Teologia relevante.
Pesquisando sobre a obra teológica de Jacobus Arminius, me deparei em uma de suas teses expostas, com um lindo exemplo de praxis teológica, unida a atitude de fé e humildade.
Depois de comentar sobre seu entendimento a respeito da glória de Deus, o teólogo holandês, findando sua argumentação, faz o seguinte convite aos que se deparam com a sua argumentação:
“(...)Mas, cessando de qualquer *discussão mais prolixa desse assunto, deixemo-nos com ardentes orações suplicantes, rogando ao Deus de Glória, que, uma vez que Ele nos formou para a sua glória, Ele nos faça, ainda mais e mais, instrumentos de demonstrar sua Glória entre os homens, por Cristo Jesus, nosso Senhor, o esplendor da sua glória, e a expressa a imagem de sua Pessoa.”(1)
Essa é uma linda lição aos teóricos do pensamento teológico.
É muito difícil, em quase todas as áreas do conhecimento especulativo, encontrar teóricos que conseguem unir teoria e prática. No estudo teológico essa deficiência é também percebida. Fala-se sobre Deus, teoriza-se sobre o Altíssimo, sobre conceitos ligados a fé, porém, geralmente, na prática, a emprêsa teológica pouco produz. Nem sempre, ou quase nunca, o maior aprofundamento teórico sobre as coisas de Deus, produz, naquele que teoriza -, tremor e temor. Das idéias apreendidas no estudo teológico, poucas coisas são levadas em consideração, levando aquele que conjectura, refletir sobre as implicações que aquelas idéias absorvidas lhe exigirão.
Diferentemente de muitos teólogos academicistas, a atitude de Jacobus Arminius é exemplar. Depois de conjecturar sobre a glória de Deus, levando o assunto a sério, o teólogo, também conhecido por James Arminius, ou Tiago Arminio, assumiu a necessidade premente de clamar a Deus, para que sua glória – assunto que fora abordado na controvérsia - seja percebida em sua vida, a fim de que, com isso, os homens possam percebê-la, e assim, também, possam glorificar o Senhor da Glória.
Com essa atitude, mesmo que indiretamente, o teólogo holandês nos deixa uma lição: O Estudo Teológico jamais pode ser um fim em si mesmo, pelo contrário, deve levar aquele que estuda a uma viva reflexão, com a finalidade de, em conexão com as ideias absorvidas, engendrar ação. Assim como a fé sem obras é morta, teoria, ou, teologia sem reflexão, sem motivação, sem ação, sem reação prática não tem nenhum valor real, a não ser, amontoar e apresentar informações irrelevantes para as pessoas, que por sua vez, buscam respostas relevantes para questões pertinentes – sobre Deus, as Escrituras, a fé e suas implicações.
Teologia relevante é aquela que faz o teórico, o estudante, o professor, o clérigo, ou qualquer pessoa que de suas teorias se apropria, se posicionar diante do mundo, em consonância com as ideias dela apreendidas, ou, que provoque aquele ou aquela que se dela se aproxima, a uma tomada de posição, a uma atitude coerente em relação as coisas que, através do estudo teológico são lhes apresentadas.
Se com Sócrates, a filosofia ensinou o homem a se apequenar, porque diante da totalidade do real ele nada sabe - a teologia deve ensinar o homem a se colocar na posição de humildade, pois, diante da grandeza de Deus, tão precariamente estudado e teorizado pelo limitado e falível estudo teológico, ele nada é em si mesmo; só é alguém quando acolhe sua vocação originária de glorificar a Deus.
Pesquisando sobre a obra teológica de Jacobus Arminius, me deparei em uma de suas teses expostas, com um lindo exemplo de praxis teológica, unida a atitude de fé e humildade.
Depois de comentar sobre seu entendimento a respeito da glória de Deus, o teólogo holandês, findando sua argumentação, faz o seguinte convite aos que se deparam com a sua argumentação:
“(...)Mas, cessando de qualquer *discussão mais prolixa desse assunto, deixemo-nos com ardentes orações suplicantes, rogando ao Deus de Glória, que, uma vez que Ele nos formou para a sua glória, Ele nos faça, ainda mais e mais, instrumentos de demonstrar sua Glória entre os homens, por Cristo Jesus, nosso Senhor, o esplendor da sua glória, e a expressa a imagem de sua Pessoa.”(1)
Essa é uma linda lição aos teóricos do pensamento teológico.
