, em primeiro lugar, perguntemos, o que é a salvação? A salvação de que se fala aqui não é aquilo que frequentemente se deduz desse termo: a ideia de ir ao céu, de felicidade eterna. Não se trata da partida da alma para o paraíso . . . Não se trata de uma bênção que jaz do outro lado da morte . . . As próprias palavras do texto não deixam margem para dúvida, “Vós sois salvos.” Não se trata de algo que distante. É algo presente, uma bênção de que tendes possessão agora, pela livre misericórdia de Deus. Sim, pode-se afirmar por estas palavras, e com igual justeza, “Vós fostes salvos.” De maneira que a salvação de que se fala aqui pode se estender à inteira obra de Deus, desde o despontar da graça na alma até à sua consumação na glória.”<br />(Sermão, “O Caminho Bíblico da Salvação”)</span></em><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A doutrina de Wesley acerca do pecado influenciou a sua doutrina de salvação. De novo, de acordo com a teologia Oriental, ele conceitualizou o pecado como sendo uma “doença” que precisava do toque curador de Deus como Médico. A sua noção de salvação pode então ser designada de “terapêutica.” A teologia Ocidental Reformada concentra-se na necessidade de perdão de culpa que se encontra na justificação, e em Deus como Juíz e Justificador. Na sua noção de sola fide, Wesley deve muito a esta tradição, expressa particularmente pelos Moravianos. Wesley, porém, foi muito mais além, considerando toda a obra de Deus como sendo inclusiva da justificação e santificação. Nesta lição consideraremos a obra de Cristo e a obra do Espírito Santo na obra inicial da salvação, aquilo que Wesley preferiu designar de “Novo Nascimento.”</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Teorias da Redenção</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A obra de Cristo na cruz já foi interpretada de várias maneiras. Essas são conhecidas como teorias da redenção.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria do Resgate</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria vê a humanidade como sendo cativa de Satanás. A morte de Cristo é o resgate, o pagamento feito com o fim de libertar-nos da prisão de Satanás. A ressurreição de Cristo, entretanto, é a maneira como Deus toma de volta o resgate de Satanás.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria da Satisfação</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria assenta-se na ideia de que o pecado constitui uma afronta à honra de Deus. Esta honra tem que ser vindicada, e assim Deus envia Jesus para morrer na Cruz como forma de expiar o pecado e restaurar o sentido de satisfação Divina de que o pecado já foi pago.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria da Satisfação Penal</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria é muito semelhante à da satisfação, mas aqui não é a honra de Deus que necessita vindicação, mas sim a justiça de Deus. É a ideia de que o pecado tem que ser punido. Assim, Cristo toma sobre si a punição, mantendo Deus como um Deus justo.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria do <em>Christus Victor</em></span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria surgiu no período da Igreja Primitiva. Ela afirma simplesmente que Cristo saiu vitorioso sobre o pecado ao tomar como inocente o pecado sobre si, sendo levantado dos mortos pelo poder de Deus. Este mesmo poder pode derrotar o pecado em nós.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria da Recapitulação</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Também esta teoria surgiu cedo na Igreja Primitiva. Ela centra-se em Jesus Cristo como o Segundo Adão. Esta teoria concentra-se em mais do que a Cruz; ela abrange toda a vida de Cristo, vivida obedientemente para Deus. Aquilo que pela desobediência Adão fez errado, Jesus faz certo através da obediência. A cruz é a maior expressão dessa obediência. Jesus de certa forma redime a vida humana ao conceder-nos um modelo para viver a vida em plena dedicação à vontade de Deus.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria Governamental</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria é normalmente associada com o Arminianismo, desenvolvida formalmente por um aluno de Tiago Armínio, Hugo Grotius. A morte de Cristo permitiu a Deus oferecer perdão a todos quantos se arrependerem, ao mesmo tempo que mantém controlo governamental. Uma importante distinção tem que ser feita com referência à teoria da satisfação, no sentido de que Cristo não pagou o preço pelo nosso pecado mas em vez disso sofreu por nós. Tal distinção é crucial para os Arminianos porque esta expiação é ilimitada. Assim, se Cristo tivesse pagado o preço por todos então ninguém estaria em necessidade de redenção porque Cristo já teria recebido a punição. Em vez disso, a teoria governamental insiste que o sofrimento de Cristo foi um substituto pelo preço para que o homem pudesse receber perdão, mas ao mesmo tempo compreender a seriedade do seu pecado a fim de não voltar a ele.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Teoria da Influência Moral</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Esta teoria foi criada por Abelardo (1079-1142) e procura corrigir alguns dos problemas da teoria da satisfação penal. Do ponto de vista da teoria da influência moral, a Redenção encontra-se na Encarnação e não na Crucificação ou na Ressurreição.<br />Cristo veio deixar o exemplo perfeito do amor e a sua morte só constitui mais uma demonstração de entre várias desse amor. A salvação é alcançada num ato de reconhecimento desse supremo exemplo de amor como estilo de vida. Wesley estava interessado na realidade objetiva da Redenção, mas também igualmente interessado na sua influência subjetiva sobre nós. Para defender esse argumento ele recorreu a diferentes teorias em diferentes ocasiões. Teorias da redenção primàriamente falam daquilo que Cristo fez por nós. Mas a doutrina da soteriologia vai mais além perguntando, “Como é que a expiação de Cristo se aplica a nós?” Randy Maddox sugere que em vez de encaixar Wesley no modelo tradicional de ordo salutis, é mais correto falar de Wesley como possuindo uma via salutis.<br />Isto significa que em vez de conceitualizar a vida Cristã como uma série de passos, uma “ordem de salvação,” seria melhor conceitualizá-la como um “caminho de salvação,” como um processo envolvendo de momento a momento a atividade de Deus assim como a nossa resposta. No nosso caso presente, consideraremos certos passos salvíficos. Mas isso só para efeitos de esclarecimento. No caminho de Wesley, os passos seguem-se fluidamente juntos.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Graça Preveniente</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A salvação começa com o dom gratuito de graça preveniente que Deus concede, desde o momento em que nascemos. Graça preveniente é a presença e obra do Espírito Santo. É a graça preveniente que nos aproxima ou atrai de Deus, despertando nas nossas almas a necessidade de Deus. Esta graça, tal como toda a graça, pode ser resistida. Mas se permitida a fazer a sua obra, a graça preveniente e a presença do Espírito Santo conduzirão a pessoa ao ponto de “despertamento.”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">É nesse ponto que somos convencidos da nossa própria pecaminosidade e incapacidade longe de Deus. Esta consciencialização de necessidade pode vir na esteira de eventos, sermões, do testemunho de outros, ou mesmo de algo mais interno consoante a operação do Espírito. Se nós nos permitirmos ser despertados, o passo seguinte é o passo do arrependimento.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Antes de passarmos ao arrependimento, há três outras funções da graça preveniente que precisam ser consideradas aqui:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Primeiro, o Espírito Santo está tão ativo no mundo que é possível afirmar que “toda a verdade vem de Deus.” Não é preciso ser Cristão para ser um brilhante cirurgião. Na verdade, todos provavelmente escolheríamos ser operados por um excelente cirurgião ateu, do que por um medíocre cirurgião Cristão.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Segundo, a graça preveniente, que é dada a todo o ser humano, proverá graça salvadora em situações onde a plena aceitação de Jesus Cristo não é possível.<br />Situações dessas incluiriam crianças que morrem antes da idade da responsabilidade, doentes mentais, e aqueles que nunca tiveram a oportunidade ouvir o evangelho, como por exemplo, uma mulher Hindu do século sexto antes de Cristo. Os que nunca ouviram o evangelho serão julgados de acordo com a “luz”—a graça preveniente—que tiverem recebido—Romanos 1 e 2. Wesley passou uma boa porção de tempo contemplando este aspecto da obra do Espírito.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Terceiro, de acordo com os Wesleyanos, a graça preveniente faz-nos responsáveis pelo nosso pecado perante Deus. Se nascemos numa condição de pecado original que faz de nós tão depravados que não podemos deixar de escolher o mal, e isso continuamente, como pode um Deus justo julgar-nos por algo que não podemos evitar? A graça preveniente restaura-nos para um livre arbítrio em graça de modo<br />Que a justiça de Deus permanece justificada.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Arrependimento</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No esquema de Wesley, o despertamento está intimamente ligado ao arrependimento. De certa forma, é difícil distinguir onde termina um e começa o outro. Pode ser visto como um “remorso piedoso”—o sentido de que por causa do nosso pecado nós não estamos em relacionamento correto com Deus, embora queiramos estar. O segundo sentido de arrependimento é o real abandono do pecado e reparo dos nossos caminhos.<br />Um ponto chave para Wesley é que este segundo aspecto do arrependimento só é possível mediante a fé. De outro modo, estaríamos impropriamente ligando a salvação aos nossos próprios esforços pessoais de alcançar a retidão. É só a graça, através da fé, que nos capacita a arrepender neste segundo sentido.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Fé</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A dívida que Wesley tinha para com os Moravianos e a tradição Luterana no tocante à natureza da fé não pode ser subestimada. Contudo, Wesley não se limitou a aceitar simplesmente essa noção sem modificação. O seu pensamento evoluiu com o tempo. O seu encontro inicial com os Moravianos alterou a sua noção de salvação. Numa palavra, enquanto que antes de 1737 Wesley acreditava que a santificação precedia a justificação, depois de 1738 Wesley inverteu a ordem.<br />Somos justificados pela fé somente, sola fide. Não nos tornamos justos a fim de nos fazermos dignos da justificação Divina. A justificação é um dom gratuito de Deus, tal como o é a própria fé. Mas à luz do principal interesse de Wesley no aspecto “terapêutico” e “santificador” da salvação—e não na ênfase Ocidental sobre o perdão de culpa—e à luz do conceito que Wesley tinha do relacionamento dinâmico e cooperativo que temos com Deus na nossa própria salvação — em vez da ênfase Reformista sobre a irresistibilidade da graça — a própria definição que Wesley dá da fé amplia-se.<br />Na <em>“religião experiencial”</em> de Wesley, fé no sentido de mera aceitação de uma gama de afirmações nunca constituiria fé de verdade. Do mesmo modo, a fé estende-se para além da justificação e torna-se a essência da crença em Cristo para todo o momento ao longo da jornada da salvação. A fé é o relacionamento cooperativo que temos com Deus. Isso é conhecido como <em>sinergismo</em> — e não <em>monergismo</em> — e é fundamental para toda teologia Wesleyana.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Testemunho do Espírito</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Um elemento chave na noção que Wesley tem da experiência Cristã é a sua doutrina do testemunho do Espírito, também conhecida como a doutrina da segurança. À semelhança do que se deu com as suas outras doutrinas, também a doutrina da segurança evoluiu com o tempo. Na sua fase jovem — pré-Aldersgate — Wesley ligou a segurança à fé. Mas nessa altura, fé para Wesley constituía uma aceitação racional das postulações básicas da tradição Cristã, particularmente a Anglicana. As suas próprias lutas espirituais e falta de segurança pessoal, a despeito da sua ortodoxia, cedo o levaram a questionar a validade deste tipo de certeza racional.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O seu contacto com os Moravianos muito influenciou a compreensão que Wesley tinha da doutrina da segurança, ao ponto de ele chegar a defender que todos os Cristãos podiam perceber a obra do Espírito Santo nas suas vidas. Este entendimento de Wesley baseva-se em Romanos 8.15-16, que diz, “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus.” À semelhança dos Moravianos, Wesley acreditava que nós devemos almejar esta experiência de tal maneira que se não a temos, então é justo questionar a nossa fé em Cristo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A insistência dos Moravianos em defender que com a experiência da segurança os Cristãos passam a ter gozo, paz e certeza, e isso continuamente, eventualmente veio a perturbar a Wesley. O Wesley sênior chegou a crer que enquanto que nós devemos esperar a segurança de que fala Romanos, é possível possuir fé salvadora sem ela. É igualmente possível perder a nossa segurança sem, contudo perder a salvação.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Concomitantes da Salvação</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Cada um dos elementos seguintes é um designador de um aspecto diferente do “momento” da salvação.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Justificação</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ser justificado por Deus significa que os nossos pecados estão perdoados. A culpa pelos nossos pecados é removida. Deus não mais nos condena pelas nossas transgressões contra Ele. Wesley reiterou a justificação. Mas ele acreditou que a salvação mais plena vai para além da justificação para lidar com o problema subjacente do mal. O seu modelo “terapêutico” leva-o mais longe.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Regeneração</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O termo favorito de Wesley para salvação era “Novo Nascimento.” Este conceito implica que somos regenerados, “nascidos de novo,” e feitos novas criaturas em Cristo. Wesley jamais desejou que a sua doutrina de santificação minimizasse o poder e significado do novo nascimento.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Adoção</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como vimos acima na seção sobre a segurança, Wesley firmemente declara a importância de ser filho de Deus e co-herdeiro com Cristo. Este aspecto da salvação também implica que somos nascidos numa família, numa comunidade de irmãos e irmãs em Cristo. Isso nos impede de imaginar a salvação como um evento e uma vida puramente privados.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Redenção</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Redenção implica libertação do pecado. O Êxodo funciona como metáfora da redenção. A redenção também implica receber um novo propósito, nomeadamente amar a Deus com todo o nosso ser, e ao próximo como a nós mesmos. Nossas vidas são remidas do pecado e para o amor.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Reconciliação</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Somos reconciliados com Deus. Este é um tema que encontramos nos escritos de Wesley, e também nos hinos de Charles. Neste sentido, a alienação e separação de Deus implícita no pecado é derrotada quando entramos num novo relacionamento com Deus.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Santificação Inicial</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Este termo nunca foi utilizado por Wesley, mas reflete a sua convicção de que o momento de salvação dá início ao processo pelo qual somos feitos justos.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Caminho da Salvação, parte 2</span></strong><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">Wesley distingue dois aspectos da salvação: “Isso chama-se santificação, que é em verdade, até certo ponto, o fruto imediato da justificação embora sendo um dom distinto de Deus, um dom de natureza totalmente diferente. Enquanto que a justificação refere-se ao que Deus faz por nós através do seu Filho, a santificação é o que ele opera em nós por intermédio do seu Espírito.”<br />(Sermão, “Justificação pela Fé,”)</span></em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Perfeição Cristã</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Se calhar não existe outra doutrina de Wesley tão celebrada, tão influente, e tão debatida quanto a sua doutrina da perfeição Cristã.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">As Fontes de Wesley</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley acreditava na perfeição Cristã por ser bíblica, mas também, em larga medida, por crer que ela estava assente na tradição Cristã. Wesley estava intimamente familiarizado com os escritores da Igreja Primitiva e seus pronunciamentos sobre a santidade. Entre eles estavam Inácio de Antioquia, o Pastor de Hermas, Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nicéia, Macário, João Crisóstemo, Efraím Siro, e outros.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley aprendeu muito com esses escritores sobre o potencial da graça de Deus de possibilitar e capacitar uma vida santa. Wesley afirmou que quando lia Macário, o seu coração “cantava.” Duma maneira geral, esses escritores deixaram em Wesley um intenso otimismo sobre a possibilidade da transformação da pessoa através da cooperação entre a graça e a resposta humana.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Escritores da Idade Média bem como da tradição Católica e Pietista profundamente influenciaram o pensamento de Wesley. Ele desafiou os seus pregadores a ler amplamente sobre a tradição Cristã, e várias vezes até lhes ofereceu excertos para ajudá-los a conhecê-la melhor. Em 1725 Wesley identificou três autores que muito influenciaram o seu entendimento da santidade: Tomás à Kempis, Jeremias Taylor, e William Law.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Deles Wesley derivou importantes elementos do seu conceito da natureza da perfeição, como por exemplo, a possibilidade real de praticar a pureza de intenções, a necessidade de imitar Cristo como modelo de vida santa, e o amor por Deus e pelo próximo como a “perfeição” definitiva e normativa. Esta citação vem da sua obra Uma Explicação Clara da Perfeição Cristã, e serve de Kempis, Taylor, e Law.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Num sentido, [a Perfeição Cristã] é a pureza de intenções, a entrega de toda a vida a Deus. É entregar a Deus todo o nosso coração; é ter um só desejo e um só desígnio a governar todos os nossos sentimentos. É consagrar não apenas uma parte, mas todo o nosso coração, corpo e substância a Deus. Num outro sentido, é ter toda a mente de<br />Cristo capacitando-nos a andar como Cristo andou. É a circuncisão do coração de toda a sujeira, toda a poluição tanto interna como externa. É a renovação do coração na inteira imagem de Deus, a plena semelhança dAquele que o criou. E ainda noutro sentido, é amar a Deus com todo o nosso coração, e ao próximo como a nós mesmos.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Definição — De que se trata?</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1741 Wesley escreveu o sermão “A Perfeição Cristã.” Ele procurou definir o que é a perfeição Cristã começando por examinar em primeiro lugar o que ela não é. Por mais maturidade que os Cristãos possam alcançar nesta vida, eles não atingem as perfeições absolutas de onisciência, infalibilidade, onipotência. O seu entendimento continua limitado, os seus julgamentos estão sujeitos a erro, e os seus atos são por vezes limitados por “enfermidades” da presente condição humana.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O que é que poderia ser considerado uma “enfermidade” hoje?</span></strong><span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Cristão é isento de sofrer tentação continuamente na sua vida. Por outro lado, Wesley acreditava que mesmo os Cristãos recém-nascidos são perfeitos no sentido de que eles não precisam cometer atos externos de pecado. Posteriormente Wesley modificaria a sua opinião sobre o relacionamento entre a perfeição Cristã e o pecado, observando que os Cristãos nunca se tornam incapazes de pecar, mas que o pecado já não tem que dominar o coração do crente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em 1761, Wesley escreveu a obra “Sobre a Perfeição,” em que afirmou que a perfeição Cristã é:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>· </strong>ter a mente de Cristo<br /><strong>·</strong> a renovação da imagem de Deus em nós<br /><strong>·</strong> o amor perfeito<br /><strong>·</strong> santidade interior e exterior</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A principal definição que Wesley dá da santidade é o amor. É o amor que “exclui” o pecado da vida do Cristão. Na opinião de Mildred Bangs Wynkoop, enganamo-nos em relação à santidade se vemos nela apenas a ausência do pecado. A santidade não é uma ausência, mas sim uma presença, a presença do amor.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que é a santidade?<br />Como é que ocorre a inteira santificação?</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Ocorrência — Como é que ela ocorre?</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quando Wesley usa o termo “santificação” ele está a referir-se à vida Cristã na sua totalidade e à restauração “terapêutica” ou espiritual que se dá ao longo da jornada espiritual. É também nesse sentido que ele usa o termo “salvação”. Mas “santificação” tem ainda outros significados.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley faz referência ao que se chama de santificação inicial para deixar claro que a retidão oferecida por Cristo começa a ter efeito no novo crente. Aqui Deus inicia o processo de fazer-nos retos e santos. Aquilo que podemos designar de crescimento na graça é a “santificação progressiva” ou “gradual” que ocorre entre o novo nascimento e a “inteira santificação,” bem como entre a “inteira santificação” e a “santificação final”—também conhecida como glorificação. Wesley pôs grande ênfase sobre a necessidade da santificação progressiva.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Para Wesley, inteira santificação refere-se a uma experiência mais profunda da graça de Deus. Ele oferece explicação disso na sua obra Uma Explicação Clara da Perfeição Cristã. Nela ele explica que essa experiência não acontece tão cedo quanto a justificação, nem tão tarde quanto a morte. Ele sublinha que a obra gradual tem que preceder bem como seguir a experiência. Mais explica que ela é susceptível de perda. Ele também lida com a questão da “instantaneidade” através da sua clássica declaração de que o indivíduo pode estar a morrer por algum tempo, mas que inevitavelmente o momento da morte acaba por ocorrer.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que mais divide os entendidos Wesleyanos é a questão da maneira como Wesley entende a manifestação da inteira santificação. Alguns acham que a ênfase do Movimento da Santidade sobre a “instantaneidade” vai muito além da intenção de Wesley e “rigidifica” a sua teologia que é muito mais fluida e dinâmica. Outros dizem que uma definitiva, segunda experiência de crise alinha-se perfeitamente com o paradigma do próprio Wesley e não deve ser vista como uma renovação vinda do século 19. Na interpretação da Dra. Leclerc, era o desejo de Wesley que tanto a experiência instantânea como o crescimento gradual fossem alvo de igual atenção.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Declarações Sumárias</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1. Wesley mantém que o amor por Deus e pelo próximo é descritivo e normativo da vida Cristã. No seu entender, o amor não é algo apenas presente, mas sim algo que “reina” no coração do crente maduro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">2. Wesley chegou a identificar a inteira santificação com um certo nível de maturidade Cristã e foi cauteloso em reivindicá-la ainda muito cedo na peregrinação Cristã, mas também exortou os fiéis a procurar a experiência “agora.”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">3. A santidade, ou o amor perfeito, é uma obra da graça tanto progressiva como instantânea.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">4. A santidade, ou o amor perfeito, é sinérgica; é vivida num relacionamento dinâmico com Deus, o qual concede a graça que necessitamos para ser santos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">5. Wesley chegou a suspeitar de termos como a “destruição” do pecado, que implicavam a impossibilidade de regresso do pecado; mas Wesley permaneceu altamente otimista de que o amor derramado no nosso coração através da fé pode “excluir” o pecado. Ele aborreceu-se com a disputa sobre a possibilidade da perfeição Cristã ser impecável. A tônica dele estava no amor, não na impecabilidade como o alvo da maturidade Cristã.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">6. Uma das maiores, senão a maior das contenções de Wesley era que a vida Cristã não tinha que continuar a ser uma vida de luta contínua. Para ele, negar este tipo de transformação vitoriosa era negar a suficiência da graça capacitadora de Deus — era fazer do poder do pecado maior do que o poder da graça.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Meios da Graça e Sacramentos</span></strong><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">“Para mim, os ‘meios da graça’ são os sinais externos, palavras, ou ações, ordenadas por Deus, para servirem de canais através dos quais Ele pode estender às pessoas graça preveniente, justificadora e santificadora... Todos quantos desejam a graça de Deus devem esperar por ela através dos meios que ele tem provido.”<br />(De Works, Edição de Jackson, vol.5:187)</span></em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Meios da Graça Segundo Wesley</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No centro do conceito que Wesley tinha da formação espiritual, de como cresce o Cristão, está o seu conceito de “meios da graça.” Ele escreve: <em>“Para mim, os ‘meios da graça’ são os sinais externos, palavras, ou ações, ordenadas por Deus, para servirem de canais através dos quais Ele pode estender às pessoas graça preveniente, justificadora e santificadora.” Para além disso, “Todos quantos desejam a graça de Deus devem esperar por ela através dos meios que ele tem provido.”</em></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Os meios da graça são os meios pelos quais nós nos abrimos para experimentar o amor e a graça de Deus nas nossas vidas. Muitas vezes nós nos envolvemos em atividades como ler a Bíblia ou orar, porque pensamos que em fazendo isso nós “provamos” a Deus a nossa vontade de obedecer, ou pior ainda, que por meio dessas obras nós ganhamos o favor de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Mas o conceito de Wesley leva-nos para além da mera obediência ou qualquer tipo de retidão baseada em obras, ao enfatizar que a maneira como nós agimos como Cristãos na verdade acaba por ser para o benefício do nosso próprio crescimento e transformação à semelhança de Cristo. Para ser perfeitamente claro, Wesley firmemente defendeu que “o uso dos meios jamais expiará um pecado sequer; isso só o sangue de Cristo pode fazer.” Mas como é que nós recebemos os benefícios da expiação de Cristo? Wesley é claro: recebendo os meios.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Wesley colocado certas atividades em três categorias.</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Em primeiro lugar estão os meios gerais da graça.<br />Nesta lista ele inclui observar os mandamentos, negarnos a nós mesmos, tomar a nossa cruz, e cultivar a presença de Deus. Ao negarmo-nos a nós mesmos, Wesley acreditava, podemos aproximar-nos mais de Deus quando voluntariamente pomos de lado as distrações. Wesley também acreditava que quando “tomamos a nossa cruz,” nós podemos aproximar-nos de Deus e dos Seus propósitos, engajando-nos naquilo que vai contra as nossas inclinações naturais. Cultivar a presença de Deus é a prática de estar ciente de Deus ao longo do dia. Cada um desses meios gerais nos deixa abertos à graça de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley usa o termo meios instituídos ou particulares da graça, para se referir àqueles meios em que o próprio Cristo admoesta os Seus discípulos a participar, tais como a oração, a leitura da Bíblia, a Ceia do Senhor, o jejum, e a “Conferência Cristã,” termo que Wesley usou para se referir à conversa Cristã.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Os meios prudentes da graça evoluíram com o tempo, tendo sido reconhecidos como ações “sábias” na vida de crescimento na graça. Estas incluem reuniões de classe (pequenos grupos), reuniões de oração, cultos de testemunho e de vigília, celebrações de amor (um tipo de culto de testemunho), visitação aos doentes, fazer todo o bem possível, e leitura de devocionais clássicos.