Erro dos Pelagianos
Luis de Molina (1535-1600)
12. O erro dos pelagianos surgiu nos tempos de Santo Agostinho, depois de que este escrevera os livros de seu De libero arbítrio e muitas outras obras insignes, como ele mesma atesta em suas Retractationes (lib. 1, cap. 9 (1)). Esse erro se opõe a verdade e a fé e era totalmente contrario ao dos maniqueus. Pois Pelágio e seus seguidores engrandeciam, mais do que o justo as forças do livre arbítrio, em detrimento a graça necessária para a nossa salvação. Sobretudo, afirmaram que nosso primeiro pai, quando pecou, só se prejudicou a si mesmo. Também sustentavam que todos os seus descendentes, nasceram exatamente iguais ao nosso primeiro pai quando criado por Deus antes de pecar, a saber, sem mancha alguma de pecado. Por essa razão, segundo eles, o livre arbítrio só, sem auxílio da graça se basta, não somente para crer nos artigos da fé, evitar todos os pecados, superar todas as paixões, vencer todas as tentações que podem desviar o passo durante todo o curso da vida e fazer-se digno da vida eterna, senão também para obter, através do arrependimento alcançado exclusivamente em virtude das forças do livre arbítrio, o perdão dos pecados, nisso crêem eles. Isto os levou a atribuir à graça de Deus, tão somente que o homem tivesse sido dotado com o livre arbítrio e com a faculdade de não pecar, do mesmo modo, que Deus tivesse introduzido sua Lei em nossas mentes, ou, igualmente, no-la tivesse proposto de palavra ou por escrito. Porém em relação aos pecados já cometidos, certamente atribuíam a própria graça seu perdão e condenação; não obstante, criam que o homem só podia fazer-se merecedor desse perdão através do arrependimento obtido em virtude das forças de seu livre arbítrio. Por este motivo, pensavam que o livre arbítrio somente, sem outro auxílio da graça, se basta para alcançar a salvação, como atestavam muitos autores, entre eles, sobretudo, Santo Agostinho (heresia 88(2) e Epístola 106 ad Paulinum (3)) e também os pais dos concílios de Cartago e de Milão(4) e cartas do Papa Inocencio I, que aparecemen no primeiro tomo dos Concilios (5) (antecedendo as cartas 15 e 16 de Inocencio I), e nas Epistolae (t. 2, cc. 90, 92(6)) de Santo Agustinho. Contra este erro Santo Agostinho escreveu De natura et gratia (7).
Tradução do espanhol: Lailson Castanha
______
(1) Cfr. n. 3ss; PL 32, 595ss.
(2) PL 42, 47ss.
(3) Ep. 186 (al. 106); PL 33, 815-832.
(4) Mansi 4, 321-324, 334-336.
(5) Lorenzo Surius, Tomus primus conciliorum omnium, tum generalium, tum provincialium atque
particularium, Coloniae 1567.
(6) Ep. 175 (al. 90) y Ep.
(7) PL 44, 247ss.
MOLINA, Luis de.Concordia del libre arbítrio. Traducción de Juan Antonio Hevia Echevarría de Luis de Molina,Biblioteca Filosofía en español, Fundación Gustavo Bueno, Oviedo 2007.
Parte primera Sobre las fuerzas del libre arbitrio para obrar el bien.
Comentarios al artículo 13 de la misma cuestión 14
Disputa I
Sobre los errores acerca de la presciencia divina,
nuestro libre arbitrio y la contingencia de las cosas
Luis de Molina (1535-1600)
12. O erro dos pelagianos surgiu nos tempos de Santo Agostinho, depois de que este escrevera os livros de seu De libero arbítrio e muitas outras obras insignes, como ele mesma atesta em suas Retractationes (lib. 1, cap. 9 (1)). Esse erro se opõe a verdade e a fé e era totalmente contrario ao dos maniqueus. Pois Pelágio e seus seguidores engrandeciam, mais do que o justo as forças do livre arbítrio, em detrimento a graça necessária para a nossa salvação. Sobretudo, afirmaram que nosso primeiro pai, quando pecou, só se prejudicou a si mesmo. Também sustentavam que todos os seus descendentes, nasceram exatamente iguais ao nosso primeiro pai quando criado por Deus antes de pecar, a saber, sem mancha alguma de pecado. Por essa razão, segundo eles, o livre arbítrio só, sem auxílio da graça se basta, não somente para crer nos artigos da fé, evitar todos os pecados, superar todas as paixões, vencer todas as tentações que podem desviar o passo durante todo o curso da vida e fazer-se digno da vida eterna, senão também para obter, através do arrependimento alcançado exclusivamente em virtude das forças do livre arbítrio, o perdão dos pecados, nisso crêem eles. Isto os levou a atribuir à graça de Deus, tão somente que o homem tivesse sido dotado com o livre arbítrio e com a faculdade de não pecar, do mesmo modo, que Deus tivesse introduzido sua Lei em nossas mentes, ou, igualmente, no-la tivesse proposto de palavra ou por escrito. Porém em relação aos pecados já cometidos, certamente atribuíam a própria graça seu perdão e condenação; não obstante, criam que o homem só podia fazer-se merecedor desse perdão através do arrependimento obtido em virtude das forças de seu livre arbítrio. Por este motivo, pensavam que o livre arbítrio somente, sem outro auxílio da graça, se basta para alcançar a salvação, como atestavam muitos autores, entre eles, sobretudo, Santo Agostinho (heresia 88(2) e Epístola 106 ad Paulinum (3)) e também os pais dos concílios de Cartago e de Milão(4) e cartas do Papa Inocencio I, que aparecemen no primeiro tomo dos Concilios (5) (antecedendo as cartas 15 e 16 de Inocencio I), e nas Epistolae (t. 2, cc. 90, 92(6)) de Santo Agustinho. Contra este erro Santo Agostinho escreveu De natura et gratia (7).
Tradução do espanhol: Lailson Castanha
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(1) Cfr. n. 3ss; PL 32, 595ss.
(2) PL 42, 47ss.
(3) Ep. 186 (al. 106); PL 33, 815-832.
(4) Mansi 4, 321-324, 334-336.
(5) Lorenzo Surius, Tomus primus conciliorum omnium, tum generalium, tum provincialium atque
particularium, Coloniae 1567.
(6) Ep. 175 (al. 90) y Ep.
(7) PL 44, 247ss.
MOLINA, Luis de.Concordia del libre arbítrio. Traducción de Juan Antonio Hevia Echevarría de Luis de Molina,Biblioteca Filosofía en español, Fundación Gustavo Bueno, Oviedo 2007.
Parte primera Sobre las fuerzas del libre arbitrio para obrar el bien.
Comentarios al artículo 13 de la misma cuestión 14
Disputa I
Sobre los errores acerca de la presciencia divina,
nuestro libre arbitrio y la contingencia de las cosas