É muito difícil, em quase todas as áreas do conhecimento especulativo, encontrar teóricos que conseguem unir teoria e prática. No estudo teológico essa deficiência é também percebida. Fala-se sobre Deus, teoriza-se sobre o Altíssimo, sobre conceitos ligados a fé, porém, geralmente, na prática, a emprêsa teológica pouco produz. Nem sempre, ou quase nunca, o maior aprofundamento teórico sobre as coisas de Deus, produz, naquele que teoriza -, tremor e temor. Das idéias apreendidas no estudo teológico, poucas coisas são levadas em consideração, levando aquele que conjectura, refletir sobre as implicações que aquelas idéias absorvidas lhe exigirão.
Diferentemente de muitos teólogos academicistas, a atitude de Jacobus Arminius é exemplar. Depois de conjecturar sobre a glória de Deus, levando o assunto a sério, o teólogo, também conhecido por James Arminius, ou Tiago Arminio, assumiu a necessidade premente de clamar a Deus, para que sua glória – assunto que fora abordado na controvérsia - seja percebida em sua vida, a fim de que, com isso, os homens possam percebê-la, e assim, também, possam glorificar o Senhor da Glória.
Com essa atitude, mesmo que indiretamente, o teólogo holandês nos deixa uma lição: O Estudo Teológico jamais pode ser um fim em si mesmo, pelo contrário, deve levar aquele que estuda a uma viva reflexão, com a finalidade de, em conexão com as ideias absorvidas, engendrar ação. Assim como a fé sem obras é morta, teoria, ou, teologia sem reflexão, sem motivação, sem ação, sem reação prática não tem nenhum valor real, a não ser, amontoar e apresentar informações irrelevantes para as pessoas, que por sua vez, buscam respostas relevantes para questões pertinentes – sobre Deus, as Escrituras, a fé e suas implicações.
Teologia relevante é aquela que faz o teórico, o estudante, o professor, o clérigo, ou qualquer pessoa que de suas teorias se apropria, se posicionar diante do mundo, em consonância com as ideias dela apreendidas, ou, que provoque aquele ou aquela que se dela se aproxima, a uma tomada de posição, a uma atitude coerente em relação as coisas que, através do estudo teológico são lhes apresentadas.
Se com Sócrates, a filosofia ensinou o homem a se apequenar, porque diante da totalidade do real ele nada sabe - a teologia deve ensinar o homem a se colocar na posição de humildade, pois, diante da grandeza de Deus, tão precariamente estudado e teorizado pelo limitado e falível estudo teológico, ele nada é em si mesmo; só é alguém quando acolhe sua vocação originária de glorificar a Deus.
Se nada somos, devemos, juntamente, ou a exemplo de Jacobus Arminius, “com ardentes corações suplicantes” rogar “ao Deus de Glória, que, uma vez que Ele nos formou para a sua glória, Ele nos faça, ainda mais e mais, instrumentos de demonstrar sua Glória entre os homens, por Cristo Jesus, nosso Senhor, o esplendor da sua glória, e a expressa a imagem de sua Pessoa.”(2)
Lailson Castanha
______
(1) The Works of James Arminius, Vol. 1
(2) Ibid.
http://wesley.nnu.edu/arminianism/the-works-of-james-arminius/public-disputations-james-arminius-dd-dedication/
Lailson Castanha
______
(1) The Works of James Arminius, Vol. 1
(2) Ibid.
http://wesley.nnu.edu/arminianism/the-works-of-james-arminius/public-disputations-james-arminius-dd-dedication/
* “discussão mais prolixa desse assunto.” - Quando Jacobus Arminius pronunciou essa assertiva estava a dissertar teologicamente sobre a glória de Deus
Gravura: Santiago em Oração de Rembrandt - (15 de julho de 1606 — 4 de outubro de 1669)
Gravura: Santiago em Oração de Rembrandt - (15 de julho de 1606 — 4 de outubro de 1669)