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Batismo</span></strong><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Batismo Infantil</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A Igreja do Nazareno sempre afirmou o batismo infantil, embora a maioria dos membros não o pratique. Os pais decidem se batizam ou não o seu menino. O batismo infantil provém das nossas raízes Metodistas, e da teologia de John Wesley. Quando batizamos crianças, estamos reconhecendo ao mesmo tempo várias características importantes de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">. Em primeiro lugar, proclamamos juntos a nossa crença na realidade da graça preveniente de Deus. Enquanto que a dedicação centra-se na responsabilidade dos pais em relação aos filhos, o batismo é virado para a responsabilidade de Deus para com o menino, constituindo assim uma das poucas ocasiões em que a igreja junta celebra a doutrina da graça preveniente.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>.</strong> A graça preveniente é aquela graça que faz da criança parte do Corpo de Cristo. É a graça que a mantém segura nos braços carinhosos de Deus contra qualquer eventualidade; e é a graça que mais tarde a trará ao ponto de uma decisão pessoal por Jesus Cristo, se ela assim responder. É graça concedida pelo Espírito Santo, que cremos irá trabalhar misteriosamente na sua vida.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>.</strong> Ao apresentarem uma criança para o batismo, os pais estão a fazer um compromisso perante o povo de Deus de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para guiar e alimentar o seu filho espiritualmente. Mas mais importante ainda, reconhecemos que o próprio Deus se compromete com a criança profunda e duradouramente — para além do que podemos pedir ou imaginar.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>. </strong>Cremos que o batismo, como símbolo da nova aliança, é o sinal das promessas de Deus mesmo para a criança, tal como a circuncisão constituía sinal da aliança de Deus no Velho Testamento.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>. </strong>Cremos que a criança pertence a Deus. O batismo é um sacramento, e como denominação nós acreditamos na verdadeira santidade desse evento tal como reconhecemos a santidade da vida.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Batismo do Crente</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A Igreja do Nazareno também afirma a validade do batismo adulto ou “do crente.” Este seria muito mais raro no contexto de Wesley, visto que quase todo o cidadão Britânico era batizado ainda criança na Igreja Anglicana.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Cabe assim a autoridades como Rob Staples desenvolver um conceito Wesleyano de batismo adulto. Staples enuncia cinco significados diferentes que o símbolo do batismo sugere.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1. Levar o marco de Cristo: o Crente deve levar o “marco” da pureza de Cristo.<br />2. Morrer com Cristo: o símbolo, especialmente quando o modo de imersão é usado, representa a Sepultura — debaixo da água — que significa morte para o pecado.<br />3. Viver a vida de Cristo: Emergir da água simboliza a nossa participação na ressurreição e também que o enterramento dos nossos pecados nos liberta para viver uma nova vida como nova criação em Cristo.<br />4. Receber o Espírito de Cristo: Tal como o Espírito esteve presente no batismo do próprio Cristo, afirmamos que o Espírito está presente no nosso batismo. Como diz Paulo em Romanos, todos quantos estão em Cristo receberam o Espírito de Cristo. Assim, o batismo, como símbolo da nossa vida em Cristo, é também simbólico da presença do Espírito.<br />5. Tornar-se parte do corpo de Cristo: desde as primeiras liturgias Cristãs, que o batismo era visto como ponto de transição do noviço à plena membrasia na Igreja.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Santa Ceia</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Wesley tinha uma apreciação muito elevada da Ceia do Senhor. Será mais fácil considerar a sua posição se antes esboçarmos as interpretações clássicas da Santa Ceia.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>Transubstanciação:</strong> Esta teoria é associada a maior parte das vezes com o Catolicismo Romano. É a crença de que o pão e vinho se transformam no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Quando o sacerdote faz a oração da consagração, dá-se uma mudança na essência dos elementos, embora continuem parecendo como pão e vinho.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>Consubstanciação:</strong> Esta teoria associa-se mais frequentemente com Martinho Lutero. É semelhante à transubstanciação no sentido de que o sangue e corpo de Cristo estão literalmente presentes no pão e vinho. A diferença é que a essência dos elementos também continua a ser pão e vinho ao mesmo tempo que corpo e sangue.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>Presença Espiritual:</strong> Esta teoria é mais comumente associada com João Calvino. Calvino não acreditou que havia uma mudança nos elementos, mas que Cristo verdadeiramente entra no pão e vinho num sentido espiritual.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>Memorial:</strong> Esta teoria é associada geralmente com Ulrico Zuínglio, um Reformador contemporâneo de Calvino e Lutero. Esta teoria declara que a Ceia do Senhor deve ser tomada como um memorial da morte de Cristo, como memória do Seu sacrifício por nós. Não há aqui a noção de que Cristo participa nos elementos em si.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A maior parte dos entendidos concorda que a posição de Wesley é intermédia, entre o conceito de presença espiritual e a posição memorialista — com alguns intérpretes da posição de Wesley a colocá-lo bem próximo de Calvino.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A diferença entre Wesley e Calvino é que o que se experiência não é apenas a presença de Cristo, como manteve Calvino, mas a presença da inteira Trindade no pleno ato da Santa Ceia. A posição de Wesley centra-se na Santa Ceia como um meio da graça. Eis aqui as suas próprias palavras:</span><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">“A ceia do Senhor foi ordenada por Deus para servir como meio de comunicar graça preveniente, ou justificadora, ou santificadora, conforme a necessidade da pessoa. Aqueles para quem ela foi ordenada são todos quantos sabem e sentem que querem a graça de Deus, seja para livrá-los do pecado, para mostrar que os seus pecados já foram perdoados, para renovar as suas almas na imagem de Deus, ou para entrar na presença de Deus em comunhão com ele. Nenhuma preparação é necessária para além de um desejo de receber qualquer graça que Deus achar por bem conceder.<br />Nenhuma aptidão é exigida para além de um sentido da nossa total pecaminosidade e invalidez longe de Cristo. Assim, se desejares a graça que Deus deseja conceder-te, aproxima-te e recebe conforto e força.”</span></em><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Rob Staples sublinha que a Santa Ceia é particularmente um meio de graça santificadora, lembrando-nos assim que no pensamento de Wesley existe uma ligação integral entre os meios da graça e o crescimento na nossa santificação. É impossível crescer na nossa caminhada espiritual sem assistir aos meios da graça de uma maneira geral. Mas para Wesley, a Santa Ceia era o meio mais importante, e negligenciá-la era inconcebível.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">O Dever de Comunhão Constante</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">De novo, Rob Staples ajuda-nos a interpretar o significado da Santa Ceia quando examina o significado do símbolo.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">A Santa Ceia é um símbolo de:</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><strong>.</strong> Gratidão a Deus<br /><strong>.</strong> Comemoração de Cristo<br /><strong>.</strong> Auto-sacrifício ou consagração<br /><strong>.</strong> Comunhão e unidade dos fiéis<br /><strong>.</strong> Promessa da vinda do Reino</span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-size: 130%;">______</span><br />
* <a href="http://nazarenepastor.org/ClergyEducation/Portals/0/Wesley%20Theology/TJWFacGu_Po.pdf">http://nazarenepastor.org/ClergyEducation/Portals/0/Wesley%20Theology/TJWFacGu_Po.pdf</a><br />
Desenvolvimento Clérigo<br />Igreja do Nazareno<br />Kansas City, Missouri<br />816-333-7000 ext. 2468; 800-306-7651 (USA)<br />2002<br />Copyright ©2002 Nazarene Publishing House, Kansas City, MO USA. Criado por Desenvolvimento Clérigo<br />Igreja do Nazareno, Kansas City, MO USA. Todos os direitos reservados.<br />O Curso Modular de Estudo é um currículo dirigido para resultados que foi preconizado para implementar<br />o paradigma educacional definido pelo Breckenridge Consultations. O Desenvolvimento Clérigo é<br />responsável pela manutenção e distribuição o Curso Modular de Estudo para a Igreja do Nazareno.<br />São Membros do comité de desenvolvimento do Curso Modular de Estudo:<br />Michael W. Vail, Ph.D., Editor do Currículo da Série<br />Ron Blake, Director, Desenvolvimento Clérigo<br />Jerry D. Lambert, Comissário, Junta Internacional de Educação<br />Al Truesdale, Ph.D., Seminário Teológico Nazareno (reformado)<br />Robert L. Woodruff, Ph.D., Coordenador Educacional da Missão Mundial<br />David Busic, Pastor, Igreja do Nazareno Central, Lenexa, KS<br />Michael W. Stipp, Desenvolvimento Clérigo<br />Prefácio de Série escrito por Al Truesdale<br />Composição sobre o Diário escrita por Rick Ryding<br />Os principais contribuintes para cada módulo estão indicados no Guia do Professor.<br />Tradução de João M. Monteiro<br /><strong>Gravura:</strong> John Wesley<br />
<br />
</div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-70086882125060588342011-11-24T20:18:00.000-08:002012-05-25T21:48:17.245-07:00O livre-arbítrio em São Bernardo<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HPNUyjKDTHTHkaFPocOL5yFk1rEVSYlRyPJoimM4uFH_h9fAQ0u_j9jSvJJCO497TKmiYPG-tPBPji2_w0e5MoU5-vvTxJuye5RmA6xcRlo0EtxY0Fu28X3CYd3SEjUD4RTM0OHixOg/s1600/Bernardo+de+Claraval.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5678786355146096226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HPNUyjKDTHTHkaFPocOL5yFk1rEVSYlRyPJoimM4uFH_h9fAQ0u_j9jSvJJCO497TKmiYPG-tPBPji2_w0e5MoU5-vvTxJuye5RmA6xcRlo0EtxY0Fu28X3CYd3SEjUD4RTM0OHixOg/s400/Bernardo+de+Claraval.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 308px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 250px;" /></a><span style="font-size: 130%;"><strong>O livre-arbítrio em São Bernardo (Bernardo de Claraval)</strong></span><br />
<br />
<span style="font-size: 130%;">por </span><span style="font-size: 130%;"><em>Luis de Molina</em></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">33. São Bernardo define esta mesma liberdade do arbítrio em seu <em>Tractatus degratia et libero arbitrio </em>(Tratado da Graça e do Livre-Arbítrio). Aqui, entre outras coisas, disse: “O criador singularizou a criatura com esta prerrogativa de dignidade, para que do mesmo modo que Ele age com pleno direito, assim também, em certa maneira, a criatura racional pode agir com pleno direito, na medida em que, somente por própria vontade se torne mal e receba castigo com justiça, ou permaneça bondosa e com justiça alcance salvação, porém, não porque sua própria vontade lhe basta para alcançá-la, senão porque, sem sua vontade, não poderia alcançá-la de nenhuma maneira. Certamente, ninguém alcança a salvação sem desejá-la. Pois o que lemos no Evangelho: ninguém vem a mim, salvo que meu pai me o traga (Jo 6.44); é o mesmo que lemos em outra passagem: obriga a entrar; e nada o impede. Com efeito, sejam quantos sejam todos aqueles ao que o benigno Pai – que quer todos os homens se salvem (1TM 2.4) – parece obrigar ou trazer a salvação, porém, só considera digno de salvação aqueles dos que sabe que a desejam por sua própria vontade. Sem dúvida, quando atemoriza e golpeia, o que pretende é que desejem salvar-se por sua própria vontade e não salvá-los de maneira obrigatória; assim pois, quando muda a vontade do malvado para que faça o bem, modifica sua liberdade, porém não a suprime. Um pouco depois demonstra que nem sempre se traz alguém obrigado, pois o cego se traz, porém ele também o quer; assim foi como São Paulo chegou de mão em Damasco (At 9.8); e a esposa pede leva-me após ti (Ct1.4). E em seu Sermão 81 in Cantica, disse: “o livre arbítrio é algo divino que refulge na alma como a pedra preciosa no ouro. Graças a essa liberdade a alma tem conhecimento do juízo e a opção de escolher entre o bem e o mal, assim como entre a vida e a morte, também entre a luz e as trevas; e em caso de que haja mais coisas que apelar confrontadamente entre si e os hábitos da alma, ela sempre será, como um olho, como um censor e árbitro que discerne e julga entre elas; e do mesmo modo que é arbitro para discernir, também será livre para escolher entre elas. Por isso chamamos de livre arbítrio, porque pode escolher entre elas segundo o arbítrio da vontade. Por essa razão, o homem pode agir meritoriamente<strong>*</strong>. Pois com razão elogiamos e censuramos todo bem ou mal que alguém faz, quando é livre para não fazê-lo; do mesmo modo que com justiça elogiamos, não tanto alguém que pode fazer o mal e não faz, senão alguém que pode não fazer o bem e o faz, assim também, faz mal tanto aquele que, podendo não fazer o mal, o faz. Com efeito, se não há liberdade, não há mérito.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-size: large;">Tradução: </span><em><span style="font-size: large;">Lailson Castanha</span></em></span></span><br />
<span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 85%;">______<br /><strong>Fonte:</strong> </span></span><br />
<span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 85%;">Concordia del libre arbitriocon los dones de la gracia y con lapresciencia, providencia, predestinación y reprobación divinas. Comentarios al artículo 8 de la cuestión 14 ¿Es la ciencia de Dios causa de las cosas?<br />Traducción de Juan Antonio Hevia Echevarría de Luis de Molina, Concordia del libre arbítrio.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 85%;"><strong>Obs:</strong> *Não devemos interpretar os termos ação meritória, mérito (merecimento) apenas no aspecto positivo. Quando São Bernardo afirma: “Com efeito, se não há liberdade, não há mérito.”; ele não só enfoca que na ausência da liberdade qualquer galardão, elogio ou louvor seriam termos vazios, sem sentido. Implicitamente, faz-nos perceber também, que, na aceitação de um possível esvaziamento de qualquer merecimento, por conseguinte, deve-se aceitar que sem a liberdade, a reprovação também não faz sentido, pois, a ideia de reprovação desassociada da ideia de liberdade, também, torna-se um termo esvaziado de sentido.</span></span><br />
<span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: 85%;"><br /><strong>Gravura:</strong> Bernardo de Claraval (São Bernardo)</span></span><br />
<br /></div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-28324918936239236612011-11-21T18:40:00.000-08:002012-05-25T21:53:49.500-07:00O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2otc5Xx8kyYPggs-OWo14WMVQ2ifvYEoKLLnMprTJufO2R-YlxdRltGLwO9XUETwxZDg_QMWBKFQEXK_Rwd6I0ZwI4S3u0SYxgLsADuvPJkJX8RB8cGhCGDYoZUDD7E1jYvPGt5wAL4/s1600/Bispo+Ildo+Mello.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5677651476460782370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2otc5Xx8kyYPggs-OWo14WMVQ2ifvYEoKLLnMprTJufO2R-YlxdRltGLwO9XUETwxZDg_QMWBKFQEXK_Rwd6I0ZwI4S3u0SYxgLsADuvPJkJX8RB8cGhCGDYoZUDD7E1jYvPGt5wAL4/s320/Bispo+Ildo+Mello.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 290px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></a> <span style="font-size: 130%;"><strong>O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos.</strong><span style="font-size: large;">Baseado na Segunda Epístola de Pedro</span></span><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">Bispo José Ildo Swartele de Mello*</span></em><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Introdução:</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">a) Apresentação de Pedro:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro introduz a si mesmo, primeiro, como um convertido: “Simão Pedro”, ele usa o nome composto daquele que era seu nome original, como era chamado antes de seu encontro com Cristo juntamente com o seu novo nome que lhe foi dado por Jesus, apresentando-se como um testemunho vivo do Poder Transformador de Deus. Simão tornou-se Pedro!</span><span style="font-size: large;"></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Depois, introduz a si mesmo como “Servo”. Sinal de que nunca perdeu a humildade e a consciência de sua condição primária de servo de Cristo, que é Rei e Senhor.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por fim, apresenta-se também como “Apóstolo”, reivindicando a autoridade proveniente do fato de ter sido testemunha ocular e discípulo direto de Cristo para combater os hereges que estão deturpando a Verdade e desviando os crentes do reto caminho.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">b) A importância da Verdade (o conteúdo e objeto da fé).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro afirma que boa parte de seu ministério consiste em relembrar os cristãos daquilo que eles já sabem (1.12). Ele sente a urgência em repetir continuamente as mesmas verdades (2.13 e 15; 3.1,2 e 8). Às vezes, não nos sentimos inspirados a falar sobre temas que consideramos batidos, muitos chegam a sentir a tentação em sair a caça por novidades místicas e esotéricas que possam atrair multidões. Mas não devemos nos desviar da verdade. Os ensinos cristãos merecem e precisam ser repetidos. Pregadores fiéis e competentes aprendem a ensinar coisas antigas de modo novo e interessante.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Verdade baseada em fatos históricos e testemunhas oculares e não em lendas ou especulação filosófica (1.16).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro quer que as pessoas creiam e ajam não simplesmente porque tais ensinos fazem parte de nossa confissão e herança religiosa, ou porque contém coisas boas e sábias, mas, sim, porque são verdadeiros!</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Verdade baseada em revelação bíblica: “Porque nunca jamais qualquer profecia bíblica foi dada por vontade humana, entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Precisamos nos dedicar ao estudo da Bíblia e da teologia para melhor poder ensinar. Toda prática, experiência e ensino devem estar firmemente calcados na Palavra da Verdade! Para nós, como cristãos, não importa se funciona, se dá resultado, se promove o crescimento da igreja, pois, o que importa mesmo é se está de acordo com a Verdade revelada nas Sagradas Escrituras.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro está preocupado com as heresias destruidoras daqueles falsos profetas e mestres que deturpam os ensinos de Paulo e as demais Escrituras(2 Pe 3.15-16), transformando a graça de Deus e a liberdade cristã em libertinagem (2 Pe 2.2, 10, 13-19).</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">1) O que Deus fez por nós?</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Carta endereçada àqueles que “receberam a fé”.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">“Fé” que significa:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">o ato de crer propriamente dito<br />e a substância e conteúdo do que é crido.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">“Pela Justiça de Nosso Deus e Salvador” (1.1).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Interessante notar que Pedro atribui a salvação não apenas à misericórdia, mas também à fidelidade e justiça de Deus, que é fiel e justo para perdoar os nossos pecados por causa da obra expiatória de Cristo, o Justo e Justificador, que é a propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 1.9; 2.1-2).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Deus chama e capacita.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">“Deus nos concedeu todas as condições necessárias para a vida e a piedade” (1.3). Assim como faz cair a chuva, propiciando por sua graça as condições necessárias para que a terra produza os seus frutos (Hb 6.7).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Deus nos chama através de sua glória e virtude. A glória de Deus atrai e conquista. Exemplo: 1) Moisés (Ex 33.19-19 e o cap. 34 mostra Moisés vendo a glória de Deus protegido na rocha); 2) Pedro testemunhou a transfiguração, 3) “Vimos sua glória cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Através de sua glória e virtude, Deus nos deu grandes e preciosas promessas.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Quais são estas promessas?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1. Não são promessas mundanas, efêmeras e falsas, tais como: “trabalhe duro e você prosperará”; “economize e você terá uma aposentadoria tranquila”, pois, promessas deste tipo, frequentemente, não se cumprem devido a diversos fatores como desemprego, crises econômicas, traição, enfermidades, acidentes, morte precoce. Na melhor das hipóteses, tais conquistas são transitórias. (Não acumuleis tesouros na terra... Louco, hoje, pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será?... De que aproveita ao homem ganhar o mundo todo e perder a alma... Tudo é vaidade!).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">2. As promessas de Deus são preciosas e eternas: Vida Eterna, Ressurreição, Céu, Dom do Espírito, que estaria conosco até o fim, participar da natureza divina, tornar-se filho de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">“Participar da natureza divina” (1.4).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O que não significa tornar-se deus, pois Deus é único, e nem significa ser absorto em Deus numa espécie de panteísmo, mas tem a ver transformação moral, “Deus nos concedeu todas as condições necessárias para uma vida de santidade e piedade “ (1.3), para vivermos como filhos de Deus, e para “escaparmos da corrupção deste mundo” (1.4). O Evangelho é poderoso não apenas para perdoar, mas também para transformar, pois Deus já nos deu tudo de que precisamos para um novo viver.</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">2) O que devemos fazer, agora?</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">“Por isso, façam todo o esforço”... (1.5)</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O trabalho de Deus a nosso favor e em nós deve ser a base e o incentivo para o nosso próprio esforço para o crescimento espiritual. Deus nos deu graça e todas as condições para a vida e a piedade (1.3), "por isso" devemos nos esforçar para cumprir a nossa parte. Paulo ensinou mesmo a Igreja de Corinto "Caríssimos, já que temos tais promessas, vamos purificar-nos de toda mancha do corpo e do espírito. E levemos a cabo a nossa santificação no temor de Deus" (2 Co 7.1). Assim, compreendemos melhor o que Jesus quis dizer com a frase: “...o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12) e também o que está registrado em Lucas 13:23-30 “E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Jesus advertiu seus discípulos dizendo: "Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5.20). “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” Fl 2.12, pois “...de Deus somos cooperadores” (I Cor 3:9). "Empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis" (2 Pe 3.14). "Não sabeis que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? correi de tal maneira que o alcanceis" (1Co 9.24,25). "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus" (Hb 12.14-15).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Devido ao fato de Deus já ter nos dado gratuitamente todo o necessário para uma vida piedosa, inclusive preciosas promessas e a participação na natureza divina, devemos agora nos esforçar para fazer nossa parte no aprimoramento das 8 virtudes cristãs aqui mencionadas:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">8 Virtudes a serem nutridas e aperfeiçoadas em nós:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">1. fé,<br />2. virtude moral,<br />3. conhecimento (discernimento moral e espiritual),<br />4. autocontrole (comida, bebida, sexo, comunicação, temperamento, uso do tempo (2 Tm 1.7),<br />5. perseverança (na fé, na esperança e no amor em meio as provações),<br />6. piedade (temor e reverência decorrentes da consciência da presença de Deus em toda a esfera da vida),<br />7. afeto mútuo e fraterno e, por fim,<br />8. o amor que é a essência de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Começamos pela fé e terminamos no amor! "Sem fé é impossível agradar a Deus" e o amor é o Grande Mandamento, a essência de Deus e o sinal do verdadeiro cristão "...Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor... e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele" (Jo 4.8,16).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não é errado questionar nossa experiência de salvação:</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pois o próprio Paulo exorta: "Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados" (2Co 13.5). E João escreveu seu livro para levar certeza para os salvos, afirmando que existem frutos como evidência para a salvação: "Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos aos irmãos. Quem não ama permanece na morte" (1Jo 3.14); A fé salvadora é aquela que opera por meio do amor (Gl 5.6), pois a "fé sem obras é morta" (Tg 2.26); crentes sem frutos não encontram base para segurança da sua salvação (Jo 15.2). Temos que entender que a natureza da salvação não se resume a justificação, mas também inclui regeneração, santificação e, por fim, glorificação.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fomos chamados para ser e fazer discípulos e não apenas "crentes".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro combate a heresia de que é possível aceitar a Jesus apenas como Salvador, mas não necessariamente como Senhor, apenas pela fé, sem que seja necessário o arrependimento, o erro de pensar ser possível ser apenas "crente" sem ser discípulo, ensinando também que não seria necessário tomar cuidados para conservar e desenvolver a salvação. Mas a fórmula correta para a salvação é fé + arrependimento. A razão porque um só destes elementos é citado em alguns textos deve-se ao fato do outro já estar implícito, como no caso da conversão do centurião em Atos 16. Salvação envolve tanto justificação quanto regeneração. Não se pode ter um sem o outro (Tt 3.5-7). Jesus nos enviou para fazer discípulos e não apenas "crentes" ou cristãos nominais, batizando e ensinando a obedecerem tudo o que Jesus ordenou (Mt 28.18-20).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Salvação e discipulado são idênticos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Responder ao chamado de Cristo é tornar-se Seu discípulo. O Novo Testamento enfatiza o Senhorio de Cristo e o discipulado. São 664 registros de Jesus como Senhor e 24 como Salvador; e 284 vezes aparece o termo discípulo e 3 vezes o termo cristão. Sendo artificial qualquer distinção entre discípulo e cristão (At 5.14; 6.1). Evangelismo que omite a mensagem de arrependimento e o preço do discipulado não merece ser chamado de Evangelho. Fé e obediência são inseparáveis. Paulo escreveu a Tito a respeito daqueles que professam conhecer a Deus, mas que por sua desobediência provam sua falta de fé (Tt 1.16). Para ser salvo a pessoa precisa confessar o senhorio de Cristo (Mt 7.21-23; Lc 6.46-49, Rm 10.9, 13, 1 Co 12.3). É necessário renunciar ao ego, como exortou Jesus "Se alguém quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mt 16.24-26). Jesus não pode ser Salvador sem Ser Senhor. Ele é Senhor, e aqueles que o rejeitam como Senhor não podem usá-lo como Salvador. É necessário tê-lo como Senhor e não apenas Salvador, arrependimento e não apenas fé, ser discípulo e não apenas crente, segui-Lo e não apenas encontrá-Lo, obedecê-lo e não apenas amá-lo da boca pra fora, tornar-se uma bênção, e não apenas receber as bênçãos, dar e não apenas recceber, amar e não apenas ser amado, perdoar e não apenas ser perdoado, esforçar-se e não apenas esperar em Deus, multiplicar o talento e não apenas preservá-lo, buscar o Reino e não apenas aguardar, permanecer e não apenas iniciar o caminho, vencer e não apenas apenas contemplar a vitória de Cristo e dos heróis da fé, tudo isto com a capacitação do Espírito gracioso de Cristo.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Devemos ser frutíferos, senão...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">As 8 virtudes mencionadas por Pedro não são um fim em si mesmas “porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais inativos, inúteis e nem infrutíferos” (v.8). “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20). “Pois aquele que não possuem estas virtudes é cego e míope e esqueceu da purificação de seus pecados” (v.9).Precisamos tomar cuidado para confirmar o nosso chamado e eleição, precisamos cuidar para não tropeçar (v.10), pois é desta maneira que nos será amplamente suprida a entrada no reino eterno (v.11). “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mc 13.13; Jo 8.31), “ao vencedor, que guardar até o fim as minhas obras...” (Ap 2.26). E Paulo disse: “. . . mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser reprovado. . . ” (1 Co 9:27). No capítulo seguinte, ele diz que a incredulidade do povo de Israel no deserto, a idolatria e os pecados morais que os israelitas cometeram, acabaram atraindo o juízo de Deus, de modo que a maioria dos israelitas ficaram reprovados e prostrados no deserto (1 Co 10:1-5). Paulo adverte que essas coisas serviram de exemplo para nós que fazemos parte da Igreja (1 Co 10.6). Ele disse em 1 Co 10:14 - “Amados, fugi da idolatria”. Fica claro que Paulo tinha a preocupação de que a Igreja de Corinto agisse tal como os israelitas e, conseqüentemente fosse reprovada. Veja 1 Co 10:11 - “Essas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa. . .” e “Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia” (1 Co 10:12). "Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará: e o apanham, lançam no fogo e o queimam" (Jo 15.6). Por esta razão é que Pedro também adverte nesta mesma carta: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviaram-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao lamaçal” (2 Pe 2:20-22). O autor de Hebreus também adverte para o risco de se perder a salvação e da necessidade da perseverança para se alcançar a promessa (Hb 6.4-8, 12; 10.26-38). O autor de Hebreus apresenta uma boa ilustração sobre o relacionamento da graça de Deus e as boas ações humanas, demonstrando que aqueles que recebem a graça devem produzir os respectivos e esperados frutos: "Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus, mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada" (Hb 6.7-8). Esta é a mesma lição que Jesus dá nas parábolas do Talentos (Mt 25.14-30), dos Lavradores Maus (M 21.17-44), Servo Infiel (Mt 24.45-51; Lc 12.35-48), Dez Virgens (Mt 25.1-13), Julgamento das Nações (Mt 25.31-46), Parábola da Figueira infrutífera (Lc 13.6-9). O ensino é claro, quem não multiplica o talento, os lavradores maus, os servos infiéis, as virgens imprudentes, os mau feitores, a figueira infrutífera, o que não está dignamente trajado (Mt 22), o que é morno em sua conduta e devoção cristã (Ap 2.15-16), todos estão sujeitos à condenação no juízo final. O ramo, mesmo estando ligado a Videira Verdadeira, se não der fruto, está pronto para ser cortado e lançado fora (Jo 15.2), assim também o sal que se tornar insípido e imprestável é jogado fora (Mt 5.13), e aquele que é morno em sua conduta cristã está prestes a ser vomitado por Deus (Ap 2.15-16).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Onde foi parar o Temor do Senhor?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A Bíblia dá muita ênfase ao temor do Senhor tanto no Antigo como também no Novo Testamento. Foi a primeira coisa que Deus exigiu de Israel quando o chamou para ser seu povo e andar condignamente (Dt 10.12,13). Devemos temê-lo pois Deus é Santo, reto, justo, imenso, todo poderoso, majestoso e esplendidamente belo e incomparável: "Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?!" (Ex 15.11). Pedro está lidando com esta falta de temor a Deus: "Em primeiro lugar, vocês devem saber que nos últimos dias aparecerão pessoas que zombaram de tudo e se comportarão ao sabor de seus próprios desejos" (2 Pe 3.3). Quando não há o devido temor a Deus, as pessoas sentem-se livres para pecar. Deus é santo, mas as pessoas não estão dando a devida atenção a questão do pecado, que é algo tão contrário a natureza divina. Não há mais temor do Juízo Final. Mas Pedro adverte: "O dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus se dissolveram com estrondo, os elementos se derreteram, devorados pelas chamas, e a terra desaparecerá com tudo o que nela se faz. Em vista dessa desintegração universal, qual não deve ser a santidade de vida e piedade de vocês, enquanto esperam e apressam a vinda do Dia de Deus? Nesse dia, ardendo em chamas, os céus se dissolverão, e os elementos se fundirão consumidos pelo fogo." (2Pe 3.10-11). É de arrepiar também a descrição do grande dia da Ira de Deus, quando os impenitentes clamaram aos montes e as pedras, dizendo: “desmoronem por cima de nós, e nos escondam da Face daquele que está no trono, e da ira do Cordeiro. Pois chegou o grande Dia da sua ira. E quem poderá ficar de pé?” (Ap 6.12-17).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Hoje em dia, há uma falta de temor tão grande, que tem até muito crente falando como se fosse divertido encontrar o olhar do Deus Todo Poderoso. Quanta irreverência! É melhor pensarem com mais seriedade. Deus não é brincadeira. Onde foi parar a percepção da sublime majestade de Deus? Como bem observou Pratney em seu livro A Natureza e o Caráter de Deus (Editora Vida, 2004, p.290): "Estão tratando Deus como se ele fosse uma amigo informal e mortal, aproximando-se dele de forma superficial, com a irreverência de um tapinha nas costas. As pessoas pensam pouco ou nada ao blasfemar seu nome repetidamente em uma conversa comum, os comediantes zombam dele publicamente numa toada profana, e a mídia lida com questões de vida ou morte como se o julgamento e a eternidade fossem mitos populares e simples entretenimento ameno. Não há senso apropriado algum de deferência e honra, nenhuma sensibilidade à dignidade e à glória de Deus." No entanto, o profeta Isaías diante de uma visão de Deus, gritou: "Ai de mim!" (Is 6.1-5); o Apóstolo João, apavorado, caiu como se estivesse morto ao contemplar o fulgor glorioso da face de Cristo (Ap 1.16,17); e os que foram para prender Jesus, recuaram e caíram por terra quando ele disse: "Eu sou" (Jo 18.6); os anciãos se prostraram cinco vezes diante daquele que está assentado no trono (Ap 4.10), a voz do Senhor é poderosa e majestosa como trovão e faz tremer o deserto (Sl 29.3-8) e é também sublime a ponto de fazer arder os corações dos discípulos no caminho de Emaús! (Lc 24.32).</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pedro está procurando em sua carta restaurar o temor do Senhor, sabendo que este temor afasta os homens do mal. Ele chama atenção para o juízo de Deus que é certo sobre os perversos (2 Pe 2.3-22 e ver também 1 Pe 4.17). Paulo, semelhantemente adverte: "Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos" (Gl 6.7-9). O temor do Senhor ainda é o princípio da Sabedoria e o conhecimento do Santo ainda é entendimento! (Pv 9.10).</span><br />
<br />
<strong><span style="font-size: large;">Conclusão:</span></strong><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Tendo Deus nos concedido tudo o que necessitamos para a vida cristã, portanto o cristão precisa fazer a sua parte, começando pela fé que é a porta de entrada para o desenvolvimento das virtudes morais que, nutridas em nós, confirmam nosso chamado e nos garantem a entrada nos céus. Podemos dizer que a salvação é dádiva de Deus, recebida por fé e mantida e desenvolvida com cuidado, dedicação, empenho e perseverança pessoal possibilitados pela capacitação do Espírito Santo. Como disse Andrew Murray “Em primeiro lugar, preciso aceitar, confiar e regozijar-me na obediência de Cristo para cobrir, engolir e aniquilar terminantemente toda minha desobediência. Essa precisa ser a base inabalável, invariável, jamais esquecida, da minha aceitação por Deus. E, depois, a obediência dele torna-se o poder de vida da nova natureza em mim – assim como a desobediência de Adão era o poder que me governava até então. A minha sujeição à obediência é a única maneira que posso manter a minha relação com Deus e com a justiça. A obediência de Cristo à justiça é o único começo de vida para mim; minha obediência à justiça é sua única continuação. Tão certamente como a desobediência e a morte foram a lei para Adão e sua semente, a obediência e a vida o são para Cristo e sua descendência.”</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">"Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém." (2 Pe 3.17 e 18)</span><br />
<span style="font-size: 130%;">______</span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-size: 85%;">*Bispo José Ildo Swartele de Mello: Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.</span></div>
<br />
<div align="justify">
<span style="font-size: 85%;">Para acompanhar e saber um pouco mais sobre Bispo Ildo Melo, sua trajetória e suas atividades na web e na Igreja Metodista Livre, acesse: </span><a href="http://metodistalivre.org.br/"><span style="font-size: 85%;">http://metodistalivre.org.br/</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Blog: </span><a href="http://escatologiacrista.blogspot.com/"><span style="font-size: 85%;">http://escatologiacrista.blogspot.com/</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Igreja: </span><a href="http://imeldemirandopolis.blogspot.com/"><span style="font-size: 85%;">http://imeldemirandopolis.blogspot.com/</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Vídeos: </span><a href="http://youtube.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;">http://youtube.com/ildomello</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Novo Canal de Vídeos:</span><a href="http://vimeo.com/channels/mensagemMP3"><span style="font-size: 85%;">http://vimeo.com/channels/mensagem</span></a><br />
<span style="font-size: 85%;">MP3: </span><a href="http://divshare.com/download/12472628-291"><span style="font-size: 85%;">http://divshare.com/download/12472628-291</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Estudos: </span><a href="http://scribd.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;">http://scribd.com/ildomello</span></a><br />
<span style="font-size: 85%;">Twiter: </span><a href="http://twitter.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;">http://twitter.com/ildomello</span></a><span style="font-size: 85%;"> </span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>Bibliografia:</strong></span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Carson, D. A. Becoming conversant with the emergin church.<br />Pratney, W. A. A Natureza e o Caráter de Deus: A magnífica doutrina da salvação ao alcance de todos. Tradução Marson Gudes. São Paulo, Editora Vida, 2004</span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;"><strong>Foto:</strong> Bispo José Ildo Swartele de Mello.</span><br />
<br />
</div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-23534473075037304112011-11-21T09:14:00.000-08:002012-05-25T22:06:38.426-07:00Vacuidade teológica e sistemática.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji1pybtiu5jRYyVq8fAC8GVkSJE4fZAl2s6qLjuhCuQDQB6aMh3c0hzk-cJQHBXIKMtDN9U4p-1yuV8wCDfjl5tH6q2UgvNjI9wZBDxuPu2ch8pnSxOOFQV-QS-hbGIwJ5luKeuL5S1xc/s1600/vacuidade.jpg"><span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5677499223662793666" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji1pybtiu5jRYyVq8fAC8GVkSJE4fZAl2s6qLjuhCuQDQB6aMh3c0hzk-cJQHBXIKMtDN9U4p-1yuV8wCDfjl5tH6q2UgvNjI9wZBDxuPu2ch8pnSxOOFQV-QS-hbGIwJ5luKeuL5S1xc/s320/vacuidade.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 320px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 241px;" /></span></a><span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;"> <strong>Vacuidade teológica e sistemática.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As questões de ordem soteriológicas estão envolvidas em ambiguidades e paradoxos. Em meio a essas questões, muitas premissas são afirmadas e defendidas calorosamente, quase como certeza indubitável, porém, uma série delas não desemboca em conclusões coerentes.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Teologia Reformada, primeiramente na figura de João Calvino, se preocupou em sistematizar seus argumentos teológicos, buscando, através dessa construção sistemática, organizar sua teologia. Embora que, com essa preocupação, o famoso teólogo francês não tenha se valido integralmente da lógica formal, a preocupação em construir argumentos sólidos é visível. Por exemplo, nas Institutas percebe-se Calvino se desgastando em ordenar suas ideias. Com os filósofos reformados contemporâneos a tentativa continua, por exemplo, vê-se entre eles a preocupação em construir argumentos filosóficos a fim de corroborar as teses reformadas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar de a sistematização ser muito importante, ela nem sempre é eficaz para impedir falhas argumentativas, ou, inadequação sistemática. A sistematização nem sempre preenche o vácuo aberto por uma questão, em outras palavras, nem sempre, a construção sistemática de um ideário filosófico/teológico consegue solucionar todos os problemas que se levantam, pelo contrário, muitas vezes, para manter a construção em pé, alguns problemas são simplesmente ignorados, ou, evitados. Uma das questões pouco abordada se refere aos atributos não perdido pelo homem após a queda.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apesar de muito se falar sobre a queda, pouco se problematiza sobre a ausência de os seus efeitos em alguns aspectos. Na maioria das vezes, quando se problematiza a questão, ela é trabalhada apenas sobre perspectivas viciadas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Fala-se que o homem, sendo um ser caído pelo pecado, é incapaz de exercer escolhas efetivas. Fala-se também, que sendo Deus soberano - o homem não pode ter livre-arbítrio. Para sairmos da tendência de nos apegarmos às respostas teologicamente viciadas, uma indagação se faz pertinente, a saber: Por que, entre os reformados, se admite que a queda acabou com o livre-arbítrio, como consequência natural do pecado, e não se questiona o porque que, em nossa natureza caída, ainda permanece viva e ativa a nossa capacidade de pensar, raciocinar, refletir, ou duvidar? Por que, tem-se por inadmissível a possibilidade de um ser soberano conviver com o livre arbítrio de suas criaturas, mas admite-se o fato de as criaturas, mesmo caídas terem o poder de duvidar de esse ser soberano? Por que se admite com tanta puerilidade que a perda da capacidade de exercer o livre-arbítrio após o pecado é a conseqüência natural do pecado praticado pelo ser humano, sem problematizar o porquê a capacidade de pensar, raciocinar, refletir, ou duvidar não foi perdida na queda? O que seria a dúvida? O que, a nossa capacidade de duvidar pode nos indicar?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O filósofo francês Jean Lacroix, encontra na dúvida, um traço do livre arbítrio. Ele afirma: “A dúvida é sempre possível porque a ideia não se afirma jamais em nós sem nós, porque o assentimento depende sempre de nosso querer, porque nossa atenção é livre”(1) E em outro momento afirma:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>“É, portanto, em minha capacidade de recusa e de não adesão, em meu poder de negação, em minha negatividade, como teria dito Hegel, nesta potência em escapar a todas as vertigens, que Renovier chamava de “nolonté”(2), que se manifesta antes de tudo minha liberdade: ser livre é ser capaz de dizer não. A dúvida representa o exercício mesmo do livre arbítrio e sua prova primeira e fundamental, pois permite romper o contato e tomar posição. Antes da dúvida, eu estou como se não existisse, vivendo confusamente em um mundo de aparências, prevenido pela vida do corpo ou da sociedade, movido por uma espécie de opinião, de origem sensorial ou social, que não depende de mim e que de maneira alguma me expressa”.(3)</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Será que realmente podemos afirmar com Lacroix que “a dúvidas representa o exercício mesmo do livre arbítrio e sua prova primeira e fundamental”? – Sem o livre arbítrio, a dúvida seria possível? Posso duvidar de Deus, não sendo capaz de pensar de maneira livre? - Antes de consumar o pecado, qual foi o fenômeno que incitou o pecado do primeiro casal? – Não foi à dúvida? Se cressem realmente, efetivamente, integralmente, sem nenhuma dúvida pairando em suas mentes, sobre as consequências advertidas por Deus pela prática de seus atos desobedientes, teriam Adão e Eva desobedecidos. No primeiro casal, o ato de duvidar, não estava enredado no ato de exercer o livre-arbítrio?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Elias, o profeta do Senhor, estando por apresentar o poder de Deus diante de um Israel idólatra, faz a seguinte asseveração: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o.” (1Rs 18.21). Quando Elias apresenta o quadro de um Israel coxeante ele está a apresentar a figura de um povo hesitante e duvidoso, um povo que não sabe bem ao certo qual deus deve seguir. Um povo hesitante entre deuses, é um povo que duvida, pelo menos em certo grau, da capacidade dos deuses que se lhe foi apresentado. Um povo que duvida, pelo menos em última análise, é um povo que não aceita uma ideia imposta; a dúvida pressupõe desejo de praticar uma escolha ou de alcançar a verdade. Diante da dúvida do povo de Israel, o que faz Elias? – Convida o povo a praticar uma escolha: Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. No epsódio descrito, a dúvida caminha junto com o livre arbítrio. O que faz Elias diante de um povo coxente e duvidoso? Depois do convite, através de uma desafio aos profetas de Baal, apresenta a nulidade do deus Baal, e a eficácia e o poder do Deus de Israel,a fim de que a dúvida se desfaça, e o povo escolha o Deus de Israel.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A dúvida não indica busca por uma escolha? Se não temos o livre arbítrio, por que duvidamos, ou, como duvidamos? Se não fossemos livres para escolher entre uma ideia e outra – duvidaríamos do que nos é apresentado? Portanto, que sentido faria o livre arbítrio ser aniquilado após a queda, permanecendo no homem a capacidade de duvidar? Se realmente foi banido o livre-arbitrio, não seria também banida a dúvida, que em muitos casos afronta a revelação de Deus e que faz o homem questionar sua revelação, inclusive, homens participantes da nação escolhida, orientada e invsitida para divulgar seu nome? (Is 5.4) Se admitimos que na queda o homem perdeu a possibilidade de vivenciar escolhas efetivas, como fruto do pecado, pois a imagem e semelhança de Deus foi no homem anuviada, ou mesmo perdida, como preferem alguns, por que não estranhamos que o mesmo pecado não aniquilou ou encobriu nossa capacidade pensar, criar e refletir, como ocorreu com nosso livre-arbítrio; não são também esses atributos aspectos da imagem e semelhança de Deus?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Quando falamos de conclusões incorentes, como isso estamos a falar nas brechas abertas nos sistemas de ideias que impossibilitam entres suas assertivas o assento da lógica. Como exemplo, vejamos o que está escrito nos Cânones de Dort (1618-1619):</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>“(...)De acordo com este decreto, Ele graciosamente quebranta os corações dos eleitos, por duros que sejam, e os inclina a crer. Pelo mesmo decreto, entretanto, segundo seu justo juízo, Ele deixa os não-eleitos em sua própria maldade e dureza. E aqui especialmente nos é manifesta a profunda, misericordiosa e ao mesmo tempo justa distinção entre os homens que estão na mesma condição de perdição. Este é o decreto da eleição e reprovação revelado na Palavra de Deus. Ainda que os homens perversos, impuros e instáveis o deturpem, para sua própria perdição, ele dá um inexprimível conforto para as pessoas santas e tementes a Deus.</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura. Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade, dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição.”</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Observe estas palavras:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Esta eleição é o imutável propósito de Deus, pelo qual Ele, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura”.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Compare com estas:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Estas são escolhidas de acordo com o soberano bom propósito de sua vontade,dentre todo o gênero humano, decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição.”</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Pode haver sentido lógico em um ideário que afirma que “Deus, antes da fundação do mundo, escolheu um número grande e definido de pessoas para a salvação, por graça pura” e também que o “gênero humano, é decaído pela sua própria culpa de sua integridade original para o pecado e a perdição.” - Se Deus já havia decretado os eleitos, antes da fundação do mundo, também já não havia, antes da fundação do mundo, banido da possibilidade da salvação as outras pessoas não incluídas na eleição? E se assim ocorreu, as pessoas reprovadas antes da fundação do mundo, podem, com justiça e coerência, serem acusadas pela sua má conduta? Se já haviam sido reprovadas antes de serem feitas ou de cometerem qualquer ato, que culpa podem levar se, por já serem antes da fundação do mundo não eleitas, não foram disponibilizadas de capacidade para agir de maneira diferente do que foram? Podem ser acusadas com justiça? Existe lógica na acusação? Existe lógica na construção dessa idéias?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Vários exemplos como esses de incoerência ideológica permeiam os sistemas teológicos adotados por várias comunidades eclesiásticas ou individualmente por muitos cristãos. Um sistema que não consegue coerentemente afirmar seus caminhos é um sistema sem direção. Um sistema de ideias que em seu entorno não apresenta aos seus seguidores respostas aos problemas levantados, pode até ser belo em vários aspectos, porém, se em muitas questões não consegue apresentar respostas plausíveis, nele percebe-se então, não a solidez ideativa, e sim, a vacuidade. O problema é que, preso nas construções sistemáticas, as pessoas nela envolvidas não conseguem perceber os espaços que ele não preenche. Envolvidas e acomodadas em certos sistemas de idéias, e por essa acomodação, não procura enfrentar questões que se apresentam, e até mesmo que os contradigam, por não conseguirem perceber as questões que ele nem aborda, nem problematiza, e, muito menos, e, por conseguinte, não soluciona.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Só podemos perceber possíveis problemas não resolvidos, se, com seriedade intelectual, perscrutarmos o sistema que adotamos a fim de perceber se ele está mais próximo da coerência ou da impropriedade. Essa prática deve ser uma prática obrigatória para todos aqueles que são chamados a praticar um culto racional e estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que pedir a razão da esperança em que se apegam (1 Pe.3:15).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Se o povo de Deus se perdeu por falta de conhecimento, devemos buscar, com auxílio da graça, conhecimento para seguir um caminho que melhor apresenta Deus, ou seja, a trilha de Cristo, que se apresenta como um Deus de amor, justo e bom, que não faz acepção de pessoas, e que julgará a cada um, realmente, segundo as suas obras, evitando seguir um caminho que apresenta um deus desfigurado, não mostrando nenhuma coerência entre suas ações estabelecidas e suas cobranças - direcionadas as pessoas que ele mesmo, por um prévio destino as condicionou.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Apregoar Deus é sempre, apregoar, amor, equidade, justiça e sabedoria. Qualquer sistema que apresenta como possíveis ações de Deus, atos incoerentes, que não são mediados por esses termos, tem em si uma vacuidade sistemática, uma incompletude ideativa, e, portanto, não pode ser defendido como uma boa teologia ou séria interpretação das escrituras e dos possíveis atos e desígnios de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>Lailson Castanha</em></span><br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">______<br /><span style="font-size: small;">(1) LACROIX, Jean. Marxismo Existencialismo Personalismo. Tradução de Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.<br />(2) Nolonté seria uma espécie de vontade negativa, por contraposição a volonté, vontade real. O termo foi mantido por não comportar a tradução a expressividade associativa do original. (N. do T.)<br />(3) LACROIX, Jean. Marxismo Existencialismo Personalismo. Tradução de Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.</span></span><br />
<br />
</div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-60705549410458694742011-11-08T19:28:00.000-08:002012-07-21T03:40:47.782-07:00O HOMEM – A HUMANIDADE<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB64dwHzwZ6V4PPFAG845i-kf4XKNizcYlQqZOLualtF738iIbaJ-63qYNjQE7UPcd3l8-yAn9tyIK63eEXwYMOLJx9qOKwfQhohJTeQfr7bCxbceegH5tfqEsvBtt6dNrnQUkmD11mEY/s1600/homemvitruviano.jpg"><span style="font-size: 130%;"><strong><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5672836454156756402" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB64dwHzwZ6V4PPFAG845i-kf4XKNizcYlQqZOLualtF738iIbaJ-63qYNjQE7UPcd3l8-yAn9tyIK63eEXwYMOLJx9qOKwfQhohJTeQfr7bCxbceegH5tfqEsvBtt6dNrnQUkmD11mEY/s320/homemvitruviano.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 320px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 272px;" /></strong></span></a><span style="font-size: 130%;"><span class="Apple-style-span"><strong><span class="Apple-style-span">VIII. O HOMEM – A HUMANIDADE </span></strong><span class="Apple-style-span">REV. AMOS BINNEY</span></span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Este termo genérico abrange toda a raça ou espécie de entes humanos, descendentes de Adão e Eva. Que a raça tem uma origem comum e que todas as variedades do homem têm a mesma natureza é ensinado nos seguintes textos. Gn 1.27, 28; 2.7, 18, 21-24; 3.20; Ml 2.10; At 17.26; Rm 5.12; 1Co 15.22, 45.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O homem é um ente composto, tendo um corpo mortal, e um espírito destituído de qualidades materiais, imortal, continuando a viver depois da separação do corpo em um estado de cônscia existência. Ec 3.21; 1Re 17.21, 22; Lc 8.55; 16.22, 23; 23.43; Mt 10.28; 22.32; At 7.59; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9-11; 14.13.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O corpo é formado do pó da terra dotado dos sentidos de tato, gosto, olfato, audição e vista. O espírito é racional, tendo entendimento, afeição e vontades. Gn 2.7; Ec 12.7.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Paulo fala de um terceiro elemento, a alma. 1Ts 5.23. Por ela quer ele falar do psiquê, a alma inferior ou animal, dotada de paixões e desejos a qual nós temos em comum com os animais, Ec 3.19-21, mas no cristão esta alma é enobrecida e espiritualizada. O espírito é aquela parte por onde podemos receber o Espírito Santo. No incrédulo, ela é subjugada e subordinada à alma animal e daí o homem é chamado “natural” ou meramente animal. 1Co 2.14; Jd 19.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O homem foi feito reto, Ec 7.29, isto é, em um sentido moral, por natureza semelhante a Deus, tendo retidão moral, chamado a imagem de Deus, Gn 1.27; explicado em Ef 4.24. Mas também foi feito agente responsável livre e noviço, colocado sob a lei divina, quebrando a qual, ele incorreu na pena da morte temporal e espiritual. Gn 2.16, 17; Rm 5.12; 6.23; Hb 2.14.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O primeiro pecado do primeiro homem mudou toda a sua natureza moral de santa para um estado de pecado, da qual condição mudada, sendo ela hereditária, tem participado todos os seus descendentes. Rm 5.12; 1Co 15.22; Ef 2.3, 5; Jó 15.14; Sl 14.2, 3; Sl 51.5; 58.3. Contudo cada um é responsável pelos seus pecados. Dt 24.16; 2Re 14.6; Pv 11.19; Ed 18.4, 20; Jr 31.30; Rm 1.20, 21; Jo 3.19, 20.</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">LIVRE AGÊNCIA</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Posto que o homem tenha caído e esteja lamentavelmente depravado, de modo que há na sua natureza uma forte tendência para o pecado, todavia ele ainda retém o atributo divino da liberdade. Em toda opção de natureza moral, tem ele a liberdade de agir como lhe parece. Nenhum decreto de Deus, nenhuma combinação de elementos na sua constituição, o coage em sua ação moral.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O auxílio gracioso do Espírito Santo é somente persuasivo, não obrigatório. At 7.51; Ef 4.30; 1Ts 5.19. A vontade livre é uma causa original, determinadora de si mesma(1) e não efeito de causa nas suas opções. Ela é uma nova e responsável fonte de causa no universo.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Provas: 1. Consciência: “Eu sei que sou livre e está acabado.” – Dr. Samuel Johnson.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">2. Semelhante liberdade é inferida do sentimento de obrigação moral e da convicção de culpa pelos nossos delitos.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">“Se o homem tem de ser punido no futuro estado, Deus é quem há de punir.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">“Se é Deus que pune, o castigo é justo.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">“Se o castigo é justo, é porque o castigado podia ter obrado de outro modo.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">“Se o castigado podia ter obrado de modo diverso, ele era agente livre.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">“Portanto, se os homens têm de ser punidos no mundo vindouro, eles não podem deixar de ser agentes livres neste.”</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">3. As Escrituras em qualquer parte presumem que os homens são livres para obedecer à lei de Deus e conformarem-se às condições da salvação. Pv 1.23-31; Mt 23.37; Jo 7.17.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">4. Se os atos morais dos homens são efeitos de causas determinadas por Deus, então Deus ou é o autor do pecado, ou seus próprios atos, sendo os efeitos de alguma coisa irresistível, tal como o motivo mais forte, ou a constituição de sua natureza. O universo está debaixo da lei de ferro do acaso e o pecado é uma ilusão e uma impossibilidade.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span"><span style="font-size: 130%;">______</span></span><br />
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 85%;">(1) “Determinadora de si mesma.” – A expressão é infeliz e tem sido justamente criticada na controvérsia calvinista. A vontade é determinadora, não “de si mesma,” pois ela não precisa ser determinada, mas da conduta, do proceder duma criatura responsável.<br />Originou-se a expressão no argumento calvinista: “a vontade só opera à vista de motivos, portanto ela é motivada, ou determinada.” A resposta era: “não, ela é determinadora de si mesma.”<br />Mas, não éramos obrigados a escolher entre “uma vontade determinada por motivos” e “uma vontade determinadora de si mesma.” Optamos por uma vontade livre, causa simples e final. A vontade de Deus não é “determinadora de Si mesma,” ela determina, “e está acabado.” Assim, pela graça e sabedoria de Deus, o homem é dotado de uma vontade livre, simples, e, absolutamente, em certa esfera uma nova causa final no universo de Deus: uma vontade determinadora.<br />Sem motivos para exercer-se a vontade nunca se exerceria, justamente como Deus mesmo, sem causas para decidir, nunca poderia exercer a justiça, mas, em um e outro caso, resta sempre a capacidade de querer e a capacidade de ser justo. Deus nos deu uma faculdade de determinar: é a vontade.</span></span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: 85%;">BINNEY, Amos. <em>Compendio de Teologia</em>. Campinas: Editora Nazarena.<br /><strong>Gravura:</strong> Homem Vitruviano - de Leonardo da Vinci</span><br />
<br /></div>Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-90314445828485144092011-10-19T19:39:00.000-07:002012-05-25T22:16:38.695-07:00Será mesmo que Deus quis assim?<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNeUbyTd8CD54Iyc8nIZQ52D3MgaiDfHi4eZGsSwv1WsPezEIA3NGe1L4AJmOIX0TO2mXx0wQhd0rWa8W6k8c2r3AmgiftDtxw3I0G0evVtZA6oYFa_XBGF1gMbq8WgB5zz7tbdj1ouOE/s1600/ildo+mello+retrato.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5665400240952689410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNeUbyTd8CD54Iyc8nIZQ52D3MgaiDfHi4eZGsSwv1WsPezEIA3NGe1L4AJmOIX0TO2mXx0wQhd0rWa8W6k8c2r3AmgiftDtxw3I0G0evVtZA6oYFa_XBGF1gMbq8WgB5zz7tbdj1ouOE/s320/ildo+mello+retrato.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 313px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 300px;" /></a> <span style="font-size: 180%;">Será mesmo que Deus quis assim? </span><a href="" name="_GoBack"></a><em><span style="font-size: large;">*José Ildo Swartele de Mello</span></em><br />
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<em><span style="font-size: large;">Reflexão sobre soberania de Deus e a liberdade humana. Em favor de uma ação proativa regada por muita dependência de Deus e que nos livre da acomodação e do fatalismo de um lado e da autossuficiência presunçosa de outro.</span></em><br />
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<span style="font-size: large;">É muito comum hoje me dia, mas muito comum mesmo, você ouvir uma pessoa falando para a outra, coisas desse tipo: não se preocupa não, a vontade de Deus vai acontecer; foi Deus que quis assim - quando algo já aconteceu. Não podíamos evitar? O que fazer agora, a não ser nos rendermos aos desígnios de Deus? Já estava escrito! Não é muito comum frases dessa natureza?</span><br />
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<span style="font-size: large;">A questão que a gente levanta agora é: será que estas frases se aplicam a todos os casos? Será que tudo, absolutamente tudo que acontece é vontade de Deus? Será que a vontade de Deus se cumpre automaticamente nas nossas vidas? Na nossa história, de modo que, não importa o que aconteceu, não importa o que vai acontecer - tudo é vontade de Deus. Será? - E aí? Pára pra pensar.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Quanta gente, mas quanta gente mesmo não está acomodada, não está se escondendo, escondendo o seu medo, escondendo a sua preguiça atrás da celebre frase: “Deus quis assim”! Mas pense bem, será que poderia ter sido diferente?</span><br />
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<span style="font-size: large;">Por que é que Jesus Cristo nos ensinou a orar: “venha a nós o teu Reino, seja feita a tua vontade aqui na terra, assim como ela é feita no céu”? Se a vontade de Deus fosse algo que se estabelecesse, que acontecesse de maneira automática, por que é que nós precisaríamos orar, pedindo a Deus que sua vontade se realize? Por que razão teria Jesus ensinado seus discípulos a pedirem que o Reino de Deus viesse a eles se tudo o que acontece, fosse, afinal de contas, fruto, produto da vontade de Deus?</span><br />
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<span style="font-size: large;">Por que é que teríamos que buscar em primeiro lugar o Reino de Deus? E por que se faria necessário inúmeras exortações para que façamos a vontade de Deus? Para que tantos discursos convocando e conclamando o povo ao arrependimento, a obediência, a busca da vontade de Deus, se a vontade de Deus fosse uma coisa que acontecesse sempre? A gente não precisaria nem buscar! A gente não precisaria nem se preocupar com essas coisas! Pois toda a vontade divina estaria predeterminada a acontecer de um jeito ou de outro. Neste caso, nós não passaríamos de marionetes nas mãos do Criador ou atores a desempenhar um papel previamente escrito. Mas, se Jesus nos ensinou a orar pedindo, clamando e buscando a vontade de Deus, é porque, se não o fizermos, o resultado será diferente. Ou seja nossa ação é bastante relevante neste processo de construção do futuro.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Era a vontade de Deus ou não era de que Adão e Eva morassem num paraíso? Mas, por desobediência, Adão e Eva foram expulsos do paraíso. – Foram expulsos por que Deus quis assim? Foi este o plano original de Deus? Foi para isto que Deus criou Adão e Eva? Os criou para pecarem? Os criou para a desobediência? Os criou para um dia os expulsarem do paraíso? Reflita sobre isto. Poderia ter sido diferente! – Mas foi? – Não! Era vontade de Deus que uma coisa acontecesse - que eles vivessem no paraíso em obediência a Deus, desfrutando da comunhão com Deus e com toda a criação. Mas, entrou o pecado, entrou a rebelião.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Não era da vontade de Deus, também, que povo hebreu, que foi liberto, milagrosamente do Egito, entrasse em Canaã e possuísse a Terra Prometida? Era ou não era a vontade de Deus? E o povo entrou? – Com exceção de Josué e Calebe, todo o povo pereceu no deserto por causa do pecado.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Não era a vontade de Deus que Moisés entrasse na Terra Prometida? – Era, mas, Moisés também cometeu um pecado, que o impediu de entrar.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Era vontade de Deus, que o Templo fosse destruído, que Jerusalém fosse queimada e que milhares morressem e outros tantos fossem escravizados? Ah, jamais foi vontade de Deus algo horrendo assim. Mas isso aconteceu em decorrência das decisões humanas, contrariando a vontade de Deus.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Foi vontade de Deus a Primeira e Segunda Guerras Mundiais? As mortes, os assassinatos? É vontade de Deus que alguém repita de ano? É vontade de Deus que alguém passe miséria? É vontade de Deus que alguém se prostitua? É a vontade de Deus que as pessoas estejam nas drogas? É a vontade de Deus que as pessoas estejam distantes, cada dia mais distantes de Deus?</span><br />
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<span style="font-size: large;">Muitas vezes professamos: Deus existe! Mas vivemos como se ele não existisse. Ignorando a sua palavra, ignorando as Escrituras Sagradas. Por falar nas Escrituras, é vontade de Deus que você leia a Bíblia ou não? É vontade de Deus que você conheça e maneje bem a palavra da verdade ou não? Mas, quantos de nós conhecemos a Bíblia como a palma de nossa mão? Quantos de nós valorizamos as Escrituras Sagradas? Então, aquilo que muitas vezes é vontade e propósito de Deus para as nossas vidas, encontra em nós mesmos impedimento e obstáculo para se cumprir. A vontade de Deus, e nós sabemos muito bem, não se realiza instantânea e automaticamente no mundo. Nem mesmo nas nossas vidas.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Dois perigos: A autossuficiência de um lado; acomodação do outro. Os crentes vivem sempre correndo o risco de cair em um desses pecados.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Tem um texto maravilhoso que diz: “(...) se o SENHOR não guardar, em vão vigiam as sentinelas" (Sl 127:1). Esse texto é muito equilibrado, de modo a ajudar a gente a ficar longe do perigo da autossuficiência, achando que tudo depende de nós, ou seja, que agora é tudo por nossa conta e risco. Que nós não precisamos de Deus. Que nós não dependemos de Deus, mas somente de nossa capacidade, instrução, esperteza, sabedoria, habilidade, experiência, contatos, recursos e bens materiais. De tudo aquilo que amealhamos em termos de cultura, de saber, de relacionamentos. Mas, na verdade, não dependemos destas coisas e nem de nós mesmos. "Nossa suficiência vem de Deus!". Precisamos ser humildes para reconhecer que não estamos com esta bola toda, tipo, "eu faço e aconteço" e que não somos senhores do nosso próprio destino. Então, tem muita arrogância, muita petulância, muita autossuficiência. Muita gente se achando. Muita gente desprezando a ajuda do Senhor. Muita gente está estribada no seu próprio conhecimento, no seu saber, nos seus recursos e em tudo o que domina. Esse é um perigo. E para esse perigo tem um versículo: "se o Senhor", sim, "se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os operários. Se o Senhor não guardar, em vão vigiam as sentinelas". E, depois diz: não adianta acordar de manhã cedo. Deitar tarde. Trabalhar, dar um duro danado. Nada do esforço humano redundará em algum fruto se não houver a benção de Deus. Isso é uma rasteira na nossa autossuficiência. Dependemos da ajuda de Deus: "Se não fora o Senhor que esteve ao nosso lado, ora diga Israel!" (Sl 124).</span><br />
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<span style="font-size: large;">Agora, tem um outro perigo é o da acomodação oriunda de um conceito fatalista, que atribui tudo aos desígnios de Deus. A gente diz assim: "Ah, a gente depende mesmo é da proteção do Senhor. Não é mesmo? Então, nem vou trancar a porta de casa. Nem vamos ter de vigiar. E nem precisamos de guarda na rua". Esse não seria o outro extremo? O extremo da acomodação. – Ah, deixa tudo por conta de Deus! A vontade de Deus vai se cumprir automaticamente. O Senhor guarda automaticamente. Tem gente que pensa assim. - Eu não preciso fazer nada, Deus vai fazer tudo por mim!</span><br />
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<span style="font-size: large;">Os preguiçosos e acomodados costumam se deleitar com o texto que diz que aqueles que são de Deus, que são amados por Deus, recebem bênçãos mesmo quando estão dormindo (Sl 127.2) Aí, os acomodados abrem aquele sorriso e falam assim: "não preciso nem trabalhar. O negocio é dormir, pois quanto mais eu durmo, mas Deus me abençoa". Este é um grande equívoco, mas tem gente que lê a Bíblia muito mal. Tem gente que é analfabeto em Bíblia. Aliás, tem gente que lê a Bíblia de maneira seletiva, como uma caixinha de promessas - “vamos ver o que Deus tem pra falar comigo hoje”. Então, abre em qualquer lugar, começa a ler e diz - “não, isso não pode ser”. E segue procurando até achar alguma coisa que julga interessante para si; – “Oh! Senhor, obrigado!... Agora sim, o Senhor está falando comigo! Esta, sim, é palavra de Deus para mim. Já, aquela lá era Palavra de Deus para o meu vizinho chato".- “Aqui está uma Palavra de Deus boa para a irmã Maria ou para o irmão João, sim, eles é quem precisavam ouvir isto”. Então, essa maneira de ler a Bíblia é muito complicada.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Precisamos entender o que o texto bíblico quer nos comunicar. O Salmo 127 não é um convite a preguiça. A questão é a seguinte: tem gente que não guarda o dia do Senhor. Tem gente que trabalha de domingo a domingo. Tem gente que não tem parada. Tem gente que é workaholic, ou seja, um viciado em trabalho. Tem gente que acha que tudo depende dele, como certo pai de família que diz: “Ah, vocês ficam orando aí, mas quem traz o pão pra dentro de casa sou eu”. Muito arrogante achar que Deus não tem participação nenhuma no processo. Este espírito petulante de autossuficiência acaba distanciando o homem de Deus e leva ao estresse e ao esgotamento físico e emocional.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Deus vai abençoar a gente até no dia do nosso descanso, porque a vida do cristão precisa ser uma vida equilibrada, com pausa para descanso semanal. A cada sete dias um é de descanso. Um é consagrado especialmente ao Criador. Um é dedicado para adorar a Deus. Um dia para eu declarar que não dependo única e exclusivamente do meu esforço, do meu trabalho da minha competência, eu dependo de Deus, eu honro a Deus nesse dia. E não preciso sacrificar minha hora de descanso para ser bem sucedido. Posso dormir adequadamente confiando na providência divina. Eu descanso no Senhor. Deus está abençoando a gente de noite. Já está cuidando dos nossos negócios. Já está indo à frente. Como diz o Salmo 46, o Senhor se antecipa, providenciando socorro para os desafios do dia mesmo antes do sol nascer.</span><br />
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<span style="font-size: large;">"Se o Senhor não guardar, em vão vigiam as sentinelas", mas a sentinelas precisam estar em seus postos fazendo a sua parte. Nossa própria ação de plantar e edificar se dá na certeza de que nosso trabalho não é vão no Senhor, pois ainda colheremos os frutos do nosso penoso trabalho. Deus não abençoa e não recompensa o preguiçoso. Jamais. “Vai ter com a formiga, oh preguiçoso”, diz o Senhor. Que estória é essa de não estudar e querer passar de ano, de não trabalhar e querer prosperar?</span><br />
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<span style="font-size: large;">Meus amados irmãos, o vigia tem que estar acordado na hora do seu turno. Tem que estar em pé, fazendo o seu trabalho, contando com a cooperação de Deus.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Os planos de Deus não podem ser frustrados - Diz Jó 42.8. – Mas e aí, como é que fica? Se os planos de Deus não podem ser frustrados, então, tudo vai ser como Deus quer que seja?! - Não, não é bem por aí. Pois, devemos considerar o seguinte:</span><br />
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<span style="font-size: large;">Não era plano de Deus que o povo de Israel um dia possuísse a Terra Prometida? – Era plano de Deus! – Aquela geração, por desobediência não herdou. Mas somente Josué e Calebe e os descendentes daquela geração herdarão a promessa. Podemos entender que o plano geral de Deus se cumpriu, embora os instrumentos e os meios possam variar. Outra coisa, quando Deus libertou o povo do Egito, o caminho e a trajetória até Canaã era uma trajetória relativamente curta, mesmo com uma multidão de mais de um milhão de pessoas, eles poderiam fazer isso facilmente, andando vagarosamente, dando muita pausa, no máximo em dois anos. Mas, devido a incredulidade e desobediência, o povo levou quarenta anos para pisar em Canaã. O propósito de Deus, os planos de Deus não são frustrados, mas os prazos podem <br />ser alterados. Os personagens podem mudar. Você está entendendo o que eu quero dizer com isso?</span><br />
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<span style="font-size: large;">Então, há muita coisa em jogo, e a gente tem de parar de ser passivo ou meramente reativo. A gente tem de começar a ser proativo. Deus gosta de gente que toma iniciativa, que toma posição. Que decide, que escolhe. Que busca. “buscar-me-eis”, diz o Senhor, Isaías capítulo 55 e Jr 29.11, “e me achareis, quando me buscardes de todo o coração”. Está reparando? - Você já buscou a Deus de todo o coração? - Você sabe o que é buscar a Deus de todo o coração? - Você acha que vai ser abençoado automaticamente? Diz a Palavra de Deus: “buscar-me-eis e me achareis”, ou seja, Deus se esconde e se revela a quem ele quer, e ele está colocando uma condição para ser encontrado. Quando ele vir que as suas criaturas estão o buscando de todo o coração, ele se manifestará a elas. A bênção de Deus não se derrama no coração do homem de maneira instantânea, de maneira automática. Há muita diferença entre quem obedece e quem não obedece, entre quem busca e quem não busca. Entre Pedro e Judas.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Diz a Palavra de Deus, que é vontade de Deus que nós sejamos cooperadores com ele (1 Co 3.9). Cooperar com Deus é entrar numa parceria com sua vontade. Ele quer que nós façamos determinadas coisas. Ela quer que o vigia, vigie. Ele quer que o trabalhador da obra, trabalhe. Deus não vai construir a casa sozinho, porque Ele, há muito, decidiu que não deveria ser assim! Porque Deus escolheu realizar muitas coisas contando com a cooperação dos homens.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Quando Deus quer agir através de seu povo, ele busca alguém que se coloque na brecha. Ele busca alguém que seja obediente, alguém que atente para a sua palavra.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Se queremos ver algo construído, não podemos esperar que esse algo aconteça por um milagre de Deus, instantaneamente, quando Deus nos deu dons e talentos para tanto. Quando recebemos da parte de Deus, inteligência. Quando recebemos da parte de Deus, sabedoria. Técnica. Quando recebemos da parte de Deus, mãos, pernas, boca, olhos. Deus quer que façamos bom uso dos talentos que ele nos concedeu. Deus pedirá conta de cada um dos talentos concedidos as suas criaturas. Quer você goste disso ou não, quer que você creia nisso ou não, você foi criado por Deus, você é criatura de Deus, e recebeu de Deus muita coisa, e Deus vai pedir contas do uso que você tem feito de todas essas ferramentas que ele bondosamente lhe conferiu. Deus quer que façamos render o nosso talento. Deus quer que nós façamos bom uso dele de modo que venham a se multiplicar em muitos frutos. Não podemos esperar que Deus faça tudo por nós. Deus não quer que seja assim, Deus espera muito de nós. Deus pede muito de nós. Deus conta conosco para muita coisa. O apóstolo Paulo disse, inclusive em relação à pregação do Evangelho: "todo o que invocar o nome do Senhor, será salvo, mas como invocarão o nome de alguém de quem eles não têm o menor conhecimento; como creram, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?" (Rm 10).</span><br />
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<span style="font-size: large;">O desejo de Deus é que as pessoas sejam salvas, mas muitas pessoas não são salvas porque nós somos negligentes. Porque a nossa boca está calada. Porque o nosso testemunho é fraco. Porque estamos esperando que as pessoas se convertam automaticamente - como se isso fosse um problema exclusivo de Deus? - Não, isso é problema nosso! – nós somos colocados nesse mundo como testemunhas de Cristo, e se nós testemunharmos para alguém - podemos salvar a vida desse alguém. Pode ser que esse alguém, mesmo diante de nosso testemunho, venha a fechar o seu coração. Aí o problema não é mais nosso, é problema dele com Deus, pois nossa parte foi feita. Mas, ai de nós se não fizermos a nossa parte. Ai de nós se pecarmos por negligência, porque Deus não vai vir do céu para converter quem quer que seja, ele enviou a cada um de nós como suas testemunhas. Está entendendo? - Somos cooperadores de Deus. Isto implica numa sinergia, em uma participação conjunta.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Será mesmo que tudo o que aconteceu com a gente foi vontade de Deus? Quando a gente para, para olhar com mais cuidado, talvez a gente reconheça que poderia ter sido diferente se a nossa atitude tivesse sido outra. Talvez olhando assim, com mais cuidado, a gente possa aprender lições para não incorrermos em erros que venham a detonar o nosso futuro. Tem gente que pensa assim: meu negócio é apenas esperar em Deus. Este precisam ouvir o que diz o profeta Isaías a respeito do que realmente significa esperar no Senhor, algo que nada tem a ver com passividade, pois envolve ação de nossa parte, como andar, correr e até voar: “os que esperam no SENHOR renovarão as forças” (Is 40.31). A gente pensa que espera no Senhor é ficar de braços cruzados. A gente às vezes pensa que esperar no senhor é ficar lá dormindo. Tem uns que pensam que esperar no senhor é ficar parado, estático, esperando que Deus faça tudo sozinho; quando ele quer formar uma parceria conosco. Quando ele conta com a nossa cooperação. Quando a Palavra de deus diz que nós somos cooperadores de Deus.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Diz o profeta Isaías que esperar no Senhor é tudo, menos passividade. É tudo, menos inatividade. É tudo, menos preguiça, menos acomodação. Sabe o que ele diz que fazem os que esperam no Senhor? Os que esperam no Senhor voam, sim, voam! Sabe o que é voar? Voar implica em movimento. Os que esperam no Senhor voam como águia! Correm como jovens e não se cansam. Andam e não se cansam. Andam, correm e voam! Não estão parados. Devemos fazer a nossa parte, o que está ao nosso alcance. A sentinela deve estar a postos para vigiar contando com a proteção divina. Deus não vai fazer aquilo que nós mesmos podemos fazer, ele espera que nós façamos, que nós tenhamos atitude, que nós tenhamos coragem, que nós tenhamos confiança, que nós nos esforcemos, confiados no seu cuidado, esperando na sua provisão, como alguém que planta com dificuldade, arando e cultivando a terra, na esperança de que a chuva virá, de que as condições climáticas serão favoráveis para que chegue o dia da grande colheita porque sem a bênção de Deus, em vão será todo aquele sacrifício.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Há uma esperança. Há um esperar em Deus que nos leva a ação. Eu ser bem sucedido nesta área profissional, por isso me esmero, por isso eu me preparo, por isso eu vou adiante. Eu espero, mas eu não espero sentado, eu não espero dormindo, eu espero andando, eu espero correndo, contando com a graça de Deus. Eu espero que o meu lar seja uma bênção, mas no que depender de mim, eu vou agir para que seja. Eu não vou esperar que a pessoa ao meu lado mude, eu vou ver seu eu posso mudar antes, se alguma coisa em mim pode ser mudada. Eu não vou esperar que meus filhos mudem, quando eu preciso olhar pra mim, para ver se eu posso mudar em alguma coisa para o bem do desenvolvimento deles. Eu não vou esperar que o mundo mude ao meu redor, quando as mudanças que eu posso produzir, as maiores, são aquelas que começam em mim mesmo.</span><br />
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<span style="font-size: large;">Tem a teologia do Zeca Pagodinho que diz "deixa a vida me levar, vida leva eu", mas, eu gosto mais da do Geraldo Vandré, que canta "quem sabe faz a hora, não espera acontecer"! E Deus gosta dessa atitude, sabia? Está olhando pra você. Coragem! "Sê forte e corajoso!" Levanta! faça a obra de um evangelista! Seja uma bênção na tua casa!</span><br />
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<span style="font-size: large;">O seu futuro não está escrito, você pode escrever com Deus uma linda história. Você não é uma tabula rasa, não é um mero produto do meio e nem um objeto passivo das determinações divinas, Deus deseja que você interaja com ele para a construção de seu futuro e para a transformação do mundo ao seu redor. Você com a ajuda do Senhor pode edificar algo bonito, “porque de Deus somos cooperadores” (1 Co 3.9).</span><br />
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<span style="font-family: times new roman;">*Bispo José Ildo Swartele de Mello: Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman;">Vídeo desta mensagem: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=1NS5qcdHT9s" target="_blank">http://www.youtube.com/watch?v=1NS5qcdHT9s</a></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;">Para acompanhar e saber um pouco mais sobre Bispo Ildo Melo, sua trajetória e suas atividades na web e na Igreja Metodista Livre, acesse: </span><a href="http://metodistalivre.org.br/" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://metodistalivre.org.br/</span></a><span style="font-family: times new roman;"> </span></div>
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<span style="font-family: times new roman;">Blog: </span><a href="http://escatologiacrista.blogspot.com/" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://escatologiacrista.blogspot.com/</span></a> <br />
<span style="font-family: times new roman;">Igreja: </span><a href="http://imeldemirandopolis.blogspot.com/" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://imeldemirandopolis.blogspot.com/</span></a> <br />
<span style="font-family: times new roman;">Vídeos: </span><a href="http://youtube.com/ildomello" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://youtube.com/ildomello</span></a> <br />
<span style="font-family: times new roman;">Novo Canal de Vídeos: </span><a href="http://vimeo.com/channels/mensagem" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;"></span><span style="font-family: times new roman;"></span> </a><a href="http://vimeo.com/channels/mensagemMP3">http://vimeo.com/channels/mensagemMP3</a><span style="font-family: times new roman;">MP3</a>: </span><a href="http://divshare.com/download/12472628-291" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://divshare.com/download/12472628-291</span></a> <br />
<span style="font-family: times new roman;">Estudos: </span><a href="http://scribd.com/ildomello" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://scribd.com/ildomello</span></a><span style="font-family: times new roman;">Siga-me: </span><a href="http://twitter.com/ildomello" style="color: #003366; text-decoration: none;"><span style="font-family: times new roman;">http://twitter.com/ildomello</span></a> <br />
<strong>Imagem:</strong> Bispo Ildo Mello<br />
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Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-63853010322686739342011-09-19T11:52:00.000-07:002012-05-25T22:21:00.108-07:00Fé, razão e livre arbítrio.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2HRC5qFHPCacvLHYA_3EC84PDeesjcU6_Eovr2QufR8OzyL5Tq3mZuKDsvdUix3iVWYXxGBv4msidRXud94eAxOVg52h4Gu7aAgX77g6fAElNMbYOMiRr2haVic-C4bql4mmC76e2cPU/s1600/escolhas.jpg"><span style="font-family: times new roman;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654146396359138194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2HRC5qFHPCacvLHYA_3EC84PDeesjcU6_Eovr2QufR8OzyL5Tq3mZuKDsvdUix3iVWYXxGBv4msidRXud94eAxOVg52h4Gu7aAgX77g6fAElNMbYOMiRr2haVic-C4bql4mmC76e2cPU/s320/escolhas.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 236px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></span></a><span style="font-family: times new roman;"> </span><span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><strong>Fé, razão e livre-arbítrio.</strong></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Desde sua época clássica, a filosofia, na prática de vários filósofos, motiva o homem a se auto conhecer. Com Sócrates os cidadãos gregos foram incentivados a fazer uma análise profunda, reflexiva, sobre si próprios. Percebe-se essa chamada na famosa fórmula: conheça-te a ti mesmo. A chamada socrática não influiu apenas na Grécia Clássica, causou um influxo na cultura ocidental. A busca pela compreensão de si próprio, endossada por Sócrates, foi continuada pelo seu discípulo Platão - que define o homem como um animal capaz de ciência.(1). Aristóteles corrobora seu mentor afirmando que “o homem é o único animal que possui razão” com essa razão o homem é capaz de julgar o que é bom ou mau para si e também o que é justo e injusto.(2). O filósofo de Estagira não encerra sua definição do homem como sendo um ser racional, na sua obra Política, afirma que o homem é um animal político (Zoon Politikon) pois, é na pólis (cidade estado) e através dela, que o homem constrói sua existência. Aristóteles entendia que o homem tanto vive na pólis como vive para a pólis.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Não se pode se auto conhecer ignorando as estruturas que estão por trás de sua formação existencial. O legado dos filósofos clássicos, que tentando compreender o que é e como é o ser humano, estudando a estrutura que o sustenta, ajuda-nos a compreender o que somos e por que somos como somos. Não podemos nos conhecer sem examinar a estrutura que nos sustenta. Seguindo a orientação de Platão e Aristóteles arrogamo-nos seres racionais e encontramos nessa característica o aspecto fundamental que nos distingue dos demais animais. Assim, afirmamo-nos racionais e tratamos os demais seres como irracionais.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em tempos hodiernos os termos outrora usados perderam sua força descritiva, por essa razão, afirmarmo-nos como seres racionais com a intenção de, com essa conceituação, definir nossa identificação existencial. Portanto, não basta, afirmamo-nos seres racionais, é preciso compreender o significado efetivo da razão. Afinal, o que é ser um ser racional? Grosso modo ser racional é ter uma vivência pautada na razão, ou seja, é um ser que busca parâmetros lógicos, ou que se posiciona sobre quaisquer coisas a partir de questionamentos. O filósofo italiano Nicola Abbagnano, entre outras explicações, assim define o termo razão: “Referencial de orientação do homem em todos os campos em que seja possível a indagação ou a investigação. Nesse sentido podemos dizer que a razão é uma 'faculdade' própria do homem, que o distingue dos animais.”(3) Portanto, se somos seres racionais, somos seres orientados por nossos juízos, modelado pelas percepções racionais.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Como seres animais percebemos a importância da razão, mas, no âmbito espiritual, podemos excluir a nossa característica racional na busca de uma vivência espiritual? Pode-se viver cristianismo sem o uso de nossa racionalidade?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Falando sobre um dos momentos mais sérios do culto cristão, em que é rememorada a morte de Cristo, a chamada Santa Ceia, o apóstolo Paulo exortava os crentes de Corinto, que não se portavam na ceia de maneira adequada, da seguinte forma: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo (...)” (1 Co11:28a). Em outro momento, ainda endereçando sua fala aos coríntios o apóstolo afirma: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.”(2 Co 13.5). Chamar o homem a se autoexaminar é entre outras coisas evocar a sua racionalidade, convidá-lo a uma profunda reflexão sobre si mesmo. É convidá-lo a praticar juízos. É chamá-lo ao exercício sua autonomia como pessoa humana.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Observando essa questão com perspicácia perceberemos outras questões implícitas se apresentarem. Iniciaremos com a questão do convite paulino à prática do autoexame.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>O autoexame bíblico.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O ser racional é um ser entre outras coisas, que busca compreender as coisas e encontrar um sentido que satisfaça sua razão. Podemos afirmar que essa é uma das características que compõe nossa identidade existencial. Existe em cada ser humano, mesmo na mais tenra idade, certo grau de curiosidade. Essa curiosidade é o desejo de conhecer e significar as coisas. Fomos feitos assim. Lendo a narrativa dos Gênesis percebemos já no primeiro homem esse desejo de compreender e dar significado. O fruto que comeu Adão e Eva foi o fruto “da árvore do conhecimento do bem e do mal”(Gn 2.17). Eva quando comeu o fruto, entre outras coisas, foi motivada pelo fato de ser a “árvore desejável para dar entendimento” (Gn 3.6). Com essas informações, podemos estabelecer então que o exercício de buscar compreensão faz parte da vivência racional, em outras palavras, faz parte da experiência humana. Não há homem em estado sadio que não deseje compreender as coisas que se apresentam em sua existência. Por isso, buscar entender o porque de uma exortação bíblica se configura como uma ação naturalmente humana, além de naturalmente cristã. Doravante, levantaremos a seguinte questão:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">por que, com que propósito, o homem é exortado nas escrituras a se autoexaminar? Será que esse convite é apenas retórico, ou não tem nenhum real propósito?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O apóstolo Paulo é um dos personagens bíblicos que mais evoca a razão humana. Além de suas exortações citadas fala de um “culto racional” e reprova o culto ininteligível, por exemplo, num ambiente onde são pronunciadas línguas “desconhecidas” tornando a manifestação dos fiéis incompreensível ao entendimento do povo. Pode-se falar a respeito de Paulo que ele buscava na igreja a prática da espiritualidade unida a racionalidade. Com acerto afirma-se que Paulo desejava que os fiéis cristãos tivessem a clara percepção da fé que professavam e das práticas em que se envolviam. Portanto, o convite de Paulo ao autoexame tinha como real propósito fazer o cristão perceber se realmente estava em sintonia com a fé que afirmava adotar, com a finalidade última de fazê-lo se arrepender e se corrigir, caso percebesse desarmonia entre as ações praticadas e a fé professada. Nota-se, na preocupação de Paulo, um desejo de que os crentes percebam a necessidade de assumir, a partir, e com o favor da graça já alcançada, a responsabilidade pela manutenção de sua vida espiritual. Nesta ênfase paulina fica claro que o crente só poderá agir em prol de sua espiritualidade, com o uso de sua racionalidade, associada a graça de Deus – por isso é convocado pelo apóstolo a refletir sobre si mesmo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Assim, pois, Aquele que julga estar de pé, tome cuidado para não cair.” (1Co 10.12)</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Autoexame como indicação de possibilidades condicionais.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Outra questão importante que a reflexão sobre autoexame bíblico suscita é a sobre a existência de possibilidades condicionais a partir das escolhas e práticas humanas. Se existe a necessidade da autoreflexão, é porque alguma coisa, com o consórcio da graça, deve fazer o homem em prol de si mesmo a fim de se apropriar da oferta dessa graça já atuante. Por intermédio de João, Cristo exorta a igreja de Éfeso com estas palavras: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.” (Ap 2:5) A expressão “lembra-te” tem o mesmo apelo daquela usada pelo apóstolo Paulo na Epístola aos Coríntios, “examine-se a si mesmo” ou seja, incitar os crentes a prática da autorreflexão visando um concerto pessoal. A exortação de Cristo é marcada por uma advertência – o castiçal será tirado da igreja, caso ela não se arrependa. Portanto, o crente de Éfeso deve fazer uma autoanálise para perceber o seu erro, reconhecê-lo e se arrepender de sua prática. Somente assim, não lhe ocorrerá o infortúnio prometido pela profecia. Se não houvesse a necessidade da postura pessoal da prática do autoexame, isso poderia significar que a postura pessoal do homem não se faz necessária pois tudo estaria previamente determinado. Por outro lado, se os crentes são convocados a repensarem sobre suas práticas, é porque por Deus deseja uma postura pessoal em prol da continuidade da ação da graça, e esta postura será também, juntamente com a graça já atuante, determinante para a sua salvação.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Livre arbítrio percebido na experiência existencial e espiritual.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Além das passagens bíblicas, podemos nos valer de nossa experiência pessoal para perceber a importância de nossa razão. Juntamente com a importância do uso de nossa razão, em nossa existência podemos provar a efetividade de nosso livre-arbítrio. Diariamente somos colocados diante de escolhas. Cada passo tomado testemunha uma escolha adotada. Como diria Jean-Paul Sartre até escolher não escolher se configura como uma escolha, ou seja, negando o exercício de nossa liberdade, na opção por não usá-la, já estamos a usá-la. Quando pensamos sobre o que fazer, com nossa razão, estamos a praticar juízos e por fim, praticando escolhas. Na vivência de nossa espiritualidade, é clarividente o livre-arbítrio. Percebemos a luta da carne contra o Espírito, e como cristão, lutamos para satisfazer o Espírito. No alcance de nosso desejo, ou no lamento pelo fracasso, percebemos o nosso livre-arbítrio. Usando as palavras de Paulo, no bem que quero fazer ou no mal que não quero fazer. Na afirmação - bem que quero e mal que não quero – mesmo admitindo o predomínio da carne, o apóstolo destaca o seu desejo pessoal e sua reprovação pessoal, ou seja, o seu juízo sobre as coisas praticadas. A vivência de seus juízos é determinada pelo seu livre-arbítrio. Sem livre-arbítrio desejar não seria possível O apóstolo relata desejos. Seus juízos indicaram sua escolha, pendente mais aos desejos carnais por conta da falência da carne. Porém, o desejo de fazer o bem na totalidade da vida do apóstolo não foi frustrado, sua trajetória mostra que não, pois, posteriormente, ele mesmo testemunhou que combateu o bom combate e guardou a fé. Portanto, qual deve ser a atitude do cristão? Refletir sobre sua própria situação, a fim de perceber sua fragilidade e procurar andar no Espírito.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.<br />Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?<br />Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne." (Gl 4. 1-7-13-16)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>O pensamento determinista não é encarnado.</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Quem afirma crer na efetividade do livre-arbítrio mostra coerência entre a afirmação e vida com muita naturalidade. Cada escolha praticada, cada gesto de preocupação, cada momento de reflexão indica que ele leva a sério a ideia de que sua vida é pautada por escolhas e que suas escolhas são determinantes tanto para sua existência física quanto para sua vida espiritual. Até mesmo as pessoas que acreditam no determinismo, pensam seriamente sobre suas escolhas. Mesmo aquelas que dizem acreditar que até o querer do homem já está determinado, não agem como se acreditassem em tal coisa. Falam que todas as coisas já estão dispostas por Deus, mas lutam por refutar uma teologia contrária a sua, ou por convencer pessoas adeptas a correntes teológicas contrárias a adotarem a sua. Lutam, se enraivecem, se envaidecem e se gloriam, se caso acreditam terem conseguido encurralar ideias contrárias. Nenhuma delas, ou quase nenhuma, efetivamente professam com suas vidas práticas a predeterminação que professam com palavras. O que geralmente se percebe é a palavra desassociada da vida. Vê-se calvinistas, como qualquer arminiano exercendo o seu livre-arbítrio, por exemplo, no momento de trocar a denominação que dantes frequentava por aquela que professa a teologia que ele passou a adotar. Ou na escolha de sua faculdade, na luta por um melhor emprego, melhor candidato. Se for pai, jamais entregará a criança aos caminhos da predestinação afirmada. Pelo contrário, lutará pela sua salvação, pela sua saúde, pela sua vida estudantil ou trabalhista. Jamais ouvi um pai falar: Minha criança será o que Deus estabeleceu. Ela já está predeterminada, portanto descansarei. Pelo contrário tanto aqueles que afirmam o determinismo calvinista, como aqueles que acreditam que o seu livre arbítrio tem relação com os frutos que colherá na vida, e após ela, agem de tal forma a evidenciar o seu livre-arbítrio, pois traçam planos para si e para os seus. Apesar de crerem na soberania de Deus, não deixam de vivenciar suas opções. Tanto arminianos como calvinistas que não acreditam na liberdade de escolha, lutam por sua fé, como se estivesse a responder o seguinte desafio:</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. (Dt 30.9)</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>Servo racional.</strong></span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Diante das questões apresentadas, que parece provar - que nossa razão, juntamente com a graça, é fundamental para a vivência de uma vida santa e que nossas escolhas racionais em prol da ação da graça é o que define se somos ou não servos de Deus, podemos qualificar o cristão que conscientemente serve a Jesus com fé, como “servo racional”, aquele que, com o auxílio da graça, usa sua razão para investigar suas práticas e escolhas, para com isso, perceber se está ou não em sintonia com os caminhos do Mestre que o chamou.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O servo racional utiliza todos os meios que Deus lhe deu para combater o bom combate, cumprir a carreira e guardar a fé. Acolhe a graça e com o seu auxílio perscruta sua vida e medita na lei do Senhor. Racionalmente cultua a seu Deus. Com o bom uso de sua razão glorifica a Ele – e para alcançar tal feito constantemente pede orientação ao seu mestre que liberalmente lhe dá sabedoria (Tg 1.5) para que o servo racional use sua liberdade com qualidade fazendo sábias escolhas. O servo racional cheio do Espírito, também usa a sua razão para explicar a motivação que rege sobre a sua vida estando “sempre preparado para responder com mansidão e temor a qualquer que pedir a razão da esperança que há em nele.”(1Pe. 3.15)</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Acreditando que a razão humana é fundamental para a efetiva vivência de uma vida cristã, como as orientações de Paulo parecem indicar, devemos acreditar também que o livre-arbítrio se faz fundamental, pois, admitindo a razão humana, deve-se acreditar na necessidade da prática de exercer juízos, apenas possível com a existência do livre-arbítrio, que possibilita a efetividade desta prática. Sem a liberdade de praticar juízos não haveria a possibilidade de um verdadeiro exame pessoal, como orienta o apóstolo Paulo e, por conseguinte, nenhuma escolha seria verdadeira, pois, sem o livre-arbítrio nossa razão não arrazoaria, por estar presa em juízos fora de si mesma. Ademais, se o exercício do autoexame não é possível, por que o apóstolo Paulo orienta igreja a praticá-lo?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><em>Lailson Castanha</em></span><br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;">______</span></span><br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">(1) ABBAGNANO, Nicola. <em>Dicionário de Filosofia Nicola Abbagnano</em>; tradução da 1ª edição brasileira coordenada e revista por Alfredo Bossi; revisão da tradução e tradução de novos textos Ivone Castilho Benedetti. 5ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.<br />(2) Idem<br />(3) Idem</span><br />
<br /></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com39tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-5629221542244500322011-09-09T21:58:00.000-07:002012-05-25T22:37:56.634-07:00John Milton: livre arbitrio, probabilismo, libertade de conciência e revolução<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJJ86ngCa47uL_23qkZ7vHIT0qxy7LihKlBQJulxrzIb9nj8PegNspSC4lQrcRwPZBicfQeZ_WC4X7jMPrHY1G-odqLqu4kL2QPOU64hf-GuzBm5gkE0hkkU3i6WqyEEvC2MJA3VP7ItU/s1600/miltonportrait.jpg"><span style="font-family: times new roman;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5650592433375665138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJJ86ngCa47uL_23qkZ7vHIT0qxy7LihKlBQJulxrzIb9nj8PegNspSC4lQrcRwPZBicfQeZ_WC4X7jMPrHY1G-odqLqu4kL2QPOU64hf-GuzBm5gkE0hkkU3i6WqyEEvC2MJA3VP7ItU/s320/miltonportrait.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 320px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 257px;" /></span></a><span style="font-family: times new roman;"> <span style="font-size: large;"><span style="font-size: xx-small;">325</span> </span></span><span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><strong>Capítulo 3. John Milton: livre arbitrio, probabilismo, libertade de conciência e revolução.*</strong></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;">por Carlos Martínez Valle</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;">“C’est la vraie liberté, et la plus parfaite de pouvoir user le mieux de son franc arbitre et d’exercer toujours ce pouvoir sans en être détourné par la force externe ni par les passions internes, dont l’une fait l’esclavage des corps et les autres font celui des âmes. Il n’y a rien de moine servile que d’être toujours mené au bien, et toujours par sa propre inclination, sans aucune contrainte et aucune displaisir.”<span style="font-size: 78%;">1056</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>3. Introdução ao capítulo 3</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Este capítulo é dedicado, fundamentalmente ao estudo das obras de John Milton (1608- 1674). Considerado um dos poetas mais influentes da lírica britânica, foi também um profícuo polígrafo que escreveu sobre religião, educação, história, lógica, lingística, teatro e política. Seu labor poético se traduziu em uma intensa participação política na primeira Revolução Inglesa e na Restauração. Nomeado Secretário de Cartas Latinas ( a correspondência estrangeira) do Conselho de Estado (1649) depois de escrever <em>The Tenure of Kings and Magistrates</em>, uma obra que defendia a execução de Carlos I, foi comissionado pelo mesmo conselho para defender por escrito o governo revolucionáriofrente aos monarquistas e presbiterianos. A Revolução permite o debate sobre o direito de resistência, a negação do fundamento transcendente da ordem política, a democracia e a liberdade de consciência e Milton toma parte em todos eles. Idoso e cego foi preso por um curto período de tempo durante o <em>Interregnum</em>. Durante os primeiros anos da restauração viveu afastado da vida pública mas, quando cedeu ao ímpeto repressor desta, teve, todavia forças para escrever a favor de uma restrita tolerância religiosa. Milton reúne duas características que o tornam interessante para o nosso estudo, é muito versado em assuntos religiosos e a voz oficial de uma das primeiras revoluções do ocidente. Nos interessa, ademais, porque, como temos visto (0.I .B modelo do estudo), suas crenças religiosas, e a maneiras em que elas afetam suas posições religiosas e a maneira em que estas afetam suas posições políticas são controvertidas, seu</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">326</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">estudo e comparação com as idéias de Calvino e dos molinistas nos permitiram validar conceitos como: puritanismo, Reforma ou a separação das linguagem escolásticas da lei e o humanista da virtude.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Dividiremos nosso estudo da filosofia moral de Milton em cinco seções. Na primeira, estudaremos as bases de sua filosofia moral. (3.I. Fundamentos da filosofia moral de Milton). Depois, veremos a utilização dessas idéias em suas mais diversas defesas da liberdade de consciência (3. II. A liberdade de consciência, imprensa e costumes). A estratégia probabilística de sua defesa. Areopagítica) e nas posteriores (3. III. A liberdade de consciência. A estratégia probabilística de sua defesa. As obras tardias). Vamos analisar como ele usa as mesmas idéias em sua defesa da revolução (3. IV A resistência como uma questão de consciência e dos fundamentos da democracia) e, finalmente, nos fundamentos da democracia (3. V. republicanismo e democracia. As novas propostas ).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A Primeira seção aborda a concepção miltoniana de homem, a lei e o nexo entre os dois, a consciência. Inicia inquirindo às vias as quais poderia ter conhecido as ideias do livre arbítrio e continua analisando a antropologia teológica do <em>Paraiso Perdido</em> e outras obras não primariamente políticas, onde encontramos uma exposição consistente e completa da teologia arminiana. A parte de evidenciar as enormes semelhanças que tem com as obra teológica de Molina, esta análise nos permite, reenviando as analises de sua política que seguem, perfilar de forma sistemática, a significação política de muitas ideias arminianas. Posteriormente estuda sua concepção de consciência e suas críticas a presbiteriana. A anáise da consciência nos leva a da lei, onde podemos comparar suas concepções com as de Calvino e os molinistas. Que estas ideias se mantenham nas primeiras obras, os tratados do divócio ratificam nossa concepção de um Milton heterodoxo desde suas primeiras obras.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">As seções segunda e terceira do capítulo analisam a importância que o livre arbítrio e o probabilismo tem para defesa da liberdade de conhecimento, consciência, imprensa, credo e costumes. Dedicamos duas seções a este assunto porque sua argumentação varia entre as primeiras e as últimas obras adequando-se as necessidades políticas do momento. Exemplificaremos a forma casuísta do debate, estudando a interpretação divergente de passagens bíblicas disputadas desde o rigorosismo biblicista ou o latitudinarismo. A interpretação destes versículos bíblicos constitui uma questão de consciência que</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">327</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">condensa muitas idéias parecidas nas seções (3. II. E. A liberdade cristã como saso de consciência: leitura probabilista da Bíblia e liberdade). Encerramos a seção com o estudo dos limitas que Milton impõe a tolerência e suas razões (3. III. C. Os limites da tolerância).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A quarta seção estuda a justificação da resistência e da revolução contra a monarquia absoluta como um caso de consciência (3. IV. A resistência como um caso de consciência e a fundação da democracia) e consideramos que doutrinas casuístas utilizam as disputas e especialmente Milton.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">A útima seção se ocupa do rechaço da monarquia como forma de governo contrária a liberade, trata dos contraditórios efeitos políticos das ideias da virtude e do livre arbítrio e, por último, como sobre esta última se defende a democracia.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>3. I. Fundamento da filosofia moral de Milton</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>3.I. O conhecimento das ideias arminianas</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">É questionável que Milton, um artista educado nas melhores instituições, que realiza uma “Grand Tour” para completar sua educação mundana e decide estudar isolado entre silvas pudera manter a inocente contradição dos revolucionários que, crendo ou confessando-se calvinistas, fazem uso de ideias elaboradas por pensadores católicos para fundamentar seu proceder político. <span style="font-size: xx-small;">1057</span> Seu interesse na religião, próprio de todo homem culto do século XVIII não lhe permitia ser tão ingênuo.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Seu conhecimento das ideias do livre arbítrio veio de sua educação humanista na Saint Paul’s School, que foi fundada por John Colet, o defensor daquele. Este humanismo e sua insatisfação ante a <em>sillabus</em> do Christ College de Cambridge, onde estudou entre 1625 e 1632, <span style="font-size: xx-small;">1058</span> não parecem impedir sua aproximação ao escolasticismo, pois</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">328</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">acometerá a redação de duas obras de visível conteúdo escolástico. A <em>Art of Logic</em> e o compendio de teologia que provavelmente seja a <em>De Doctrina Christiana</em>. No aprovisionamento de materiais para a redação deste sistema de teologia, que fala de uma distante inquietude à aceitação da ortodoxia estabelecida, ele pode ter obtido informações sobre a dogmática pelagiana através do controversalismo patrístico. No <em>Areopagitica</em> cita São Jerónimo, que combateu a heresia pelagiana, porém, com a <em>Vulgata</em>, fundou a ortodoxia cheia de erros dos católicos, pelo que Milton pode afirmar que tomou por heresia o que eram ensinamentos certos. <span style="font-size: xx-small;">1059</span> A transferência da mudança patrística para seu tempo não podia ser mais fácil, pois, apesar de que o arminiano Vossius escrevera a Antipelagiana, o arminianismo e o molinismo eram universalmente atacados como pelagianismos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Tanto humanistas como escolásticos poderiam ter-se conduzidos a Aristóteles,<span style="font-size: xx-small;">1060</span> por quem manifesta apreço em um bom número de suas obras e provavelmente, pelas mesmas razões dos jesuítas e arminianos: a aceitação do livre arbítrio e a virtude humana. Isto também poderia estar entre as razões de sua relação com o epicurismo, um movimento que na época era igualado a impiedade e imoralidade por negar a providência e a graça. Seguindo o método de dissimular a aceitação de uma doutrina atrás de um moderado ataque ad hominem, rechaça as doutrinas de Epicuro, mas propõe o De rerum naturae como parte do programa educativo em seu <em>Of Education</em>, e no <em>Areopagitica</em> defende a tolerância das “seitas e opiniões que tendam a voluptuosidade e a negação da divina providência”. <span style="font-size: xx-small;">1061</span> Salientava também que Lucrécio “teve a honra de ter sua obra reeditada pelo grande Cícero, pai da república”.<span style="font-size: xx-small;">1062</span> A menção de Cícero junto ao epicurismo nos remeta ao traço comum com Aristóteles, pois todos eles aceitam uma liberdade de decisão que permite ao homem agir racional e moralmente. Como expõe Hobbes em o <em>Behemoth</em>, Aristóteles e Cícero foram fonte de conhecimento moral e de ideias revolucionárias na Inglaterra da época. A reabilitação do Epicurismo na Idade Moderna está relacionado a aceitação do livre arbítrio, a autonomia humana, o</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">329</span><br />
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">indeterminismo e a aceitação moral. Não em vão Gassendi e Bernier se movem em meios Jesuitas e encontram eco em Locke, um arminiano.</span></span><span style="font-family: times new roman; font-size: xx-small;">1063</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Em maio de 1638, finalizados seus estudos, visita Grotius em seu exílio parisiense, forçado pelos calvinistas, de modo que seu arminianismo, papista, sugundo Baxter<span style="font-size: xx-small;">1064</span>, não se lhe pode escapar. As biografias indicam que o interesse de Milton se centrava na exegética humanista, porém isto não se pode desvincular das concepções dogmáticas, de forma que o racionalismo daquela deveria haver-lhe levado ao arminianismo ou vice versa. Milton manterá o interesse pela obra de Grotius durante toda a sua vida, como mostra sua edição de<em> Veritatis Christianae</em> <em>Religio</em> ou a criação do <em>Paraiso Perdido</em>, que tem um de seus modelos no <em>Adamus Exul</em> do holandês. A arriscada autorização, sendo censor governamental, do <em>Catecismo racoviano</em> (1652), a primeira versão inglesa da exposição da fé sociniana, pode também indicar a aceitação da concepção antropológica que compatartilham arminianos e seus interlocutores socinianos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Sua posição favorável ao divórcio o coloca já desde as suas primeiras obras no campo da heterodoxia, mas, justamente nestes textos heterodoxos aparecem algumas de suas confições formais de ortodoxia, em geral, unidas a uma resitência ao arminianismo, o que é um indicador claro de seu conhecimento. Em <em>The Doctrine and Discipline of Divorce</em> de 1644 (relembrando que a guerra havia começado apenas um ano antes e o poder está nas mãos dos presbiterianos) proclama sua ortodoxia atacando os <em>“Jesuits and that sect among us which is nam‘d of Arminius” quienes “wont to charge us of making God the author of sinne”</em>1065, quem “wont to charge <em>us</em> of making God the author of sinne”<span style="font-size: xx-small;">1065</span>, com o que sublinha sua aderência “us” a ortodoxia frente aos defensores do livre arbítrio, a quem ataca juntos criteriosamente. Que, no entanto explicitamente baseia seus argumentos nas ideias arminianas de Grotius, minando a credibilidade da confissão.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">O mesmo jogo duplo se repete no <em>Areopagitica</em>.<span style="font-size: xx-small;">1066</span>. A sentença, que associa de novo ao arminianismo com o jesuitismo e a escolástica (que lhe dá um grande poder de penetração entre os pastores e doutores protestantes), aperece em outro texto em que o</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">núcleo argumentativo é arminiano. A habilidade retórica de Milton consegue não só introduzir conteúdos heterodoxos, mas carregar textos com perguntas e referir a fontes ao leitor inteligente e atento. Em um texto em que pede a liberdade para buscar a verdade e a salvação, o rechaço de Arminius, que havia sido persiguido por suas idéias, é chocante.<span style="font-size: xx-small;">1067</span> O próprio texto da passagem é irônico, pois sustenta que, como agudo e perspicaz que era, a Arminius bastou ler um livro, de um autor de Delft (possivelmente Dirk Coornhert) para converter-se ao livre arbítrio. A dissimulação que Milton utiliza nesras citações é uma tática relacionada ao probabilismo e o latitudinarismo moral, como mostra a condenação de Calvino ao mesmo Dirk Coornhert por nicodemismo. A citação nos permite afirmar que, na época que escreveu Areopagita, o inglês tinha um conhecimento de primeira mão das doutrinas arminianas, pois só podia ter encontrado a relação da converção de Arminio ao livre arbítrio na De vita et Obitu <em>D. Iacobi Arminii oratio</em> de Petri Berti.<span style="font-size: xx-small;">1068</span> Que Milton conhecia a obra de Berti parece exprimir-se dos adjetivos com os quais qualifica a Arminius no Aeropagita (1644): accute and distinct, que são uma tradução dos de Berti: perspicué y distincté.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Estas declarações retóricas de ortodoxia tem enganado os redatores da edição crítica das obras em prosa de Milton, que mantém sua ortodoxia pelo menos até sua última confissão no ano de 1664, sem se dar conta, as confissões não são em terminologia protestante, senão puro lip-work.<span style="font-size: xx-small;">1069 </span>Os estudiosos também se apóiam nas primeiras obras, naquelas que defende a disciplina eclesial presbiteriana, para afirmar sua proximidade as ideias calvinistas, mas está claro que baseia suas argumentações em ideias arminianas e que a aceitação da disciplina presbiteriana é um movimento tático que visa a redução da igreja da Inglaterra com a intenção de alcançar mais liberdade e tolerância. <span style="font-size: xx-small;">1070</span> Porém as manifestação mais evidente da conservação de posturas arminianas por Milton nos ofertam por suas próprias obras.</span><br />
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">3</span><span style="font-family: times new roman;">31</span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>A teologia arminiana de John Milton</strong></span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Todas as obras de Milton que temos analisado contêm componentes arminianos, porém, para expor seu pensamento, temos feito especial uso daquelas que não tem um fim diretamente político, e que ocupam uma extensão temporal coincidente com a sua vida produtiva: <em>Paradise Lost</em>, <em>The Art of Logic</em>, <em>The Doctrine and Discipline of Divorce</em> y <em>Tetrachordon</em>.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Contra as previsões que se podem receber por se tratar de um texto poético, que são de esperar as correspondentes licenças com o material teológico, o <em>Paraíso Perdido</em> (1674) se revela como uma obra muito consistente e rica em teologia. Não é estranho que, em um momento, em que a justificação e a salvação é um tema central em toda a Europa, nosso autor fixe sua atenção no Gênesis, o texto sobre o qual gira a discussão sobre a natureza humana e os efeitos da o pecado original. O Paraíso é uma obra de política religiosa que pretende marcar definitivamente as linhas da leitura de Gênesis, entre outras, sob pauta arminiana. Em suma, esta corrente permitia tal atividade, ao aceitar a capacidade do homem para interpretar as Escrituras. Em segundo lugar temos elegido o “<em>The Art of Logic</em>” (1673), um tratado de lógica que segue um modelo ramista e que nos recorda muito algumas partes das <em>“Disputaciones Metafísicas”</em>, pois, de maneira similar, contém, em algumas de suas partes, pequenos ensaios teológicos. Seu caráter escolástico se faz muito interessante para uma comparação terminológica com as doutrinas dos jesuítas. Sua primeira <em>"The Doctrine</em> and<em> Discipline of Divorce”</em> e “<em>Tetrachordon</em>” têm também uma grande carga teológica e jurídica, pelo que nos serviram fundamentalmente para analisar sua compreensão da lei de Deus. Em quarto lugar, dispomos da <em>“De doctrina christiana”</em>, um manual teológico que, apesar de retomar o título de Agostinho, é muito heterodoxa e tem traços escolásticos. Foi descoberta em 1823, atribuída a nosso autor e incluída na edição crítica de suas obras, em <em>“John Milton Complete Prose Works”.</em> O problema dessa obra é que sua autoria permanece incerta. Como conclusão da disputa sobre sua atribuição, que Hunter pois em duvida e atribuiu a um arminiano holandês, parece poder resumir-se que Milton havia trabalhado nela boa parte de sua vida e especialmente nos anos de criação do <em>Paraíso Perdido</em> (<em>Paradise Lost</em>). Porém, devido provavelmente à cegueira e a troca de amanuenses, que deveriam ser confiáveis por conta da natureza herética do texto, permaneceu inacabado, e suas ideias podem não refletir com certeza as de Milton. Não pretendemos agregar-lhe De Doctrina, senão, só nos servirmos delas, ao ser claramente arminiana, como instrumento interpretativo para analizar o arminianismo de Milton. O fardo da prova de arminianismo recai só nas outras obras.<span style="font-size: xx-small;">1071</span> Na continuação, analisaremos a concepção miltoniana de livre arbítrio e das ideias que dela derivam na teodicéia, a soteriologia e o direito.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;"><strong>3. I. B1. Livre arbítrio: libertas a necessitate e aequilibrium indifferentiae</strong></span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Como Molina, Milton parece preferir o uso do substantivo “libertad” (freedom, liberty) ou do adjetivo “livre” <em>(free)</em> ao composto “livre arbítrio” <em>(free will),</em>mas no <em>Paraiso</em> <em><span style="font-size: xx-small;">1072</span></em> e <em>De Doctrina</em> <span style="font-size: xx-small;">1073</span> usa-os como termos sinônimos, pois aparecem no mesmo contexto em que antes encontramos o termo liberdade. <span style="font-size: xx-small;">1074</span> A equiparação ou dissolução do conceito de livre arbítrio no de liberdade, quiçá, efeito do pelagianismo, estando já difundida na Inglaterra em meados do sec. XVII, como mostra a obra póstuma de Hammond <em>“The extracts of Three Letters Concerning Gods Prescience reconcilied with Liberty and Contingency”</em> cuja marca molinista/arminiana é clara na substituição de livre arbítrio por <em>Liberty</em> no desejo de reconciliação dos mesmos conceitos que na <em>Concordia</em>. A substituição do termo free will (livre arbítrio) por liberdade podem culminar na rejeição do termo, não de seu conteúdo, no <em>Essay</em> de Locke.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Talvez o momento onde o Paraiso glosa com maior precisão a doutrina soteriológica seja nos versos 93 – 132 e 172 – 202 do Livro III. Neles, deus prevê a queda do homem, porém afirma que nem a sua presciência nem sua vontade o tem predestinado para a queda, mas que, pelo contrário, o decreto para ele é a liberdade, pelo que o dotou de razão e</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">vontade suficiente para não cair. Desta forma, Deus “limpa sua própria justiça e sabedoria de toda imputação” <span style="font-size: xx-small;">1075</span> de ser a origem do mal. Deus manifesta o propósito de conceder sua graça ao mundo para que este não morra eternamente, a condição de que se satisfaça sua ofensa, momento em que Cristo oferece seu sacrifício como meio para que o homem recobra suas faculdades naturais . A seguir, Milton versa a formula soteriológica para o homem caído, para quem o decreto da salvação é universal e condicional e onde o arrependimento, a aceitação voluntária da chamada universal a graça e a obediência são os caminhos para a salvação. Em seguida, analisaremos mais cuidadosamente essas passagens e outras que ajudam a perfilar seu significado. Nossas explicações serão esquemáticas, porque o leitor já tem recebido informações suficientes no capítulo dedicado a Molina, com quem as concepções de Milton guardam uma notável semelhança.</span><br />
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Pois o homem crerá em suas mentiras (de Satanás) / E facilmente quebrará o único mandamento / A única cura de sua obedência: assim cairá / Ele sua descendência sem fé: De quem é a culpa? / De quem, senão sua? Ingrato recebeu de mim (Deus) / tudo o que podia ter; Fiz-lhe justo e reto, / Suficientemente para ter suportado, porém, livre para cair / Assim criei todos os poderes etéreos / e os espíritos, ambos, os que resistiram e os que caíram / livremente resistiram e caíram. / Se não tivessem sido livres, que prova sincera poderiam ter dado? / De verdadeira aliança, fé e amor constante?</span></span><span style="font-family: times new roman; font-size: xx-small;">1076</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Deus prevê que o homem irá escutar as mentiras de satanás e violar o únio mandamento que lhe deu, rompendo sua obediência e perdendo-se ele e a sua descendência “falta de fé” (faithless progeny). Esta falta de fé parece indicar que Milton vá usar a doutrina protestante da falta de fé como características dos caídos. <span style="font-size: xx-small;">1077</span> mas nos versos seguintes a filiação arminiana de seu pensamento fica clara: Deus fez o homem reto e justo, deu-lhe força suficiente para resistir à tentação, mas também, falibilidade e liberdade para cair, <span style="font-size: xx-small;">1078 </span>de maneira que a queda não é preordenada pela vontade divina, senão que depende somente da livre vontade dos anjos e dos homens, que eram, portanto, livres/ caindo ou resistindo”.<span style="font-size: xx-small;">1079 </span>Esta liberdade para cair ou manter-se em</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">obediência a Deus é um dos aspectos ou modos pelo qual se manifesta o livre arbírio. As mesmas concepções se repetem em outros versos:</span><br />
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Sem liberdade, que glória receberia 107/ eu?. Ou, que deleite dessa obediência?, / Sem vontade o razão (a razão é escolha), / Inúteis e vãs despojads de liberdade, / passivas para a necessidade obedeceriam, / E não a mim. Mas, como era correto. / Assim foram criados”.</span></span><span style="font-family: times new roman; font-size: xx-small;">1080</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Milton demonstra que a razão e a vontade, as duas faculdades componentes do livre arbítrio, devem ser livres para ser úteis, para poder atuar moramente e mostrar a obediência pela qual o homem se faz agradável a Deus. Afirma que estas faculdades estão livres de sujeição à necessidade, isto é, libertas a necessitate como base da liberdade e do livre arbítrio. Aceita também a mesma fundamentação da libertas a necessitate que propõe Molina, que, com base, especialmente na contingência da vontade, pois sustenta que após a restauração das faculdades por Cristo, “está armada contra todas as tentações”. <span style="font-size: xx-small;">1081 </span>O que repete no livro V onde reafirma que o homem mantém, após a queda, o livre arbítrio e que este é incompatível com a necessidade e o destino, e concede poder ao homem para obedecer voluntariamente a Deus e alcançar a felicidade. Ou de outra maneira, só a ausência da necessidade na escolha libera a razão e a vontade e pemite o livre arbítrio.<span style="font-size: xx-small;">1082</span> Na De Doctrina, a esitência da razão se supõe como suficiente condição do livre arbítrio. <span style="font-size: xx-small;">1083</span> Milton também manifesta que a liberdade permite a prova do homem e que é a obediência livre que encontra aceitação em Deus. Todas estas ideias são essencialmente idênticas as que mantêm Molina e sua Concordia. Para nós, ademais, os versos acimas citados tem uma significação fundamental, pois é uma citação quase literal da afirmação que, já em 1644, concentra a argumentação em favor da liberdade de imprensa no<em> Aeropagita</em> (alí “for reason is but choosing”, aquí “Reason is but choice”) (ver 3. II. C1. O livre arbitrio como probabilidad intrínseca).</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Mas, como vimos no segundo capítulo, a mera existência de um arbítrio livre, com <em>libertas a necessidade</em>, e capacidade de raciocínio não pressupõe a liberdade, pois a verdadeira liberdade, sustenta Milton, exige obedecer a Deus hispostasiado na razão, o que afirma nos seguintes versos: Deus deixou livre a vontade, para que obedeça / a razão é livre e feita pela razão correta”.<span style="font-size: xx-small;">1084</span> A necessidade da escolha racional para alcançar a liberdade se mantém claramente em <em>The Art of Logic</em>.<span style="font-size: xx-small;">1085</span> Milton está afirmando também uma concepção similar a de Molina que considera a verdadeira liberdade como a busca da felicidade através da obediência e a razão (ver algumas concepções políticas desta ideia em 3. V A. O remédio da tirania e as contradições da virtude).</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Milton também baseia seu conceito de livre arbítrio nos mesmos princípios que propõe Molina (estudaremos a autonomia no próximo ponto parágrafo b). Assim, por exemplo, menciona a contingência e a indeterminção ao longo do texto (contingency, chance, risk, hazard), e diz que, ainda que Deus seja livre delas, restringe sua vontade e não exerce sua onipotência a fim de permitir sua existência no mundo.<span style="font-size: xx-small;">1086</span> Pelo contrário, Satanás usa a contingência (chance) introduzir-se no Paraiso e seduzir o homem,<span style="font-size: xx-small;">1087</span> permitindo sua queda e salvando a justiça divina. Origem do pecado ou da livre obediência, os anjos caídos e os homens se vêem submetidos a ela.<span style="font-size: xx-small;">1088</span> (Para as consequências políticas da contingência: 3. IV. F1. Probabilismo e ordenação divina de poder ou 3. II. C2. A dúvida e a probabilidade como base da indiferença).</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Também sustenta que para que a escolha seja livre as opções devem aparecer equilibradas à percepção do homem, como se fossem indiferentes, não necessárias:</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">“Outra vez renovarei, / Seus poderes caídos, ainda que tenham sido escravizados, / Pelo pecado de loucos e exorbitantes desejos: / Sustentado por mim se levantará outra vez / Sobre um solo equilibrado – nivelado – frente a seu mortal inimigo, / Mantido por mim para que entenda, quão frágil, / Sua condição caída é e como a mim deve, / oda a sua libertação e sómente a mim”<span style="font-size: xx-small;">1089</span>.</span><br />
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<span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Em solo equilibrado (even groud) que permite ao homem enfrentar o mal apesar do pecado, é uma metáfora do <em>aequilibrium indifferentiae</em> que, segundo Sergio Nelli, é a marca característica do molinismo.<span style="font-size: xx-small;">1090</span> A imagem se volta a repetir no livro X onde se afirma que nenhum decreto divino concorreu (concurring) a necessitar a queda, pois Deus desejou ao homem a sua própria escolha realizada em uma balança imparcial ou nivelada (even).</span></span><span style="font-family: times new roman; font-size: xx-small;">1091</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Ademais, a graça que restaura as faculdades fazendo-as equilibradas frente ao mal e “não concorre” na decisão é conceitualmente idêntica ao “concurso indiferente” de Molina. Assim, o livre arbítrio em Milton também se manifesta na liberdade de secolha contraditória.<span style="font-size: xx-small;">1092</span> Para terminar de perfilar a idéia do concurso indiferente, Milton afirma com terminações idênticas as de Molina, que a graça não determina a escolha do arbítrio, pois só “convida”<span style="font-size: xx-small;">1093</span> e não é irresistível, pois pode ser desprezada.<span style="font-size: xx-small;">1094</span> Esta ideia é chave para entender a condicionalidade da salvação que ambos defendem.</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Muitas das características do livre arbítrio se resumem nos molinistas em um par de conceitos como causa eficiente, agente livre, etc. Os poemas não são lugar para buscar terminologia de sabor escolástico, mas em <em>Art of Logic</em> e <em>De Doctrina</em> as similitudes doutrinárias se traduzem inclusas em uma terminologia similar a que usam os jesuítas. Na promeira, Milton faz uma dissertação teológica em que sustenta que “as causas que atuam através da natureza, o fazem por necessidade, enquanto que as que atuam através de deliberação, o fazem livremente”, retomando, assim, as categorias de causa natural e livre dos escolásticos. “Atuam livremente, continua, aquelas causas (...) que se guiam pela razão e deliberação, como os anjos e o homens (...). Porque a liberdade é o poder de fazer ou não fazer isto ou aquilo, a menos, por suposto, que Deus queira outra coisa ou alguma outra força interfira violentamente”.<span style="font-size: xx-small;">1095</span> As similitudes com a definição da liberdade de Suarez, que também se refere aos seres que atuam através</span><br />
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<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">da deliberação causas livres, são patentes.<span style="font-size: xx-small;">1096</span> Se o homem tem liberadade de ação,<span style="font-size: xx-small;">1097</span> continua Milton, pois Deus não influi na sua escolha, é “causa eficiente”<span style="font-size: xx-small;">1098</span> e independente<span style="font-size: xx-small;">1099</span> de suas próprias ações, uma designação que também usa Molina. Na obra de Molina o livre arbítrio constitue o homem como agente livre, um conceito usado com assiduidade em <em>De Doctrina</em>: “God of his wisdom determined to create men and angels reasonable beings and therefore, <em>free agents</em>”.<span style="font-size: xx-small;">1100 </span>Para Milton, o homem ó perde com a queda a felicidade (os dons espirituais) e a imortalidade, pois com o sacrifício de Cristo e a infusão do espírito recupera seus dons naturais,<span style="font-size: xx-small;">1101 </span>de forma que, como Molina,<span style="font-size: xx-small;">1102</span> o livre arbítrio renovado pelo espírito mantém no homem a imagen de Deus<span style="font-size: xx-small;">1103</span> e sua dignidade.<span style="font-size: xx-small;">1104</span> Em <em>De Doctrina</em> se repete a relação entre a persistênia da imagem divina no homem, os dons naturais restituídos e sua dignidade. O homem é a imagem de Deus porque é agente livre, tem a sagarda capacidade da razão e isto lhe permite fazer boas obras e indiferentes. <span style="font-size: xx-small;">1105</span> (Algumas repercuções políticas desta ideia no: 3. II. C1. O libre arbítrio como probabilidade intrínseca)</span><br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 130%;">______</span><br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">1056 Lebniz, G. Essays de theodicee.<br />1057 Skinner, Quentin. Foundations. II. p. 323.<br />1058 John Milton. Political Writings. Dzelzainis, Martin (ed.) The Tenure of Kings and Magistrates. A Defense of the<br />People of England. Cambridge: Cambridge U.P. 1991. p. X. Véase, también Dzelzainis, Martin. “Milton’s Classical<br />Republicanism” en Armitage. Op. cit. p. 16.<br />1059 “Irenaeus, Epiphanius, Jerom and others discover more heresies then they well confute, and that oft for heresie which<br />is the truer opinion”. Areopagitica. pp. 517-18.<br />1060 “Aristotle therefore, whom we commonly allow for one of the best interpreters of nature and moralitywrites in the<br />fourth book of his politics”. Cit, en Tenure. p. 12 “Aristotle and Marcus Cicero, most sagacious authors if any others<br />are”. Defence. p. 80. Também cita no Divorce, Colasterion y Tetrachordon.<br />1061 “Tanto Epicuro como a liberina escola de Cirene o (…) os cínicos nunca foram postos em questão pelas leis<br />(em Atenas)”. Areopagitica. p. 494.<br />1062 Areopagitica. p. 498.<br />1063 Bonno, G. D. 1955. Les relations intellectuelles de Locke avec la France. Berkeley: University of California Press.<br />1064 Vid (The) Grotian Religion Rediscovered (1658) onde reivindica o Sínodo de Dort e acusa a Grotius de papista.<br />1065 Divorce. p. 293.<br />1066 Areopagitica. pp. 519-520.<br />1067 “Those books (…) which are likeliest to taint both life and doctrine, cannot be suppresst without the fall of learning,<br />and of all ability in disputation, (…) and that evill manners are as perfectly learnt without books (…) and evill doctrine<br />not with books can propagate (…) I am not able to unfold, how this cautelous enterprise of licencing can be exempted<br />from the number of vain and impossible attempts”. Areopagitica. pp. 520-21.<br />1068 Que foi reimpresa como Iacobi Arminii Opera Theologica en 1635 en Frankfurt.<br />1069 Tomas Corns que o exercício do livre arbítrio foi importante para seus primeiros tratados. Corns, Thomas N.<br />“Milton’s antiprelatical tracts and the marginality of Doctrine”, en Dobranski. Op. cit. pp. 39-48.<br />1070 Milton, John. 1953. Complete Prose Works. New Haven: Yale University Press. Vol. II. Part One: The Background.<br />Chapter I. p. 2.<br />1071 Hunter, William B. 1992. "The Provenance of John Milton’s Christian Doctrine." SEL (Studies in English Literature).<br />Vol. 32:pp. 129-142. O debate suscitado deu lugar a um número temático dedicado ao problema no SEL: Lewalski,<br />Barbara K., John T. Shawcross y William B. Hunter. 1992. "Forum: Milton’s Christian Doctrine." SEL (Studies in<br />English Literature). Vol. 32:pp.143-166. Também respondeu Kelly, Maurice. 1994. "Forum II: Milton’s Christian<br />Doctrine. The Provenance of John Milton’s Christian Doctrine: A Reply to William B. Hunter." SEL (Studies in English<br />Literature). Vol. 34:pp. 153-63. En la disputa medió, también, Hill, Christopher. "Professor William B. Hunter, Bishop<br />Burgess, and John Milton." SEL (Studies in English Literature). Vol. 34:pp. 165-186. William Hunter cerró el debate con<br />Hunter, William Bridges. 1998. Visitation Unimplor'd: Milton and the Authorship of 'De doctrina Christiana'. Pittsburgh,<br />Pa.: Duquesne University Press.<br />1072 “But other Powers as great / Fell not, but stand unshak'n, from within 65 / Or from without, to all temptations arm'd. /<br />Hadst thou the same free Will and Power to stand? / Thou hadst: whom hast thou then or what to accuse, / But Heav'ns<br />free Love dealt equally to all”. Paraíso. Book IV. O bien “Hindered not Satan to attempt the mind/ Of man, with strength<br />entire and free Will armed, / Complete to have discovered and repulsed / Whatever wiles of foe or seeming friend”.<br />Paraíso. Book X. Vs. 8-11.<br />1073 “The (…) object of the divine plan was that angels and men alike should be endowed with free will (libero arbitrio),<br />so that they could either fall or not fall. (…) God’s actual decree bore a close resemblance to this, so that all the evils<br />which have since happened as a result of the fall could either happen or not: if you stand firm, you will stay; if you do not,<br />you will be thrown out”. “To sum up in a few words. By virtue of his wisdom God decreed the creation of angels and<br />men as being gifted with reason and thus with free will”. De Doctrina. pp. 163 y 164, resp.<br />1074 Paraíso. Book III. V. 103.<br />1075 Paraíso. Book III. Argument.<br />1076 Paraíso. Book III. Vs. 94 – 105.<br />1077 “For man will heark'n to his glozing lyes, / And easily transgress the sole Command 95 /Sole pledge of his obedience:<br />So will fall, / Hee and his faithless Progenie”. Paraíso. Book III.<br />1078 “Whose fault?/ Whose but his own?, ingrate, he had of mee/ All he could have; I made him just and right, / Sufficent<br />to have stood, though free to fall”. Paraíso. Book III. Vs. 98-100.<br />1079 Paraíso. Book III. Vs. 95-6.<br />Anatomía de la libertad<br />1080 Paraíso. Book III, Vs. 107-113.<br />1081 “But other Powers as great / Fell not, but stand unshak'n, from within 65 / Or from without, to all temptations arm'd. /<br />Hadst thou the same free Will and Power to stand? / Thou hadst: whom hast thou then or what to accuse, / But Heav'ns<br />free Love dealt equally to all? / Be then his Love accurst, since love or hate 70”. Paraíso. Book IV. Vs. 64-70.<br />1082 “Attend (dice Rafael a Adan y Eva): That thou art happie, owe to God; / That thou continu'st such, owe to thy self, /<br />That is, to thy obedience; therein stand./ This was that caution giv'n thee; be advis'd. / God made thee perfet, not<br />immutable 525 / And good he made thee, but to persevere / He left it in thy power, ordaind thy will / By nature free, not<br />over-rul'd by Fate / Inextricable, or strict necessity; / Our voluntarie service he requires, 530 / Not our necessitated, such<br />with him / Finds no acceptance, nor can find, for how / Can hearts, not free, be tri'd whether they serve / Willing or no,<br />who will but what they must / By Destinie, and can no other choose? 535”. Paraíso. Book V.<br />1083 “By virtue of his wisdom God decreed the creation of angels and men as being gifted with reason and thus with free<br />will”. De Doctrina. p. 164.<br />1084 “God left free the Will, for that obeyes/ Reason is free, and Reason he made right”. Paraíso. Book IX, Vs. 351-352.<br />1085 “Only those causes act freely ex hypothesi which do things through reason and deliberation, as angels and men”. The<br />Art of Logic. I Ch. V. pp. 226-7.<br />1086 “Though I uncircumscrib'd my self retire, 170 / And put not forth my goodness, which is free / To act or not,<br />Necessitie and Chance/ Approach not mee, and what I will is Fate”. Paraíso. Book VII.<br />1087Por ejemplo: Paraíso. Book IV. V.530.<br />1088 Paraíso. Book II. Vs. 285-90.<br />1089 Paraíso. Book III, Vs. 172-182.<br />Anatomía de la libertad<br />1090 Nelli, Sergio. 1982. Determinismo e libero arbitrio da Cartesio a Kant. Torino: Loescher. p. 11 y ss.<br />1091 “On his bad Errand, Man should be seduc't / And flatter'd out of all, believing lies / Against his Maker; no Decree of mine / Concurring to necessitate his Fall, / Or touch with lightest moment of impulse 45/ His free Will, to her own<br />inclining left / In eevn scale”. Paraíso. Book X. Véase también Treip, Mindelene Ann. 1991. "Reason is Also Choice?<br />The Emblematics of Free Will in Paradise Lost." SEL (Studies in English Literature). Vol. 31:pp. 147-177.<br />1092 “For freedom is the power to do or not to do this or that, unless of course God wills otherwise or some other force<br />violently interferes”. The Art of Logic. I Ch. V. pp. 226-7.<br />1093 “While offered grace / Invites” Paraíso. Book III. Vs. 187-88.<br />1094 “Por la vocación interna sólo se sienten estimulados e invitados, pero (…) los actos emanan del libre albedrío, sin<br />cuya colaboración, prácticamente no existirían” Concordia. p. 40. Dis. 5. § 8. Véase también Concordia. p. 221, dis.10.<br />1095 The Art of Logic. I Ch. V. pp. 226-7.</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">Tradução livre do espanhol: <em>Lailson Castanha</em></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;"><strong>Fonte:</strong></span><span style="font-family: times new roman; font-size: 85%;">http://eprints.ucm.es/7742/1/T29802.pdf<br />http://eprints.ucm.es/7742/<br /><strong>*Conteúdo componente da Tese doutoral</strong> ANATOMÍA DE LA LIBERTAD: EL LIBRE ARBITRIO Y EL FUNDAMENTALISMO PROTESTANTE, EL ANTIRRIGORISMO ESCOLÁSTICO Y EL REPUBLICANISMO HUMANISTA, apresentada por Carlos Martínez Valle na UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID<br />FACULTAD DE CIENCIAS POLÍTICAS Y SOCIOLOGÍA Departamento de Historia del Pensamiento I<br /><strong>Imagem:</strong> John Milton</span><br />
<br /></div>
Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-38931726111648929562011-07-20T13:25:00.001-07:002012-05-25T22:49:38.230-07:00O amor, o temor, a confiança e a honra que são devidos do homem para Deus.<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj91MizN8o69AQyjlkVOD1l2eGXFwvL-Lvjtwapqwl3TrRsMe_ewToSLJi3Yo80VKVohRTRgj6GIrW4mcYg1augbteGaPQFHW8k9-Qm7hvfgC7mBuqe5XuPnYskPFSzT7SPyjbT4kdwvg/s1600/Jacobus%252520Arminius.jpg"><span style="font-size: 130%;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5631533830570309858" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj91MizN8o69AQyjlkVOD1l2eGXFwvL-Lvjtwapqwl3TrRsMe_ewToSLJi3Yo80VKVohRTRgj6GIrW4mcYg1augbteGaPQFHW8k9-Qm7hvfgC7mBuqe5XuPnYskPFSzT7SPyjbT4kdwvg/s400/Jacobus%252520Arminius.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 230px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></span></a><span style="font-size: 130%;"> <span style="font-size: large;">Disputa 72.<br />O AMOR, O TEMOR, A CONFIANÇA E A HONRA QUE SÃO DEVIDOS DO HOMEM PARA DEUS.</span></span><br />
<br />
<em><span style="font-size: large;">Jacobus Arminius.</span></em><br />
<br />
<span style="font-size: large;">I. Estes atos em geral podem ser considerados tanto no primeiro ato, ou no segundo. No primeiro, eles aparecem sob a denominação de afeto, no segundo, eles conservam neles o apropriado nome dos atos. Mas em consequência da íntima união e acordo de natureza entre um afeto e um segundo ato, amor, medo, confiança e honra, recebem a mesma denominação de "um afeto", e um ato".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">II. O amor a Deus é um ato obediente do homem, pelo qual ele prefere consciente e voluntariamente, antes de todas as outras coisas, a união de si mesmo com Deus e obediência à lei divina, à qual é subjuntado um ódio de separação e de desobediência.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">III. O temor de Deus é um ato obediente do homem, pelo qual ele consciente e voluntariamente teme antes de todas as coisas e evita a desagradar a Deus, (que é colocado na transgressão dos seus mandamentos,) sua ira e repreensão e alguma [sinistra] estimativa nefasta dele para não ser separado de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">IV. Confiança em Deus é um ato obediente do homem, pelo qual ele consciente e voluntariamente repousa em Deus somente, certamente esperando e esperando dele todas as coisas que são salutares ou salvadoras, no qual também compreende a remoção de males.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">V. A honra de Deus é um ato obediente do homem, pelo qual ele conscientemente e voluntariamente retribui a Deus gratidão por suas virtudes excelentes e atos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">VI. O objeto primário de todos esses atos, como eles são prescritos pela lei e é dever do homem, é o próprio Deus, porque, por qualquer outra coisa que estes atos devam ser realizados, eles devem ser executados por conta de Deus e através de seu mandamento, caso contrário, ninguém pode realmente chamá-los de "bom".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">VII. A razão formal do objeto, isto é, por que esses atos podem e devem ser realizados para Deus, é, a sabedoria, bondade, justiça e poder de Deus, e os atos praticados por ele de acordo com e através deles. Mas permitamos que isso seja objeto de uma piedosa discussão, - qual destes, ao exigir atos simples, obtém precedência, e o que deles seguem?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">VIII. A causa imediata desses atos é o homem, de acordo à sua compreensão e inclinação, bem como a liberdade de sua vontade, não como o homem é natural, mas como ele é espiritual, novamente formado após a vida de Deus.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">IX. A causa principal é o Espírito Santo, que infunde no homem, pelo ato da regeneração, os afetos do amor, medo, confiança, honra e, através da graça excitante que move e o incita a atos segundos, e por meio da cooperação da graça, contribue com o próprio homem para produzir tais segundos atos.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">X. A forma desses atos é que devem ser feita através da fé, e de acordo com a lei de Deus. Seu fim é que sejam realizados para a salvação dos próprios trabalhadores, para a glória de Deus, e para o benefício e confirmação de outros.</span><br />
<br />
<span style="font-size: 130%;">______</span><br />
Works of James Arminius Vl.2<br />
<a href="http://www.ccel.org/ccel/arminius/works2.pdf">http://www.ccel.org/ccel/arminius/works2.pdf</a></div>
Tradução: Lailson Castanha<br />
<br />
<strong>Gravura:</strong> Jacobus Arminius<br />
<br />Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-32009049727090104212011-07-13T10:45:00.000-07:002012-05-25T23:03:25.316-07:00Avivamento à moda wesleyana<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYX2jGasOCtHYqUQhpwhGh-_kvqvH_c9L6nDBV6shExcwe1DdwkdfYOTMnsaAujGExGusisr_NLkHfyIP-IL3MLbzdl5-SiuLjFATCGPwjD2UhKbzpbf_zJrNU0hyLKbBPVpe1VzgATk4/s1600/John+Wesley.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628895510555533762" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYX2jGasOCtHYqUQhpwhGh-_kvqvH_c9L6nDBV6shExcwe1DdwkdfYOTMnsaAujGExGusisr_NLkHfyIP-IL3MLbzdl5-SiuLjFATCGPwjD2UhKbzpbf_zJrNU0hyLKbBPVpe1VzgATk4/s320/John+Wesley.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 222px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></a><br />
<span style="font-size: large;"><strong>Avivamento à moda wesleyana</strong></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;"><span style="font-size: small;">Por <em>José Ildo Mello*</em></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">“É chegado o Reino de Deus!” (Mt 12.28)</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Wesley ensinava que pregar não é dominar certas técnicas, mas o ser dominado por certas convicções.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Vamos começar com o exame Mateus 13.31-32:</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo: Qual é realmente a menor de todas as sementes, mas quando ele é cultivado, é a maior das hortaliças e torna-se uma árvore , de modo que as aves do céu vêm e se aninham nos seus ramos.”</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Há alguns anos atrás, um pastor de outra denominação foi convidado para pregar em uma reunião especial sobre a missão da conferência no Brasil. Sabendo que o nosso lema para aquele ano era "oração e ação por um mundo melhor", ele começou seu discurso dizendo: "Oração e ação: sim, mas mundo melhor: não!" E continuou dizendo que não devemos nutrir esperança a respeito de melhoras das condições de vida deste mundo antes da Segunda Vinda de Jesus. Para ele, a missão da Igreja é como a arca de Noé, em outras palavras, limitada apenas a pregar o Evangelho para a salvação das almas.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Esta teologia faz dos pregadores agoureiros do fim, sob o pressuposto de que quanto pior melhor, por significar que Jesus está voltando. Este ponto de vista ensina que o Reino de Deus será inaugurado no futuro, de forma radical e abrupta, por ocasião da Segunda Vinda de Jesus. Comodismo e escapismo são conseqüências inevitáveis.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Mas, tal perspectiva não encontra respaldo nos ensinos de Jesus e seus apóstolos. Jesus contou uma série de parábolas referentes ao Reino de Deus (Mateus 13). Em todas elas, observasse uma clara alusão ao contexto atual. Nenhuma delas se encaixa bem numa perspectiva futurista do Reino. Vejamos, por exemplo, o que Jesus diz a respeito da natureza do Reino de Deus na Parábola do Grão de Mostarda.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Vemos aqui, que Jesus está ensinando que a manifestação e o estabelecimento do Reino de Deus é um processo lento e gradual, com um início pequeno e modesto. Não sendo em nada parecido com uma abrupta erupção vulcânica, pois o Reino se assemelha a uma semente de mostarda em seu processo gradual de crescimento. Algo como aquele pequeno grupo de discípulos no início da Igreja! Não despreze o poder desse "pequeno grão de mostarda!", porque ele está destinado a crescer e a influenciar como sal da terra e luz do mundo! A presença da Igreja na Terra visa promover luz, esperança, justiça e vida. "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5,13-16).</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">O Reino de Deus já foi inaugurado neste mundo e está em processo de expansão. Jesus disse: "mas se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é chegado a vós" (Mateus 12:28). Como cristãos, temos de convir que Jesus estava expulsando demônios pelo Espírito de Deus, que, de acordo com as palavras de Jesus, é um sinal de que o Reino de Deus chegou até nós. Observe que Jesus estava falando sobre o Reino de Deus em termos da presente era: aqui e agora! No versículo 29, Jesus continua este raciocínio com uma pergunta: "como pode alguém entrar na casa de um homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não amarrar o valente? E então roubará a sua casa". O que Jesus está dizendo aqui não lança luz sobre o controverso texto de Apocalipse 20 que fala sobre a prisão de Satanás? Também no que diz respeito à interpretação do Apocalipse 20, temos Efésios 1.20-23 e 2.6, que diz: "... Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou como cabeça de todas as coisas para a igreja,que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância... Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus".</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Voltemos agora para Mateus 12:28-29, note que Jesus estava expulsando demônios. Ele estava saqueando os bens da casa do homem valente. O que é possível porque Jesus, em primeiro lugar, havia tido o cuidado de amarrar o tal valente. Este é um nítido retrato de que o Reino de Deus foi inaugurado por ocasião da Primeira Vinda de Cristo. Jesus disse: “Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (João 12:31).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Satanás está amarrado no sentido de não poder mais continuar enganando as nações como fazia até o nascimento do Cristo (Ap 20). “A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram” (Jo 1.5). Ser amarrado, não significa que Satanás não continua a exercer certo poder e influência neste mundo. Mas significa que ele foi ferido mortalmente pelo nascimento, vida, morte e ressurreição do legítimo Rei deste mundo, o Senhor Jesus, que se manifestou neste mundo para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8), de modo que as portas do inferno não tem poder para impedir o sucesso da missão da Igreja de resgatar vidas, fazendo discípulos de todas as nações, promovendo a justiça e o bem como sal da terra e luz do mundo.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Há diferença entre batalha decisiva e batalha final como se viu na história do desfecho da Segunda Guerra Mundial, cuja batalha decisiva tornou-se conhecida como o "Dia D". Depois daquele dia, embora os exércitos inimigos continuassem a insistir na luta, nada mais poderiam fazer para evitar a derrota final, por terem sido feridos mortalmente.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Para o Apóstolo Paulo, a Batalha Decisiva de Cristo contra Satanás e todas as forças do mal foi travada na Cruz: "e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz" (Co 2.15). Esta foi a batalha mais importante de todas, pois é ela que garante o sucesso da Batalha Final do Armagedom que acontecerá por ocasião da Segunda Vinda de Cristo, quando o anticristo será destruído com um sopro apenas da boca do Rei Jesus (2 Ts 2) e quando todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é Senhor! A Primeira Vinda trouxe a presença do Reino e a Segunda Vinda trará a plenitude dele.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Satanás está preso no sentido de que ele não tem poder e nem liberdade de ação a ponto de bloquear o progresso da missão da igreja. Jesus disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). Satanás continua fazendo grande oposição ao reino de Jesus, mas seu poder está agora restrito ao ponto de que as portas do inferno não prevalecerão contra a missão da Igreja. Além disso, Jesus disse que o Evangelho do reino, necessariamente, teria de ser pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações antes do fim (Mateus 24.14). E o Livro de Apocalipse revela que nos céus haverá uma multidão incontável de salvos provenientes de todos os povos, línguas e nações (Ap 6 e 7). Isso significa que a igreja será bem sucedida em sua Grande Missão.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">E em outro texto, os discípulos compartilhavam com Jesus da alegria de terem sido capazes de subjugar os demônios. "E Jesus disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada vos fará dano algum (Lc 10.18,19).</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Mas alguém pode alegar que não consegue enxergar que Satanás esteja de fato amarrado e nem que Jesus esteja reinando. O autor de Hebreus trata desta questão em Hebreus 2:7,8, onde, por um lado, ele reconhece que todas as coisas já estão debaixo dos pés de Jesus, mas, em segundo lugar, ele confessa que ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas. Esta aparente contradição tem a ver com o que foi dito acima sobre a tensão natural que existe entre a batalha decisiva e a batalha final, entre o já e o ainda não.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Cristo já triunfou na cruz (Colossenses 2:15), mas a batalha final ainda está por vir, quando a morte, o último inimigo, será colocada sob os pés do Senhor (1 Coríntios 15. 25-26). Até lá, temos de lutar o bom combate (2 Timóteo 4:7).</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Paulo, em 1 Coríntios 15. 25-26 e 54-55, partilha do mesmo ponto de vista de Jesus sobre a manifestação paulatina do Reino de Deus durante o período que vai da Primeira até a Segunda Vinda de Cristo. Neste texto, não há como evitar a conclusão de que este período em que Jesus "deve reinar até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés" seja entendida em termos da presente época, antes da Segunda Vinda de Jesus, porque é apenas na Sua Segunda Vinda que a morte, o último inimigo, será destruída. Observe que a Segunda Vinda de Jesus marca o ápice e não o início do Reino de Jesus neste mundo.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Paulo diz que os crentes já foram transladados para o Reino de Cristo: "Porque ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Cl 1.13). E, não devemos esquecer também de que a declaração mais primitiva e fundamental da fé cristã é "Jesus é o Senhor". É Senhor já no presente e não o será apenas no futuro. Isto tem muitas implicações, tanto sociais como também políticas. Assim, muitos cristãos morreram por causa desta "mera" confissão. Pois significa mais do que dizer que Jesus é o Senhor da minha vida, significando também que Ele é o Senhor de todo o mundo. É por isso que ele é chamado de o Rei dos reis!</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">O que buscamos quando fazemos a oração que Jesus nos ensinou: "Venha o teu reino. Sua vontade seja feita na terra como no céu"? Algo para o aqui e agora nesta época ou algo apenas para o futuro, para depois da Segunda Vinda de Cristo? O que significa buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça (Mt 6.33)? O que um cristão deve fazer com a fome e sede de justiça que devem caracterizar um filho de Deus (Mt 5.6)? As bem-aventuranças são para agora ou apenas para uma era futura?</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">John Wesley era otimista quanto à suficiência do poder da graça de Jesus não só para nos perdoar os nossos pecados, mas também para nos purificar de toda injustiça e para transformar as pessoas em novas criaturas, capacitando-as a serem imitadoras de Deus como filhos amados.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Mas Wesley não parou por aí, ele também acreditava na competência desta graça de transformar o mundo. Wesley disse: “Dá-me cem homens que nada odeiem senão o pecado, que nada temam senão Deus e que nada busquem senão almas perdidas, e eu transformarei o mundo em chamas”. E o Dr. Howard Snyder em “O Wesley Radical”, declara que" Wesley viu tamanho poder na graça de Deus, que não se pode estabelecer limites ao que o Espírito de Deus pode realizar através da Igreja na era presente. Mas essa ênfase deve ser combinada com as advertência de julgamento e castigo eterno. A confiança precisa ser otimista e também realista. O trigo cresce, mas o joio também. A ciência se desenvolve, mas a iniqüidade também. As portas do inferno não prevalecem contra o avançar da Igreja, mas não quer dizer que estejam inoperantes.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Falando sobre o realismo do ponto de vista pós-milenista de Wesley , vamos olhar mais uma vez o texto da parábola do grão de mostarda. Quando a semente se torna uma árvore, as aves vêm e se aninham nos seus ramos. Note que a parábola do Semeador no mesmo capítulo fala sobre as aves vindas de comer a semente. Os pássaros não parecem representar algo bom, pelo menos neste contexto. As aves, nestas duas parábolas do reino, não pertencem à semente ou à árvore. As aves são motivadas por interesses mesquinhos. Eles querem destruir a semente quando ela é pequena e querem associar-se a ela quando ela transforma-se em uma árvore frondosa para poder tirar partido de sua sombra e frutos. A história da igreja mostra exatamente isso, pois ela foi terrivelmente perseguida no começo quando era apenas um pequeno grupo, mas, quando se tornou grande, os "pássaros" buscaram associar-se a ela. Quanto joio há no meio do trigo.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Jesus continua o seu ensinamento sobre a natureza de seu reino nesta época dizendo que o reino de Deus cresce como uma boa semente, mas o inimigo planta ervas daninhas. Isso aponta para a existência de um conflito entre as forças do bem e do mal, em que o inimigo está tentando obstruir a expansão do Reino de Deus. Esta guerra vai continuar a existir até a última batalha, quando o último inimigo será colocado sob os pés de Jesus (1Co 15.25).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Wesley não ignorou as profecias que falam sobre a grande angústia, a apostasia de muitos cristãos e que descrevem também aumento da maldade nos finais dos templos, mas viu essas profecias combinados no mesmo contexto em que Jesus também diz que a igreja será bem sucedida no cumprimento de sua missão, pois "este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24.14). Mas o realismo de Wesley não diminuiu sua motivação nem o seu otimismo que tanto o moveu a ação em favor do Reino de Deus. Ele nunca perdeu seu idealismo com base em sua confiança no poder de Deus para a santificação e transformação pessoal e social. Sua escatologia não permitiu que ele ficasse parado em uma posição de mera contemplação. "Por que vocês estão olhando para o céu?" Perguntou aos anjos aos discípulos em Atos 1.10. A escatologia de Wesley não era especulativa e não se prestava para satisfazer a curiosidade. Wesley não apenas olhava para a frente para contemplar o dia do Senhor, mas ele também trabalhou muito para acelerar a chegada deste grande dia, seguindo a recomendação do Apóstolo Pedro em sua segunda carta que nos exorta a aguardar e a apressar a Segunda Vinda de Cristo (2 Pedro 3). Wesley sabia que a segunda vinda de Jesus estava ligada ao cumprimento da missão da igreja. "O Senhor não retarda a sua promessa, como alguns a julgam demorada. Ele é paciente com você, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento " (2 Pe 3).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Wesley viu que o Novo Testamento combina o evangelismo e as dimensões profética do Evangelho em um mesmo pacote. Não houve separação entre salvação pessoal e engajamento social. Wesley concordava com Paulo em que a fé que salva é a fé que se manifesta através do amor (Gálatas 5.6).<br />Nós somos enviados em missão a este mundo como o Pai que enviou Jesus (João 20:21). "O Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do diabo" (1 João 3:8). E nós sabemos "como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder: que andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com ele" (Atos 10:38). Jesus não estava apenas preocupado com as almas, mas ele também mostrou preocupação significativa com a pessoa como um todo. Seu ministério de compaixão não foi usado como uma isca para pescar almas, pois uma boa parte daqueles que foram curados por Jesus acabou por não segui-lo. Alguns deles nem sequer voltaram a ele para agradecer. Isso mostra que o ministério de compaixão tem valor em si mesmo, porque ele pertence à natureza real do Reino de Deus que é amor! E é da natureza deste amor fazer o bem! Jesus não pode negar a si mesmo. Tão pouco nós que somos seus seguidores.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Wesley era um homem de convicção. Para ele, a teologia e a prática eram realmente um! Como o Dr. McKenna disse em seu livro "Que tempo para ser um Wesleyano!: "Como conseqüência lógica da <strong>doutrina arminiana da expiação ilimitada</strong>, Wesley pregou os direitos naturais e sociais de todos os homens". Assim, Wesley se atreveu a acreditar que o mundo poderia ser melhorado pela graça de Deus. Imagine quanta fé e coragem foram necessário para Wesley decidir trabalhar para acabar com um mal milenar tão terrível como era a escravidão. Utopia? A última carta que John Wesley escreveu foi para William Wilberforce, um discípulo de Wesley que era um membro do Parlamento inglês. A carta manifestava a sua oposição à escravidão e incentivava Wilberforce perseverar firme em sua luta contra a escavidão. O Parlamento finalmente proibiu a participação da Inglaterra no comércio de escravos em 1807. O status quo não tem a última palavra! As trevas não podem contra a luz de Cristo (Jo 1.5) Há esperança para o mundo, pois Jesus amou o mundo de tal maneira (Jo 3.16)!</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Quem sabe o que poderia ter acontecido se a Igreja Metodista não tivesse entrado declínio espiritual algumas décadas após a morte de Wesley? Talvez, o contexto tivesse sido outro a ponto de desencorajar Karl Marx a dizer: "A religião é o ópio do povo". Quem pode dizer quantas guerras, quanto o racismo e quantas injustiças sociais poderiam ter sido evitadas se a igreja sempre fosse fiel às exigências do Evangelho?</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Estamos vivendo em um mundo materialista. Satanás é o Senhor do materialismo. Paulo disse: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal" (1 Timóteo 6:10). Somos constantemente bombardeados pela mídia que nos incita a nos conformarmos com um modo de vida onde os homens trabalham para ganhar, ganham para comprar, e compram para provar seu valor. Preocupações sobre a ascensão social, com o consumo, com o bem estar existencial têm restringido um profundo compromisso das pessoas com a vontade de Deus. A Bíblia diz: "Não ameis o mundo" (1 Jo 2.15). E "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente"(Romanos 12.2). "Não ajunteis para vós tesouros na terra ... Ninguém pode servir a dois senhores" (Mateus 6.19,24). A teologia da prosperidade é apenas uma manifestação extrema desse grande problema da falta de visão do Reino de Deus entre os evangélicos. Parece que perdemos a mentalidade peregrina.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">E a resposta para esse problema está em um verdadeiro reavivamento que encha os nossos corações com amor e nos mova a um estilo de vida simples a fim de dar mais e mais para os pobres e para a missão da igreja. Um avivamento que nos faça buscar o seu reino e a justiça de Deus em primeiro lugar. Como uma pequena semente, este reavivamento pode começar com uma pessoa ou com um pequeno grupo de discípulos dispostos a obedecer a todos os mandamentos do Senhor.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Para Wesley a generosidade é a prova final da vida cheia do Espírito. Pois a graça recebida deve se transformar espontaneamente em graça repartida, se não, corre o risco de ser cancelada pelo Rei (Mateus 18.25-34). Contra a corrupção social muito grande da Inglaterra, Wesley viveu o fruto do Espírito. Embora tenha se tornado um dos homens mais ricos da Inglaterra, viveu anualmente com apenas 28 Libras até sua morte, entregando o restante para os pobres.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">A terrível pobreza que campeia este mundo coloca uma interrogação sobre o estilo de vida de muitos cristãos. Temos que seguir o exemplo de Jesus, dos apóstolos, de Wesley e Asbury, entre outros. O estilo de vida simples e a prática da caridade como bons despenseiros da multiforme graça de Deus é o que pode impactar o mundo. Note que o sinal da salvação de Zaqueu foi que ele, espontaneamente, decidiu partilhar o seu dinheiro (Lc 19). Em contrapartida, a ambição pelo dinheiro foi o sinal da condenação do Jovem Rico (Mc 10). O sinal mais contundente de Pentecostes foi que a multidão dos discípulos mostrava amor e cuidado uns para com os outro. "Eles tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, de modo que não haviam necessitados entre eles " (At 2). Seria o Evangelho, boa notícia para os pobres apenas em termos da promessa de vida eterna no céu? Não estavam os pobres da igreja primitiva experimentando também os primeiros frutos da justiça do Reino? Lembre-se que o ano do Jubileu era uma boa notícia para os pobres (Lv 25); Somente o Senhor Jesus, através do Seu Espírito derramado sobre a Igreja, foi capaz de cumprir o ano do Jubileu (At 2). Mas, seria isto impossível hoje em dia? "O que é impossível para o homem, é possível para Deus!" (Mc 10.27).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Portanto, precisamos de um reavivamento! Reavivamento é a redescoberta de valores e princípios originais. Temos de olhar para trás para ver se existem alguns valores que foram esquecidos.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Além de tudo o que foi dito aqui, eu gostaria de chamar a atenção para a importância de pequenos grupos no desenvolvimento do caráter cristão de santificação e de outros valores do reino de Deus, que devem ser cultivados na comunidade de convertidos que desejam seguir os passos de Cristo. O homem é um ser social. Um influencia o outro, principalmente pelo exemplo. O poder da cultura costumava ser maior do que o poder de nossas convicções pessoais. Se queremos mudar as pessoas e a sociedade, temos de desenvolver pequenos grupos, onde se possa provar a bondade da palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro. Mas, de um modo em geral, o Metodismo foi perdendo essa visão que era tão vital para Wesley. Nós negligenciamos nosso precioso legado. Hoje, para nossa vergonha, outras igrejas cristãs estão redescobrindo a importância dos pequenos grupos. Pequenos grupos nos ajudam a lembrar que o reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda! O poder do progresso e do impacto destes microcosmos é impressionante! Esta é a estratégia do Reino!</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Um reavivamento produz crescimento. A informalidade e o dinamismo espiritual do movimento Wesleyano levou a igreja Metodista a crescer de 15.000 membros em 1780 para 1.360.000 membros em 1850, tornando-se a maior denominação em solo americano, seguidos pelos batistas, com 800.000, e pelos presbiterianos, 460.000, e anglicanos, com 200.000.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Precisamos voltar às nossas raízes, nós precisamos de um reavivamento ao estilo Wesleyano para experimentar o que eles experimentaram e produzir frutos semelhantes aos que produziram. Mas avivamentos não são mais que costumavam ser. Eles foram transformados em campanhas evangelísticas e em cultos carregados de puro emocionalismo, onde reina o egocentrismo, o individualismo e o estrelismo. Avivamentos fracos em conteúdo bíblico, capengas em termos de profundidade profética, escondendo o preço do discipulado, numa tentativa de agradar o cliente. Dizem o que as pessoas querem ouvir e não aquilo que elas precisam escutar. Pouco ou nada falam sobre a gravidade do pecado e a necessidade de arrependimento e de santificação. Avivamentos inócuos no sentido de conduzir o indivíduo a negar a si mesmo a fim de colocar-se inteiramente sob o senhorio de Jesus Cristo. Convidam as pessoas a mera decisão de "aceitar a Cristo". E, para entornar o caldo, propõem isto como um meio de se obter uma vida boa e próspera, apelando para a sedução das riquezas, da fama e do poder. Ignoram a mensagem da cruz. Para estes a cruz é algo que pertence exclusivamente a Cristo e não tem nada a ver com o cristão. O Deus destes é o Deus da "graça barata", o Deus que sempre dá, sem jamais requerer nada. Um Deus criado a imagem e semelhança daqueles que são incapazes de negarem-se a si mesmos. Estão enfatizando a fé em detrimento do amor. Estão querendo fazer de Deus uma espécie de gênio da lâmpada de Aladim, um meio para obtenção de suas ambições egoístas. Estão pregando um outro evangelho que mantém os homens escravizados ao deus deste século e conformados com os valores deste mundo.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Precisamos de um avivamento do tipo wesleyano, que nos leve a uma missão integral e que nos impulsione a viver e pregar os ensinamentos de nosso Senhor. Um reavivamento que nos impeça de nos preocuparmos apenas com a salvação das almas e de ignorarmos as necessidades físicas das pessoas. Precisamos de um avivamento que não só promova a reconciliação entre o homem e Deus, mas também entre o homem e o seu próximo. Um reavivamento que promova o arrependimento, não o alívio emocional e psicológico de uma consciência culpada, mas a aceitação da cruz como uma verdadeira morte para este mundo com o propósito de viver para Deus. Se Jesus é o Senhor, então as pessoas devem ser confrontadas com a sua autoridade sobre a totalidade da vida.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Quando eu leio sobre o que Deus fez nos tempos de Wesley, sou tomado por uma sensação de fracasso. Não por ignorar os frutos ministeriais até o presente, mas por perceber que o Senhor poder e quer realizar muito mais que isto. Mas "eu ainda tenho um sonho!" Porque nós temos esse maravilhoso legado, me atrevo a sonhar em tomar parte em um grande avivamento, o maior em toda a história da igreja, o derradeiro antes do Grande Dia do Senhor. Um avivamento à moda antiga que venha impactar este mundo com o poder do santo Evangelho de Jesus!</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">A experiência de Wesley nos ensina que avivamento é precedido de um sentimento de frustração, fracasso e tristeza, daquele tipo, segundo Deus, que nos leva ao arrependimento. Wesley teve tristeza por causa do seu estado espiritual, por causa também da situação de carnalidade da igreja anglicana, por causa do estado de degradação moral e de injustiça de seu país e do mundo. Aqui no Brasil temos vitórias para celebrar, o que pode nos atrapalhar na busca de um genuíno avivamento. Uma bênção pode ser tornar em maldição quando nos leva a acomodação. Avivamento não se fabrica, não é produto de marketing e nem de planejamento estratégico. “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2 Cr 7:14)</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">A solução passa pela pregação de todo o conselho de Deus de maneira convicta, acompanhada da encarnação e vivência da mensagem que se prega. Tal pregação acompanhada de exemplo pode levar os homens a sentirem aquela tristeza segundo Deus que os leva ao genuíno arrependimento. Serve como uma voz profética em meio ao deserto que prepara o caminho do Senhor.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: large;">Que tal se Wesley estivesse vivo nos dias de hoje! Talvez alguém sugira a possibilidade de fazermos um clone dele. Mas não seria uma boa idéia fazer um clone de Wesley. Além das implicações éticas da clonagem, sabemos que o segredo da vida de Wesley não estava em seus genes e nem mesmo em sua excelente educação familiar e formação acadêmica. Precisamos lembrar que, com tudo isto, Wesley falhou em sua primeira missão para a América. O segredo de seu fecundo ministério foi a experiência espiritual que mudou a sua vida e o mundo ao seu redor. O Deus que se moveu notavelmente no passado ainda está no seu trono. "Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo..." (Habacuque 3.2). Ó Senhor, reaviva a tua obra em nossos dias! "Realiza de novo, Senhor!"</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: small;">*Bispo <em>José Ildo Swartele de Mello</em>Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.</span></span></span><br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: small;">______</span></span></span><br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 130%;"><span style="font-size: small;">Vídeo desta mensagem: </span><a href="http://youtu.be/w8bEqmx1lSc"><span style="font-size: small;">http://youtu.be/w8bEqmx1lSc</span></a></span></span></div>
Saiba mais sobre o assunto em: <a href="http://escatologiacrista.blogspot.com/p/o-milenio-apocaliptico.html">http://escatologiacrista.blogspot.com/p/o-milenio-apocaliptico.html</a><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 85%;">Para acompanhar e saber um pouco mais sobre Bispo Ildo Melo, sua trajetória e suas atividades na web acesse:<br />Bispo Ildo Mello na Internet.<br />Igreja Metodista Livre: </span><a href="http://metodistalivre.org.br/"><span style="font-size: 85%;">http://metodistalivre.org.br/</span></a><span style="font-size: 85%;"> </span></span><br />
<div align="justify">
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 85%;">Blog: </span><a href="http://escatologiacrista.blogspot.com/"><span style="font-size: 85%;">http://escatologiacrista.blogspot.com/</span></a></span><br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 85%;">Igreja: </span><a href="http://imeldemirandopolis.blogspot.com/"><span style="font-size: 85%;">http://imeldemirandopolis.blogspot.com/</span></a><span style="font-size: 85%;"> </span></span></div>
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: 85%;">Vídeos: </span><a href="http://youtube.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;">http://youtube.com/ildomello</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Novo Canal de Vídeos: </span><a href="http://vimeo.com/channels/mensagem"><span style="font-size: 85%;">http://vimeo.com/channels/mensagem</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />MP3: </span><a href="http://divshare.com/download/12472628-291"><span style="font-size: 85%;">http://divshare.com/download/12472628-291</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Estudos: </span><a href="http://scribd.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;">http://scribd.com/ildomello</span></a><span style="font-size: 85%;"><br />Siga-me: </span><a href="http://twitter.com/ildomello"><span style="font-size: 85%;"></span></a><a href="http://twitter.com/ildomello">http://twitter.com/ildomello</a></a></span><br />
<br />
<span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Imagem:</strong> John Wesley</span></span><br />
<br />Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2080166686919833745.post-63819950519892827012011-07-11T05:42:00.000-07:002012-05-25T23:32:29.623-07:00Seria Deus imutável, impassível e atemporal? (parte II)<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSeZGjE4zs-XZhPV4bB6mNDp6UdI4h6oZ_ySk3WeCYNfnRDba92ARYqCsbGNt9RZVCv-UKe0CLDP5r2qvfjbZ3EWhmadQLHn4xIq6CowrIGAq1laMx9pEOa203AtcxPm0TxgBERb2WRos/s1600/13103899638e4da31104593d1c756cecb7c6e0b920.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628083425535353202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSeZGjE4zs-XZhPV4bB6mNDp6UdI4h6oZ_ySk3WeCYNfnRDba92ARYqCsbGNt9RZVCv-UKe0CLDP5r2qvfjbZ3EWhmadQLHn4xIq6CowrIGAq1laMx9pEOa203AtcxPm0TxgBERb2WRos/s320/13103899638e4da31104593d1c756cecb7c6e0b920.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 250px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 184px;" /></a><br />
<strong><span style="font-size: large;">Seria Deus imutável, impassível e atemporal? (parte II)</span></strong><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman; font-size: large;">Debate entre teísmo tradicional e a teologia do processo</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;">Por <em>Bispo Ildo Mello*</em></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">QUESTÕES:1. Pode Deus ser perfeito e mutável ao mesmo tempo?</span><br />
<span style="font-size: large;">2. Negar a imutabilidade implica na crença de que Deus esteja em processo de evolução?</span><br />
<span style="font-size: large;">3. Como a cosmovisão pode afetar nosso conceito de Deus?</span><br />
<span style="font-size: large;">4. Que tipo de relacionamento Deus tem com os homens?</span><br />
<span style="font-size: large;">5. Deus é afetado positiva e/ou negativamente pelo que acontece no mundo?</span><br />
<span style="font-size: large;">6. Como entender os textos que falam de Deus como sendo contingente?</span><br />
<span style="font-size: large;">7. Deus sofre?</span><br />
<span style="font-size: large;">8. O que o mundo significa para Deus?</span><br />
<span style="font-size: large;">9. O que significa a expressão “Deus é amor”?</span><br />
<span style="font-size: large;">10. Deus pode se decepcionar com alguém?</span><br />
<span style="font-size: large;">11. Deus pode experimentar novidade?</span><br />
<span style="font-size: large;">12. Deus é atemporal?</span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">RELEVÂNCIA DO TEMA.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-family: times new roman; font-size: large;">• Nossa compreensão de Deus<br />• Nosso relacionamento com Deus<br />• O papel da oração<br />• Nossa missão<br />• Qual o retrato que estamos fazendo de Deus e passando para outras pessoas?</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><strong><span style="font-family: times new roman;">D</span><span style="font-family: times new roman;">ois Extremos.</span></strong></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Teismo Tradicional:</span><br /><span style="color: white;">.</span><span style="font-family: times new roman;"><strong>.</strong> Tomás de Aquino.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">Teologia do processo:<br /><strong>.</strong> Alfred North Whitehead</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><strong><span style="font-family: times new roman;">Cosmovisão</span></strong></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>. </strong>Baseado no conceito grego de perfeição que é estático e atemporal.<br /><strong>.</strong> Influenciado pela cosmologia medieval que era estática.<br /><strong>.</strong> Ênfase na transcendência abstrata de Deus.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">TEÍSMO TRADICIONAL</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Imutabilidade</strong></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Deus é imutável em essência, atributos, consciência e vontade.<br />• Deus é imutável por ser absolutamente perfeito não podendo mudar nem<br />mesmo para melhor.<br />• Deus não pode experimentar novidade.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Impassibilidade</strong></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Deus não pode estar sujeito às alterações emocionais<br />• Não podendo também ser afetado positiva ou negativamente pelo mundo.<br />• Textos bíblicos que falam de Deus como demonstrando uma variedade de<br />sentimentos precisam ser interpretados como expressões antropomórficas.<br />• “Deus é amor” significaria apenas que Deus deseja boas coisas para suas<br />criaturas.<br />• O mundo pode estar relacionado com Deus, pois é dependente dEle, mas Deus<br />não pode realmente relacionar-se com o mundo.<br />• A relação Deus-mundo é como uma avenida de mão única.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Atemporalidade</strong></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Tudo aquilo que se encontra dentro da dimensão do tempo, por ser mutável, é imperfeito<br />• Para um Deus atemporal, passado, presente e futuro existem em um eterno<br />presente.<br />• Não havendo nada novo que Deus possa conhecer ou experimentar.<br />• Teólogos da Idade Média não demonstraram nenhum interesse sobre o<br />aspecto histórico do cristianismo.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">TEOLOGIA DO PROCESSO</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Cosmovisão Atual e Dinâmica</strong></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Teoria da evolução de Darwin - Um mundo em processo de criação<br />• Teoria da relatividade de Einstein<br />• Conhecimento do mundo subatômico<br />• Teoria Quântica<br />• Um universo embriônico e incompleto, onde mudança e desenvolvimento são marcantes<br />• Movimento e novidade fazem intimamente parte de sua experiência para serem ignorados ou tratados superficialmente.<br />• Mudar não envolve apenas um eterno retorno a um preestabelecido padrão, mas à emergência de uma novidade genuína.<br />• Levam muito a sério os temas:<br />• tornar-se<br />• Relação<br />• novidade<br />• Enfatizando a primazia do:<br />• “tornar-se” sobre o “ser”,<br />• “relativo” sobre o “absoluto”,<br />• “interdependente” sobre o “independente”<br />• Deus é visto como a exemplificação maior dos princípios metafísicos segundo os quais todas as coisas são explicadas<br />• Deus não seria uma excessão a regra<br />• Teologia Natural<br />• Ênfase na imanência de Deus e em relacionamentos dinâmicos e significativos.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Conceito Bipolar</strong></span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Deus teria um aspecto abstrato e absoluto<br />• e um outro que seria concreto e relativo<br />• Natureza primordial e abstrata, perfeição em amor, bondade e onipresença<br />• Natureza conseqüente e concreta: limitado, sujeito ao desenvolvimento, desafiado à auto-superar-se criativamente.<br />• Infinito em potencial,<br />• Mas ainda em processo de evolução como e com o mundo.<br />• O relacionamento Deus-mundo seria o de interdependência<br />• O mundo seria sua natureza conseqüente = “pan-en-teísmo”<br />• Deus estaria relacionado com o mundo assim como nós estamos relacionados com o<br />nosso corpo.<br />• O físico é visto como um processo mental, um fenômeno espiritual.<br />• Deus não apenas influencia cada ocasião de experiência, mas também, é afetado por cada uma delas.<br />• Deus é infinito em sua potencialidade, naquilo que Ele pode vir a ser ou tornar-se, não naquilo que Ele é.<br />• Deus é infinitamente capaz de aprimorar-se. Afirmam que infinitude absoluta não faz Sentido.<br />• “O dinâmico e simpático Deus da revelação cristã, que revela-se como amor na pessoa de Jesus Cristo, está menos em casa num mundo de estáticas substâncias do que no dinâmico e novo mundo de relações do pensamento do processo”.<br />• Deus realmente se sensibiliza, se emociona, se entristece, se compadece, sofre, se alegra, fica admirado…<br />• Pais que permanecem em absoluta alegria enquanto seus filhos estão em agonia não são considerados perfeitos.<br />• Negam também o estereótipo masculino aplicado a Deus, o que só serviu para reforçar a imagem de Deus como controlador, independente, não-receptivo e não responsivo, insensível, inflexível e sem emoções.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">TEOLOGIA NATURAL</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• O que o Teísmo Tradicional e a Teologia do Processo tem em comum?<br />• Ambos são adeptos da Teologia Natural.<br />• Pressuposto de que existe uma fonte dupla geradora do conhecimento de Deus.<br />• Assevera que é possível chegar ao conhecimento de Deus à parte da Revelação específica.<br />• Forte orientação antropológica, ontológica, metafísica e filosófica.<br />• As cinco provas racionais para a existência de Deus apresentadas por Aquino ilustram bem este método:</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• 1. Do movimento para um motor imóvel;<br />• 2. Dos efeitos para uma Causa Primeira;<br />• 3. Da existência contingente para a Existência Necessária;<br />• 4. Dos graus da perfeição para um Ser Perfeitíssimo;<br />• 5. Da ordem na natureza para um Ordenador.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Vemos a força da teologia natural na doutrina panenteísta, pois crêem que Deus está manifesto no mundo criado, mais que isto, o mundo é o corpo de Deus.<br />• É o mesmo erro cometido por Aquino, Schleiermacher, Otto e tantos outros, de partir da criação para se chegar ao Criador, do homem para Deus, de baixo para cima.<br />• Estas são teologias baseadas no homem, que exaltam o homem em detrimento do próprio Deus.<br />• Minhas pressuposições sobre a prioridade da autoridade das Escrituras Sagradas não encontram eco nestas teologias.<br />• Busca exagerada por Relevância e Contextualização<br />• Ambos buscam um conceito de Deus que esteja em harmonia com as cosmovisões de<br />suas respectivas culturas.<br />• Advogam um lugar para a teologia no reino das demais ciências<br />• Perigo<br />• Tende ao desviar do sentido natural e original do texto.<br />• Corre-se sempre o risco de negligenciar a cosmovisão dos próprios hebreus.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">CRÍTICA DE BARTH A TEOLOGIA NATURAL</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Deus é absolutamente outro, distinto de sua criação.<br />• Nega a existência de qualquer analogia na natureza, na humanidade, ou na história que seja capaz de fornecer uma conexão para o conhecimento de Deus.<br />• Toda e qualquer defesa da fé deve estar unicamente baseada nos atos de Deus como revelados nas Escrituras;<br />• Qualquer apologia baseada somente na razão acaba diluindo a força da Palavra.<br />• O conhecimento de Deus não é algo inerente ao homem, não é uma descoberta humana, não está baseado na razão e na experiência humana, mas é o reconhecimento da graça reveladora de Deus.<br />• Barth diz que o mundo existe em Deus, bem como ao lado e fora de Deus, negando assim toda espécie de monismo.<br />• É um erro dizer que o mundo é um elemento necessário de Deus, um modo divino. Este foi o erro de Philo e do Gnosticismo, que agora tem se repetido no panenteísmo da teologia do processo.<br />• O objeto da teologia evangélica é Deus na história de seus feitos como revelado a nós em Sua Palavra, pois Deus é quem Ele é em suas obras.<br />• A imanência de Deus deve ser entendida em sentido dialético com Sua transcendência, pois Deus não se manifesta em todos os lugares de maneira igual.<br />• Em Sua liberdade, Deus escolhe se revelar ao homem num local definido, distinto e específico.<br />• O testemunho e a auto-revelação de Deus tem o seu lugar na História de Israel e na encarnação de Cristo.<br />• Jesus é a chave para o conhecimento de Deus. Sem esta chave, embora Deus esteja presente no mundo numa diversidade de detalhes, é impossível conhecê-lo<br />• Os povos que tiveram acesso apenas a revelação geral aderiram ao politeísmo<br />• Curioso notar que, embora ambos os pontos de vista façam uso do método da Analogia do Ser da Teologia Natural, por fim, tenham chegado a conclusões tão antagônicas.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">AVALIAÇÃO</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-family: times new roman; font-size: large;">• A forma como o tomismo apresenta a imutabilidade divina freqüentemente sugere um Deus que é completamente impassível, indiferente iceberg metafísico, que lida conosco numa via de mão única, onde meu amor ou falta de amor, minha salvação ou perdição, não fazem a menor diferença para ele.<br />• Mas, os teólogos do processo, em seu afã em defender a mutabilidade de Deus, têm pago um alto preço, tendo como resultado a crença num deus que é finito, impotente e dependente, mais merecedor de nossa pena do que de nossa adoração.<br />• Os teólogos do processo fazem Deus parecer ser pouco mais que um aspecto da realidade. Não ficando claro em que sentido Ele é um ser pessoal e ativo.<br />• Os teólogos do processo estão certos em criticar alguns ensinos de Tomás de Aquino, principalmente aqueles que apresentam Deus de forma fria, estática e impassível, isolado e sem real, dinâmico e significativo relacionamento com o mundo.<br />• As nossas próprias orações estariam também desprovidas de significado se não existisse um relacionamento real e interpessoal entre Deus e os homens.<br />• Portanto, não há que se duvidar que o Deus das Escrituras Sagradas é um Deus de amor e genuína compaixão.<br />• Estão certos em afirmar que o mundo tem significado para Deus (Jo 3.16)<br />• Mas, enquanto a Bíblia descreve Deus como estando envolvido com o mundo, ela também fala de Deus como existindo antes da criação, ressaltando seu “status” de independência.<br />• Como pode o Deus da Bíblia fazer promessas no caso de ser finito, não estando em condições de assegurar o cumprimento?<br />• Os teólogos do processo falam pouco sobre a cruz e reduzem Jesus a um bom exemplo<br />• No pensamento do processo, Deus é totalmente sujeito as vicissitudes de mudança, nada pode assegurar sua identidade.<br />• Qual razão, então, têm os cristãos hoje para acreditar que o Deus que eles adoram é o mesmo Deus adorado por Moisés e revelado por Jesus Cristo?<br />• O teísmo tradicional apela para o argumento de linguagem antropomórfica quando se depara com textos que contrariam sua visão preestabelecida de Deus, numa tentativa de esvaziar o significado do próprio texto.<br />• As metáforas não possuem valor para expressar a imagem de Deus? (Hb 1.1, ex: Oséias)<br />• Os teólogos do processo advogam a autoridade bíblica para aqueles textos que concordam com o seu ponto de vista, ignorando aqueles que lhe são contrários.</span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;">UMA PROPOSTA ALTERNATIVA</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;">• Não estamos obrigados a ter que escolher entre o pacote de atributos do tomismo e o conceito panenteísta de Deus.<br />• Não devemos usar a Bíblia para defender nossas pressuposições, devemos permitir que a Bíblia fale por si mesma.<br />• Não devemos permitir que idéias preconcebidas distorçam nossa leitura das Escrituras<br />• Precisamos levar em consideração a cosmovisão dos receptáculos originais. A negligência deste princípio é perceptível tanto em Tomás de Aquino quanto na teologia do processo.<br />• Em muitos pontos, os ataques da teologia do processo contra o tomismo são justificados, mas isto não implica em abandonar a crença em cada um dos atributos de Deus defendidos por Aquino e aderir ao panenteísmo.<br />• Dentro do próprio teísmo existem variadas interpretações sobre os atributos de Deus.<br />• A fé bíblica afirma que o perfeito Deus inclui criativa interação que é consistente com Seu imutável caráter e propósito.<br />• Proponho o método, protestante por excelência (Sola Scriptura), da “Analogia da Fé”, que conclama que a Bíblia é o ponto de partida para o conhecimento de Deus, que se dá através de sua auto-revelação específica e objetiva na história de Israel e em Cristo. Pois Cristo é a medida de todas as coisas e não o homem! (Jo 1.14; Cl 1.15 e Hb 1.3)<br />• O movimento teológico tem sua direção de cima para baixo, baseado na soberania de Deus que é transcendente e livre, mas que em amor escolhe se revelar ao homem. Como ensinou Barth, “Deus é livre para nós através do Filho e, em nós, através do Espírito”. (Hb 1.1)<br />• “Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto” (1 Co 2.11).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>O Deus das Escrituras é um Deus pessoal, de amor compassivo e Sofredor.</strong></span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Não devemos reduzir o Senhor vivo, ativo e pessoal a um princípio impessoal e<br />estático<br />• Embora somente Deus tenha vida em Si mesmo, Ele tem outorgado vida a muitos<br />outros a fim de participar de relacionamentos pessoais com eles.<br />• Ter emoções é próprio de um ser pessoal.<br />• Estabelecer relacionamentos afetivos é próprio de um ser pessoal.<br />• Deus tem total domínio sobre suas emoções, não sofrendo, portanto, de nenhum<br />distúrbio emocional.<br />• Amar implica em ser afetado pelas ações e condições do ser amado.<br />• Amar sem emoções, simpatia e compaixão é uma contradição.<br />• Um amor frio e indiferente, desprovido de empatia, não é nada inspirador e não<br />encontra respaldo bíblico.<br />• Teofanias e metáforas não foram maneiras de Deus se revelar ao seu povo?<br />(Hb 1.1)<br />• Os profetas expressavam a Deus não apenas através de suas palavras, mas<br />também de suas vidas e sentimentos (Moisés, Isaías, Jeremias, Oséias…)<br />• Deus revela-se plenamente em Cristo (Jo 1.14; Cl 1.15 e Hb 1.3).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">A BÍBLIA DESCONHECE UM DEUS ATEMPORAL</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• A idéia de perfeição estática, imutável e atemporal não é de origem cristã, mas<br />grega<br />• Os verbos que descrevem Deus criando ou preservando, descrevem<br />atividades que contém uma inevitável dimensão temporal.<br />• A atividade de Deus deve estar no tempo, pois Deus não pode ser separado<br />de seu atos.<br />• Deus precisa estar no tempo para entendermos como pode sua ira durar apenas um instante<br />• Para entrar em real relacionamento.<br />• Os diálogos entre Deus e os profetas envolvendo promessas e juízos condicionais de Deus precisam ser levados a sério.<br />• Textos bíblicos que relatam Deus como estando incerto em relação a alguns eventos futuros precisam ser levados a sério (Am 5.15; Ex 32.30; Ez 12.1-3 e Jr<br />26.2-3)<br />• Textos que falam que o povo não agiu como Deus pensava que agiria precisam ser levados a sério:<br />• “E, depois de ela ter feito tudo isso, eu pensei que ela voltaria para mim, mas não voltou...” (Jr 3.7).<br />• Algo do futuro deve estar em aberto para que o homem seja livre<br />• Como um grande mestre de xadrez, a despeito dos lances do adversário, Deus conduz o jogo para sua vitória.<br />• Não poderia Deus autolimitar-se para experimentar novidade e estabelecer relacionamentos íntegros e reais com suas criaturas?<br />• Existem alegrias e muitas emoções nas explorações e descobertas humanas.<br />• O que é mais chato que assistir uma corrida inteira de fórmula 1 quando já se<br />sabe tudo que vai acontecer?</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">PAPEL DA ORAÇÃO</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;"><strong>Papel das Orações e questões relativas a recompensas e juízos.</strong></span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Qual seria o papel da oração se tudo estivesse predeterminado?<br />• Coisas acontecem e deixam de acontecer devido a orações<br />• Deus é afetado positivamente por nossas orações feitas aqui na terra (1 Rs 8.12-66)<br />• Somos responsáveis por nossos atos. Nossos atos são significativos.<br />• A impiedade humana têm afetado a Deus, a ponto de desencadear o seu<br />juízo (Jr 4.23-28 e Jl 2.10).</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">DEUS PODE SE ARREPENDER?</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">• Deve-se procurar entender o que os autores do AT queriam dizer com o uso do verbo “arrepender” tendo Deus como sujeito.<br />• Derek Kidner, ao comentar Gn 6.618, diz que os autores do AT empregam as expressões mais ousadas, contrabalançadas em outros lugares, se necessário, mas não enfraquecidas.<br />• Exemplo: (1 Sm 15.29,35) onde o autor afirma primeiro que Deus não é homem para mentir e nem se arrepender, mas logo abaixo, diz que Deus se arrependeu de ter escolhido Saul para ser rei.<br />• O que ele queria comunicar é que nós podemos confiar em Deus e em sua promessas, pois Ele não mente e nem é instável.<br />• Já, no v. 35, vemos que Deus está decepcionado com Saul, pois não foi para se comportar daquele modo que Deus havia elegido Saul como rei.<br />• Deus estava decepcionado com Saul, arrependido de tê-lo elegido rei e estava fazendo algo a respeito, no caso, estava providenciando outro rei.<br />• Neste sentido, o arrependimento de Deus não deve ser entendido como um ato de alguém volúvel, mas como alguém que teve sua confiança traída.</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times new roman;">“Deixemos de lado nossos pensamentos sobre Deus e permitamos que Deus e não os nossos pensamentos sobre Ele, determinem qual seja a verdade sobre Deus”<br />(Barth)</span></span></span><br />
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<span style="font-family: times new roman;">*Bispo José Ildo Swartele de Mello</span></div>
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: large;"><span style="font-size: small;">Casado com Ana Cristina, pai de três filhos: Samuel, Daniel e Rafael, é também Professor de Teologia, Escatologia e Evangelização na Faculdade Metodista Livre. Formado em Bacharel pela Faculdade Metodista Livre, cursou Mestrado em Teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e fez Doutorado em Ministério na Faculdade Teológica Sul Americana. Pastor desde 1986 (Cidade Ademar 86-88; Vila Guiomar 89; Vila Bonilha 90-97, Aeroporto 98-2004), serve atualmente como Pastor da Imel de Mirandópolis, como Bispo da Igreja Metodista Livre do Brasil e como presidente do Concílio Mundial de Bispos.<br />______<br />Para acompanhar e saber um poco mais sobre o Bispo Ildo Melo, sua trajetória e suas atividades na web acesse:<br />Bispo Ildo Mello na Internet.<br />Igreja Metodista Livre: </span><a href="http://metodistalivre.org.br/"><span style="font-size: small;">http://metodistalivre.org.br/</span></a><br /><span style="font-size: small;">Blog: </span><a href="http://escatologiacrista.blogspot.com/"><span style="font-size: small;">http://escatologiacrista.blogspot.com/</span></a><br /><span style="font-size: small;">Igreja: </span><a href="http://imeldemirandopolis.blogspot.com/"><span style="font-size: small;">http://imeldemirandopolis.blogspot.com/</span></a><br /><span style="font-size: small;">Vídeos: </span><a href="http://youtube.com/ildomello"><span style="font-size: small;">http://youtube.com/ildomello</span></a><br /><span style="font-size: small;">Novo Canal de Vídeos: http://vimeo.com/channels/mensagem<br />MP3: </span><a href="http://divshare.com/download/12472628-291"><span style="font-size: small;">http://divshare.com/download/12472628-291</span></a><br /><span style="font-size: small;">Estudos: </span><a href="http://scribd.com/ildomello"><span style="font-size: small;">http://scribd.com/ildomello</span></a><br /><span style="font-size: small;">Siga-me: </span><a href="http://twitter.com/ildomello"><span style="font-size: small;">http://twitter.com/ildomello</span></a></span></span></div>
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<span style="font-family: times new roman;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times New Roman;"><strong>Fonte: </strong>http://imeldemirandopolis.blogspot.com/2011/04/seria-deus-imutavel-impassivel-e.html</span><br /><span style="font-family: Times New Roman;"><strong>Imagem:</strong> Bispo Ildo Mello</span></span></span></div>
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Lailson Castanha -http://www.blogger.com/profile/15205030527162302807noreply@blogger.com0